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PINTURA DE PAISAGENS

� dif�cil distinguir entre figuras na paisagem e paisagem com figuras. S� quando o elemento humano deixa de ser o mais importante na composi��o podemos referir-nos a ela como uma paisagem. A pintura de paisagens como tema �nico � um desenvolvimento relativamente recente na hist�ria da arte. Isto n�o quer dizer que antes n�o se pintavam paisagens. Os artistas sempre usaram o ambiente como um cen�rio para seus quadros, e muitos artistas cl�ssicos eram excelentes paisagistas. Antes do Renascimento, as paisagens tendiam a ser bastante planas, sobre tudo por n�o ter sido ainda desenvolvida todas as regras da perspectiva linear e atmosf�rica. Em fins do s�culo XV e come�o do s�culo XVI, j� se pintavam muito mais paisagens. O veneziano Giorgione (1475 - 1510) foi um dos primeiros a dar � paisagem um papel mais importante, apresentando as figuras rodeadas de frondosas arvores, colinas e vales. O artista ingl�s John Constable (1776 - 1837) foi um revolucion�rio em sua �poca, j� que n�o s� decidiu tratar a paisagem como um tema aparte, al�m do que pintava diretamente do natural, preocupando-se com os efeitos mutantes da luz e as condi��es atmosf�ricas. Hoje em dia parece incr�vel que achem suas cores demasiada brilhantes e suas pinceladas parecem de extrema liberdade. Foi um autentico inovador que se antecipou aos impressionistas.
As considera��es pr�ticas da pintura de paisagens exigem um cuidadoso planejamento. A menos que se disponha de um local adequado para pintar comodamente, ser� necess�rio transportar todo equipamento. Em compensa��o, ter� que encontrar um ponto m�dio entre levar tudo o que se pensa necessitar e deixar em casa materiais imprescind�veis. Entretanto se decidir trabalhar a partir de desenhos, ter� que faze-los coloridos e ser� necess�rio levar algum material � campo. Em qualquer caso, com algumas viagens, j� ser� evidente que parte do equipamento ser� indispens�vel.
O problema seguinte, sempre supondo-se que n�o se disp�e de um local adequado, � selecionar um local interessante. Se n�o se tem carro, isto pode supor um gasto de energia, por�m vale a pena conhecer bem em torno a n�s. Segundo aonde voc� viva, pode ser que basta caminhar, ou tenha que utilizar �nibus ou trens. Vale a pena tentar encontrar uma paisagem que realmente nos interesse; pintar ao ar livre pode converter-se em uma das atividades mais prazerosas que existe. Alguns n�o se importam em serem observados enquanto trabalham; outros preferem retirar-se para um local isolado. Obviamente, trata-se de uma quest�o de gosto pessoal. Uma vez decidido o local,comece a considerar como se vai compor a paisagem dentro do quadro. Segundo o n�vel do olho, se vera uma grande zona de c�u ou uma maior extens�o de terra. Geralmente, o melhor � dividir a composi��o em duas partes, sendo uma para o c�u e as outras duas para a terra. �s vezes ser� �til olhar a paisagem atrav�s de uma janelinha feita num cart�o. Este � o m�todo aplicado por muitos artistas para ajudar na composi��o de seus quadros. Basta recortar uma janelinha num cart�o, pequeno, por�m com as mesmas propor��es da tela, se a tela medir 60 x 50, sua janelinha tera que medir 6 x 5. Deste modo pode-se contemplar partes separadas da paisagem, para apreciar o que se ajusta aos desejos do artista. � importante possuir alguma indica��o da escala com a que se trabalha.
Nestas situa��es, � muito vantajoso dominar as regras da perspectiva. Recorde-se que a redu��o de tamanho n�o � o �nico modo de representar a dist�ncia dos objetos. Tamb�m ajuda a redu��o dos contrastes tonais e o uso de cores mais frias para as zonas mais afastadas e cores mais quentes para as zonas mais pr�ximas.
Constable dava muita import�ncia ao c�u, e dizia que "seria dif�cil citar um tipo de paisagem na qual o c�u n�o era a nota predominante, o crit�rio de escala e o principal �rg�o de sentimento". O c�u ocupa a maior parte de suas composi��es, e para evocar a atmosfera natural utilizava uma grande variedade de t�cnicas. Na pintura de Millet, sem d�vida, dominavam as terras, que se identificam com a superf�cie do campo. N�o era pintor de ar livre,e seus trabalhos eram de mem�ria, a partir de apontamentos, e por isto sua luz � de est�dio, suaves e com sombras quentes.Canaletto, artista italiano do s�culo XVIII pintou muitas cenas de Londres e Veneza.


