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Nicholas Rodney Drake nasceu no dia 19 de junho de 1948 em Ragum, capital da antiga Birm�nia. A raz�o para o local ex�tico � que seus pais estavam l� a trabalho. Quando ele tinha 5 anos, a fam�lia mudou-se de volta para a Inglaterra. Os Drake viveram numa pequena vila chamada Tanworth-In-Arden, pr�ximo a Birmingham, numa grande casa de tijolos vermelhos chamada por eles de "Far Leys". Ainda crian�a, Nick aprendeu a tocar piano, gra�as � m�e, Molly Drake, que era pianista, violoncelista, cantora e compositora. Como era filho de uma fam�lia rica, estudou nos melhores col�gios da Inglaterra, dentre eles Marlbourough, onde aprendeu a tocar clarineta, sax alto e viol�o. No ano de 1966, ap�s concluir a "high school", foi estudar franc�s na cidade de Aix-en-Provence, pr�xima � Nice, no sul da Fran�a. Foi l� que ele come�ou a compor.

No final de 1967, Nick foi estudar Literatura na universidade de Cambridge. L� come�ou a se apresentar para os amigos e tamb�m em pequenos festivais, j� demonstrando uma incr�vel habilidade com o viol�o e um enorme talento para a composi��o. Em fevereiro de 1968 foi descoberto por Ashley Hutchings, baixista da banda folk inglesa Fairport Convention e teve seu nome recomendado a Joe Boyd, produtor que trabalhou com alguns dos grandes nomes da m�sica folk inglesa. Come�aram, ent�o, as grava��es do seu primeiro disco, "Five Leaves Left", lan�ado em setembro de 1969. Esse � um disco com bastante influ�ncia da m�sica cl�ssica, seja nos arranjos de cordas e de sopros ou na postura de Nick. � extremamente bonito e delicado. Apesar das boas cr�ticas, o disco n�o vendeu bem e o rapaz ent�o decidiu abandonar os estudos para se dedicar integralmente � carreira musical e ao seu segundo disco. Mudou-se para um apartamento no centro de Londres onde passou o inverno europeu de 1969-70 sozinho, trabalhando nas can��es que entraram no seu segundo disco, "Bryter Layter", lan�ado em novembro de 1970. Este � um disco com forte influ�ncia de jazz, um pouco mais alegre que o anterior, mas um pouco mais turvo e sombrio nas letras. Por essa �poca, o que era apenas uma forte timidez e um senso de solid�o um tanto exagerado transformava-se em depress�o.

Nick Drake era uma figura �nica. Tinha cerca de 1,95m e era extremamente bonito e charmoso. Era muito elegante e fazia sucesso com as mulheres. Tamb�m era muito calado e introspectivo, n�o tinha muitos amigos e ningu�m nunca sabia o que realmente se passava dentro dele. Costumava ficar sozinho, estudando o viol�o. �s vezes sa�a para ir a um pub, mas sempre ia embora antes de todo mundo. Nick nunca teve nenhum relacionamento amoroso confirmado, o que fez com que seus amigos suspeitassem de uma poss�vel homossexualidade. Al�m de tudo isso, ele era extremamente sens�vel e se magoava com bastante facilidade. Gostava muito de dirigir, sentia-se melhor quando o fazia e por diversas vezes dirigia at� a gasolina do carro acabar. Desprezava tanto o dinheiro que n�o carregava consigo nem trocados. Gra�as a isso, por v�rias vezes teve de pedir aos amigos e aos pais que o levassem de volta para casa.

Apesar dos esfor�os da sua gravadora, a Island Records, "Bryter Layter" tamb�m n�o vendeu bem. O problema era que Nick n�o gostava de fazer shows. Sentia-se extremamente incomodado em se apresentar sozinho para uma plat�ia que n�o o conhecia. N�o conseguia ser simp�tico e por vezes sa�a do palco sem dizer uma palavra sequer. Numa �poca em que n�o havia os video-clipes e a imprensa especializada era arcaica, a �nica maneira de ser conhecido era fazendo shows. Nick acabou ficando decepcionado com o mundo. Ele acreditava poder mudar as pessoas com a sua m�sica. A falta de sucesso dos seus discos fez com que ele mergulhasse em profunda depress�o. Todos os amigos se uniram para ajud�-lo. Chris Blackwell, dono da Island, emprestou a Nick sua casa no litoral espanhol. Depois de algumas semanas l�, ele voltou se sentindo melhor. Procurou John Wood (engenheiro de som que trabalhou nos discos anteriores) e disse que queria gravar. "Pink Moon", foi lan�ado em fevereiro de 1972. Gravado em apenas 2 noites, � extremamente depressivo, tendo apenas Nick e seu viol�o, com letras tristes e desesperan�osas. Pouco tempo depois o rapaz mudou-se de volta � casa dos pais e seu estado psicol�gico piorou bastante.

