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A Miss�o de Allan Kardec Carlos Imbassahy

Allan Kardec nasceu na cidade de Lyon, na Fran�a, a 3 de outubro de 1804, recebendo na pia batismal o nome de Hippolyte. Seu pai se chamava Jean Baptiste Antoine Rivail. Seu nome era, pois, Hippolyte L�on Denizard Rivail.
Diz o Dr. Canuto Abreu, em interessante artigo publicado na revista "Santa Alian�a", de fevereiro de 1956, que encontrara nos Arquivos do Espiritismo, antes de destru�dos pelos alem�es, quatro formas diferentes do nome Denizard.

Os companheiros do Mestre na Soci�t� Parisi�nne des Etudes Spirites inverteram a ordem dos primeiros apelidos, escrevendo L�on-Hippolyte, em vez de Hippolyte-L�on. Reportando-se � etimologia, conclui o nosso erudito patr�cio:

"Segundo creio, o nome Denizard deriva da velha express�o latina Dionysos Ardenae, designativa de Deus Dyonisio, da floresta de Ardenas. Dentro dessa imensa mata gaulesa que J�lio C�sar calculava em mais de 500 milhas, os Druidas celebravam as evoca��es festivas do Deus Nacional da G�1ia, denominado Te-Te-Te, Alt�ssimo, representado por um carvalho secular.

A sombra do carvalho divino os legion�rios romanos, ap�s a derrota de Vercingetorix, ergueram a est�tua do Deus Dionysius, tamb�m conhecido pelo nome de Bacchus, deus das selvas, das campinas, das uvas, dos trigais, amante da rusticidade e da liberdade. E, de conformidade com o costume dos conquistadores, inscreveram uma legenda latina ao p� do monumento. Sup�e-se que rezava assim: Dionysio R�stico Eleuthero, com a significa��o de Dionisio campestre em liberdade".

O povo deturpou os nomes:

"Dionysius sofreu a evolu��o simplificativa Dionysio-Dionys-Denls. Ardenae, latiniza��o de ard-nae, mata grande, simplificou-se em ard".

Com a introdu��o do Cristianismo, surgiram tr�s santos, Denis, R�stico e Eleut�rio.

Alan Kardec foi consagrado a Denis-Ard, evocativo do Protetor Espiritual da Fran�a. O primeiro nome apresentado ao Maire foi o de Denizard. Tal � o relato resumido do Dr. Canuto Abreu.

* * *

Os estudos de Kardec foram iniciados em Lyon, tendo-os completado em Iverdun, na Su��a, sob a dire��o do c�lebre e inesquec�vel Professor Pestalozzi. Os seus detratores, entre outros defeitos que lhe apontam, costumam apresent�-lo como ignorante, confiados que a cal�nia, ligeira brisa a princ�pio, como se diz no Barbeiro de Sevilha, converter-se-� em terr�vel vendaval. Ora, o Mestre teve uma s�lida instru��o, servida por uma robusta intelig�ncia. Ele conhecia o alem�o, o ingl�s, o italiano, o espanhol, o holand�s, sem falar na l�ngua materna, e tinha grande cultura cient�fica. � f�cil comprovar o nosso asserto, verificando-se a lista dos importantes trabalhos que publicou, tais como:

Plano para melhoramento da instru��o p�blica, que deu a lume em 1828.

Em 1829, o Curso pr�tico e te�rico de Aritm�tica.

Em 1831, a Gram�tica Francesa Cl�ssica.

Alguns anos mais tarde entregava � Livraria Acad�mica de Didier mais dois livros did�ticos de grande valor: Solu��es nacionais das quest�es e Problemas de Aritm�tica e Geometria. Manual dos Exames para os t�tulos de capacidade.

Em 1846, Programa dos cursos usuais de Qu�mica, F�sica, Astronomia e Fisiologia.

Em 1848, Catecismo gramatical da l�ngua francesa para os iniciantes do idioma.

E ainda: Ditados especiais sobre as dificuldades ortogr�ficas. Pontos para exames. Ditados normais dos exames da Municipalidade de Sorbonne. Alguns o apresentam como doutor em Medicina, e disto se aproveitou a cr�tica advers�ria para denegrir a mem�ria do Codificador, acoimando-o de embusteiro. Kardec nunca se fez passar por m�dico, sendo a sua profiss�o a de mestre-escola. O equivoco prov�m de que costumava curar os enfermos pelo hipnotismo e com aplica��es de passes magn�ticos. Bacharelou-se, entretanto, em Ci�ncias e Letras. Al�m da sua obra cient�fica e liter�ria, h� que acrescentar as da Codifica��o Esp�rita, que vinham abrir um caminho novo no campo da Filosofia. Assim � que ele publicou:


Em 18/04/1857 � O Livro dos Esp�ritos.

