...um anjo...
Umi no Kitsune
 

 “Omi...”, uma voz carregada de preocupação chegou baixinha ao seu ouvido, “Omi, acorde.”, alguém estava sacudindo seu ombro, “Acorde, vamos...”

Omi abriu os olhos devagar piscando algumas vezes, a figura embaçada logo tomou forma. Como não queria conversar agora, ele gemeu de desconforto e deu as costas para Ken, se encolhendo mais debaixo das cobertas.

“Omi, você precisa comer. Já faz dois dias que esta trancado aqui...”, Ken, usando de força, fez o adolescente se virar e sentar encostado num travesseiro na parede, “Olha, eu trouxe hambúrgueres... não deve estar muito bom... fui eu quem fiz.”

“Eu não estou com fome...”, Omi grunhiu baixinho e, ainda sentado, levou a coberta até o pescoço. Quando olhou mais uma vez para a bandeja nas mãos de Ken, seu estômago deu sinal de vida, reclamando do vazio. Ambos arregalaram os olhos surpresos com o barulho e o loirinho abaixou a cabeça muito vermelho, “Er... eu acho que vou comer um.”

“Ok. Pelo menos irá comer!”, o moreno deu um sorriso, mostrando-se aliviado.

Minutos se passaram em silêncio com Ken assistindo concentrado o hambúrguer que fez com tanto carinho ser devorado em algumas mordidas. Depois, timidamente, Omi pegou o segundo hambúrguer, na metade deste ele perguntou:

“Tem alguma coisa pra beber?”

“Ah? Sim... tem. Eu fiz suco... não tinha refrigerante.”, ele passou o copo que estava em uma cômoda para Omi, que tomou um gole.

“Está aguado.”, ele disse secamente deixando o suco quase intocado de volta na cômoda.

“Desculpe... eu não sou muito bom nisso...”, Ken abaixou o rosto meio triste.

Ken ficou muito preocupado com Omi desde da noite em que Aya o tirou do quarto de Youji nos braços. O líder dos Weiss levara o garoto para seu próprio quarto e não permitiu que se aproximassem dele. Era tudo muito estranho...

Naquela noite, quando acordou com os gritos de Omi, ao chegar no quarto de Youji, Ken só viu, de um lado o playboy caído no chão atordoado, do outro Aya que tomava o garoto nos braços e desde então virara cão de guarda dele. O clima na floricultura estava muito tenso. Aya não falava com Youji, Youji era ignorado por Aya, Youji tentava se aproximar de Omi, Aya ameaçava matar Youji. Nessa guerra, Ken ficava no meio dos dois.

Tinha escutado a versão de Youji, tinha escutado as acusações de Aya, mas não tinha conseguido ver Omi ainda. Nem viu nem falou com o amigo. Aya hoje saiu, sem mais nem menos. Disse que era para ele cuidar de Omi se o garoto o chamasse.

Mas Ken não poderia perder a oportunidade de saber como ele estava. De cuidar dele. De saber a versão dele.

Só que não estava sendo como o esperado... claro, ele não querer falar era normal. Mas o tratamento frio e impessoal de Omi estava machucando-o muito. Talvez fosse melhor esperar ele terminar de comer e ir embora...

“Desculpe...”. um sussurro quebrou o silencio de repente.

“O que?”, Ken, tomado de surpresa, não entendeu o pedido de desculpas.

“Você está sendo muito legal... desculpe.”, ele disse olhando para o hambúrguer nas suas mãos, “Obrigado por se importar, Ken-kun.”

“Er... não foi nada. Ora, você é meu amigo, meu parceiro, né? É o mínimo que eu posso fazer... Aya é que não deixava ninguém chegar perto...”, Ken disse abrindo um sorriso, mais animado agora.

“É... eu sei. Ele me proibiu de sair daqui.”

“E-ele te proibiu?”

Omi acenou com a cabeça e deixou um soluço escapar seguido de uma lágrima.

“Omi...”, devagar, Ken retirou a comida das mãos trêmulas e se aproximou, abraçando o loirinho que já chorava baixinho, “Não, não fique assim. Vai passar... tudo vai passar você vai ver.”, ele disse fazendo um carinho nas costas dele, “Youji está muito arrependido... ele está preocupado.”

