Em fevereiro de 1937, o
jovem Merton fez um curso de literatura medieval francesa. Enquanto isso
adquiriu a obra de Etienne Gilson: O espírito da filosofia medieval. O Nihil
Obstat e o Imprimatur quase o fizeram rejeitar esse livro “católico”.
Mas, apesar de tudo, leu-o.
“O conceito importante que
retirei dessas páginas foi de molde a revolucionar a minha vida inteira. Na
palavra asseidade, que só pode ser aplicada a Deus, e que exprime o seu
atributo mais característico, descobri uma concepção de Deus inteiramente
nova. Contrariamente ao que pensara até então, compreendi que a fé dos católicos
não é uma noção vaga e supersticiosa, nascida em uma idade não científica.
Ao contrário, ela se revela ao mesmo tempo profunda, precisa, simples e
exata.”
Notou outros pontos que corrigiram
sua falsa noção de Deus. Cheio de imenso respeito pela fé e pela e pela
filosofia católica, reconheceu a urgência de uma conversão... e sua vida
mudou de sentido.
Por outro lado, o Espírito Santo
agia nele por intermédio de seus amigos da Universidade de Colúmbia: Mark Van
Doren, já citado, Edward Rice e Bob Lax, judeu meio-Hamlet, meio-Elias, Seymour,
Gibney, Gerdy e outros.
Bacharel em artes, especializa-se
em literatura inglesa do século XVIII. Estudando William Blake, cujos poemas são
objeto de sua tese, adquire consciência de que “a única maneira de viver é
viver em um mundo impregnado da presença de Deus”.
Entretanto, a vida da alma não é
apenas conhecimento: é antes de tudo amor. O mais dinâmico de seus amigos, o
pequeno monge hindu Bramacheri, sugere-lhe a leitura da Imitação de Cristo e
das Confissões de Santo Agostinho. Não é ele próprio um Agostinho que
a graça ainda não libertou?
O jovem estudante instala-se em um
apartamento, atrás da biblioteca da Universidade, e começa a ler a Imitação,
e a desejar comunicar-se com um padre.