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****  Poemas de Amigos  ****



De Volta

Francisca Hardy

De repente, saído do fundo do silêncio, surges como um furacão.
A tudo devastas.
Tu me reviras o norte,
Faz a minha morte, perco o rumo,
Desalinho os passos, os sonhos embaraço,
Desfaço o trato,
Digo o que não digo,
Sinto o que havia esquecido.
Tudo é desordem, loucura ,
E é tão bom ver quebradas as normas.
Estás de volta como se nunca houvesses ido.
Como sempre foi e será.
Essa magia de acontecer sem querer saber porquê...
Alço vôos.
Sonho sonhos adormecidos e ao comando de tua palavra.
Sigo teu passo, teu traço, meu espaço em teu olho de aço, submissa me faço.
Rebelo-me por não ter teu jugo,
Por querer esse louco desejo de em ti pensar e tremer a cada encontro,
Temendo a partida,
Querendo ficar assim tão doida,
Tão dada, tão descabida e confessada.

Topo

 

Desabafo de Uma Dor

Rose Mary Sadalla


Quanto tempo esperei por esse momento
Para que eu pudesse te falar com o coração
Dizer-te que mesmo estando sempre contigo
Sinto-me sempre sozinha no meu querer
Ensaio palavras, falas que já estão prontas
E não consigo mostrar com clareza o meu sofrer
Aí, vem a tristeza meu corpo sente um vazio
Que se transforma numa dor dilacerante
Uma falta de um ter e o não ter, de um querer
Mas como posso te dizer tudo isso sem sofrer?
Fecho os olhos e sinto tua presença ausente
Admito que para mim se tornou um paradoxo
Pois sinto o calor dos teus beijos e dos teus toques
Das tuas mãos acariciando suavemente meu rosto
Me deixando desnudada de anseios e desejos
Fico sem jeito, mas imaginar-te permite essa entrega
Essa intimidade que me permite sentir o prazer
E ter a certeza que o amor verdadeiro nunca se perde
Mesmo quando não é recíproco, pode ser recuperado
Para tornar o coração de quem se ama mais terno e puro.

Topo

 

 

Não te esperava

Rose Mary Sadalla

 

 Eu não te esperava, mas você chegou

Invadiu minha vida e nem mesmo perguntou

Se tinha permissão, simplesmente entrou

Virou meu mundo de cabeça para baixo

Deixou-me tonta  me fez  sorrir e sonhar

Gostar de voltar a viver e me fazer amar

Fez-me lembrar o passado, viver o presente

E morrer de medo de imaginar o futuro

Passei a viver cada minuto e cada momento

Numa ânsia louca de não querer te perder

Prometendo-me vida diferente, novas esperanças

De ter-te permanente com novas expectativas

Pra junto vivermos um lindo e verdadeiro amor.

Nos beijando, acarinhando e nos abraçando

Agora que você chegou não abro mão deste amor.

 

 

Topo  

 

 

Carlos Drummond de Andrade

 Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor..

Topo

 

 

O Testamento do Mendigo

 (Esse testamento foi transcrito de uma revista e foi feito por um mendigo que não tinha nada material para transmitir a alguém, porém sentiu-se feliz por deixar muitas coisas que o dinheiro não compra)



  Agora, no fim da vida
  Como mendigo que sou,
  Me sinto preocupado,
  Intrigado e num momento
  Me pergunto, embaraçado,
  Se faço ou não testamento.

  Não tendo, como não tenho
  E nunca tive ninguém,
  Pra quem é que eu vou deixar
  Tudo o que eu tenho: os meus bens?

  Pra quem é que vou deixar,
  Se fizer um testamento,
  Minhas calças remendadas,
  O meu céu, minhas estrelas,
  Que não me canso de vê-las
  Quando ao relento deitado
  Deixo o olhar perdido,
  Distante, no firmamento?