Existe uma r�plica deste pal�cio em Las Vegas

Canaletto, O Pal�cio Ducal, Visto da Bacia de S�o Marcos
�leo s/tela, 51 x 83 cm
Galeria degli Uffizi, Floren�a


Pal�cio Ducal


Pal�cio Ducal

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A pintura de paisagem propriamente dita

  • Considere atentamente a composi��o, e decida qual ser� o ponto focal. A escolha do ponto de vista tem que ser muito bem feita. Pensemos em; como vamos dividir a tela? Quais s�o as principais linhas da composi��o? Aparte das linhas que definem as colinas, vales e arvores? Quais s�o as caracter�sticas mais distintas da paisagem que temos � frente? Se existe alguma constru��o not�vel - um casar�o ou uma igreja, por exemplo - este ser� o ponto mais �bvio, ao redor do qual ser� organizada a composi��o.
    Prepara��o � muito interessante dedicar um dia para tomar notas das cores, antes de come�ar a pintar. Tamb�m conv�m realizar v�rios pequenos estudos em cart�o, dedicando uma hora a cada um. Uma boa id�ia � colocar-se numa posi��o que permita uma boa vista em todas as dire��es, e fazer quatro desenhos, girando 90� para cada um. Observe entre estes desenhos as igualdades e desigualdades. Uma vez feito isto, faz se outro desenho de cada uma das vistas, prestando especial aten��o ao modo como mudou a luz desde o primeiro desenho umas horas antes e como afeta tudo o que se v�, preste aten��o em como a mudan�a da luz altera as cores, e em conseq��ncia, toda atmosfera da cena.
    Ap�s dedicar-se a estes exerc�cios, pode-se come�ar a trabalhar no quadro definitivo. Com ajuda dos projetos preliminares, decida-se sobre o melhor ponto de vista. A obra definitiva deve apresentar uma harmonia de tons e cores no sentido abstrato, e ao mesmo tempo dirigir naturalmente a vista at� a dist�ncia, sugerida pela perspectiva linear e atmosf�rica.
    Se o desejo � a realidade, o normal seja que se necessite de mais tempo para a conclus�o, e se a pintura for � �leo no "sentido tradicional" ter� que deixar secar cada camada de pintura antes de aplicar a seguinte. Mas, se ao contr�rio o que se deseja � recolher os aspectos mais imediatos da paisagem, n�o ser� necess�rio dedicar-lhe tanto tempo � pintura propriamente dita, entretanto a planifica��o e prepara��o podem ser mais longas. Tenha id�ias muito claras antes de come�ar a pintar.
    Em muitos casos, o tamanho da pintura depender� do equipamento e materiais que se puder transportar. A principio, em campo, pode se tomar todas as notas que se queira e posteriormente trabalhar na obra em casa, sendo que para isto � importante que se tenha suficientes refer�ncias, como desenhos, fotografias e muitas notas sobre as cores.
    Conv�m fazer um quadro de tamanho razo�vel, n�o menor do que 90 x 60 cm. Isto oferece bastante espa�o para definir claramente as dist�ncias.

  • Van Gogh, trigo amarelo (1889)
    �leo s/tela, 73 x 93 cm
    Cole��o Mendelsohn-Barthold, Gr�newald. Per�odo de Saint-R�my


