Identificação:
Cássia Gontijo de Araújo – Graduanda em Pedagogia/UFV
Inscrevo este trabalho na categoria de comunicações, visto que
este é parte de uma pesquisa que desenvolvo, financiada pelo PIBIC/CNPq,
na Universidade Federal de Viçosa.
Endereço:
Alojamento feminino, 106
Campus – UFV
Tel.: 31- 899-2056
E-mail:
[email protected] ; [email protected]
"A SALA DE AULA E A ORALIDADE: A ÓTICA DOS
ALUNOS DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS (NEAd) DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA.
(ARAÚJO, Cássia Gontijo de. Bolsista
PIBIC/CNPq - Departamento de Educação - UFV; DIAS, Leci
Soares de Moura e. Professora do Departamento de Educação - UFV)
INTRODUÇÃO
Sala de aula: espaço em que se faz possível
inúmeras descobertas. E mais: espaço para o diálogo - constante -
com os que habitam a sala de aula e com os que a investigam. Diálogo
com aqueles que vêem a sala de aula enquanto espaço para o
desenvolvimento da oralidade, espaço em que adultos dele se apoderam
e o consideram como também deles. Espaço em que eles - adultos -,
enquanto alunos, têm, como parceiros, o professor(FAZENDA, 1994).
Nesta vertente, a sala de aula não é domínio
exclusivo do professor e nem do aluno. Para se trabalhar a oralidade,
não podemos pensar em opostos, mas em confluências, que transformam
o espaço de sala de aula num território dos alunos e do professor.
UM OLHAR SOBRE A LITERATURA...
Sabemos que os Parâmetros Curriculares Nacionais,
no que se refere ao Ensino Fundamental(1997), apontam como objetivos,
dentre outros, que os alunos sejam capazes de se posicionar de forma
crítica, nas diversas situações do cotidiano, utilizando-se do
diálogo. E em se pensando em diálogo, pensamos em fala, na
possibilidade de as pessoas se utilizarem da oralidade para expressar
seus desejos, suas angústias, suas possibilidades e seus limites.
Enfim, de comunicar.
Partindo do pressuposto de que a língua portuguesa
é o veículo de todas as ciências, um de seus objetivos gerais para
o ensino fundamental é
"Expandir o uso da linguagem em instâncias
privadas e utilizá-la com eficácia em instâncias públicas,
sabendo assumir a palavra e produzir textos - tanto orais como
escritos - coerentes, coesos, adequados a seus destinatários, aos
objetivos a que se propõem e aos assuntos
tratados."(Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997: 41 )
A oralidade, a comunicação se mostram presentes,
apontando-nos para fatos que fizeram e que ainda hoje fazem com que os
alunos, nas diferentes séries do ensino, calem-se, colocando à
mostra o produto da pedagogia da transferência, tornando a sala de
aula espaço unicamente do professor (FREIRE e SHOR, 1986). Em
espaços como estes, o que o silêncio comprova é que o diálogo
fracassou. Se o diálogo fracassou, com certeza a "verdade"
será comprometida, pois ela não foi fruto da soma de verdades
individuais, que foram compartilhadas para serem somadas, resultando
na verdade coletiva (GADOTTI, 1985; DIAS, 1991; FAZENDA, 1979, 1994).
Se buscarmos pela memória, conseguiremos fazer
recortes que nos permitirão visualizar situações em que o silêncio
se apresentou em sala de aula, em diferenciados momentos.
Embasando-nos em FREITAS (1991), verificamos como
se produz a ignorância na escola. Esta percepção foi possível por
meio de uma análise crítica do ensino de língua escrita na sala de
aula. Pelas incursões no texto, foi possível verificar que o uso da
palavra era controlado pelo professor, visando manter a disciplina em
sala da aula. Para muitos professores de ontem e de hoje, disciplina
era e ainda é considerada sinônimo de silêncio.
