Hitokiri no Kokoro
Yoko Hiyama
 

Capítulo 11 - Ódio a Primeira Vista

- Então é você o cara! - Yusuke olhou para o novo detetive espiritual com cara de deboche - Não queria te chatear não, meu irmãozinho... mas você não me parece grandes coisas...

Saitou fez um movimento de repulsa, como se estivesse espantando um inseto e disse:

- Tenho ordens do Reikai para prendê-los.

- Nos prender? - Kurama perguntou, intrigado.

- Exatamente. A sua presença no Makai está proibida. E vocês sabem disso! Agora me acompanhem.

- Se você acha que nós vamos com você sem lutar, meu chapa... - Yusuke esboçou a ameaça que foi logo cortada:

- Ah, corta esse papo idiota de herói adolescente! Eu não tenho paciência e nem tempo pra isso!

- Não tem mesmo, é? Então eu acho que você vai ter que arranjar algum tempo para que eu possa te mostrar o que é um detetive de verdade!

Saitou deu uma risada:

- Você? Me mostrar o que é ser um detetive? Boa piada! Você não passa de um marginal.

- Parece que andaram falando muito bem de mim lá no Reikai. - Yusuke sorriu, apontando o dedo indicador para Saitou.

- Não foi preciso. Só de olhar eu vejo que tipo de pessoa é você. - Saitou respondeu, também apontando sua katana na direção de Yusuke.

- Esperem! - Kurama interrompeu a luta eminente com um grito. - Não queremos uma luta com você, Saitou.

- Kurama! - Yusuke nem entendeu a reação do companheiro.

Soushi olhou para Kurama, interessado, e então baixou a arma.

- Vieram aqui pra quê, então?

- Queremos encontrar o youkai fugitivo.

- É mesmo? - Soushi levantou a sobrancelha direita com um interesse cínico - E o que vocês podem querer com ele?

- Queremos vingança. - Yusuke respondeu por Kurama

- Oh... que tocante! - Saitou falou - mas sinto informar que perderam o seu tempo. Eu sou o encarregado desse caso e vocês não têm permissão para pisarem no Makai. E como eu já disse, tenho ordens do Reikai para prendê-los. Portanto, se não se renderem, vamos ter que lutar.

- Mas que cara arrogante! - Yusuke resmungou - acho que eu vou ter que ensinar a ele um pouco de boas maneiras...

- Tem toda razão, Yusuke. - Kurama concordou - Vamos mesmo precisar lutar.

- Oba! Oba! - Misao festejou se posicionando para a luta.

- Fique longe disso, garotinha. - Yusuke acabou com a festa - Essa luta é só pra quem já largou as fraldas.

- O quê?!!! Repete isso se você tem coragem, seu...

Foram interrompidos pela veloz movimentação do oponente. Em segundos, Saitou se atirou sobre eles com sua espada de uma forma que nem Yusuke, nem Kurama tiveram tempo para muita coisa.

- Merda! O que... - Yusuke não teve tempo de terminar a frase. Sentiu a pele do ombro rasgar e em seguida veio a dor, fazendo com que ele tivesse certeza de que tinha sido ferido pela espada do odiável detetive. Mas quando se virou para localizá-lo, não o encontrou. - onde você está, seu...

- Rose Whip! - O grito de Kurama se fez ouvir e logo em seguida o barulho do choque entre o chicote e o metal da espada.

Kurama tinha conseguido arrancar a arma de Saitou com o chicote e, com os olhos arregalados de susto, protegia com o corpo a não menos assustada Misao.

- O que foi isso? - Misao perguntou.

- É impressionante! - Kurama falou. - Com um só ataque, ele atingiu a nós três. Mas como isso é possível?

- Maldito! - Yusuke gritou - se eu não estivesse distraído...

Saitou acabou de enfaixar a mão machucada pelo ataque de Kurama e sorriu, satisfeito.

- Muito bom. Vejo que vocês não foram escolhidos pelo Reikai por nada. Conseguiram sobreviver ao meu ataque e ainda me desarmar. Meus parabéns!

- Deixe de ser tão cínico e lute como um homem, seu covarde! - Yusuke gritou, já bem irritado..

- Yusuke, deixe comigo. Com o ombro assim você não terá condições de lutar com ele.

- Ah, Kurama! Até parece que você não me conhece! - Yusuke considerou aquilo como uma boa piada.

- Você não entende, Yusuke? O ferimento que ele te fez no ombro, parece simples mas na verdade, não é!

- Como assim? Do que está falando?

- Ele acertou no ponto certo. Você não poderá mais mover o braço.

- O quê? - Yusuke tentou mexer o braço em vão e se deu conta de que Kurama estava com a razão - maldito, covarde!

- Eu não estou aqui pra perder tempo com você. - Saitou se justificou - É melhor se renderem de uma vez.

- Não nos renderemos. - Kurama falou, convicto - Eu pude observar muito bem a sua técnica e sei que posso derrotá-lo.

- Bem, você pode tentar, não é mesmo?

- Kurama... - Misao tentou falar alguma coisa, mas não foi ouvida.

- Pega ele, Kurama! - Yusuke falou, ainda segurando o ombro machucado.

Kurama olhou seriamente para Saitou. Este devolveu o olhar com a mesma frieza. Definitivamente, naquela guerra emocional, não haveria vencedores. Ambos eram mestres na arte do autocontrole.

- Vamos lá ! - Saitou rompeu com o silêncio e repetiu, mesmo sem a espada, seu posicionamento diferente de ataque. Os joelhos arqueados e as mãos apontadas na direção de Kurama. Foi nesse momento que a raposa percebeu que o detetive não precisava de uma espada. Assim como Kuwabara, Saitou tinha o poder de criar um reiken. Mas as semelhanças entre ele e Kuwabara paravam por aí. O reiken de Saitou era tão mais poderoso que até a sua coloração era diferente.

Se não soubesse muito bem como se controlar, se não tivesse tanta experiência, talvez isso servisse para deixá-lo ansioso quanto ao resultado daquela disputa.

Mas não era o caso.

Com toda a calma, Kurama segurou o chicote com as duas mãos e o esticou horizontalmente como se este fosse um escudo. Tudo que precisaria fazer era defender o primeiro ataque. Kurama sabia bem que pega-lo depois disso seria bem mais fácil. Aí, a vitória seria dele e Saitou estaria definitivamente fora do seu caminho.

Kurama quase teve que segurar um sorriso enquanto esperava pelo ataque do seu oponente.

Um ataque que nunca veio.

- Saitou-Sama! Saitou-Sama! - uma voz esganiçada e nervosa se fez ouvir, interrompendo a luta.

E logo um youkai de aparência franzina apareceu. Ofegante e nitidamente nervoso, parecia lutar muito para ter forças e falar.

- O que aconteceu? - Soushi perguntou, temporariamente esquecido da presença dos demais.

- É ele, senhor! É ele!

- Finalmente! - Saitou festejou - nós o encontramos!

- Não, senhor! Foi ele que nos achou!

Continua... 



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