A OPINIÃO QUE FAZ A DIFERENÇA
   

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GRAZIELLE MOREIRA

Será que o fim justificam os meios?

Antes de qualquer coisa, vamos entender o que é política usando uma versão clássica do grande filosofo Nicolau Maquiavel. Em sua teoria, “política é um jogo efetivo de forças, desvinculado da fé e da moral, no qual se defrontam os interesses divergentes dos grupos sociais”... Este mesmo pensador usa uma frase que deixa claro a situação catastrófica que o cenário político brasileiro vem enfrentando ao longo dos anos, “O fim justificam os meios”. Mas será que justificam???

Acredito que este é o primeiro pensamento que passou pela cabeça do  Senador, ex-presidente do PSDB e ex-governador de Minas, Eduardo Azeredo, quando recorreu à operação heterodoxa para financiar á campanha  de reeleição ao governo de Minas Gerais em 1998.

A campanha que aparentemente tinha tudo para ser mais uma conquista rumo ao poder  recebeu fundos de ninguém menos do que do já batido Banco Rural, através de uma figura que ficará eternizada nas paginas negras do cenário político: Marcos Valério. Um nome que se algum dia estiver ligado ao seu, pode ter certeza que sua vida será alvo da grande industria de espionagem chamada CPI. Eduardo Azeredo usou da  celebre frase os fins justificam os meios e tomou por empréstimos uma soma alta através de uma das empresas de Marcos Valério. Em troca do financiamento o ingênuo Governador, ofuscado pelo brilho da reeleição, ofereceu como garantia contratos assinados com as Secretarias de Comunicação do Governo Mineiro.

Mas pra quem pensa que tudo começou por aí, está redondamente enganado. O tucano estava aparentemente limpo até que um cheque no valor de R$ 700 mil surgiu na mídia...

Mas como foi dito, as maracutaias não começaram com este financiamento. Se colocarmos nossos neurônios para funcionar, vamos relembrar de velhas manchetes dos grandes jornais que ficaram envelhecidos com o tempo, mas não perderam o seu valor como documentos históricos:

“Governo  de Minas abre Inscrições para efetivação nas escolas publicas”

Milhares de funcionários da Rede Publica de Ensino se inscrevem em um concurso que nunca saiu do papel ou pelo menos nunca teve a intenção de sair. Neste concurso, que efetivaria professores e auxiliares de serviços-Gerais, foi cobrada uma taxa de inscrição. Se analisarmos o valor cobrado por cada funcionário que se inscreveu a um valor diferente, dependendo do cargo ocupado, vamos chegar a uma soma considerável. Isso, se levarmos em consideração o numero de funcionários que se inscreveram... analisando por este ângulo, uma pergunta que não quer calar: para onde foi enviada a verba recolhida neste processo de efetivação publica? Será que desviada para financiar mais quatro anos de poder? Mas como tudo isto  parece história da carochinha vamos dizer que o gato comeu!!! Assim quem sabe não fica mais fácil para entender certa questão política que o ex-presidente Fernando Henrique diz que é “coisa que já faz parte da história e que o Brasil tem de ser passado a limpo”...

Balelas, balelas e mais balelas. Está certo que o analfabetismo político é muito grande, mas o brasileiro está cansado de ser marionete nas mãos dos grandes fazedores de política que julgam que os fins justificam os meios.

Hoje em dia está difícil assistir televisão. Cada vez que você vai assistir a um telejornal, você passa a acreditar que o voto não deveria ser obrigatório, e que o candidato à vida publica deveria ser obrigado a receber o mesmo salário de fome que eles oferecem. Acredito que essa seria uma solução aparentemente razoável, mas como ainda estamos longe de adotar essa política que se prega democrática, vamos recorrer novamente aos grandes pensadores. Vamos usar desta vez uma das obras de Hegel onde ele faz uma grande observação de que os grandes fatos e os grandes personagens aparecem duas vezes na história do mundo. A primeira como tragédia e a segunda como farsa. É assim que cada brasileiro se sente analisando o cenário político do Brasil. Uma política falsa que encena suas palhaçadas em um picadeiro de vida real.

Falsidade e ambição que levou o nobre senador, ainda em sua fase de governo, a descuidar da segurança publica e deixar encadear uma greve que marcou o cenário mineiro. Policiais que tinham como obrigação zelar pela paz e a ordem da população, foram às ruas da grande Belo Horizonte, onde se mobilizaram e com gritos de protestos a policia mineira entrou para a história. “Policia Militar Mineira entra em greve reivindicando melhores Salários”.

Confusão, gritos de salários melhores... foi abafada por um tiro que atingiu um soldado. Mais uma vez o Eduardo Azeredo vira noticia nos jornais, não por seus grandes feitos, (diga-se de passagem não foram lá grandes) Mas querendo demonstrar a nação mineira que ainda tinha tudo sob controle...

“Governador Eduardo Azeredo diz que os organizadores serão punidos com a exoneração do cargo”

Resultado da greve que paralisou Belo Horizonte: um policial morto e três no cenário político nacional.

E nesse diz que me diz de CPI, Mensalão, Valérioduto, caixa dois, PT e PSDB, quem é o cidadão o único bobo da corte, que se tornou um alvo fácil para as próximas eleições!

A democracia moderna prevê que nas próximas eleições em outubro de 2006, milhares e milhares de eleitores irão às urnas dar mais um voto de confiança a uma política falida. Falida em questões de ideais, de metas alcançadas e distribuição de renda justa para o povo trabalhador, mas incrivelmente lucrativa para os mercenários que lutam em causas próprias entrando no velho lema de quem não tem, põe e quem tem, tira!

Sem duvida alguma o rio de lama levantado pelas apurações das CPIs não vai deixar nenhum partido sem um respingo de barro, de um lado a esquerda “neolulista” e do outro a direita capitalista dos tucanos.

Na balança, fica difícil de se pesar dois pesos mortos, já que teoricamente dois corpos não ocupam o mesmo espaço, isso dentro das leis da física, mas dentro da política nacional, tudo é possível.
 
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Grazielle Moreira, é jornalista e colaboradora do Mandando Pra Rede nas Minas Gerais
    


SEXTA-FEIRA
 27/01/2006

Grazielle Moreira
é jornalista e
colaboradora do
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Rede nas Minas
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