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Aroeira

Nome científico: Lithraea molleoides (Vell.) Engl.

Nome popular: aroeira-brava, aroeira-branca

Família botânica: Anacardiaceae

Arbusto ou árvore pequena, ca. 7m de altura, caule tortuoso e casca pardo-vermelho-escura, muito fendida. Folhas alternas, alado-pecioladas, compostas, com três a cinco folíolos sésseis, oblongo-espatulados, coriáceos, glabros. Flores verde-amareladas, pequenas, pubescentes, dispostas em panículas. Fruto drupa globosa branco-esverdeada.

Conhecida como aroeira-brava, aroeira-branca ou simplesmente aroeira, a espécie L. molleoides é nativa no Brasil; ocorrendo naturalmente nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul; nos outros estados aparece cultivada com fins ornamentais. Ela é empregada na construção civil e como agente tintorial (Schvartsman, 1979).

Do gênero Lithraea, a espécie Lithraea molleoides é responsável pelos casos mais graves de dermatites fitogênicas. Estas dermatites são caracterizadas pr coceira e aparecimento de bolhas na pele. Tais sintomas são desencadeados por ação alergizante, na qual as lesões dependem da prévia sensibilização do sistema imunológico (Ellenhorn & Barceloux, 1988). Os componentes alergênios de toda a família estão dentro de um grupo de substâncias denominadas coletivamente de "urushiois". Quimicamente, trata-se de substâncias com núcleo catecólico e de cadeia alifática saturada ou insaturada, com 15 a 17 átomos de carbono. São extremamente lipofílicas e acumulam-se nas membranas celulares. In vivo, são oxidadas a quinonas eletrolíticas que se comportam como haptenos e reagem com proteínas da pele para formar antígenos, provocando reações de hipersensibilidade (Ale et al., 1997). Logo a seguir, células T são ativadas e carreiam os complexos formados pelas proteínas com os urushiois para o retículo endotelial, onde fatores humorais irão produzir um estado generalizado de sensibilidade cutânea (Kalergis et al., 1997; Baldwin et al., 1999). Quatro 3-n-alquilcatecóis (3-pentadecilcatecol, 3-pentadecinilcatecol, 3-heptadecinilcatecol e 3-hepta-dec-dienilcatecol) relacionados foram identificados por Ale et al. (1997) como sendo os princípios ativos responsáveis pela toxidez de L. molleoides e L. brasiliensis Marchand.

Os urushiois são encontrados em canais resiníferos contidos nas folhas, caules e raízes. Eles não escoam para a superfície, e a exposição destas substâncias requer trauma da planta (Rademark & Dieffil, 1995). Este fato entra em conflito com relatos de alguns pacientes que dizem ter se sensibilizado após terem apenas passado perto da planta. Para explicar este tipo de relato, alguns autores teorizam a existência de substâncias alergenias voláteis que emanam do vegetal.
Contudo, os urushiois não se volatilizam. O que provavelmente ocorre é o contato do paciente com objetos, com animais domésticos ou com partículas de poeira que possam carregar os urushiois que foram expostos em algum episódio de trauma do vegetal. Os urushiois podem reter sua potência sensibilizadora indefinidamente no estado seco (Ellenhorn e Barceloux, 1988).

A síndrome inicial de hipersensibilidade causada por esta planta tóxica aparece cerca de 24 a 48h após a exposição. Os sintomas são: queimação, eritema e prurido intenso, seguido do desenvolvimento de vesículas. As lesões aparecem primariamente nas áreas expostas, podendo ocorrer lesões secundárias nas genitálias ou em outras áreas para as quais os catecóis possam ter se espalhado (Ellenhorn & Barceloux, 1988).

Em casos simples, a aplicação de anti-sépticos suaves é suficiente para o tratamento, visto que a dermatite é autolimitante e desaparece com duas ou três semanas. Casos mais graves exigem a administração de anti-histamínicos e corticóides. A regressão do quadro toxicológico nestes casos é mais lenta, devendo-se controlar o aparecimento de possível infecção secundária (Ellenhorn & Barceloux, 1988; Schvartsman, 1979).

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Rejane Barbosa de Oliveira
site: http://br.geocities.com/plantastoxicas

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