    Marilene Testa, Ponta da Praia, Santos SP (1996)
    �leo s/tela

    Figuras em uma paisagem

  • Para pintar figuras em uma paisagem, pode-se, fazer estudos separados das figuras, para ent�o coloca-las em paisagens. Neste caso, � muito dif�cil trabalhar do natural. Escolha trabalhar em grupo, utilizando umas e outras pessoas como modelos.Voc� pode usar as figuras para mais de uma obra. Prepara��o Procure manter poses bastante casuais. A inten��o � produzir uma obra, na qual exista harmonia entre as figuras. Isto depende tamb�m da propor��o de espa�o ocupados pelas figuras. E a coloca��o, pr�ximas ou afastadas umas das outras. Um bom modo de estabelecer a profundidade � situar um grupo de figuras mais pr�ximo e outro a uma dist�ncia m�dia do espectador. Este � um truque muito utilizado, j� que introduz de maneira natural o espectador � pintura.
    Provavelmente a cena ter� aspectos que voc� considera desnecess�rio para o quadro. O normal � sentir instintivamente o que � ou n�o necess�rio para o quadro a fim de obter uma composi��o equilibrada. O artista � quem decide e quem distorce o que v�, sempre com a finalidade de melhorar a composi��o. Se voc� estiver trabalhando num dia claro de ver�o, e o tempo mudar, ficando o c�u carregado de nuvens. � voc� que vai decidir o que fazer. Dispondo de tempo, pode-se dedicar v�rios dias ao trabalho. O importante � ser consciente de que problemas existem, logo, cada um deve tentar resolve-los da melhor maneira poss�vel. A obra terminada deve dizer algo sobre as pessoas e a paisagem, nenhum dos fatores deve ter mais import�ncia que o outro. Para comprovar isto, contemple o quadro abstraindo cada aspecto. Comprovando que s�o interdependentes, assim, voc� ter� tido �xito.

  • Gauguin, o pobre pescador (1896)
    �leo s/tela, 76 x 66 cm
    Museu de Arte de S�o Paulo, S�o Paulo

    Paisagem urbana

  • Pintura de paisagem inclui tamb�m paisagens urbanas e marinhas.
    Prepara��o � um quadro cujo conte�do principal s�o ruas e edif�cios. O tipo de arquitetura depender� do local. Conv�m escolher uma zona principalmente urbana, para que todo o quadro seja ocupado por edif�cios. � quase inevit�vel incluir figuras, j� que n�o � normal encontrar uma zona urbanizada totalmente deserta.
    Tendo sorte de encontrar um local de grande beleza arquitet�nica, o enfoque poder� ser completamente acad�mico. Em geral, os estudantes de artes visuais devem interessar-se pela hist�ria da arquitetura e realizar numerosos estudos - desenhos e pinturas - para aumentar seus conhecimentos a respeito. N�o � necess�rio limitar-se a pintar edif�cios que tenham um m�rito arquitet�nico. Muitos artistas fazem exatamente o contr�rio e se dedicam a pintar o mundo tal como ele �. As representa��es de cenas cotidianas, sobre a vida de gente comum, se denominam pinturas "de g�nero" e s�o muito populares, desde o s�culo XVI. Jan Vermeer foi, talvez, o principal pintor de g�nero holand�s do s�culo XVII. Lembre-se que at� mesmo uma paisagem industrial necessita de beleza. A resposta �; o que importa? E sem d�vida se manifestar� em toda a pintura. Tanto pretendendo fazer um registro visual, ou um coment�rio social, sempre ter� que resolver alguns problemas estruturais. Numa obra deste tipo, tem primordial import�ncia dominar as regras de perspectiva. � prov�vel que haja n�o um mais v�rios pontos de fuga, e seguramente ter� que fazer um desenho cuidadoso da cena, antes de come�ar a pintar. Tenha em conta o n�vel do olho, j� que ser� necess�rio localizar os diferentes pontos de fuga. Esta etapa consome bastante tempo e trabalho; e se o desenho n�o for convincente, ser� dif�cil ratificar mais tarde.
    Al�m dos edif�cios, ter� que incluir outros detalhes, que contribuem para dar vida e interesse ao quadro. Elementos de ruas, como telefones p�blicos, postes, far�is ou �nibus. Ter� carros, caminh�es, ciclistas, gatos, cachorros, etc.. Os edif�cios ter�o antenas? Voc� decide.
    Obviamente como diz meu professor Nestor Peres, voc� n�o precisa colocar o p�ssaro que se encontra na arvore.
    Logo se observar� que os efeitos da mudan�a de luz nos edif�cios s�o muito diferentes do campo. As ruas parecem estreitas, e a luz � brilhante nos andares superiores, enquanto que ao n�vel do solo tudo � sombra. Outra possibilidade � pintar uma cena noturna. A luz dos far�is e das janelas, que contrastam com a escurid�o predominante, pode constituir um not�vel estimulo visual, entretanto ser� mais dif�cil representar.