Não só em salas de aula do ensino fundamental,
mas também do ensino superior o silêncio se apresenta
quotidianamente, sob diferenciadas formas, ora utilizado pelo
professor, ora utilizado pelo aluno. SÃO JOSÉ (1992), observando
salas de aula do ensino superior, verificou que também nelas o
silêncio se apresenta, enquanto mecanismo utilizado pelos alunos para
se resguardarem de penalizações em momentos de avaliação, por
parte dos professores, e ridicularizações, por parte de professores
e colegas, em momentos de oralidade. Esses alunos certamente habitaram
salas de aula onde professores e alunos não se conscientizaram da
necessidade de ouvir o outro, de respeitá-lo e valorizar tudo o que
ele tem a dizer, acreditando que toda pergunta precisa ser ouvida,
considerada, respondida (FREIRE e SHOR, 1986). Esses alunos certamente
habitaram salas de aula em que era proibido duvidar como se tudo
estivesse pronto e acabado, nada mais restasse a ser construído
naquele espaço (SÃO JOSÉ, 1993).Ainda, habitaram salas de aula em
que o professor se esqueceu de ser parceiro, inibindo a expressão dos
alunos (FAZENDA, 1994).
Estas colocações vão ao encontro de ABRAMOVICH
(1985), ao dizer que o professor deve construir o conhecimento com os
alunos em sala da aula, para que possam resolver problemas de
dia-a-dia, e não simplesmente repetir o que já foi dito.
E em se tratando de adultos, eles já têm uma
larga experiência de vida., o que acentua a necessidade de os
conteúdos trabalhados estarem diretamente ligados à realidade deles,
permitindo-lhes responder às questões que são produzidas a partir
desta realidade, na forma de ser e estar no mundo(PINTO, 1994). Para
tanto, o trabalho em sala de aula deverá ser realizado no sentido de
os alunos não deixarem de lado suas interrogações, suas idéias.
Estas podem ser refutadas ou não, e trabalhadas voltadas para a
realidade, de forma que lhes sejam dados diferenciados e novos
significados, conforme interesses, necessidades e expectativas de cada
um dos alunos (DURANTE, 1998).
Como pode-se perceber, a oralidade, colocar-se
diante do outro, tem sido problema para muitos de nossos alunos, em
diferenciados níveis de ensino, por variadas razões.
O diálogo faz parte de nossas vidas, pois a todo
momento estamos nos relacionando com nossos semelhantes, precisamos do
contato com o outro. Nascemos nos comunicando, pelo choro. Pouco a
pouco vamos aprendendo a falar, o que é feito em casa, com nossos
pais, irmãos e familiares. Ao entrarmos na escola, já estamos
falando. No entanto, muitos de nós, na escola nos silenciamos: não
por opção, mas por imposição. Outros, silenciam-se pelo medo de
serem criticados, perdendo a confiança em si próprios. Por estes
pontos, percebemos a importância da sala da aula e do trabalho
desenvolvido naquele espaço para o desenvolvimento da oralidade.
CAMINHOS PERCORRIDOS...
O que pretendemos conhecer, nós bem o sabemos.
Para tanto, traçamos caminhos. Não ao acaso, mas trilhados
conscientemente, movidos pela razão de quem tem objetivos - sabe o
que quer, para que quer e como fazer para alcançá-los.
Neste caminho, o inesperado pode acontecer.
Inesperado, não no sentido do que não pode ser entendido, mas no de
sermos surpreendidos... com um novo conhecimento.
O conhecimento obtido por nós até então, se nos
revelou como coletivo, porque advindo do movimento estabelecido por
alunos, monitoras e pesquisadoras no NEAd.
Segundo VIEIRA (1996: 57-58)
"A Universidade Federal de Viçosa é
considerada no âmbito nacional e internacional uma das
instituições de maior destaque no ensino e na pesquisa de
Ciências Agrárias, tendo entre seus professores mestres e doutores
com reconhecida capacidade técnica. No entanto, esta mesma
Instituição tem, entre seus servidores, indivíduos que não
concluíram ou nem tiveram acesso à educação básica, sendo de
certa forma excluídos do processo social. É em função dessa
realidade que a Universidade Federal de Viçosa mantém o Núcleo de
Educação de Adultos, juntamente com o Departamento de Educação.
