A Rosa Escarlate
Astásia
 

Capítulo 2 - Pensamentos Insanos
Foram noites de silêncio. Duas noites e dois dias de uma calma apática, em que Shiori esperou que Yomi a acreditasse morta e os esquecesse, e por uma ordem instintiva, a morte de Kurama, o Youko quase não foi comentada. Talvez fosse só mais uma parte da lenda que ele se tornara. Talvez, diziam, ele nem sequer existisse de fato.

Shiori pensou exatamente isso. Talvez ele nem existisse de fato. Talvez até aquela rosa... Não, agora ele se chamava Kurama, também... Talvez Kurama não existisse, e seus cabelos vermelhos e sempre ondulantes fossem uma ilusão. Parece humano, ela pensou, pela milésima vez, encantada com a visão de sua rosa dormindo em um galho alto, como fazia a maior parte do tempo, Kurama dormia, se espreguiçava quando o sol saía detrás das muitas nuvens negras do céu de Gandara, mas voltava a se encolher, abraçando os joelhos. Só pareceu se alterar até que o sol se extinguiu, mas então, escondeu-se no ombro de Shiori, abraçando-a como se pedisse por uma terna proteção. De fato seu bulbo se abriu cedo demais, isso explicava o estranho sono que ele estava sentindo, sua letargia. Enquanto ele dormia, Shiori tentava se acostumar a não ter nada, mas descobriu que isso não a assustava mais. Descobriu que não tinha medo algum de ficar só naquela floresta negra, independente de ter ou não seu... Dane-se a maldita ética!... filho com ela. Pela primeira vez na sua vida toda... Sentiu-se dona de si.

Mas claro que quando Kurama despertasse por mais tempo e prestasse mais atenção em si do que nas borboletas que o cercavam, ele iria perguntar quem era, perguntaria coisas demais para Shiori responder sozinha.

Paciência. Ainda não está tudo perdido.

Não conseguiu reprimir uma lembrança desagradável que veio com aquele pensamento.

Doutora Genkai.

Não, disse a si mesma que não a iria procurar.

Aquela velha mulher havia lhe mostrado como não se assustar com as formas dos estranhos habitantes do Makai, quando Shiori viera para este mundo, ela vivia alí há muitos anos, mais da metade de sua vida dedicados a ... Não importava o que ela fazia, Genkai tinha ambições mais aberrantes do que os seres que criava...

"Kurama!!..."

Ele se mexeu no seu galho e lentamente desceu para o chão na sua leveza de sempre, e se espreguiçando.

"... Estou com sono."

"O problema é esse. Devem achar que não há mais nenhum da sua espécie... Você nasceu antes do tempo, o seu cheiro chamou muita atenção." - Ela falava mais consigo do que com Kurama. O quimono de Shiori estava ligeiramente empoeirado, e ela tinha olheiras, depois de toda aquela caminhada e Kurama observava tudo isso com uma curiosidade que era típica de seus olhos tão grandes. - "Isso explica o seu sono. Agora, me escute: tente ficar mais tempo acordado... !"

Kurama acenou com a cabeça.

"Eu posso passar o resto do tempo no meio das árvores, mas você não pode, certo?"

"Isso mesmo. Eu não pretendo voltar para o meu mundo. Minha vida e você estão aqui. Mas quando você desabrochar, o seu cheiro vai chamar tanta atenção quanto se estivesse escrito na minha testa que eu menti para Yomi!! E sabe o que me dói mais? Apesar de tudo, eu sabia. Eu sabia!!!" - Ela estava andando, agora, cada vez mais rápido por entre as árvores, visivelmente furiosa. Kurama a seguia não fazendo esforço algum de não demonstrar sua surpresa de ver a Doutora partindo os galhos secos do chão com seus passos duros. Ela era tão delicada, de repente, depois que o fogo destruiu seus sonhos, ela era só o que restava, pura, decidida. - "Ele confiou em mim."