Em 1861 � O Livro dos M�diuns.

Em 1864 � O Evangelho segundo o Espiritismo.

Em 1865 � O C�u e Inferno ou a Justi�a Divina segundo o Espiritismo.

Em 1868 � A G�nese, os Milagres e as Predi��es segundo o Espiritismo.

Estas obras constituem o Pentateuco Esp�rita. A elas poderemos ainda acrescentar:

O que � o Espiritismo.

Introdu��o ao estudo da doutrina esp�rita.

Obras P�stumas.

Esta �ltima fora publicada quase 21 anos ap�s a desencarna��o do mestre. A Revue Spirite. Fundou, ainda, a Soci�t� Parisi�nne des Etudes Spirites. Kardec exerceu, por muito tempo, o professorado, sendo conhecido como Le Professeur Rivail.
O EDUCADOR Allan Kardec era o educador por excel�ncia. Al�m das obras que publicou, traduziu v�rias outras, algumas de fundo moral como Tel�maco, de F�nelon, que verteu para o alem�o, e comentou, o que lhe valeu os aplausos sinceros e calorosos de Pestalozzi.

O seu desprendimento por dinheiro, o seu desinteresse pelas coisas materiais, a sua dedica��o ao ensino e o seu amor ao bem levaram-no a dar aulas gratuitas. E assim, durante seis anos, na sua casa � rua de S�vres, ministrava ensinos de Qu�mica, F�sica, Anatomia, Astronomia e outras mat�rias.

Possuidor de um m�todo original, procurava usar de meios mnem�nicos, de forma a n�o cansar o estudante e faz�-lo aprender as li��es com facilidade e rapidez.

Levando mais al�m a frase de Flammarion, quando dizia que Kardec era o bom senso encarnado, Virg�lio Sobrinho (Allan Kardec educador e jornalista) escrevia:

"Conhecedor profundo da psique infantil, levava a escola aos mo�os n�o esperando que estes fossem procur�-la. Allan Kardec, realmente, era o senso pedag�gico em sua mais bela perfei��o. As obras legadas aos homens esclarecidos prestam-se a esta assertiva. Nenhum dos seus livros foge ao crivo do racioc�nio. Os volumes que deixou, como heran�a mais caras aos livres pensadores, constituem-se em, insigne escola, porque instruem e elevam o espirito �s acep��es da majestade divina. A l�gica do pensamento desenvolvida nos seus trabalhos. Por isto o conceito pedagogo americano � muito bem ajustado: "A �nica coisa que a escola pode e deve fazer � desenvolver a aptid�o para pensar". As palavras de Dewey ajustam-se muito bem � escola viva de Kardec. O pensamento, a investiga��o cientifica e a observa��o s�ria formam o laborat�rio mais perfeito para a reforma intima do homem. E Kardec logrou isto nos seus escritos".

O HOMEM E SEU CAR�TER Sobre Allan Kardec, como homem, e estudando o car�ter adamantino, merecem lidas as p�ginas de Crysanto de Brito, escritor que, � sua extraordin�ria mod�stia, ali uma grande compet�ncia. Assim escrevia ele no seu livro "Allan Kardec e o Espiritismo":

"H� duas fases na vida de Allan Kardec:�uma anterior � constitui��o do Espiritismo, mais material, conquanto superior na ordem moral, outra inteiramente espiritual, que, admitindo e aceitando a doutrina nascente, faz dela a preocupa��o constante do resto de sua vida."

Todas as qualidades morais, que concorrem para mar o homem de bem, foram logo desabrochando no jovem Hip�lite Rivail e constitu�ram sempre o fundo do seu car�ter.

"Quando apareceu depois o grande movimento esp�rita de que foi diretor, era j� um homem experimentado nas li da vida, contando j� mais de cinq�enta anos, mas sendo guiado por uma consci�ncia reta. O Espiritismo n�o lhe trazer a transforma��o s�bita do car�ter. N�o veio modific�-lo de chofre, dando-lhe imediatamente qualidades que possu�a. J� o encontrou formado. Apenas o lapidou. Era j� um esp�rito evolu�do, com um longo tiroc�nio de outras exist�ncias e de outras miss�es, perfeitamente aparelhado, por. tanto, para desempenhar a nova miss�o que trazia."

"Na vida a coragem nunca lhe faltou. Ele n�o desanimava nunca. A calma foi sempre uma das fei��es mais salientes do seu car�ter. Ficando logo arruinado, perdendo toda sua pequena fortuna no come�o da vida, sempre exercitou a caridade, e j� casado com a mulher que foi depois, incans�vel na propaganda de suas id�ias, ele consegue, por meio de um obstinado labor, readquiri-la quase toda no ensino, escrevendo ao mesmo tempo trabalhos did�ticos, fazendo tradu��es de obras estrangeiras, ou preparando a escritura��o de estabelecimentos comerciais."