A trajetória desse Núcleo nos faz remontar a 1987, quando, como
resultado de uma reivindicação sindical (iniciada em 1985) e do
esforço do Departamento de Educação, ele foi criado. Desde então
o Núcleo tem trabalhado para resgatar uma vida social, qualificando
os servidores da Universidade e oferecendo-lhes a escolarização
necessária a sua inserção no contexto social, de forma crítica e
participativa. O Núcleo de Educação de Jovens e Adultos também
é uma oportunidade para os alunos da licenciatura exercitarem uma
prática pedagógica, pois desde sua criação tem possibilitado a
investigação de propostas, métodos, técnicas de ensino e do
processo de aprendizagem na área de educação."
Aqui, a palavra movimento por si só coloca em
evidência o processo. Este, na pesquisa proposta, está se revelando,
tão importante quanto o produto a ser construído.
Refletimos sobre o que fazemos e nos damos conta de
que o caminho traçado por nós é realmente "o caminho"
percorrido por aqueles que fazem pesquisa, numa abordagem qualitativa.
E nós nos interrogamos: por que qualitativa? O que
nos sinaliza que esta pesquisa o é? Interrogamo-nos e apresentamos
inúmeras respostas, tão variadas quanto possíveis...
O movimento daquela sala... Dele retiramos
elementos sinalizadores: a relação dinâmica estabelecida entre os
sujeitos e o mundo no qual se inserem; o conhecimento ali construído
de forma interdependente, em que o individual advém do coletivo, e
este retorna ao individual (CHIZZOTTI, 1991). Enquanto observadora,
nos intregamos ao movimento, movimento que é processo, que produz
conhecimento. Ali, passo-a-passo, fomos formando mosaicos, compostos
não por partes isoladas, mas por partes que se encaixam. E a este(s)
movimento(s) vamos atribuindo significado(s).
A sala de aula, para nós, é passível de ser
observada, pois nosso objeto é a sua reconstrução, enquanto espaço
para o desenvolvimento da oralidade.
Caminhando na reflexão, dialogamos com LUDKE e
ANDRE (1996), quando de nossas observações. Primeiramente, porque as
fizemos no ambiente natural em que a ação se transcorria, no
movimento proposto pelos alunos às salas de aula do NEAd. Estas
observações se repetiram inúmeras vezes, mas sempre nos atendo a
uma questão: não interferir no processo, cuidar para que ele se
transcorresse naturalmente, sem manipulações (ABRAMOVICZ, 1990).
Prosseguimos no diálogo com LUDKE e ANDRÉ (1986),
na descrição de tudo o que ali presenciamos: descrevemos a fala e o
silêncio nas muitas situações vivenciadas. Fala e silêncio cada um
com seus matizes. Como não poderia deixar de ser, sob a fala -
oralidade -, lançamos diferenciados olhares, na tentativa de
mantermos a autenticidade sobre o que ali se transcorria, optando, vez
por outra, pela transcrição do que foi dito por alunos e
professores. Tudo o que se falava, como e o porquê se falava não
escapou à nossa percepção.
Naquele cenário - sala de aula do NEAd - o
processo de redimensionamento, enquanto espaço para o desenvolvimento
da oralidade adquiria, momento a momento, um novo valor: valor de
construção que busca o produto, mas não só, porque sem processo
este não acontecerá.
Dia-a-dia nosso diálogo com LUDKE e ANDRÉ (1986)
crescia mais e mais. Embasados nestas autoras fomos dando uma
atenção especial ao(s) significado(s) que aqueles alunos do NEAd
revestiam às coisas que os cercavam, aos acontecimentos de suas
vidas, às suas interações e aos seus interesses. Nestes, como em
outros momentos, procuramos nos utilizar da subjetividade com vistas a
trabalhar as diferenciadas perspectivas dos alunos (GUTTENTAG, 1982;
ABRAMOWICZ, 1990).