"Por que?"

"Porque ele acreditou que eu pudesse fazer uma rosa como você de novo."

"Mas, você fêz!" - Ele se postou na sua frente, fazendo a túnica esvoaçar com o movimento rápido. A expressão de Shiori se abrandou, num sorriso divertido ouvindo-o dizer: "Eu estou aqui, foram os meus irmãos que eles queimaram!!"

Quanta inocência!!! Conclusões simples, sobrevivência, coisas típicas de um ser que ainda era muito instinto e emoção. Quase um animal... Não. Ele tinha alma. Olhar nos seus olhos lhe fazia lembrar disso a todo instante. Kurama não tinha a noção do extremo perigo em que estava, depois do desafio de sua mãe ao Rei. Nem sabia quem ele era. O seu sono vinha sempre sem sonhos. As imagens do youkai que o olhava com ódio não se repetiram, mas não foi por aquela ausência que lamentou.

Continuou seguindo sua mãe, pensativo, lembrando do botão vermelho escuro, as mãos projetadas para fora das grandes pétalas, talvez mais um dia e ele também saísse do seu próprio sonho verde, e talvez Kurama não se sentisse tão só, de repente. Queria perguntar muitas coisas, mas também num passe de mágica, as respostas vinham da sua cabeça como se estivessem prontas... E todo o tempo que dormia não fazia passar o cansaço. E nem sequer aquela parte de seu último sonho voltava. Não, não queria o olhar de ódio do Youkai. Queria, sim, aquele prazer sobre a sua pele de novo, embora não soubesse o que desejava, reconhecia a saudade do que não se lembrava. E aquele tempo só lhe dava mais cansaço... O céu de Gandara era uma tempestade sem fim, os raios cortavam as nuvens que se abriam raramente, deixando passar uns poucos raios de Sol, que calavam sua fome de planta. Mas que adiantava lamentar aquilo? Tinha de se manter acordado, e andando, e respirando mais fundo para seguir os passos de sua mãe...

"Onde nós vamos?"

"Não me pergunte, Kurama, eu nem quero pensar nisso."

Nem parecia que acabara de jurar o contrário de sua decisão... Mas afinal, precisava de ajuda, e quem mais poderia ajudar quem ousara brincar de Deus quanto outra pessoa que se atrevera ao mesmo?...

"Por que?"

"... Vamos para um outro jardim."

"Com rosas como eu? Há outros híbridos?" - Shiori quase chegou a achar que Kurama se sentia sozinho. Sim, ele despertara de um sonho de plantas para uma vida conturbada em um mundo selvagem, sem a calma do jardim, sem seus irmãos...

"Não, lá não há rosas. Mas há outras flores." - Agora, estavam de mãos dadas, olhando-se enquanto tomavam um rumo que a julgar pela direção que deixaram para trás a estufa, estavam indo para o extremo da fronteira de Gandara. Não estavam a mais de um ou dois dias de distância. E Shiori pensou que talvez houvessem também cobras lá... Além de plantas.

"Que flores?... Híbridos?"

"Flores venenosas, Kurama. E o veneno delas é mais pungente do que os seus espinhos."

"Mas eu não tenho espinhos!..."- Kurama sorriu, olhando para os próprios pés pálidos e descalços, pisando tão leve sobre a grama que começava a surgir, quando se aproximavam de uma trilha entre o bosque escuro e silencioso, absolutamente vazio.

"Vai ter. Quando desabrochar."
 
 

__________
 
 

Era amargo, o mais puro amargo que já experimentou, sem sombra de dúvida. Passava a ponta da língua, discretamente, suavemente, pelos lábios que beijaram o Youko antes de queimá-lo vivo, recordando do sabor puro daqueles lábios que foram de todos e de ninguém. Mas o sabor que sentia era o amargo de sua culpa, nada abrandado por aquela recordação.

Rei Yomi. Soberano de um terço do Makai, soberano de vida e de morte de todos sob seu jugo, e ele cometera aquele sacrilégio...

