H I S T Ó R I A    D E   P E D R A L V A
- c  h  i  n  h  o
Capítulo 2
COM A CHEGADA DO "DERRUBA MATAS"
 
 A primeira notícia que se tem da localidade não vai além de 1768. Naquele ano, num 13 de dezembro, se celebrou aqui uma missa. O vigário de Nossa Senhora da Soledade de Itajubá , Pe Floriano da Silva Toledo, tomou posse para o bispado de São Paulo da localidade que recebeu o nome de Palmital (1). A partir de 1814 ficou conhecida como São Sebastião da Capituba ( Caá + py + tyba  = capinzal, gramado ou literalmente, mato muito denso (2) Em 1823 foi conseguida licença para construir a primeira capela, que ficou pronta em 1825, passando a pertencer a paróquia de Santa Catarina ( hoje Natércia). Em 1832 foi criada a freguesia e, com a freguesia, a nossa paróquia. Mas o primeiro padre só foi nomeados em 1834. Seu  nome : Padre José Fortunato de Souza e Silva. (4 )
 Não obstante a riqueza de seu solo e a amenidade de seu clima, a freguesia não tinha como prosperar. Bastava-se a sim mesma. Por seus terrenos montanhosos e acidentados, não passava nenhuma estrada transitável. Assim não havia como escoar o que seu solo fértil produzia. (5)
 Em 4 de novembro de 1880, pela lei mineira nº 2.650, o nome foi mudado para São Sebastião da Pedra Branca. Pela lei  provincial nº 3275, de 30 de outubro de 1884, passou a categoria de Vila sem fórum, compreendendo três distritos : O da sede, o de Campos de Maria da Fé e o de São José do Alegre (6)
 A instalação do município só se deu em 7 de maio de 1887. As casas embandeiradas e iluminadas nas noites de 6, 7 e 8 de maio, havendo nas ruas belos arcos com dísticos alusivos ao ato. Música e muitos fogos, marche " aux flambeaux" e vivas.  Depois da posse o Te Deum, seguindo-se um baile em casa do Capitão ( mais tarde Coronel) Gaspar José de Paiva. No dia 8, outro baile em casa do Capitão Francisco Rodrigues da Silva, oferecido ao Dr. Silvestre Ferraz. (7)
 Pela lei estadual nº 2, de 14/09/1891, passou a chamar, simplesmente Pedra Branca. Em 1909, no Congresso Geográfico de Belo Horizonte, deram-lhe o nome de  Boa Vista, que não adquiriu aceitação popular. Em 1911, pela lei  556, o distrito de Maria da Fé desmembrou-se do nosso. No dia 1º de janeiro de 1939, Pedra Branca recebeu os foros de cidade ( Dec.Lei Estadual 148, de 17/12/38 e normas gerais firmadas pela Lei Orgânica  Nacional  nº 311, de 2/3938. Em 3/12/43, em virtude do Decreto-lei Estadual nº 1.058, passou a denominar-se PEDRALVA. Em 12/12/53, lei estadual 1039, também São José do Alegre desmembrou-se do nosso município. (8)
 Apesar de muitos outros desbravadores terem vindo para estas paragens, em épocas anteriores, o que chegou, com o propósito de aqui permanecer, foi o Coronel Joaquim Machado de Abreu, Coronel da Guarda Nacional, Cavaleiro da Ordem de Cristo. Foi ele o doador do patrimônio para a formação da freguesia. Nasceu em Taubaté. Foi benemérito na Vila do Carmo ( hoje Carmo de Minas) e trouxe a família para esta localidade. Seus filhos aqui se casaram e seus descendentes ainda estão povoando o nosso município. (9)
 Nota -  A Fazenda do Coronel Joaquim Machado de Abreu, onde é hoje a Fazenda Floresta, era uma casa enorme, em estilo colonial, com vastíssimos salões e espaçosos quartos. Na casa havia até uma capela, com seu altar bem cuidado, confessionários laterais e todos os paramentos e objetos litúrgicos. O movimento de escravos e de pessoas de condição livre era intenso. Uns trabalhavam na cultura da terra. Outros na serraria movida à força hidráulica. Outros nos teares, na sapataria, na carpintaria, na ferraria, etc. A atividade na Fazenda era tão grande que se pensou em transferir a sede da freguesia para aquele local. Ainda mais quando o Coronel se desentendeu com o vigário. Este desfeiteara sua esposa, Dona Ignacia, por ocasião de um batizado, em que esta era madrinha da criança. Aborrecido com o fato, o Coronel comunicou-se com o bispado de Mariana, pedindo um padre para atender na fazenda, no que foi atendido.( 10) Depois, notabilizou-se para estas paragens, o genro do Coronel, chamado Gaspar José de Paiva, nascido em Campanha em 18/07/1838 e falecido em 10/10/1910.

