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Ficha de Inscrição: Educação e o novo Milênio

Nome: Lacy de Aguilar Mello

Data de Nascimento: 07/02/1968

Identidade: MG 12.712.161

Endereço Completo: Condomínio Novo, casa 3 – Violeira – Caixa Postal 128 - Viçosa – MG - CEP: 36570-000

Telefone: (31) 9125-9061

Email: [email protected]

Instituição: Universidade Federal de Viçosa - UFV

Vínculo com a Instituição: Estudante de Graduação(bolsista PIBIC/CNPq)

Observação:

Seguem dois trabalhos para apresentação sob a forma de comunicação. Segue, ainda, cópia do comprovante de pagamento de inscrição.

Trabalho I: "O Uso da Literatura no Processo de Formação Afetiva e Social do Aluno sob as Perspectivas Antroposófica Tradicional e Construtivista". Autoria: Lacy de Aguilar Mello e Maria Alba Pereira de Deus(Orientadora Dep. Educação);

Trabalho II: "A Literatura no Processo de Formação do Aluno da Escola Fundamental: Perspectivas Antroposófica e Construtivista". Autoria: Lacy de Aguilar Mello, Maria Alba Pereira de Deus(Orientadora Dep. Educação) Elis Cláudia Miguel, Rosany Portugal e Maria Cristina Pimentel Campos(Orientadora Dep. Letras)

 

O Uso da Literatura no Processo de Formação Afetiva e Social do Aluno sob as Perpectivas Pedagógicas Antroposófica, Tradicional e Construtivista.

 

Lacy de Aguilar Mello (Graduanda Pedagogia - UFV)

Maria Alba Pereira de Deus (Or. Departamento de Educação – UFV)

 

Este resumo pretende apresentar os resultados da pesquisa intitulada "O Ensino de Literatura como Elemento de Formação Ética, Jurídica e Social do Aluno: da Educação Escolar Básica à Universidade — Abordagens Pedagógicas" que teve como objetivo estabelecer as implicações e aplicações pedagógicas do uso da literatura como elemento auxiliar na formação social e afetiva do indivíduo, em três escolas que apresentam tendências pedagógicas distintas.

Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo da realidade, optou-se por sua realização através de observações livres e sistematizadas, realização de entrevistas semi estruturadas, e conversas informais, com os profissionais das escolas e aplicação de questionários interativos junto aos alunos, além da pesquisa bibliográfica . Buscou-se, na análise dos dados observados, dar maior ênfase aos aspectos que apresentassem real significado aos sujeitos da pesquisa.

Ao confrontarmos as diferentes abordagens enfocadas verificamos que independente de suas particularidades e diferenças, todas se apresentam como fornecedoras de rico material teórico e metodológico para a construção do trabalho educativo no sentido de se trilhar novos caminhos, seguros e concretos, na busca da formação integra, completa, harmoniosa e que contribua para a inserção e integração social, afetiva e cultural de nossos educandos.

 

(Resumo para apresentação sob a forma de comunicação)

Fonte de financiamento: PIBIC/CNPq – Universidade Federal de Viçosa

A Literatura no Processo de Formação do Aluno da Escola Fundamental: Perspectivas Antroposófica e Construtivista.

 

Lacy de Aguilar Mello

Maria Alba Pereira de Deus MS

Elis Claudia Miguel

Rosany Portugal

Maria Cristina Pimentel Campos DS

 

O presente resumo vem apresentar os resultados parciais alcançados com a pesquisa cujo objetivo maior é identificar os procedimentos metodológicos que efetivam o uso da Literatura como prática pedagógica em duas escolas, uma construtivista e uma antroposófica, averiguando a coerência na utilização da literatura como instrumental para um ensino interdisciplinar.

Para se alcançar esses objetivos, foi iniciado o trabalho de campo, por meio de entrevistas, observações informais e sistematizadas e um trabalho de questionamento junto aos alunos. Pôde-se, a partir desses procedimentos, alcançar algumas informações preliminares que destacam a existência de procedimentos metodológicos que efetivam a utilização da literatura como prática pedagógica, em ambas as escolas, no entanto, com objetivos distintos.