  Se eu fizer um testamento
  Pra quem é que vou deixar
  Minha camisa rasgada,
  As águas dos rios, dos lagos,
  Águas correntes, paradas,
  Onde às vezes tomo banho?

  Pra quem é que vou deixar,
  Se fizer um testamento,
  Vaga-lumes que em rebanhos
  Cercam meu corpo de noite,
  Quando o verão é chegado?

  Se eu fizer um testamento
  Pra quem vou deixar,
  Mendigo assim como sou,
  Todo o ouro que me dá
  O sol que vejo nascer
  Quando acordo na alvorada?
  O sol que seca meu corpo
  Que o orvalho da madrugada
  Com sua carícia molhou?

  Pra quem é que vou deixar,
  Se fizer um testamento,
  Os meus bandos de pardais,
  Que ao entardecer, nas árvores,
  Brincando de esconde-esconde,
  Procuram se divertir?
  Pra quem é que eu vou deixar
  Estas folhas de jornais
  Que uso para me cobrir?

  Se eu fizer um testamento
  Pra quem é que eu vou deixar
  Meu chapéu todo amassado
  Onde escuto o tilintar
  Das moedas que me dão,
  Os que têm a alma boa,
  Os que têm bom coração?

  E antes que a vida me largue,
  Pra quem é que eu vou deixar
  O grande estoque que tenho
  Das palavras "Deus lhe pague"?

  Pra quem é que eu vou deixar,
  Se fizer um testamento,
  Todas as folhas de outono
  Que trazidas pelo vento
  Vêm meus pés atapetar?

  Se eu fizer um testamento
  Pra quem é que vou deixar
  Minhas sandálias furadas,
  Que pisaram mil caminhos,
  Cheias dos pós das estradas,
  Estradas por onde andei
  Em andanças vagabundas?
  Pra quem é que eu vou deixar
  Minhas saudades profundas
  Dos sonhos que não sonhei?

  Pra quem eu vou deixar,
  Se fizer um testamento,
  Os bancos dos meus jardins,
  Onde durmo e onde acordo
  Entre rosas e jasmins?
  Pra quem é que vou deixar,
  Todos os raios de luar
  Que beijam minhas mãos
  Quando num canto de rua
  Eu as ergo em oração?

  Se eu fizer um testamento
  Pra quem é que vou deixar
  Meu cajado, meu farnel,
  e a marca deste beijo
  Que uma criança deixou
  Em meu rosto perguntando
  se eu era Papai Noel?

  Pra quem é que eu vou deixar,
  Se fizer um testamento,
  Este pedaço de trapo
  Que no lixo eu encontrei
  E que transformei em lenço
  Para enxugar minhas lágrimas
  quando fingi que chorei?

  Se eu fizer um testamento...
  Testamento não farei!
  Sem nenhum papel passado,
  Que papéis eu não ligo,
  Agora estou resolvido:
  O que tenho deixarei,
  Na situação em que estou,
  Pra qualquer outro mendigo,
  Rogando a Deus que o faça,
  Depois que eu tiver morrido,
  Ser tão feliz quanto eu sou.

Topo

 

 

          Utopia

          Mônica F.Camargo

               Inesquecível voz que vibrante ouço dizer
            Deixe tudo e venha em minha direção
            Há tanto que esse instante é aguardado
            Momento este há de ser eternizado

            Refleti descobrindo é a Você quem amo
            muito tempo hesitei tentando tudo negar
            nas artimanhas da amizade o que buscava
            eram envolventes carinhos que ali encontrava

            Seque agora lágrimas, dê lugar ao sorriso
            Longo caminho adiante teremos à seguir
            Recuperar talvez o que tenhamos perdido
            Vivenciar a tudo que não se tenha vivido

            De muita ternura e amor vou lhe cobrir
            Em cada dia e noite novas emoções sentir
            Do silêncio de outrora palavras fluirão
            Transmitindo a força dessa intensa paixão

            Aflorem sentidos se permitindo sensações
            No arco íris brilhem cores de nossos corações
            Afastaremos sempre tristezas do nosso querer
            E à esse amor enfim iremos nos render


            " Quem dera Utopia tudo deixasse de ser..."