As diferenciadas perspectivas dos alunos advinham
da heterogeneidade da turma, com diferentes anos de afastamento da
escola e com interesses distintos. Mas uma coisa tinham em comum: o
aprendizado - a vontade de construir o conhecimento, de conquistá-lo.
Quando da observação em sala de aula, anotamos,
registrávamos tudo o que ali se passava. Estas anotações
permitiram-nos posteriormente reviver o vivenciado naquele espaço,
com realismo(NOGUEIRA, 1973).
Além das anotações que eram feitas sobre o
movimento de cada uma das quatro salas observadas, utilizamo-nos de
questionários e entrevistas aplicados a alunos e professores que
habitaram aquele espaço.
Os questionários e as entrevistas foram
trabalhados, procurando-se conhecer-lhes as respostas, buscando a
significação do que ali se estabelecia. Para tanto, dadas as
variadas respostas, apoiamo-nos em ANDRÉ (1983), utilizando-nos da
Análise da Prosa. Esta, segundo a autora, possibilita-nos investigar
o significado dos dados qualitativos, buscando conhecer o que eles
significam, o que dizem e as mensagens neles veiculadas.
Cruzando as informações obtidas quando das
observações e da análise dos questionários e entrevistas e, ainda,
embasados nos diálogos mantidos com diferenciados autores, foi-nos
possível apresentar alguns resultados e discuti-los, tendo sempre
presente que o conhecimento não é posse, mas sim uma busca constante
(JAPIASSU,1975).
Muitos daqueles alunos, após anos de afastamento
da escola, a ela retornam movidos pela busca do conhecimento:
conhecimento da vida para a vida; conhecimento da vida para o
trabalho, que move e perpetua a vida.
Hoje, a luta pela vida, que até mesmo pode ser
entendida como luta pelo trabalho, ou vice versa, tem como ponto de
referência a escolaridade, o que encontra respaldo em HILDEBRAND
(1986:19),quando diz
"o mercado de trabalho a conclusão do 1º
grau tende a representar o mínimo de escolaridade exigida como
condição básica para o desempenho profissional, no setor urbano,
em funções próprias das áreas secundárias e terciárias."
Se assim o era em 1986, imaginemos hoje! Qual será
a exigência que o mercado de trabalho está a fazer àqueles que o
procuram?... Em se tratando de adultos, e adultos com pouca
escolaridade, a busca pelo NEAd, enquanto retorno à escola, tem um
desenho especial, passível de sobre ele serem lançados diferentes
olhares. Dentre estes, a busca de novas oportunidades no trabalho, na
vida social. Fica claro, nestes olhares, que estes adultos -
"alunos outra vez" - são aqueles que, por inúmeros e
diferenciados motivos se afastaram da escola ou dela foram excluídos.
Constatamos que o tempo que os alunos mantiveram-se
fora da escola variou de 7 a 37 anos. Após tantos anos fora da escola
os motivos que os levaram a ela retornar foram a busca pela
oportunidade de ascensão no emprego, comunicar-se melhor,
importância atribuída aos estudos, entre outros. Esta importância
pode ser dimensionada nesta fala de um dos alunos: "Voltei
a estudar porque viver no escuro não dá (...).Eu tive muito tempo no
escuro, agora chega.".
Nestas situações estão presentes a necessidade
de comunicação, contato com o outro.
No que se refere a estes contatos, em ambientes
fora da sala de aula, quase metade daqueles alunos disseram que se
sentiam inibidos em situações como essa, dentre outros motivos pela
falta de domínio da leitura, da timidez e pelo desconhecimento do
assunto.
Quanto à participação oral em sala de aula, a
maioria dos alunos disseram que participam, o que reforça a nossa
percepção de que é possível desenvolver em sala de aula um
trabalho com oralidade que prepare os alunos para se posicionar fora
dela.