O objetivo maior da escola construtivista é o uso interdisciplinar da literatura para fixação e aprofundamento de conteúdos curriculares, procurando-se desenvolver o hábito e o prazer da leitura aliado ao desenvolvimento do educando no espaço escolar. Enquanto na escola Antroposófica, os objetivos de seu uso vão além do repasse de conteúdos e se ampliam não somente no sentido de uma educação interdisciplinar como também no sentido de se alcançar a formação integral do aluno.

Podemos destacar, como resultados parciais, que tanto os pressupostos quanto as práticas metodológicas, para o uso da Literatura, de ambas as escolas, apresentam-na como potencial elemento auxiliar no processo de formação e integração social, afetiva e cultural de seus educandos.

Resumo para apresentação sob a forma de comunicação

Fonte de financiamento: PIBIC/CNPq – Universidade Federal de Viçosa

 

 

A Literatura no Processo de Formação do Aluno da escola Fundamental Perspectivas Antroposófica e Construtivista

 

Lacy de Aguilar Mello

Maria Alba Pereira de Deus (MS)

Elis Cláudia Miguel

Rosany Portugal

Maria Cristina Pimentel Campos (DS)

 

Apresentação

O presente resumo visa a apresentar os resultados, parciais, alcançados com a pesquisa intitulada: A Literatura como Elemento de Formação do Aluno da Escola Fundamental: Perspectivas Antroposófica e Construtivista, (em realização pela equipe acima citada). Este trabalho objetiva investigar como estas abordagens educacionais se utilizam da Literatura durante o processo de formação do aluno na escola de nível fundamental. De cunho exploratório, a pesquisa pretende identificar, num universo de duas diferentes escolas que adotam essas abordagens, a forma como utilizam a Literatura no processo de formação de seus alunos, verificando seus objetivos e empregos em relação aos diferentes conteúdos programáticos.

 

Procedimentos Metodológicos

Por ser uma pesquisa de orientação qualitativa, as metodologias utilizadas na pesquisa de campo, envolvem: a prática de observação (livre e/ou sistematizada) das atividades envolvendo o uso da Literatura, o trabalho com entrevistas semi-estruturadas com os profissionais das escolas e a utilização de questionários interativos junto aos alunos.

Pretende-se dar um tratamento descritivo às informações através da análise qualitativa dos dados coletados, tendo como ponto de partida sua importância e sua relevância para os sujeitos da pesquisa. Pretende-se, ainda, dar um tratamento estatístico, utilizando-se amostragens simples, a alguns dados, afim de se identificar aspectos que possam ser tomados como referência/padrão para possíveis generalizações.

Introdução

O que aqui se pretende demonstrar é como as referidas teorias pedagógicas orientam o trabalho das escolas, envolvidas na pesquisa, para a utilização da Literatura enquanto instrumento de formação de seus alunos. No entanto, por estarem ainda em processamento, os dados referentes à escola Waldorf não serão aqui apresentados, nos restringiremos, então, aos resultados alcançados com a escola Construtivista.

 

A Importância da Literatura na Formação do Indivíduo

A Literatura assume, hoje, um papel de fundamental importância na formação da criança e do adolescente. É essencial, portanto, cultivar seu uso na escola objetivando colaborar no desenvolvimento cognitivo e social da criança. Essa atitude além de seu efeito pedagógico, contribui para manter viva uma arte que não tem idade, preço ou proprietário particular, uma vez que é patrimônio da humanidade.

A Literatura é uma Arte para todos e de todos, sem distinção de raça, credo ou situação social. Sua carga de valores simbólicos e arquetípicos permitem que se alcance, a uma só vez, todas as representações de cooperação, solidariedade, modos de conduta, valores morais e éticos, culturais e sociais, aceitas universalmente.

