28ª
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CURTO PENINSULAR NA JORNADA DA BAHIA Como profundamente irmãos são os nossos dois povos. É tanto excitante para um italiano chegar ao Brasil, sobretudo na Bahia, quanto para um brasileiro, deparar-se com a história e com a aparente confusão das pequenas ruas estreitas e das paisagens da velha península. Mas este primeiro encontro de curta-metragem Itália-Brasil não pretende apenas mostrar uma simpatia já conhecida há muito tempo, mas principalmente estimular o enriquecimento recíproco de temas, personagens e idéias além de, é claro, novos horizontes de colaboração, como também novas perspectivas de produção e difusão cinematográfica e cultural. Em junho, nos arredores de Roma, a resenha "Corto Tropico", constituída de uma seleção de filmes premiados da Jornada Internacional de Cinema da Bahia, apresentada no Festival de Curta-metragem de Trevignano por Guido Araújo, obteve um enorme sucesso, enchendo o festival de cores vivas da terra brasileira. Temos a certeza de que o mesmo sucesso ocorrerá na XXVIII Jornada Internacional de Cinema da Bahia deste ano, quando serão apresentados os filmes italianos selecionados. Todavia, lamentamos com certo pesar a falta ainda de uma tradução em língua local (infelizmente as legendas nos dois casos, por motivos econômicos, são em língua inglesa), que proporcionaria certamente uma melhor compreensão das obras apresentadas. Esperamos que no próximo ano isto seja possível. Fica porém
um motivo a mais para difundir, além da amizade entre os dois povos,
também as respectivas línguas. E è este o objetivo
principal da Accademia Italia Amica, que represento, e que, há
anos, ensina Língua e Cultura Italiana em Salvador. Mas é somente uma primeira aproximação. Os cinemas italiano e brasileiro merecem um incremento de contactos não apenas a nível de curtas. Para isto, a Jornada Internacional de Cinema da Bahia e o Instituto di Cultura Italiana di São Paulo, estão preparando juntos, uma grande e agradável surpresa para o próximo ano. Por enquanto, aproveitemos
estas pequenas grandes emoções que os bons curtas sempre
garantem e agradecemos a Guido Araújo e William Azzella, os diretores
dos dois Festivais, que quiseram fortemente a realização
deste encontro Itália-Brasil.
Na complexa contradição que caracteriza o setor de curta-metragem italiano, entre os elementos positivos estão, sem dúvida, a força de atração e o entusiasmo que ainda envolvem novos, e também antigos, cineastas que desejam experimentar o gênero e que alimentam assim uma produção sazonal de curtas, da qual deriva uma grande afluência dos muitos apaixonados, nos sempre mais numerosos Festivais dedicados ao setor. Ainda positiva, extremamente positiva, é a validade do teste, a prova de exame que a realização de um curta impõe, cada qual no seu papel, a quem quer seguir a carreira cinematográfica e que certifica, de maneira direta e com pouca margem de erro, a capacidade de cada um, a sua maturidade para passar a realizar obras mais ambiciosas tanto na longa-metragem, quanto na ficção televisiva. Entre os elementos negativos, o mais grave é com certeza a falta de crescimento do mercado, devido principalmente ao pouco interesse que as redes de televisão italianas dedicam ao gênero. Daqui nasce a importância dos Festivais como autêntica rede de distribuição e sobretudo como uma real oportunidade de mercado, principalmente tratando-se de Festivais importantes e, como neste caso, também fora do tradicional circuito europeu. Considero portanto, extremamente positiva a oportunidade que nos foi oferecida pela Jornada Internacional de Cinema da Bahia de apresentar uma seleção da produção mais recente de curta-metragens italianos. A última edição de "A CITTADELLA DEL CORTO" apresentou por sua vez, uma seleção de curtas brasileiros organizada pela Jornada Internacional de Cinema da Bahia que nos fez conhecer o altíssimo nível qualitativo alcançado pela produção deste país. Filmes como, Aldeia, Vou te Encontrar Vestida de Cetim, O Capeta Caribé, conjugaram ao máximo nível a alta qualidade com os conteúdos mais profundos da cultura e da tradição brasileira. Foi realmente uma pena, não poder mostrar esta resenha ao público de outras cidades italianas. Espero que a seleção italiana obtenha os mesmos consensos e abra novos horizontes de intercâmbio cultural e de mercado. O fato que a delegação italiana presente na Bahia, seja composta, além de mim, de um jovem e dinâmico produtor e de um sensível e preparado jovem diretor, deixa a esperança de que a ocasião do encontro não fique confinada nos limites de museu e de celebração que quase sempre caracterizam as resenhas italianas no exterior. A última consideração que quero fazer é dedicada aos milhões de latino- americanos de origem italiana. O instrumento do curta-metragem para aproximá-los da língua italiana, para restituir-lhes uma familiaridade com os sons e as origens culturais dos seus pais é uma ambição que tentaremos cultivar para o futuro. William Azzella SORELLE STESSO POSTO
STESSA ORA QUASI FRATELLI KINEKILLER IL PRANZO ONIRICO
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