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Categoria: Relato de experiência

RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA INOVADORA EM ESCOLAS RURAIS DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA-MG

Ângela Cristina Antunes dos Santos e Diene Batista dos Santos

Estagiárias do Programa Gilberto Mello e Graduandas de Pedagogia. Universidade Federal de Viçosa.

(RESUMO) Visando a complementação profissional dos universitários, o Programa Gilberto Mello oferece estágios em projetos e atividades universitárias conduzidas junto às escolas, creches, sindicatos, cooperativas, empresas e comunidades da região. O Programa tem como objetivo possibilitar o graduando aplicar no mercado de trabalho os conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida acadêmica, bem como, valorizar e respeitar os conhecimentos populares. Na área educacional o trabalho vem desenvolvendo-se em escolas da zona rural, municípios vizinhos e periferia da cidade, onde graduandos do curso de Pedagogia reunem-se com professores dessas escolas para tentar construir uma metodologia de ensino em que supere modelos de aprendizagem as quais apenas reproduzem os conteúdos curriculares. Fazendo dos alunos, professores e graduandos pesquisadores e construtores de conhecimento.

Na avaliação dos próprios acadêmicos do curso de Pedagogia e dos professores os quais fazem parte das escolas vinculadas ao programa, pode se considerar que essa interação é viável e de suma importância, possibilitou uma reflexão sobre o tipo de avaliação, material didático utilizado e construção de conhecimento, permitindo momentos de discussão sobre a prática pedagógica.

Conclui-se que o programa possibilita ao graduando o contato direto com a realidade, que tantas vezes é tão diferente do mundo acadêmico, bem com, oferece uma pequena, porém significativa alternativa para os inúmeros problemas enfrentados nas escolas rurais deste município.

(ARTIGO)O Programa Gilberto Melo da Universidade Federal de Viçosa foi instituído com vistas a complementação profissional dos universitários mediante a estágios em projetos e atividades universitárias conduzidas junto as escolas, creches, sindicatos , cooperativas, empresas e comunidades da região. O programa tem como objetivo possibilitar ao graduando aplicar no mercado de trabalho os conhecimentos adquiridos ao longo de sua vida acadêmica, bem com o valorizar e respeitar os conhecimentos populares.

A articulação entre os graduandos interessados pela educação no meio rural, tem como principal objetivo discutir a problemática atual da escolarização rural e debater propostas visando construir as bases de um projeto educacional e político, a partir do campo, da realidade daqueles que moram e trabalham no meio rural, de sua cultura e experiência.

A educação sempre foi pauta em cima de projetos onde são elaborados por um numero restrito de especialistas que acabam decidindo o que é melhor para o restante da sociedade. Para o meio rural hoje temos projetos de transporte escolar, de escola – família agrícola etc.

(...) Por exemplo: fixar o homem no campo é ciosa do século XVIII e continua até hoje. Tirar a ignorância, tendo uma visão de que o homem do campo é ignorante, é capiau, continua muito forte, hoje. A Educação é sempre para o campo. Ela vem da cidade para o campo. Podemos ver, na história que não existe um movimento contrário de educação, uma política de educação própria do campo. BEGNANI, citado por uma Educação Básica do Campo , p.12 (1998).

 

É notório que a figura do professor , do aluno e da comunidade escolar não é solicitada na elaboração de projetos que dizem respeito a sua escola, a sua realidade; e isso é inadmessível, pois a figura central da elaboração destas políticas deveria ser aqueles que convivem diariamente com as dificuldades da escola de uma forma geral.

A elaboração do currículo fica restringida a um pequeno número de especialistas e aqueles que conhecem e presenciam os problemas da comunidade educacional são ignorados, sendo que a elaboração destes deveriam ser feitas conjuntamente com professores e demais membros da comunidade educacional e não isoladamente.

A respeito dos Parâmetros Curriculares Nacionais, por exemplo, percebe- se que o documento é apenas passado para os professores, eles já recebem o currículo pronto e acabado. E fica claro uma preponderância do urbano sobre o rural ao indicar que a proposta opta por trabalhar com temas relacionados às questões urbanas. Há a preponderância da cidade sobre o campo e a imposição do ritmo de tempo da fábrica sobre o ritmo de tempo da natureza. Nesse sentido, quando se fala de parâmetros curriculares nacionais para a geografia e história, opta- se por trabalhar com questões urbanas.

Foi observando estas lacunas, que nós graduandas do curso de Pedagogia resolvemos através do programa Gilberto Melo, desenvolver um trabalho junto a algumas escolas da zona rural do município, onde acontecem encontros com professores e alunos destas escolas, objetivando construir uma metodologia de ensino em que superem modelos de aprendizagem as quais apenas reproduzem os conteúdos curriculares. Fazendo dos alunos e dos professores e graduandos, pesquisadores e construtores de conhecimento.

As discussões são feitas sempre centradas na concepção de educação, concepção de prática pedagógica. O importante nem é tanto mudar currículo, mudar estruturas, o que deve- se mudar é o olhar, a maneira que o próprio profissional da educação, professor da área rural e professor do campo enxerga.

 

A discussão sobre currículo vai além das disciplinas a serem ensinadas, por isto os educadores têm que se posicionarem contra este mecânico repasse de conhecimento.

Um dos pontos a ressaltar é a nova identidade social, a especificidade do cultural. A escola normal do interior não prestou atenção na cultura. A escola preocupa-se com as letras. A cultura é outra coisa. Inclusive, normalmente a escola não tem tempo para a cultura porque tem que dar um programa. Tem que ensinar a ler, escrever, a contar. Como vincular educação básica do campo em cultura do campo? Essa é uma questão nuclear que eu gostaria de reforçar (...) ARROYO, p.36 (1998)

 

Dessa maneira admite-se que os conhecimentos escolares, sua criação, seleção, descriminação e organização, encontram-se vinculados à dinâmica de produção e reprodução da sociedade que temos, ou seja, uma sociedade excludente e injusta, o que vai solicitar-se dos educadores enquanto construtores deste processo é rever os instrumentos de trabalho para romper com esta situação que até então tinha contribuído para solidificar.

Na avaliação dos próprios graduandos do curso de pedagogia aos quais fazem parte do projeto e dos professores, os quais fazem parte das escolas vinculadas ao programa, pode-se considerar que essa interação é viável e de suma importância possibilitou uma reflexão sobre o tipo de avaliação, material didático utilizado e construção de conhecimento, permitindo momentos de discussão sobre a prática pedagógica.

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

ARROYO. Educação Básica, Cultura do Campo, Movimentos Sociais e Formação de Sujeitos Sociais. Minas Gerais. CEDEFES,1998.

 

BUFFA, E.; ARROYO. M.; NOZELA P. Educação e Cidadania: quem educa o cidadão? São Paulo: ed. Cortez, Coleção Questões de Nossa Época, v.19, 993.

 

CADERNO DE TEXTOS DO 1 ENCONTRO ESTADUAL DE –MG. Por Uma Educação Básica do Campo. Minas Gerais, 1998.

 

FREIRE, P. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: ed. Cortez, 1991.

 

FREIRE, P. Educação na cidade. São Paulo: ed. Cortez, 1991.

 

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: ed. Paz e Terra, 1978.

 

VALLA, V. V. O Sucesso Escolar: Um desafio Pedagógico. São Paulo: Caderno CEDES, n. 28. Papirus, 1992.

 

VALLA, V. V. & HOLANDA, E. Demandas Populares. Políticas Públicas e Saúde. Petrópolis: Vozes, coleção Saúde e Realidade Brasileira, vol. II, 1990.

 

 

 

 

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