Duplo sacrilégio, uma voz repetia, a mesma voz que lhe disse, que um momento antes ainda haveria tempo de desistir, de poupar a vida de Kurama, o Youko, que se rejubilasse somente com o medo que viu em seus olhos dourados. Mas isso só deixava o gosto da culpa mais amargo.

Seu duplo sacrilégio começou quando percebeu o cheiro no ar, anos atrás, no meio de mais uma noite de desespero dentro de sua solidão, quando um vento estranho atravessou o céu de tempestade, imperceptível, trazendo o perfume de uma rosa desabrochada, um perfume de morte, sim, e de destruição, de dor e também de promessas, um aroma de sedução. Perigo, cheio de ameaças e de tentação. Yomi sentiu um fio de suor, não de medo, nem de calor, mas de excitação, correr sua pele, descendo por seu pescoço longo e pálido, se perdendo pelo tecido de sua túnica, e ele engoliu em seco, erguendo-se de sua cadeira, empurrando com um gesto de ira os papéis de sobre ela. Mesmo depois de anos após a noite em que foi seduzido pelo perfume de rosa que atravessou mundos, ele quase se envergonhava do ódio que o fêz arriscar toda sua energia para cruzar as fronteiras dos mundos para seguir aquele chamado silencioso e primitivo. Ódio, ódio por se deixar seduzir. Por se descobrir frágil a ponto de ceder àquilo como ele cedeu aos estranhos desejos do Youko, a seu pervertido prazer de enlouquecê-lo. Não se enganava de pensar que aquele cheiro se parecia com o dele, pois se parecia. Rosas. Cio. Suor.

Qual não se espantou de achar a criatura, nem humana nem youkai que exalou aquilo morta, quando ele a encontrou, dentro já, das fronteiras do Ningenkai, estirada no chão, já enegrecendo, mas belíssima, mesmo morta a rosa era sedutora. A mulher nigen chorava ao lado do corpo, como se morta estivesse ela mesma. Ela não havia parido aquela criatura que não tinha alma, mas a havia criado. Na mesma hora, Yomi teve o pensamento, aberrante mesmo para seu mundo, louco para todos os outros, mas ele era o Rei, e sua vontade era lei. E a mulher disse-lhe que poderia fazer de novo seu estranho milagre de ciência e sonho. E Yomi fêz aquela que talvez fosse sua maior loucura, deu-lhe uma velha estufa que estava abandonada, nas fronteiras de seu reino com o reino de Mukuro, e deu-lhe tudo o que precisasse para repetir o feito: uma rosa de Kurama e uma mecha de seu longo cabelo. Sim, aquilo deveria servir, os cientistas que fizeram Gandara ser o que era, com sua tecnologia tão avançada diziam que sim, aquilo lhe daria uma parte de Kurama, o Youko. Lhe daria seu corpo nascido de uma de suas próprias flores, feito apenas para ele, para que fizesse dele o que bem entendesse. Teria o que mais desejava do Youko, a beleza, tomá-la entre suas mãos , e depois, para a vida ou para a morte, ele ainda seria seu. Todo seu. Apenas seu.

Esse mesmo egoísmo o fêz cometer seu segundo sacrilégio.

Chamara o Youko de seu refúgio do outro lado no Makai, um jantar, uma recordação do passado que ainda os assombrava. Mandara um de seus mais doces escravos de afeto convencê-lo, uma forma de fazer o Youko ceder a sua vontade. Ah... Yomi se aproveitou da frieza do Youko, fazendo seu jogo, agindo como se nada acontecesse, ou houvesse acontecido. Deliciou-se com a inquietação que causou naquela raposa, quando sem querer acariciou-o com sua aura, envolvendo-o em uma onda de sua energia tão inquieta, tensa de expectativa ao se inquirir se os deuses não o castigariam por aquele pecado, matar um youko. Quando era criança, Yomi ouvia os anciões contarem que a alma do Youkos perseguiam seus assassinos, mas não foi nisso que pensou. Pensou na cientista ningen, na estufa, ajudando-o a tornar seu escravo o ser mais livre do Makai. E pensou no momento em que o possuiria, quando tomou de Kurama, o Youko, o beijo que não abrandava o amargor de recordar que foi o responsável por sua morte.

