Nelson Piquet
Balaclava


Por Nelson Piquet



"Os cavaleiros medievais saíam atrás de dragões, de salvar a honra dos outros, de aniquilar os infiéis vestindo armaduras reluzentes. Vestindo aquilo que era, antes de tudo, um símbolo da intimidação que queriam causar, mas que, infelizmente, era uma forma muito pesada e desengonçada de fazer valer o seu ponto de vista. Para completar e proteger a cabeça, colocavam elmos de formas variadas e assustadoras, cheios de portinholas e dobradiças e igualmente pesados.

Como é fácil imaginar, toda a essa fantasia não dava para ser usada permanentemente, assim é que por baixo vestiam uma fina malha metálica que ajudava na protecção dos mais ágeis combates corpo a corpo. E na cabeça, essa espécie de touca que cobre até o pescoço e tem o nome de balaclava. Daí saiu o nome dessa protecção que os pilotos (tantas vezes já comparados aos cavaleiros de tradição templária) passaram a usar a partir de 1976. Tudo começou com o acidente do Niki Lauda em Nurburgring. A tela de protecção (então usada para desacelerar os carros que escapavam da pista) arrancou o seu capacete, e ele sofreu queimaduras terríveis. Criaram então a balaclava, em tecido antifogo, para dar uma protecção extra, e o resultado positivo já foi comprovado diversas vezes (Berger, Verstappen) em casos de fogo intenso sem consequências físicas maiores.

Sempre preferi minha balaclava com dois furos já de fábrica para os olhos e um terceiro, feito por mim mesmo, para o canudinho das bebidas. Muito melhor que as balaclavas mais abertas, tipo máscara de mergulho. E os motivos são simples: não tem aquele acabamento em overloque, que fica machucando a testa, e porque é muito, muito mais intimidante.

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