“Não foi culpa do Youji-kun.”

“O que?”

“Você pode não acreditar em mim, mas o Youji-kun não teve culpa. Ele... ele... ele não estava pensando quando fez aquilo.”

“Omi...”, Ken se apiedou do garoto, “Só porque Youji não pensou não quer dizer que ele não tenha culpa. É justamente por não pensar nas conseqüências que ele é culpado pelo o que fez. Mas eu conversei com ele... ele não se agüenta de arrependimento. Ele..”

“Você não entendeu! Não era o Youji-kun! Não era ele... eu vi nos olhos dele! Ele não pensava...”

“Está dizendo que alguém controlou a mente de Youji?”, Ken perguntou incrédulo

“Sim...”

“Como? Digo... se essa pessoa conseguiu dominar Youji a ponto dele querer...”

“Ken-kun...”, Omi interrompeu o discurso e pensamentos de Ken ao reforçar o abraço, “Eu tenho medo.”, ele o abraçou mais, “Eu tenho medo de Youji, de Aya... e de você.”

“De mim? Omi... eu nunca, eu nunca iria...”

“Poderia ser qualquer um.”

Então Ken entendeu. Omi estava com medo de que ele também, de alguma forma, tivesse sua mente dominada e fizesse algum mal para ele. Mas isso era um absurdo! Ken não conseguia imaginar-se fazendo nada com Omi. Ele adora o garoto! Adora como ele está sempre sorrindo e o admira, mesmo pequeno é muito inteligente... e também ele é um verdadeiro fetiche do grupo, tinha que admitir.

“Omi, eu nunca faria nada sem o seu consentimento.”, Ken disse baixinho suspirando, “Por mais tentador que seja, eu não faria nada forçado... não teria graça, né?, ele completou rindo.

Com o rosto escondido, Omi deixou-se sorrir também.

“Ken-kun...”, ele levantou o rosto um pouco, apoiando o queixo na curva do pescoço de Ken, falando no ouvido, “Você sabe que não precisa do meu consentimento... você sempre o teve.”

Um arrepio percorreu toda a espinha de Ken, que instintivamente apertou o corpo de Omi entre seus braços, fazendo-o gemer baixinho.

“Omi... você não sabe o que diz...”, ele tomou o rosto do loirinho entre suas mãos e o encarou sério.

“Eu sei... que você me quer... e eu sempre quis você... Ken-kun.”
 
 
 

Uma batida. Ken fechou os olhos de dor. Alguém bateu com uma força descomunal na sua cabeça... mas, não foi nada? Ken estava confuso. Sentiu baterem na sua cabeça, que estava latejando de dor agora, mas não tinha mais ninguém no quarto... apenas ele e Omi, que estava falando algo sobre querer...

“... quis você... Ken-kun.”

Seu nome foi dito de uma forma tão infantil e inocente que, com os olhos azuis penetrantes e a expressão de luxúria no rosto jovem, Ken se viu mergulhado em uma de suas mais secretas fantasias. Ter esse adolescente, mais criança que adolescente, em seus braços, com sua voz infantil e fingida de pureza o chamando. Com o corpo de formas delicadas e curvas sutis, nada dos grandes músculos tensos e suados, mas uma pele macia, lisinha, com pelinhos fininhos e dourados sobre a carne firme onde seus dedos pudessem deixar marcas da sua passagem.

Sem pensar em mais nada, Ken avança e beija Omi com volúpia, possuindo os lábios macios com fúria. Entre os lábios, os gemidos de prazer de Omi aumentavam e sua respiração ficava cada vez mais profunda, com suspiros arrepiando o pescoço de Ken.

Livrando-se do moletom que protegia pateticamente o corpo juvenil de suas mãos, Ken explora o peito de Omi, lambendo e mordiscando, sentindo a pele tencionar e a carne tremer com seus toques. Enquanto isso, Omi se aproveitava das costas largas de Ken com suas mãos, arranhando os músculos e querendo entrar por entre a calça.

Percebendo o desespero do loirinho, Ken retira as mãos de Omi só em tempo para abrir a própria calça e ajuda-lo a tirar sua blusa, depois voltando a abraçar e beijar o corpo quente a sua frente.