A utilização da Literatura como meio de aprendizagem e de apreensão de experiências, além de proporcionar ao aluno a oportunidade de vivenciar, mesmo que abstratamente, experiências que ele não poderia sequer imaginar viver, oportuniza-o apropriar-se do sentido ético, moral, de valores e de auteridade que são subjacentes às estórias e que lhes dão sentido, fornecendo ao indivíduo a oportunidade de perceber e vivenciar os aspectos morais relacionados à natureza humana, apresentando-lhe exemplos de comportamento que lhe servirão como referencial na construção de sua personalidade, dando-lhe material para análise e reflexão que lhe será útil na renovação, correção ou melhoramento de suas atitudes e posturas frente a vida e à sociedade.

Como nos afirma Bruno Bettelheim:

"Esta é exatamente a mensagem que os contos de fada (e a literatura de um modo geral) transmitem à criança de forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínseca da existência humana - mas que se a pessoa não se intimida mas se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas, ela dominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa."

A característica de agente do conhecimento, própria da Literatura, uma vez que proporciona, muitas vezes, o questionamento da realidade e dos valores que se configuram como características culturais de determinadas sociedades, acaba por lhe conferir um papel importantíssimo na tarefa educativa, qual seja o de auxiliar no "alargamento dos horizontes cognitivos do leitor, o que justifica e demanda seu consumo escolar", como bem nos afirma Regina Zilbermann..

É nesse sentido que consideramos a Literatura como parte essencial da formação do aluno. A Literatura, como fonte de conhecimento, deve ser encarada como elemento auxiliar potencial nos que diz respeito aos aspectos de formação de caráter, educação formal e informal, maturidade e desenvolvimento social do indivíduo.

 

O Enfoque Construtivista

A escola Construtivista, que possui como embasamento os pressupostos de Piaget, Vygotsky e Ferreiro, apresenta um trabalho que se pauta pela perspectiva interacionista, onde a relação homem-mundo é a base de construção do conhecimento.

De acordo com esta abordagem, o conhecimento é uma construção contínua e essencialmente ativa, na qual o mundo, durante o processo de aprendizagem, é constantemente reinventado, recriado, pela criança.

Por seu caráter de formadora, informadora e de preparadora de seus alunos para o convívio social, enfim, para a vida em sociedade, a abordagem construtivista considera que o trabalho educativo deve ser pautado em uma proposta que considera o respeito à multiplicidade e à diversidade tanto cultural quanto de interpretação, uma linha mestra e norteadora de suas atividades. A escola, portanto, deve favorecer a socialização estabelecendo em seu interior relações de cooperação e reciprocidade, condições essas necessárias ao desenvolvimento, do indivíduo, na sociedade na qual se encontra inserido.

Assim sendo, tendo a estimulação adequada, em um ambiente apropriado, a criança irá a seu tempo, adquirindo os hábitos, atitudes, valores e tipos de raciocínio que nortearão o desenvolvimento de sua personalidade, no que se compreende como uma das formas de estruturação básica de seu caráter.

De acordo com RIZZO:

"Todos os mecanismos de defesa do eu, suas formas de adaptação, ajustamento, linguagens e suas formas de reação frente a dificuldades, problemas e contrariedades se estabelecem e fixam padrões de comportamentos característicos e próprios de cada indivíduo"

Podemos, então, dizer que é a partir do momento em que se inicia a escolarização que se consolidam as bases do desenvolvimento do indivíduo enquanto "ser social". Deste modo, o homem é concebido como um ser de ação que tem a capacidade de dominar o meio e transformá-lo, no entanto, ao transformá-lo, acaba por modificar a si mesmo, num processo ininterrupto de reestruturação de si e do meio.

Nesse sentido, a relação homem-mundo é trabalhada, pela escola construtivista, de forma a levar o aluno a compreender seu papel social e de agente no processo de constante construção e reconstrução da sociedade.

Segundo Vygotsky, a socialização é uma conseqüência da interação do homem com o meio, sempre mediada pela linguagem. Segundo seus pressupostos, o conhecimento é construído socialmente e a linguagem é o principal instrumento de intermediação.