A fam�lia ficou bastante preocupada com o estado de sa�de de Nick e for�ou-o a ver um psiquiatra. Foi-lhe prescrito tr�s anti-depressivos. Ele chegou a ficar 5 semanas internando em um hospital psiqui�trico. Decidiu largar a m�sica e tentou arranjar um emprego. Desistiu disso e no resto de seus dias fazia viagens ocasionais � Londres e � Fran�a, onde visitava amigos. Costumava aparecer sem avisar, ficava por um dia ou �s vezes por uma semana e ia embora da mesma maneira que chegava. Ele, que antes era um rapaz de poucas palavras, parou de falar. Ocasionalmente conversava com a m�e ou com um de seus melhores amigos, mas eram raras as ocasi�es em que ele falava algo que n�o fossem monoss�labos ou grunidos. Certa vez disse a sua m�e, "eu falhei em tudo que tentei fazer". A medica��o que Nick tomava provocou mudan�as em seu comportamento. Brigou feio com Joe Boyd; disse, em outra ocasi�o, a John Wood, "eu n�o sinto nenhum emo��o sobre nada. Eu n�o quero rir nem chorar. Estou dormente; morto por dentro". Em julho de 1974 Nick procurou Joe Boyd dizendo que tinha algumas can��es para gravar. Essas can��es viriam a ser seu quarto �lbum. Mas ele desistiu das grava��es e n�o teve tempo de retom�-las. Ap�s voltar de uma temporada na Fran�a, Nick Drake morreu, no dia 25 de novembro, v�tima de uma overdose dos anti-depressivos que tomava. Foi encontrado pela m�e, naquela manh�, deitado na cama ainda vestido com a roupa do dia anterior. Na escrivaninha foi encontrada uma carta destinada a Sophia Ryde, a "quase-namorada" de Nick, onde ele exp�s seu sofrimento diante do pedido de tempo feito por ela. Se foi suic�dio ou n�o, ningu�m tem certeza, pois ele parecia muito bem disposto nos dias anteriores � sua morte e, nas palavras de Rodney Drake, se Nick tivesse que cometer suic�dio, teria feito muito antes. Algumas semanas antes, ao voltar de uma viagem � Paris, trouxe consigo o livro "O mito de S�sifo", do fil�sofo Albert Camus, que trata do suic�dio.

Ainda nos anos 70, Chris Blackwell iniciou um resgate da obra de Nick Drake, lan�ando a caixa "Fruit Tree" em 1979, que re�ne seus 3 discos. Anos depois, fu�ando os arquivos da Island, descobriu sobras de est�dio que estavam completamente esquecidas. Foi lan�ado, ent�o, em 1986, o �lbum "Time Of No Reply". Em 1992 saiu a colet�nea "Way To Blue" e, mais recentemente, em 2004, saiu "Made To Love Magic", que cont�m vers�es demo de can��es anteriormente gravadas. O grande boom em torno de sua obra s� ocorreu mesmo quando a Volkswagen usou a can��o "Pink Moon" em um comercial. Al�m de todo esse material e dos bootlegs, h� dois livros que contam toda a sua vida. O primeiro foi escrito pelo jornalista Patrick Humphries e se chama "Nick Drake - The Biography", lan�ado em 1998. O segundo foi escrito pelo tamb�m jornalista Trevor Dann e se chama "Darker Than The Deepest Sea", lan�ado em 2006. Existe tamb�m dois document�rios sobre a sua vida. O primeiro se chama "Searching For Nick Drake" e foi lan�ado em 1998. O segundo se chama "A Skin Too Few" e foi lan�ado em 2004. Ambos contam com depoimentos de amigos e o �ltimo com o de Gabrielle Drake, irm� de Nick.

*Todas as informa��es contidas neste texto foram extra�das do livro "Nick Drake - The Biography", escrito por Patrick Humphries.

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