A tarde cai triste mas serena
enfeixando no espaço amena
claridade qual poeira de luz...
Traz em seu rastro uma estrela brilhando
que vem devagar se insinuando
no meu quarto qual centelha que reluz...
Penso ver teu vulto amado
que vem num instante imaculado
me envolver no antigo amor!
Quero ungi-la ao meu peito
reviver meu sonho desfeito
acalmar num momento esta dor!
Mas esboço um sorriso triste e lasso
e sinto rente , passo a passo
um vento frio que me enlaça,
pois vejo que quem me estreita na verdade
é somente o amargo braço da saudade
que me abraça...
Nelson
de Medeiros Teixeira