  • Kandinsky, Casario em Murnau (1909)
    San Pietroburgo, Museu Estatal Russo


    Nestor Peres, F�brica Tatuap� - S�o Paulo (1970)
    �leo s/tela
    Nesta data, pintando a mesma paisagem estava Mario Zanini


    Am�rico C�mera, Casario
    �leo s/tela, 40 x 50 cm.
    Cole��o do artista
    rebcam@uol.com.br

    Marinhas

  • No exerc�cio anterior, o que mais interessava era a complexidade estrutural. Agora, o principal problema � precisamente a falta de estrutura. Trata-se de pintar uma cena onde o elemento predominante � a �gua.Se voc� vive na costa, � l�gico que o mar � o tema escolhido. N�o obstante, qualquer extens�o de �gua � adequada, j� que o que interessa � plasmar a mudan�a de atmosfera que tem lugar quando se invertem os valores tonais da paisagem. Ao pintar paisagens, o convencional � usar os tons mais claros para o c�u. O solo � quase sempre mais escuro, exceto nas cenas invernais com neve. Isto imp�e uma atmosfera pr�pria.
    Millet utilizava o contraste entre a pintura transparente, empregada para descrever a �gua profunda, e as pinceladas opacas para as luzes refletidas na superf�cie da �gua. � interessante comparar este tratamento com o de Monet, que em vez de utilizar a tradicional oposi��o entre brilhos opacos para a superf�cie e veladuras transparentes para a profundidade, empregava uma t�cnica de camadas totalmente opacas, que tamb�m conseguem criar a impress�o de "�gua". Constable, obcecado pela id�ia de conseguir a toda custa o clarescuro, inclu�a abundantes toques de impaste branco, o que era bastante imitado pelo seus contempor�neos.
    Prepara��o Observe como uma extens�o de �gua reflete o c�u, dica (quanto mais ensolarado for o dia, mais voc� ter� a impress�o de que a �gua seja um espelho, isto se d� pela enorme quantidade de luz solar recebida por �rvores, edif�cios, etc.) fixando-se em quando o reflexo � igual e quando � diferente. Compare cor e tom, e anote inclusive as mais sutis diferen�as. A menos que se inclua outros elementos, o efeito de profundidade dentro do plano pict�rico depender� do acerto na aprecia��o do tom.
    Todavia � perfeitamente certo incluir embarca��es ou banhistas, por exemplo, como parte importante do quadro. Neste caso, e tamb�m pintando arvores ou edif�cios na borda da �gua, fixe-se bem no modo no qual a repeti��o de formas no reflexo cria um desenho interessante e �s vezes abstrato. Esta repeti��o de formas com suas varia��es � o que tem fascinado a tantos artistas do passado e do presente.

  • Kandinsky, Rapallo, Mar Agitado (1906)
    �leo s/cart�o c/tela, 23 x 33 cm
    Museu Nacional de Arte Moderna
    Centro Georges Pompidou, Paris


    Salvador Dali, Marinha (1925)
    A paisagem � um estado da alma.SD
    (Port d'Algu�, Cadaques)
    �leo s/tela, 36 X 38 cm
    Cole��o Particular, Nova Iorque


    Taeko Sugi Nomi, Embarca��es
    �leo s/tela
    taekosugi@uol.com.br


    Giverny - Fran�a
    Dia ensolarado


    Floren�a - Italia
    Dia parcialmente encoberto

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    Claude Monet, Regata em Argenteuil - detalhe (1872)
    Neste quadro, Monet revela todo seu talento para retratar a �gua. Consegue reproduzir seus reflexos e o leve balan�o da superf�cie com apenas algumas pinceladas - e t�o arrojadas que antecipam linhas abstratas.


    Monet n�o faz quest�o de mostrar a forma exata de sua ondula��o, mas, por meio de pinceladas firmes e fraguementadas sugere reflexos em sua superf�cie. Com isto Monet apresenta o que o olho capta e n�o o que a mente concebe sobre o tema.

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