Encontrei-me a reler
velhos poemas...
Lembrança antigas, cujos
temas,
porém, o tempo não
apagou...
Velhas lembranças,
retalhos de esperanças
que a vida me reservou...
Só, olhando o firmamento
da janela, meu pensamento
voa pelas fendas do
tempo...
De que esfera de Luz
vem teu vulto e me conduz
ao céu por um momento ?
Lembra as tardes
langorosas
quando as ondas
preguiçosas
vinham teu corpo molhar?
Toda a praia
entristeceu...
Nosso mar emudeceu
não tem o mesmo cantar!
E das noites consteladas
quando as estrelas aladas
vinham em teu sonho
pousar?
O infinito enluteceu...
Nosso céu escureceu
não tem o mesmo brilhar!
Lembra as manhãs
orvalhadas
que ao cantar da passarada
vinham teu corpo beijar?
Perdeu-se o encanto da
vida...
Sem teus beijos por
guarida
Não voltarei a amar!
São velhos poemas...
Sempre os mesmos temas...
O amor, a dor, a
saudade...
Que passem os anos
que venham os
desenganos...
Te amarei na Eternidade!
Nelson de Medeiros
Teixeira