Topo

 

 

 Mônica F.Camargo


Quando colocamos a felicidade além de nós
Caminhamos a largos passos à um ledo engano
Devemos querer amar sem nada desejar em troca
Viver cada momento como se não houvesse amanhã
Ao amanhecer emprestar o colorido da natureza
Que por céu, terra, mar ou ar sempre nos abençoará
Na harmonia das cores de incontestável beleza
Sempre haverão razões para sorrir e encantar
Sábio será transformar a solidão em conselheira
Por seus valores profundos tão repletos de verdades
E se nos olhos alheios não encontrar compreensão
Guarda na grandeza d'alma a pureza do seu ser
Que o descaso nunca possa tolher seus sonhos
Passíveis que são de realizações a cada instante
Com serenidade e coragem continuaremos adiante
Nas tempestades inesperadas abracemos a perseverança
É certa a transformação contínua no compasso da vida
Nas andanças reverenciaremos o que o destino permitir
Inata a esperança em nós sempre haverá de existir


Entre acertos e erros
em nossa vivência ímpar
Nos últimos acordes
que forem à nós permitidos
Linda seja a derradeira
sinfonia escrita com muito amor
E gratos seremos à vida
por dela sermos o autor

       Topo

 

 
E foi-se à noite,
Outra vez de frente para o dia,
que me acolhe,
que me aquece,
que não me deixa só,...em meus pensamentos e sentimentos.
De novo de encontro com a sorte,
que me livra da morte,
Deixa-me sedento,
de novos alentos!
Que ninguém se preocupe,
que ninguém se importe!
Todos os dias entrego o meu  Ser,
à  grande platéia,
que gosta de ver...
Repito sempre
esse encontro comigo,
de lado as tristezas,
de lado o perigo!
Que o dia de hoje,
Seja o porto seguro,
que recebe e esparge o amor,
a paz,
o conforto e a bondade!
Para todos  que,
mesmo sem a certeza de ter chegado,
saibam, como eu,
esperar no amanhã!
Sentir a glória de ter vencido o ontem,
com serenidade...
e  plena confiança,
na paternidade absoluta de Deus! 
 
Autor: Clóvis Valente   
(Jan/2004)

Topo

 

Te conheço

 

 

Conheço teu jeito
Conheço teu ser...
Conheço tua vida,
no alvorecer...
Conheço o recado
que queres me dar,
conheço tua vida,
não precisas falar!
Conheço a essência
da tua existência,
conheço tua vida,
além da aparência!
Conheço o que pensas
o que sabes e o que quer,
conheço tua vida,
de menina e mulher!
Conheço o respeito
que tens pelo amor,
conheço tua vida,
De sorte e de dor!
Conheço o caminho
que tens percorrido,
conheço tua vida,
e o que tens sofrido!
Conheço a coragem
Que nada detém,
conheço tua vida,
de medos também!
Conheço o carinho
que vens me devotando,
e estive pensando...
Se te conheço assim...
É porque te amo tanto,
que nem imaginas

o alcance deste amor!!

 

Autor: Clóvis Valente

Dez/2003

Topo

 

Quisera

 

         Quisera tê-la ao meu lado,

        nessas horas de melancolia...

         Aquecer-me no peito amado,

         esquecer as maldades do dia!

 

         Aceitar o cair da noite,

        sem medo da solidão...

         Aparcar a dor deste açoite,

         Embrenhando-me em teu coração!

 

         Esquecer os porquês da vida,

         encontrando em tuas mãos,

         a linha da sorte perdida

        nos dias de aflição!

 

         Aceitaria o seu beijo ardente

         que me daria por certo...

         E entenderias que tão somente...

         A saudade andou por perto!

 

         Autor: Clóvis Valente

                                

Topo

 



 

 

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