Um dia, quando chegares na laje
em que descanso,
não mudes teu meigo gesto,
tímido e manso...
Não chores nem lamentes...
Sorria e medita somente.
Não te preocupes com as flores,
lembra só do seu perfume...
Não odeies nem blasfemes,
nem sinta ciúme...
Na pedra fria é úmida
algo haverá, por certo escrito.
Ore apenas e, solitária na saudade,
não leias nada...
Pense apenas no que fomos
na jornada...
Eu te juro, que onde quer eu esteja,
tudo ouvirei com gratidão,
pois quem amou tal qual amamos,
a linha reta é o coração!


Nelson de Medeiros Teixeira