"E, ainda assim, n�o lhe faltava a coragem para fazer benef�cios � mocidade pobre, abrindo cursos gratuitos de ci�ncias e l�nguas. Era essa mesma coragem que ele devia mostrar mais tarde, no momento tempestuoso da forma��o da Doutrina, recebendo sempre, com a maior serenidade, sem nunca revid�-los, os ataques mais veementes dos advers�rios, a injusti�a e as ingratid�es dos amigos. As cartas an�nimas, as trai��es, os insultos e a difama��o sistem�tica, lembra Leymarie, um seu �ntimo, no dia de seu passamento, perseguiam esse homem laborioso, esse g�nio benfazejo, e lhe abriam, moralmente, feridas incur�veis. Tudo, por�m, ele sabia perdoar."

"Nunca fugia �s discuss�es, ao contr�rio, as desejava sempre, n�o por esp�rito de combatividade, pelo gosto da pol�mica, mas para elucidar os assuntos. N�s queremos a luz, venha donde vier�dizia ele. Nunca procurava impor as suas opini�es. Discutia sempre lealmente e, naquilo que n�o constitu�a uma quest�o j� resolvida pelos Esp�ritos numa concord�ncia geral, os seus esclarecimentos eram mantidos como uma opini�o meramente individual, eram emitidos, apenas, como sua maneira de ver. E sempre estava disposto a renunci�-la desde que ficasse demonstrado que estava em erro. Todos os homens podem enganar-se, dizia uma vez a Jobard, mas, se h� grandeza em reconhecer os erros, h� sempre baixeza em perseverar numa opini�o que se repute falsa."

"Dessa aus�ncia de orgulho provinha necessariamente a toler�ncia. Assim como n�o pretendia impor suas opini�es a ningu�m, tamb�m respeitava a dos outros, inclusive as cren�as. Sempre ele praticou o que alegou depois em 1868:� 'A toler�ncia, sendo uma conseq��ncia da moral esp�rita, imp�e-nos o dever de respeitar todas as cren�as. N�o se atirando pedras em ningu�m, desaparece o pretexto das repres�lias, ficando os dissidentes com a responsabilidade de suas palavras e de seus atos. Se eu tiver raz�o os outros acabar�o por pensar como eu, se eu n�o tiver raz�o, acabarei por pensar como os outros'
.
"E essa toler�ncia, sendo um dos vest�gios de sua eleva��o moral, n�o era somente aplicada nos atos da vida p�blica mas tamb�m nos atos da vida privada."

"De um humor �s vezes alegre, era um causeur despreocupado, mas brilhante, tendo um talento especial, refere um seu bi�grafo, para distrair os amigos e convidados, que os tinha sempre em casa, dando algumas vezes, certo encanto �s reuni�es."

"Quem contempla hoje um retrato de Allan Kardec n�o pode ter a id�ia do que foi o seu car�ter, n�o pode imaginar que naquela figura vigorosa, de fisionomia austera, aparentando uma rigidez exagerada de sentimentos, pouco disposta a perdoar faltas, se escondia uma alma t�o boa, t�o simples, t�o generosa."

"O princ�pio, enfim, que constitui para o Espiritismo o fundamento de sua moral:�Fora da caridade n�o h� salva��o, pode-se garantir, foi sempre a sua bandeira.� 'Fa�o o bem quanto o permitem minhas condi��es', j� dizia ele num antigo documento encontrado entre seus pap�is, 'presto os servi�os que posso, nunca os pobres foram enxotados de minha casa, nem tratados com dureza, antes s�o acolhidos com benevol�ncia. Continuarei a fazer o bem que me for poss�vel, mesmo aos meus inimigos, porque o �dio n�o me cega, estender-lhes-ei sempre as m�os para os arrancar aos precip�cios, quando para isso se me oferecer ocasi�o".
Esta declara��o que o Autor n�o publicou, encontra-se, entretanto, nas Obras P�stumas, que, como se sabe, foram escritos seus, compilados e publicados depois de sua morte.

* * *

Para macular-lhe a reputa��o, corre, entre os advers�rios do Espiritismo, uma falsidade, a de que Kardec foi despejado por falta de pagamento. Esta contum�lia ser� devidamente esclarecida na Hist�ria que, sobre o Espiritismo e Allan Kardec, est� compilando o mais erudito dos nossos escritores em tal assunto. Devemos desde j� adiantar que a balela se originou por haver um s�cio seu, pouco ou mesmo nada escrupuloso, levado um estabelecimento � fal�ncia. Livre do s�cio pela dissolu��o da firma, Kardec pagou, do seu bolso, e integralmente, todas as d�vidas oriundas da velhacaria do outro. Mas, despejo nenhum.

 

 

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