- Outras figuras notáveis : Gaspar José de Paiva Júnior,  José Goulart Santiago Brun, Antônio José de Macedo, José de Abreu Paiva, Estevam Carneiro de Rezende, Antônio Machado de Abreu, Dr. José de Abreu Rezende e José Ferraz Caldas , que chegaram  a Deputado Estadual, Dr. Geraldo Pinheiro Osório, Mário Goulart Santiago, Tiago Carneiro de Rezende, os escritores e poetas  João Carneiro de Rezende e Anna Osório ( Dona Filhinha Osório), as famílias Monti e Bustamante, os Rodrigues.
 
- Prefeitos: Gaspar José de Paiva Júnior, Dr. Carlos Ribeiro Filho, Benedito Nicodemos Silva, José de Oliveira Lopes, Dr. Jorge Bacha, Gaspar de Paiva Magalhães, José Belmiro Monti, José Fortes Bustamante, Lafayete Costa Paiva, José Fernandes Sobrinho, Joaquim Antônio de Faria, Antônio Fortes Bustamante, Dailton de Paula e Silva, Ulisses José Maglioni, Luiz Renó Costa, Antônio Eloísio Gomes.

- Relação dos Padres: 1º)  José Fortunato da Silva (1834 a 1838).  2º ) José Geraldo de Souza e Silva (1838).3º) João Baptista Alvarenga ( 1838 a 1849 ). 4º) José Carlos Arantes ( 1840 a 1867).5º)  José Honório Corrêa ( 1867 a 1884 ). 6º) Antônio Olinto Baptista Pinto ( 1884 a 1885). 7º) Joaquim Ignacio Viana ( 1885 a 1889). 8º Hilário Heráclito Monte Raso ( 1889 a 1907 ). 9º)  Salvador Morelli ( 1909 a  1913). 10º) Antonio Gonçalves Braz (1913 a 1922). 11º)  Roque Cosentino ( 1923 a 1933). 12º)  João Ferreira Guerra ( 1934 a 1936). 13º) Marino Pover ( 1936 a 1946) 14º) José Grimink ( 1946 a 1948).15º) Marino Pover ( 1948 a 1950).16º) Sebastião Pereira de Arantes ( 195l a 1971) 17º) José Santiago de Paiva  ( 1971 a 1874). 18º)Geraldo Vicente da Costa ( 1974 a 1997) 19º) Simão Stock Miguel (1997 a 1999. 20ºº) Edvar Rodrigues Rangel  (11/01/1999 ...)

Fontes de pesquisas:
(1)  Revista Instituto Histórico, pág. 469.
( 2 a 4) - Mons. José do Patrocínio Lefort.
(5) Almanach Sul Mineiro, 1874, pág. 123, de Geraldino Campista.
( 6,8  9 e 10 )  João Carneiro de Rezende, Dr. José de Abreu Rezende e Paulo de Tarso Leal de Abreu. Compilação         geral : Antônio Nélcio de Abreu - Chinho.
(7)  Jornal  A Verdade, de Itajubá, nº 10, de 12/05#1887.

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