Estudiosos contemporâneos como Emília Ferreiro, consideram que toda situação de socialização é um processo e, como tal, deve ser vista como boa e útil. Assim sendo, esse processo deve ser trabalhado a partir de situações que colaborem para a socialização da criança como jogos, trabalhos em grupo, discussões, rodas de leituras, dramatizações, exposições entre outras atividades que contribuam para a integração entre a criança e o grupo no qual ela está inserida. É um trabalho que implica no desenvolvimento de relações de reciprocidade e de cooperação que contribuirão para a formação ética e de valores em seus alunos.

Dessa forma, por meio de situações desafiadoras ele, o aluno, será levado a potencializar suas capacidades de análise, argumentação, experimentação e observação, exercitando-lhe a inteligência e a capacidade construtiva, encontrando-se apto, ao término de seu processo de escolarização, a interagir com o mundo de modo a entender essa relação e respeitá-la, ou até a modificá-la, se acaso se faça necessário.

É imprescindível que haja confiança nas possibilidades das crianças se desenvolverem e que suas manifestações sejam valorizadas. O que significa dizer que é necessário que se respeite a crianças como seres que desabrocham, promovendo situações para que se efetive seu desenvolvimento cognitivo e afetivo, para que sejam, assim, melhor preparadas para o convívio social.

 

Apresentação e análise de resultados

Os resultados alcançados até o presente momento, apontam para a confirmação das hipóteses que sustentam esta pesquisa, uma vez que pode-se verificar a existência de métodos, práticas e objetivos para a utilização da Literatura. A partir da observação das atividades bem como das entrevistas com os profissionais da instituição, alcançamos dados de relevância para o entendimento das questões práticas relacionadas ao uso da Literatura.

A escola tem como base metodológica de trabalho, a Pedagogia de Projetos.

Apoiando-se nos pressupostos da Pedagogia Ativa, a escola busca realizar um trabalho onde a educação deixa de ser uma preparação para a vida futura e passe a ser um processo de vida, sendo que a escola deve representar a vida presente e, ao mesmo tempo, ser o agente propulsor desse processo. O que justifica-se na afirmação de John Dewey que diz: "Educação é um processo de vida e não preparação para a vida futura e a escola deve representar a vida presente – tão real e vital para o aluno como a que ele vive em casa, no bairro ou no pátio".

A opção pela pedagogia de projetos, nasceu da necessidade, sentida pela Coordenação Pedagógica juntamente com o Conselho Pedagógico da escola, de se dar um novo significado ao espaço escolar. "Era preciso que o ambiente escolar fosse propício à interação necessária entre os alunos e o conhecimento, tendo como ponto de partida o real e suas múltiplas dimensões"(Marilange Santanna, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e dos dois primeiros ciclos da Educação Fundamental).

Na pedagogia de projetos, o processo de ensino-aprendizagem ganha nova dimensão, ensinar deixa de ser o simples repasse de conteúdos e a aprendizagem passa a ser o resultado da interação entre os aspectos cognitivo, afetivo e social do aluno. Afinal a formação dos alunos é, necessariamente, um processo de caráter global que vai além da atividade intelectual ou do desenvolvimento exclusivamente cognitivo e ganha nuances de vivência.

Pôde-se perceber do contato com os professores a intenção de utilização de obras literárias tendo como perspectiva os pressupostos cognitivistas, oportunizando às crianças, o acesso a situações ricas e complexas, visando a promover-lhes o desenvolvimento cultural e a ampliação do conhecimento e da criatividade na resolução de problemas, a partir das situações que elas têm a oportunidade de experienciar através da Literatura.

Para os profissionais desta escola, presença do livro deve estar sempre associada à noção, idéia e sentido de prazer. Seu trabalho, refletido nas metodologias utilizadas, é permeado pela idéia de que Literatura é arte, e, como tal, deve ser plena de liberdade.