Quando achou que nada, então, podia fazê-lo distrair-se mais ainda dos assuntos de sua complexa política.

O soldado veio com notícias da fronteira, da estufa, onde acabara de serem cumpridas as ordens deixadas para o caso de Shiori fazer alguma loucura. E pelo visto, pela voz urgente do soldado ao invadir sua sala, ela fêz mesmo, Yomi pensou.

Como ele esperava e mantinha uma angustiante fé de que não acontecesse, ela tentou esconder sua rosa, sua amada rosa, feita da carne de Kurama. Mas aquele cheiro, exalado quando ela deve ter saído de seu bulbo, espalhou-se longe, e nenhuma flor cheirava daquela forma na floresta negra que circundava a fronteira com o reino de Mukuro. O soldado era um dos poucos de sua confiança, e Yomi não teve como duvidar de que ele mentia ao dizer que os estúpidos patrulheiros da fronteira haviam destruído tudo, até o que talvez pudesse ser recomeçado por outros de seus cientistas. Herbicida, ele disse, fogo também. A mulher ningen, deixada sozinha para morrer naquela floresta inóspita, vazia de tudo e principalmente vazia de quem pudesse ajudá-la a sobreviver. Sim, ela se desesperara quando o fogo subiu rumo ao céu, tomando a casa, consumindo as árvores já desfolhadas. Oh, o soldado disse, e ela gritou um nome. O mesmo nome em que Yomi não parava de pensar.

Kurama.

Então, ela deu ao híbrido o nome que foi do Youko... Desesperou-se como se fosse seu filho morrendo no fogo.

Yomi não se surpreendeu com isso, subitamente entendendo o que houvera. Mas também subitamente magoado, dispensou o soldado, com ordens bem explícitas de que queria ao chão as cabeças do patrulheiros que destruíram o que pertencia ao Rei.

Como não se sentir ferido? Sozinho na sala, debaixo da luz terrível do amanhecer apocalíptico de Gandara, Yomi lamentou por Shiori. Apesar ou por tudo, gostava dela, confiara a ningen a realização de seu mais caro desejo, a consumação de seu maior e único amor. Talvez ele estivesse enganado de pensar que ela seria indiferente a sua criação. Seu coração de youkai se apertou ao pensar nela morta, tão brilhante, tão inteligente, tanto quanto pensar no híbrido recém nascido morto também. Agora, talvez fosse inútil enviar outros patrulheiros para vasculhar debaixo de cada folha sobre o chão do bosque. Mas Yomi confiava em seus instintos, os mesmos que lhe disseram que Kurama aceitaria seu convite de jantar. Ele não se enganara. Rezava a qualquer deus que escutasse seus pedidos que perdoasse seus sacrilégios e lhe desse seu Kurama de volta, que retornasse para suas mãos, para nem que fosse para só mais um derradeiro beijo, sua rosa escarlate...
 
 

__________
 
 

Estava cansado de andar tanto. Erguer-se do solo era mais fácil, delicioso sentir o vento se fazendo acariciar com suas formas esguias e quase humanas. Mas também acabava por ter tanto sono depois que poderia dormir o resto de sua vida de planta. Resto de sua vida. Estranho pensar desta forma, a mulher ningen... Não, agora ela devia ser chamada daquela forma que seu coração de rosa tanto necessitava de chamá-la... Mãe. Mamãe quando sentia aquele vazio apertar mais por dentro, quando aquela solidão não o deixasse sequer respirar, quando desejasse ter aquele sonho de novo, sem saber como satisfazer a fome de sensações de seu corpo. Claro que sabia que ninguém mais poderia compreender isso. Não tentava falar-lhe das recordações que vinham a cada hora, surgindo a cada palpitação que sentia na mata ao redor.