No que se refere as opiniões dos alunos em
relação as discussões mantidas em sala de aula pelos colegas, em
relação aos temas trabalhados, metade da turma consideram-nas boas,
tendo ainda aqueles que às vezes consideram-nas boas, o que fica
claro neste depoimento: "É muito importante
discussões na sala com os colegas, porque às vezes tem um que tem a
idéia diferente do outro". Situações como estas
colocam-se à mostra que os alunos valorizam as discussões mantidas
em sala de aula. Pode-se dizer que maioria dos respondentes valorizam
a discussões, conscientizando-se de que "muita
coisa que a gente ouve serve de experiência(...)",
como bem o disse um dos respondentes.
O interesse pelos temas propostos ficou evidenciado
quando a maior parte da turma disse que tem o hábito de ouvir os
colegas, salientando que o faz porque "às
vezes eles estão falando uma coisa que é boa pra gente".
Em visitas ao local de trabalho dos alunos, quando
das entrevistas, eles nos disseram que desconhecimento do assunto,
timidez, pronúncia errônea das palavras, medo da ridicularização
por parte dos colegas e o simples fato de estarem diante dos outros,
tem sido algumas das dificuldades para se manifestarem oralmente, em
sala de aula. Para além da sala de aula, estas foram as dificuldades
: falar errado, inibição, desconhecimento do assunto, falar diante
de pessoas diferentes, entre outros. Percebemos que algumas destas
são as mesmas dificuldades para se manifestarem em sala de aula.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Poderia ser outro o quadro delineado? Acreditamos
que sim. Poderiam ser compostos quadros, quantos forem os olhares
possíveis de serem lançados naquele espaço de sala de aula. Sala
que permite diferenciados leituras, inclusive uma leitura enquanto
espaço em que se torna possível a oralidade.
Fazendo recortes aqui e ali, vamos, pouco a pouco,
compondo o nosso mosáico obtendo elementos que nos permitiam
trabalhá-lo de forma a que os alunos vençam a timidez, adquiram
confiança em si próprios.
E isto é possível pelo diálogo, pois acreditamos
ser a sala de aula espaço para o ensinar e o aprender... a nos
comunicar de diferenciadas formas. Entre elas...pela oralidade.
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"A SALA DE AULA E A ORALIDADE: A ÓTICA DOS
ALUNOS DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE ADULTOS (NEAd) DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA (UFV)."
(ARAÚJO, Cássia Gontijo de. Bolsista do
PIBIC/CNPq - Departamento de Educação - UFV; DIAS, Leci
Soares de Moura e. Professora do Departamento de Educação - UFV)
O espaço de sala de aula abre inúmeras
possibilidades de produção de conhecimento, sendo um deles, o
desenvolvimento da comunicação oral. Para tanto, procuramos
verificar qual é a percepção que alunos de quatro salas de aula do
NEAd, trabalhadores e afastados da escola por muitos anos, tinham do
trabalho desenvolvido com a oralidade, nas diferentes disciplinas
cursadas. Optamos, então, pela pesquisa qualitativa, utilizando-nos
de observações em sala de aula que priorizavam o movimento
estabelecido naquele espaço, tendo sempre o cuidado de não intervir
nas relações que ali se mantinham, de forma que as questões
fluíssem com naturalidade. Os dados coletados, quando das
observações, foram registrados na forma de relatórios diários para
que, caso necessário, pudessem ser retomados com realismo, em
momentos posteriores. Após as observações, utilizamo-nos de
questionários e entrevistas que foram aplicados aos alunos, buscando
conhecer as suas opiniões sobre a comunicação oral mantida em sala
de aula. E mais, quais suas possibilidades e quais os limites que eles
vêm enfrentando em situações de comunicação oral, dentro e fora
daquele espaço. Os resultados apontaram que para transformar a sala
de aula num espaço de oralidade, faz-se necessário o diálogo entre
aluno-aluno e aluno-professor, enquanto parceiros.
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