Primeiro Amor

 
 

 

Vai se enroscando o velho rio silente,

por entre pedras na jornada errante,

e entre murmúrios de canção dolente,

vai despertando a mágoa já distante...

 

E vai trazendo aos poucos lentamente,

a amargura que jaz no eterno infante,

do amor primeiro, e até do pranto ardente,

que eu derramei num apaixonado instante...

 

Vai solitário em seu caminho terno,

Guardando as juras deste amor eterno,

E as quimeras de um poeta sonhador.

 

Leva tudo em seu lindo itinerário:

A chuva, a pedra, o tronco solitário...

Só não leva a saudade deste amor!
 

 

Nelson de Medeiros Teixeira

 

 

 

Imagem Original by Thomas Kinkade

 

 

 



 

 

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