Sem o problema da blusa de Ken, Omi ainda se debatia com a calça dele, que apesar de aberta, não foi retirada. Pego de surpresa, Omi é jogado na cama, e antes que percebesse, Ken já estava em cima dele, sem as calças, com seu sexo roçando e provocando entre as pernas dele.

Com uma única mão, Ken envolveu o membro inteiro de Omi e começou a acaricia-lo na ponta enquanto se inclinava para beijar o rosto vermelho e infantil.

“Me chame...”, Ken apertou o membro em sua mão. Omi o olhou perdido, ele apertou mais o pequeno membro, “Me chame, Omi!”

“Ken...”, ele disse gemendo.

“Assim não! Você sabe como eu quero!”, Ken quase gritou, bravo.

“Ken-kun!”, o loirinho soltou um gritinho de desespero, “Ken-kun...”, ele disse mais infantilmente, choramingando.

“Mais uma vez...”, Ken abriu as pernas de Omi e posicionou seu membro na pequena entrada

“Ken-kun...”, Omi disse baixinho ao sentir ser pressionado, “Ken-kun...”, ele repetiu quando a dor se tornou maior, se agarrando nos braços de Ken.

“Isso...”, Ken o penetrou mais, lentamente, até sentir-se inteiramente dentro de Omi. Ele o abraçou vendo-o tão lindo, perdido, buscando o conforto de seus braços, ele o queria abraçar para diminuir a dor, “Tudo bem?”, ele perguntou baixinho

Omi acenou com a cabeça, se acostumando com a dor aos poucos, se sentindo mais confortável com os braços de Ken a sua volta. Então, quando ele começou a relaxar, Ken saiu de dentro dele, a dor voltando. Ele entrou de novo, devagar, e saiu novamente, e entrou. Tudo foi muito lento no começo, Omi se acostumava aos poucos, a dor sumindo dando lugar ao prazer, mas Ken aumentou a velocidade e parecia a cada investida querer ir mais fundo.

Sentindo-se perdido nas sensações que corriam pelo seu corpo, Omi se agarrou mais em Ken, que neste momento só mexia os quadris, indo e vindo, e gritou quando não aguentando mais deixou o orgasmo passar livre e envolver os seus sentidos como uma manta quente. Relaxando um pouco, ele ainda sentiu quando Ken também atingiu o clímax e seu sêmen preenchendo e aquecendo-o.

O moreno, suado e sorrindo satisfeito, respirando com dificuldade, deixa o corpo cair, cobrindo a nudez de Omi, que o abraçou mesmo com o peso sobre ele ser um pouco incômodo, mas reconfortante. O loirinho começou a fazer um cafuné lento em Ken, que estava sendo levado pelos carinhos para um sono profundo. Antes que caísse em sono, ele ainda escutou a voz infantil e alegre de Omi:

“Ken-kun.. “
 
 

Da porta de seu quarto, Aya viu, em sua cama, Omi dormindo inocentemente nu. No rosto do adolescente não tinha mais a expressão de dor de manhã, quando ele saiu. Aya entrou no quarto, andando devagar até alcançar a cama, ele estendeu a mão e tapou a boca de Ken, enquanto com a outra mão, prendia os braços do moreno.

Ele ergueu Ken, que já acordado e recomposto do susto, descobriu quem o prendia ao ouvir a voz cheia de raiva e cólera em seu ouvido:

“Não sei o que você fez... mas conseguiu ser mais eficiente do que eu.”, Aya torceu um dos braços de Ken que teve o gemido sufocado pela mão em sua boca, “Só que agora... eu não quero mais você perto dele! Encoste nele e eu te mato. Converse com ele e eu corto a sua língua. Olhe pra ele e eu arranco os seus olhos.”

Como se fosse lixo, Aya joga o corpo de Ken, nu, para fora do quarto e tranca a porta. Voltando-se para Omi, ele se aproxima da cama e percebe que o garoto sussurra alguma coisa enquanto dorme. Sem tirar os olhos de Omi, o assassino ruivo se despe e deita ao lado dele, sendo abraçado e abraçando.

Com a cabeça de Omi descansando em seu peito, Aya conseguiu identificar o que tanto o garoto sussurrava:

“Aya-kun...”

Continua....



Capítulo 3
Weiss Kreuz
 
 
 
 
 
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