De acordo com a postura da escola, não há, na utilização da Literatura, espaço para a linguagem autoritária. Não há comprometimento com aspectos morais ou pedagogizantes. Desta forma, os professores procuram oferecer a seus alunos a aproximação com os mais variados tipos de textos literários, desde gibis a artigos de jornais, passando por obras de autores clássicos, de autores modernos, enfim, o acesso a toda uma gama de variedades de obras literárias. O que importa, necessariamente, é que às crianças seja permitido o acesso a textos que lhes ofereçam a oportunidade de pensar e de admitir outras formas de visão de mundo, que não as suas próprias; e, o mais importante, a possibilidade de admitir diferentes tipos de respostas às indagações e questões suscitadas pela leitura ou tratadas durante o transcorrer dos episódios ou fatos tratados nos textos.

A Literatura, nesta escola, é tida como coadjuvante na prática de ensino-aprendizagem. Sua utilização, porém, não se atém a aspectos pedagógicos. Não há, inclusive, uma ‘receita’ para a prática da Literatura. Seu uso vai depender da criatividade e do conhecimento que o professor possui sobre o texto e sobre os grupos de alunos, seus interesses e as necessidades dos indivíduos com os quais trabalha.

O professor deve conhecer a sua realidade, a de seus alunos e a importância da Literatura para um melhor desenvolvimento do grupo e, a partir daí, buscar um melhor aproveitamento dos meios de que dispõe para estimular a sensibilidade Literária de seus alunos e alcançar os objetivos almejados quando da escolha das obras a serem trabalhadas.

Pudemos observar, ainda, que as professoras têm na Literatura um forte elemento coadjuvante no processo de ensino-aprendizagem, haja vistas as inúmeras atividades realizadas na escola envolvendo o uso direto ou indireto da Literatura.

Dentre as atividades julgamos pertinente destacar algumas realizadas pela dinamizadora da biblioteca e incentivadora de leitura, nas aulas de Literatura, realizadas na biblioteca da escola:

trabalho cotidiano: é um trabalho semanal realizado pela incentivadora de leitura que engloba: o "marketing" dos livros, onde ela faz uma verdadeira propaganda das obras; leituras e releituras de letras de músicas, poesias para discussões em grupo; discussões dos conteúdos dos livros lidos pelos alunos; brincadeiras que facilitam o feedback; trabalho com teorias literárias e análises de algumas obras;

seminários: este é um trabalho que demanda um tempo maior de duração e um maior envolvimentos dos alunos. Os livros são selecionados em comum acordo entre professor, alunos, orientador e incentivador de leitura que é também o responsável, junto aos alunos, pelos seminários. É um trabalho que normalmente vai além das fronteiras da obra, extrapola seus limites e amplia o universo de leitura do aluno, exigindo uma extra-leitura do mundo enfocado na obra e suas características e, também, do mundo real do autor, que é de onde ele retira o substrato para sua obra;

momento da estória: este trabalho acontece em dois momentos distintos: um deles é realizado em sala de aula com a professora de classe e um outro na biblioteca com a incentivadora de leituras. De um modo geral, esta atividade se configura como um momento de apreciação literária. É um momento onde se contam estórias, textos são analisados e discutidos, utiliza-se alguma atividade lúdica como uma brincadeira ou dramatização, enfim, é um momento onde são trabalhadas as emoções e os aprendizados que se pode alcançar através da Literatura.

Nas palavras de Therezinha Casasanta, "a função da literatura, é, antes de mais nada, recrear, desenvolver a imaginação, a crítica e a reflexão".

De um modo geral, os objetivos ao se utilizar da Literatura como instrumental no processo de ensino-aprendizagem são os mais variados, sendo que os mais comuns são: desenvolver o hábito e o gosto pela leitura; auxiliar interdisciplinarmente na aprendizagem dos diferentes conteúdos curriculares; servir como fonte de conhecimento e de informações, e, ser fonte de prazer e de entretenimento para seus alunos.

