Giovanni Guimarães
Além de um grande músico, é também poeta e pintor.

Ele fez o prefácio do Chinho!

Em apresentação no Clube Recreativode Pedralva

..com os amigos...

Sobre...

Guimarães como Rosa
tem rosa na garganta para florar
trilhas, estradas, serras e vales
com as canções que entoa.
Transplantado, com raiz e tudo,
de Itanhandu, reparte seus frutos, hoje,
às margens do Sapucaí em Itajubá,
Pedralva e cercanias, onde viceja,
rodeado de montanhas.
Mestre em história vive-a, professoralmente,
entre a nobreza de reis de folia. Viola
a tristeza cantando e encantado.
Cantor e cantadô, conta causos além de desenhar
a vida a nanquim e colori-la
aquarelamente. Colhe poemas dos olhos
das pessoas, dos capins dos pastos,
dos horizontes das serras, dos prédios
da cidade e do próprio coração e esparrama-os
por aí. Conhece os acordes da amizade
e quer que as pessoas sejam felizes
como os passarinhos que cantam pra dedéo.
Santo não é. É Giovanni, o mano, humano
e bem-amado.

 Gildes Bezerra. 
Itajubá, 09 de Novembro de 1999

     O  vôo impreciso da borboleta
Dilui o andamento quase lógico da cidade.
Vai tangendo pressa e concreto.
De fundo a colagem agrega
O  suor da construção civil,
Fios e gente de alta-tensão. 
Destino da borboleta se torna volátil
Entre sol e o asfalto.
Restam as fissuras
Que guardam o público
Entre as barras de ferro
Que protegem janelas
E cordialidades semi-abertas.
Agora devo voltar aos textos de Marx
E compor um pouco de entendimento
Sobre gente, esperança e mercadoria.

Giovanni Guimarães – São Paulo / 97

 

Esta poesia, e muitas outras - como as três que estão logo a baixo - podem ser encontradas em seu livro - Retalhos - em parceria com Adilson Mello.

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A capa do livro também foi feita pelo Giovanni Guimarães

Na contra capa, os dois amigos.

ACAMPAMENTO
Deixei 
de
remendar
as
cercas
do
peito
crendo
na
irmandade
dos
corações.

Mantiqueira - outono 97

TAPERA DO PEITO
As
paredes
barreadas
que sustêm
o
meu
coração
escondem
as
dores
que
dormem
nas
taquaras
expostas
do
meu
peito
de
pau-a-pique
TILLANDSIA
Clara é de navegar.
Aos poucos
foi me navegando
os mares do peito.
Primeiro fomos símbolos,
depois som,
fomos toque,
gestos e risos.
E Clara é meio anjo,
meio mulher e meio flor.
Foi pisando trilhas
de meu coração
com passos curtos e alados.

Mantiqueira 2001

PEDRO
Devemos ter coragem
Para lavrar
O chão do peito
E semear.
Terra afagada
Engravida
E dá fruto bom!
E a vida brota
Em sonho e fermento;
Assim como Pedro brotou.

Mantiqueira / 95

MIUDEZA
De repente
me veio a vontade
de parir
poesia miúda;
apartada de rigidez literária.
Que fosse quase um enfeite;
um poeminha de lapela

Mantiqueira / setembro - 98

MIRELLA
Os olhos de Mirella
nunca mentem.
Abertos têm fome,
Fechados são sede.
e gemem...

Giovanni Guimarães - 97

NUNDAÇÃO
Dia desses
cheguei de surpresa
no meu coração.
Caminhei por entre as dores
emaranhadas
e não lhe encontrei.
um vazio de gestos
e um cheiro de jasmim
denunciaram que você havia
caminhado por ali.

 Mantiqueira - 97

O rio
Que lambe
minha aldeia
É veia
Que se arrasta
Pelo chão
Erguido das Minas.
É silêncio
Que chora
E caminha
Pra não voltar.
Depositário
De sonhos,
Desejos
E
Lixo.

Mantiqueira - 98


Um de seus desenhos...

PILAR (OURO PRETO)

Visito esta vila
como quem
Busca um punhado
De mim.
 
Saúdo cada palmo
Dessa terra
E tenho saudade do tempo
Que eu não vivi aqui.
O rosto de pedra do povo
Sacramenta
Ouro e remorso.
 

Antes de partir
Transponho a velha grade
Trançada de dores
E enterro meu coração
Sem idade
No silencioso cemitério.
 

e fico...
                             / 98

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