Yoko Hiyama
Capítulo 7: Um dia especial
- Hiren, acorde.
- Hn? - Hiren abriu os olhos um pouco assustado.
- Acho que você perdeu a hora.
Hiren sorriu e beijou o peito de Kurama, aninhando-se a ele um pouco mais.
- Está tão bom aqui...
Kurama estreitou Hiren ainda mais nos braços.
- Então fique mais...
- Eu te amo, Kurama-sama.
Kurama acariciou o rosto de Hiren e respondeu:
- Eu também.
- Kanashiro-sama vai estranhar a minha demora...
- E daí?
Hiren sorriu timidamente ao enfrentar o olhar profundo de Kurama.
- Kurama-sama, me beija!
Hiren fechou os olhos e correspondeu quando sentiu seus lábios sendo tocados pelos de Kurama num beijo rápido seguido de outros mais demorados. Depois disso, Hiren tomou coragem para deixar os braços do seu querido e começar o trabalho do dia...
- Logo, logo eu volto com o café...
- Pode deixar que eu tomo na sala mesmo.
- O senhor é que sabe. Então vou preparar o seu banho.
- Vai.
Hiren se vestiu e saiu do quarto cantarolando e o primeiro que ele encontrou foi Hitsuke.
- Bom-dia, Kanashiro-sama. - Hiren nem tentava disfarçar a alegria.
- Bom-dia... Eu não tinha lhe visto antes. Onde estava?
- Acho que hoje eu perdi a hora. - Hiren respondeu, sem tirar o sorriso dos lábios.
- Você parece radiante hoje...
- O dia está muito bonito! Com licença, Kanashiro-sama, vou preparar o banho de Kurama-sama.
- Está certo. Depois a gente se fala...
Hitsuke coçou a cabeça e continuou seu caminho, sem entender muita coisa... E ele entendeu menos ainda quando viu Kurama, que na véspera era a depressão e agora parecia até outra pessoa.
- Bom-dia, Kanashiro-sama! Dormiu bem? Espero que sim...
- Bom... Bom-dia... Eu dormi bem sim, obrigado. E o senhor?
- Como um anjo... Ai, estou morrendo de fome. Hiren-san capriche nesse prato por favor.
- Sim, Kurama-sama.
- Eu estou enganado ou vocês estão radiantes de felicidade, hoje?
- Estou de bom humor. - Kurama respondeu - tanto que não quero estragá-lo falando da minha vida.
- Como quiser, senhor. - Hitsuke respondeu.
- Hoje eu vou passar o dia com Hiren. Fazer o que eu não pude fazer nos últimos dias, me dedicar a ele completamente...
Hiren sorriu largamente ao ouvir aquilo.
- O senhor quer ler as cartas de hoje?
- Não estava pensando exatamente nisso e sim numa toalha na grama, rodeados de flores, juntos debaixo desse sol lindo.
Hiren corou levemente e respondeu:
- Vou preparar tudo, Kurama-sama.
Depois daquela, só restou a Hitsuke comer calado. Terminado o
café da manhã, Hiren levou Kurama para o jardim e o acomodou
numa toalha colorida. Kanashiro ficou olhando aqueles dois pela janela
e, sem perceber, sorriu ao ver Kurama oferecendo uma rosa do jardim para
Hiren que parecia o mais feliz dos homens.
* * * * * *
- Pra mim? - Hiren sorriu tomando a rosa em suas mãos.
- Claro. Quem mais merece uma das minhas flores?
- Obrigado...
- O que você comprou no mercado de bom? Ainda não falou nada sobre isso.
- Ah... eu comprei algumas túnicas novas para o senhor. Depois eu quero que experimente.
- Tudo bem... Você não conseguiu ir para o Centro sem me comprar alguma coisa, não é?
- É que eu sempre encontro alguma coisa que é a sua cara.
- Você tem bom gosto. Sabe das minhas preferências... Mas eu também reparei que você quase nunca compra nada pra você.
- Não é bem assim...
- O quê? Faz quanto tempo que você tem essa blusa? Uns 5 anos?
- Sete... Mas ela ainda está ótima.
- Tá um pouco velhinha. - Kurama acariciou o peito de Hiren. - Você tem que meter na cabeça que o meu dinheiro também é seu. Afinal, você é meu único herdeiro.
- Eu... não sinto mesmo a necessidade de comprar roupas novas. É verdade.
- Claro, Hiren... - Kurama deitou-se na toalha, desistindo - Você pode fazer o que quiser.
Hiren acariciou os cabelos de Kurama e passou um longo tempo lhe acariciando, até os dois resolverem voltar para casa.
- Bem-vindos! - Hitsuke sorriu ao ver os dois entrando em casa.
- O dia foi realmente ótimo. - Kurama falou - Hiren, tenho que agradecer por tudo.
- O que é isso? Quem tem que agradecer sou eu...
- Agora, vamos tirar aquelas cartas do atraso.
- Claro...
- Antes disso, eu quero entregar algo a você, Kanashiro.
- Sim?
- Venha comigo.
Kanashiro seguiu Kurama até o quarto onde ele pegou um velho livro e estendeu a ele.
- O que é isso?
- Uma espécie de diário que eu escrevi durante a minha prisão. Eu precisava ocupar a minha mente em alguma coisa. Então, eu me dediquei a estudos e passava praticamente o dia todo escrevendo. Não sei se você vai encontrar alguma coisa interessante aí, mas...
- Obrigado, Kurama-sama. Eu vou estudar esse livro periodicamente aos seus relatos.
- Faça como quiser. Recomeçaremos esse trabalho amanhã. Agora, Hiren, vamos às cartas.
- Sim, Kurama-sama.
Ao fim da tarde, depois do jantar, Hiren levou Kurama para o quarto e os dois se prepararam para dormir.
- Não estou com o mínimo sono. - Kurama reclamou enquanto Hiren lhe cobria.
- Hum... que mentira. Eu sei que o senhor está caindo de sono. Está confortável?
- Estou sim. E quando você vem pra cama?
- Depois de tomar um banho.
- Pois para lhe provar que eu não estou mesmo com sono, eu vou ficar te esperando.
- Tudo bem. Eu sei que o senhor vai estar sonhando quando eu voltar mesmo.
- Vamos ver...