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Relato de experiência:

DESAFIANDO E CONSTRUINDO NOVOS PARADIGMAS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Sheila de Fátima Mangoli

Ana Rute Sales²

Claudionara Pompermayer³

RESUMO

 

O presente trabalho exprime uma experiência inovadora na Educação de Adultos, realizada no NEAd (Núcleo de Educação de Adultos) vinculado a Universidade Federal de Viçosa. Coordenado pelo Departamento de Educação, destina-se à atender os servidores da Universidade, tendo como professores as graduandas de Pedagogia.

Coletivamente, professores e alunos organizaram uma feira do conhecimento que trata-se de uma experiência inovadora, pois rompe com o paradigma de que o aluno adulto não tem tempo e não se interessa pelas atividades extra-classe.

O objetivo da Feira orientou-se no sentido de alcançar a valorização do trabalho cotidiano do aluno, de desenvolvimento constante de uma prática educativa que estimule uma leitura crítica de mundo e aumento gradativo da auto-estima. A feira é um momento privilegiado para esses objetivos se concretizarem, pois constitui-se em um espaço de demonstração prática do conhecimento adquirido.

A feira do conhecimento, de maneira geral foi altamente positiva, programada para ser realizada no período noturno, viabilizou a participação dos chefes de setor, colegas de serviço e familiares, proporcionando um salto qualitativo nas aulas posteriores, pois os alunos sentiram-se mais valorizados e motivados por estarem demonstrando aspectos de sua vida profissional, relacionando-os ao saber escolar que estão construindo. Fato que aguçou a curiosidade e o empenho destes no delineamento de novas idéias que embora embrionárias, deverão ser desenvolvidas na próxima feira.

 

TEXTO

Considerando que o sujeito adulto quer resgatar na escola não somente um tempo de escolarização perdido no passado, mas um lugar onde encontre uma formação mais apropriada às questões que enfrenta em seu tempo atual de vida, a escola deve estar organizada de modo a proporcionar aos educandos essa formação.

Nesse sentido, desenvolveu-se uma experiência inovadora na Educação de Adultos, no NEAd (Núcleo de Educação de Adultos) vinculado a Universidade Federal de Viçosa. Coordenado pelo Departamento de Educação, destina-se à atender os servidores da Universidade, tendo como professores as graduandas de Pedagogia. Salienta-se que este núcleo difere positivamente de estabelecimentos similares, pois os alunos são dispensados duas horas por dia do trabalho para freqüentarem o núcleo, sem que isso implique em descontos salariais.

Coletivamente, professores e alunos organizaram uma feira do conhecimento que trata-se de uma experiência inovadora, pois rompe com o paradigma de que o aluno adulto não tem tempo e não se interessa pelas atividades extra-classe.

Avançando no transcurso da história, as feiras de ciência e do conhecimento (similar à convencional feira de ciências, porém mais abrangente) tem oportunizado a exibição de trabalhos que deixam plenos e orgulhosos seus autores. Segundo Moura (1995) a feira de ciências ressurge na década de 80 como possibilidade de resgate da escola lúdica e prazerosa, onde o processo de aprendizagem se realiza através do somatório de coisas simples do próprio cotidiano. Além disso, dimensiona interações sócioculturais, constitui-se espaço pedagógico do processo de aprendizagem por parte de professores e alunos. Para estes representa um impulso em seu desenvolvimento social, cognitivas , afetivas e psicológicas.

Numa feira de ciências ou do conhecimento, voltada para a educação de adultos torna-se possível proporcionar aos educandos uma maneira mais prática de vivenciar os conteúdos escolares, propiciando-lhes a utilização e aplicação destes na explicação e compreensão de questões de sua atualidade. Além de tornar este espaço um lugar de troca de experiência e enriquecimento mútuo de todos os participantes, como também espaço de prazer e lazer.

A prática pedagógica desenvolvida no NEAd, e consequentemente a feira, tem como suporte teórico os trabalhos de Paulo Freire e Celéstin Freinet. De acordo com esses teóricos, uma proposta de educação para adultos, deve levar em consideração o acervo cultural que estes possuem, pois o aluno adulto retém na memória com mais facilidade, o que pode ser relacionado com sua realidade. Isso deve ao fato de seu pensamento ser mais concreto que abstrato.

O objetivo da Feira orientou-se no sentido de alcançar a valorização do trabalho cotidiano do aluno, de desenvolvimento constante de uma prática educativa que estimule uma leitura crítica de mundo e aumento gradativo da auto-estima. A feira é um momento privilegiado para esses objetivos se concretizarem, pois constitui-se em um espaço de demonstração prática do conhecimento adquirido.

A partir de discussões foram definidos os temas. Ressalta-se a articulação destes com a profissão dos alunos. Durante três meses, dois dias por semana ficaram reservados à estudos que embasaram a elaboração e desenvolvimento de cada trabalho.

A dedicação das turmas nesse processo superaram as expectativas iniciais quando foram consideradas as limitações de tempo que enfrentariam. Essa situação não constituiu-se problema, pois além do tempo designado durante as aulas, à confecção do material a ser exposto e a preparação da apresentação oral, os alunos destinavam parte de seu horário de descanso, após o expediente, à esse fim.

A feira do conhecimento, de maneira geral foi altamente positiva. Programada para ser realizada no período noturno, viabilizou a participação dos chefes de setor, colegas de serviço e familiares, proporcionando um salto qualitativo nas aulas posteriores, pois os alunos sentiram-se mais valorizados e motivados por estarem demonstrando aspectos de sua vida profissional, relacionando-os ao saber escolar que estão construindo. Fato que aguçou a curiosidade e o empenho destes no delineamento de novas idéias que embora embrionárias, deverão ser desenvolvidas na próxima feira.

Uma proposta cooperativa que se propõe levar em consideração o desenvolvimento pleno do aluno adulto e sua bagagem cultural, em sua amplitude, pressupõe formas e instrumentos diferenciados de avaliação. Dessa forma, nem só o produto final, alcançado no dia da feira, mas todo o processo precisa ser considerado. Os objetivos da feira foram amplamente contemplados na perspectiva de formação do aluno crítico. Além do cotidiano profissional dos alunos serem valorizados durante a elaboração e apresentação da feira, reforçando a auto-estima, as discussões precedentes orientaram-se no sentido desses serem capazes de ler, interpretar e posicionar-se criticamente frente à sua realidade. E finalmente propiciou-se uma compreensão e apreensão do processo científico de sistematização do conhecimento.

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Educação Básica para Jovens e Adultos: algumas orientações para a organização escolar em 1998. Belo Horizonte, 1998.

MARCELINO, Nelson Carvalho. Pedagogia da animação. Campinas :Papirus, 1990.

MOURA, D. G. As feiras de ciências nos novos tempos. Cadernos de ação cultural e educativa n°3, p.22-26, SSE-MG, 1996.

 

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