Estavam alí, naquele velho... Como Shiori chamava aquele lugar? Ah, templo! De repente, Kurama descobria que aquele lugar não tinha segredos para ele, que conhecia os caminhos até mesmo daquela floresta em que nunca andara antes, seguindo trilhas seguras e sempre certas, que vinham no meio das tantas lembranças de uma vida que não era sua. Pensava no nome que sua mãe lhe deu. Ele era o gancho de muita coisa, no meio das lembranças. E nem adiantava perturbar Shiori agora, pois ela dormia, sobre o chão de madeira polida, forrada de folhas secas pelos cantos. Haviam andado por todo o dia, não era certo perturbá-la. Parecia-lhe muito bonita, apesar de não ser tão jovem, porém, a força que ela começou a demonstrar quando a estufa se acabou não condizia com sua aparente fragilidade. Também não lhe era estranha. Kurama se ajeitou melhor sobre a viga que atravessava a sala, perto do teto destelhado, contemplando o céu sem estrelas.

Shiori disse que viu uma vez aquele que o fizera assim, o primeiro Kurama. Uma mórbida curiosidade se fêz nele, naquela insônia incomum. Se parecia com aquela pessoa? Eram dele as lembranças que vinham naquele sonho? Como ele era?... pensando nisso, Kurama, a rosa, sobressaltou-se. lembrou que não se conhecia, que não sabia como eram as próprias formas. Talvez fosse um monstro, uma perfeita aberração. Shiori lhe disse que era a mais bela rosa que já havia visto, mas... ela era uma cientista. Os cientistas sempre devem achar suas criações belíssimas, não é? Ainda mais ele, feito para... encomenda? O pensamento era inquietante. Ele era uma encomenda do tal Yomi? Era ele quem o olhava com tanto ódio dentro de seu sonho? Sim, as respostas já estavam nele. Ele havia nascido com a maioria das respostas em si. Mas a questão que o incomodava desde o nascimento ainda era a mesma: quem era ele? E quem de fato era Yomi, e o que ele seria dalí em diante em sua vida?... Descobriu que já não conseguia ser indiferente a lembrar daqueles olhos cor de carne...

Num salto que deixou para trás o templo abandonado, sua forma pálida, esvoaçada dentro da túnica verde escura ganhou a noite, subindo para além do alto das copas dos pinheiros pontudos que se desenhavam em negro ao seu redor e até o horizonte. Estava a procura de algo, sem saber ao certo o quê, mas reconheceu seu desejo quando viu a superfície de um lago cintilar ao longe. Ele, que estava parado no ar como um espectro, flutuou naquela direção. Por uma ironia, mais ou menos como flutuam as plumas de um dente-de leão...

Era quase um pântano, mas era bonito. As águas, ele notou quando se aproximou, eram quase negras naquela escuridão, e haviam árvores perto da margem, com suas raízes mergulhadas na água calma. Quando desceu, pendurou-se num deles, inclinando-se para olhar seu reflexo. Quase silêncio absoluto, talvez alguns grilos, pássaros noturnos, sapos... Oh, o que viu lhe assustou mais pela beleza do que pela monstruosidade que esperava. Parecia quase tão nigen quanto sua mãe, se seu cabelo não flutuasse e sua pele não tivesse aquela cor de pétala que ele descobriu ser tão pálida que reluzia com a pouca luz, os olhos fosforescendo na escuridão, verdíssimos, grandes como os olhos de um animal sem espécie... Um silêncio de morte se fêz.

Os animais calaram-se, como um instante antes de ele nascer; todavia, agora nada iria nascer.

Um instinto tão velho quanto o mundo o fêz crêr, sim, que alguém iria morrer...



Capítulo 3
A Rosa Escarlate
 
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