Biografia da Amargura

Yoko Hiyama
 

Capítulo 6: Dia de Compras
 

- Muito bom-dia, Kurama-sama.

- Hunf! Aposto que vai ser um ótimo dia para você.

- Kurama-sama, fazer compras para a casa não é divertido. É trabalhoso, isso sim.

- Eu vou ficar sozinho o dia inteiro.

- Nada disso. Kanashiro-sama lhe fará companhia.

- Eu não quero a companhia de um escritor Restaurador... Juro que se ele insistir nessa idéia de me colocar no trono de novo, eu o destroço lentamente.

- O senhor não vai fazer nada disso. Eu sei que o senhor gostou de Kanashiro-sama.

- Não gostei nada.

- Tá certo, tá certo... Venha tomar seu banho, escovar esses dentes... Vou colocar uma roupa bem confortável no senhor e lhe dar café. A sopa de legumes que o senhor tanto gosta está no fogão e será servida no horário certo. Dessa vez, coma! Não faça como da última vez que eu fui às compras.

- Hunf! Eu faço o que quiser.

- Claro, grande imperador.

- Não me chame assim.

Hiren deu banho em Kurama, arrumou-o e fez com que ele tomasse o café da manhã.

- Não entendo porque o senhor não quis tomar o café na sala e sim no quarto.

- Eu prefiro o meu quarto.

- Tome a última colher... Isso... Tava bom?

- Não.

- Que humor terrível...

Hiren colocou a bandeja de lado e sentou-se na cama ao lado de Kurama, e começou a acariciar seus cabelos e o rosto da raposa.

- Eu não gosto que você saia de perto de mim por tanto tempo. - Kurama reclamou.

- Eu sei, Kurama-sama. Mas garanto que vai passar bem rápido. De noite, eu venho com algumas roupas novas pro senhor.

- Tudo bem...

- Me dá um beijo bem gostoso, Youko-sama.

Kurama sorriu e abraçou Hiren, dando-lhe um beijo longo ao mesmo tempo que o acariciava com delicadeza. Ao fim da carícia, Hiren fez as últimas recomendações.

- Se precisar de qualquer coisa, chame os criados. Não fique o dia inteiro no quarto e se alimente! Não saia de casa sem se agasalhar e principalmente: Não seja grosseiro com Kanashiro-sama. Ele é inocente.

- Vá embora de uma vez.

- Tchau, Kurama-sama.

- Tchau.

Hiren deixou Kurama e encontrou com Kanashiro na sala.

- Bom-dia, Kanashiro-sama.

- Bom-dia, Hiren. Eu estou esperando Kurama-sama para o café.

- Lamento, mas hoje ele quis tomar seu café no quarto.

- Por que?

- Só para contrariar. O humor dele está terrível. Siga o meu conselho, não puxe assunto com ele de jeito nenhum, deixe-o quieto. Só fale com ele se ele falar com o senhor.

- Eu entendi. Vá tranqüilo, Hiren.

- Até de noite.

- Até.

Hiren saiu do castelo, seguido por alguns criados. Dez segundos depois da porta bater, uma raposa saiu do quarto e correu para a janela, sentando-se no parapeito.

- Kurama-sama...

Kurama ficou observando o carro de Hiren se afastando aos poucos até desaparecer do horizonte e depois pulou para o sofá onde ficou deitado, sem se mexer durante um bom tempo.

- Kurama-sama, anime-se! Hiren logo estará de volta.

Kurama rosnou em resposta.

- Tá bom, já entendi. Você quer que eu fique calado. Mas o senhor está aí há mais de meia hora.

A raposa rosnou novamente e deitou-se de costas para Kanashiro.

- Raposa antipática... - Hitsuke resmungou consigo mesmo e voltou a dar atenção para o seu trabalho.

De noite, Hiren chegou carregado de sacolas e encontrou Kurama ainda em forma de raposa, adormecido no sofá. Kanashiro estava ao seu lado, lendo.

- Boa-noite, Kanashiro-sama.

- Boa-noite, Hiren. Que bom que voltou.

- Como está Kurama-sama?

- Agora dormiu um pouco. Mas ele não saiu nem do sofá, nem dessa posição o dia todo.

- Ele se alimentou?

- Não teve quem lhe fizesse engolir uma única gota de sopa.

- Ai que droga! - Hiren voltou-se para um dos criados - esquente a comida dele.

- Não consigo entender como alguém pode ficar tão deprimido porque você ficou algumas horas fora.

- Essa é a única insegurança de Kurama-sama. Como ele perdeu todos os que ele amava, tem medo que isso aconteça novamente.

Hiren ajoelhou-se na frente da raposa e acariciou suas orelhas. Kurama abriu os olhos lentamente.

- Estou de volta.

As caudas de Kurama começaram a balançar de um lado pro outro, mesmo que ele não se movesse. Hiren abraçou o animal e o acariciou.

- Fiquei louco de preocupação... Da próxima vez eu te levo comigo nem que eu tenha que carregá-lo nos ombros.

Kurama choramingou um pouquinho e lambeu o rosto de Hiren que o levantou no colo.

- Venha. Eu vou lhe dar seu jantar no quarto. Boa-noite, Kanashiro-sama.

- Boa-noite.

Hiren deitou Kurama na cama e ele voltou à sua forma humana no mesmo momento.

- Desculpe por não ter comido.

- Não se preocupe com isso, Kurama-sama.

- Como foi lá no mercado?

- Cansativo... Eu vou tomar uma ducha depois de lhe dar o jantar.

Hiren fez com que Kurama comesse dois pratos de sopa antes de tomar um banho rápido. Quando ele voltou ao quarto, enrolado numa toalha, Kurama sorriu.

- Você continua com um corpo lindo.

Hiren sorriu timidamente.

- É só um corpo de velho...

- Não... Não se vista. Tira essa toalha e venha para cá. Hoje eu quero dormir sentindo o seu corpo nos braços.

Hiren obedeceu e deitou-se na cama. Kurama o abraçou e começou a beijá-lo lentamente pelo corpo.

- Hum... Isso é bom...


Capítulo 7
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