Delírio

 

 

 

Mas quando foi que nossas vidas se cruzaram?

Mas em que tempo? Em que mundo?
Em que vida?

Mas que poder irresistível nos marcaram

quais viajantes desterrados sem guarida?

 

Mas quando foi que teu olhar tão penetrante,

no meu cravou-se incendiando um sentimento,

e qual bacante numa orgia alucinante

prendeu minh'alma eternizando este momento?

 

Às vezes vejo num delírio impressionante,

qual sonhador em devaneios reluzentes,

duas figuras num bailado estonteante,

pelos salões de mil palácios resplendentes!

 

E engalanados sob sedas e brocados

entre realce da então Corte francesa

minh'alma sente que embora alucinados

fizemos parte desta incrível realeza!

 

É bem verdade que já dantes existimos,

já fomos reis, fomos juizes e mendigos,

e nas estradas que deixamos desatinos

retornaremos a buscar nossos abrigos...

 

 

Nelson de Medeiros Teixeira

 

 


 

 

 

 

 



 

 

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