Na seleção dos livros a serem utilizados, os professores buscam contemplar a maior diversidade de títulos possível. A multiplicidade de temáticas é importante para que se alcance os objetivos acima citados. Os temas podem girar em torno de crianças, animaizinhos, lendas folclóricas, histórias reais ou de faz-de-conta. A escolha das temáticas e dos títulos ocorrerá em função das necessidades e interesses dos grupos, levando em consideração aspectos subjacentes à obra (como autonomia, amizade, aceitação das mudanças físicas, preservação da natureza, crítica aos valores sociais, crítica à delimitação dos papéis masculino e feminino, questões de ajustamento), que se fizerem pertinentes ao desenvolvimento dos grupos ou de indivíduos.

A Literatura, de um modo geral, vem sendo trabalhada sem a preocupação de moralizar a criança, seu objetivo é, antes, o de abrir-lhe a razão a partir dos sentimentos, ajudar-lhe a levantar indagações, não trazer-lhe respostas prontas e, por fim, ajudar-lhe a compreender a vida e situar-se diante dela.

 

Conclusão

Durante muitos anos a utilização da literatura nas escolas se limitou ao pragmatismo pedagógico, servindo como meio de controle do desenvolvimento intelectual da criança e de manipulação de suas emoções. Hoje o que se busca é um trabalho crescente de conscientização do fato de que a criança, possibilitada pela literatura, tem na escola um espaço para refletir sobre sua condição social e, até, buscar desenvolver condições de superação dessa condição.

Sendo a escola, por sua vez, o espaço privilegiado de formação do indivíduo para o convívio social, é necessário que em seu planejamento, seja providenciado um levantamento de estratégias metodológicas que auxiliem ao professor no desenvolvimento de um trabalho que tenha como objetivo final a formação de leitores compromissados com o entendimento do mundo sob os aspectos ideológico, afetivo e cultural.

É necessário que se desenvolva um trabalho coordenado que se inicie com o levantamento de estratégias, tendo como base a caracterização de metodologias apropriadas à sua consecução, passando pelo reconhecimento e adequação, se necessário, da postura pedagógica do professor frente à leitura e à importância da literatura no processo de formação de seus alunos.

Tanto a escola quanto a Literatura possuem a função de sintetizar a realidade. A Literatura falando do mundo da criança, apresentando suas dificuldades e as possíveis soluções para elas, e, a escola transformando a realidade em disciplinas de forma a transmitir sinteticamente às crianças as informações necessárias à sua inserção no convívio social. No entanto, apesar de a função de sintetizadora da realidade ser uma prerrogativa comum às duas instituições - Literatura e Escola - ambas acabam por se distanciarem em termos de objetivos. Enquanto a escola consegue com sua compartimentalização do conhecimento, afastar o aluno do convívio social, isolando-o em uma sala de aula, a literatura por sua vez permite que este extrapole os limites do ambiente em que se encontra e o prepara para enfrentar e derrubar as barreiras que o separam da coletividade, exercendo um papel ativo nesse processo de transferencia que se torna possível quando se tem acesso a uma Literatura que vai além do esperado e proporciona um prazer libertário.

Faz-se necessária, então, uma ruptura nessa determinação social imposta à escola que a distancia da Literatura para que ambas se unam em torno de um objetivo comum, qual seja, o de proporcionar ao indivíduo a possibilidade de enxergar criticamente seu mundo social e afetivo de forma a poder, por si só, se necessário for, aceitá-lo ou refutá-lo, criando, autonomamente, condições de superação ou de conformismo frente sua própria realidade.

A tarefa da escola deve ir além do simplesmente ensinar a criança a ler corretamente, outrossim, deve permitir que a criança tenha acesso e domine os códigos que permitem a dinâmica da leitura e a apropriação não só das informações e mensagens exteriorizadas, como também daquelas que se encontram inseridas de forma subliminar nos textos. Desta forma seu trabalho será coroado com o privilégio de se saber contribuinte para o processo de formação de leitores críticos e conscientes. Leitores abertos à interação ativa com o meio social e, ao mesmo tempo, iniciados na difícil tarefa de assumir uma postura inquiridora frente o mundo e frente a si mesmo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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