BENJAMIN FRANKLIN,
O PODER DAS PONTAS
E O PÁRA-RAIOS
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O
americano Benjamin Franklin foi um experimentador dos fenómenos elétricos e imaginou explicações para eles. Em 1749
e depois, escreveu cartas a um amigo que as leu na Royal
Society (uma sociedade científica) em Londres,
descrevendo as suas experiências elétricas e as
suas interpretações. Numa delas referiu-se ao extraordinário "poder das pontas",
observado nos objetos pontiagudos eletrizados, poder esse que permitia extrair ou projetar o "fogo elétrico",
nome dado à "substância " elétrica, de
origem não conhecida, mas que se manifestava nos fenómenos chamados elétricos, de atração e de
repulsão e que provocavam faíscas duns corpos para outros. Franklin
criou uma teoria segundo a qual o fogo elétrico
existia naturalmente nos corpos e as faíscas resultavam de diferenças de
quantidade de fogo elétrico entre corpos que haviam
sido eletrizados. As faíscas iriam dos corpos com mais
fogo para os que tinham menos fogo, até se equilibrarem. Voltando
ao poder das pontas, Franklin verificou que entre um corpo eletrizado e outro pontiagudo apenas saltava faísca
quando este último estava ligado à terra, conduzindo à descarga da esfera eletrizada. Na
sequência destes estudos, Franklin pôs a hipótese, inovadora na época, de as
nuvens estarem carregadas de eletricidade, sendo os
raios das trovoadas um fenómeno elétrico. Experimentador
como era, concebeu e realizou uma experiência com um dispositivo baseado nos
papagaios de papel, com um fio de seda ligado ao papagaio e com uma chave na
outra extremidade e ligada à terra. A aproximação duma trovoada permitiu-lhe
verificar que as nuvens estavam carregadas de eletricidade,
quando pôde comprovar a descarga recebida e que lhe permitiu carregar uma
garrafa de Leyden. Franklin
descreveu os procedimentos para a realização duma experiência capaz de
demonstrar a sua hipótese. Esta experiência foi realizada em França, em 1752.
Foi montado um mastro metálico isolado da terra. Um fio de cobre foi ligado à
terra e um dos experimentadores presentes (isolado do cobre com vidro)
aproximou o cobre do mastro durante uma trovoada, observando faíscas a saltar
entre o mastro e o cobre, o que comprovou a teoria de Franklin. Esta
experiência serviu também para mostrar a capacidade de proteção
que este pára-raios proporciona, desde que o mastro seja ligado à terra. A
experiência teve um êxito estrondoso e foi repetida por toda a Europa, tendo
provocado a morte do cientista alemão Richmann, na
Rússia, por não se isolar convenientemente e ter sido atingido por um raio. As
mortes devidas aos raios eram frequentes antes do pára-raios, nomeadamente
quando se tocavam os sinos durante as trovoadas para afastar os perigos,
atribuídos a causas sobrenaturais, pois os sinos metálicos atraíam
os raios e fulminavam os que os tocavam. Em 1791, o Papa Pio VI mandou
reconstruir uma capela destruída por um raio e ordenou a instalação de um
pára-raios e de uma placa alusiva, em que este ficou designado como Vara elétrica de Franklin. O
pára-raios, pelos seus aspetos teóricos e práticos,
foi a coroa de glória dum homem incansável, com uma vida cheia de
participação ativa no mundo da sua época, nos mais
variados domínios, tendo sido o primeiro americano reconhecido
internacionalmente no domínio da Ciência. Bibliografia
: Benjamin Franklin (Les Cahiers de Science et Vie) |
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