O Amor Nunca Se Esquece

 Hakura Kusanagi
 

Capítulo 3

Já se passaram meses; exatos um ano que Kurama estava preso no Castelo de Nazago. Sua rotina não mudara em nada... Sequer amenizada fora. Suas torturas já faziam parte de um cotidiano de horror que parecia ser eterno.

Nestes momentos, ele pensava se aquilo tudo não era um castigo dos deuses, se havia feito algo de tão errado nessa vida para merecer tal punição. Se via todas as noites deitado sobre aquele colchão maltrapilho jogado no chão, numa masmorra, sem o direito de ver o brilho da noite ou do dia, sem o prazer de ver as coisa que ele mais amava – suas rosas -, sem sentir seu perfume ou ter a visão de suas cores; nada mais disso fazia parte de sua vida: agora, era tudo repleto de escuridão, medo e dor... As sombras haviam dominado seus olhos há muito tempo. Seus amigos e família??? Ah... Estes, ele os perdera realmente; não voltaria a vê-los nunca mais... Mas... e seu amor? Onde estaria ele? Onde fora parar seu amor, o único que seu coração amara realmente? Aquele que vivia na sua mente e em seu coração.

"Onde estará ele agora?" – perguntava-se.

Talvez perdido em algum lugar de suas lembranças; entre seus sonhos... Os únicos momentos felizes de seus dias: seus sonhos!! Momentos de ilusão que o faziam suportar todas as torturas diárias.

Ele pensava isto todas as vezes que a saudade o tocava, fazendo seu pobre coração quebrar de tristeza; então, criara em sua mente este lugar, e guardava-o no fundo do coração: um mundo de fantasias com seu amor... com Hiei.

Mas isto era proibido no "mundo" de Nazago: se ele o visse falando, ou ao menos desconfiasse que estava pensando em Hiei, o fazia sofrer em punição, torturas horríveis; por isto, Kurama se envolvia cada vez mais em mentiras que talvez, um dia, apagassem suas verdadeiras lembranças... Kurama rezava para aquilo jamais acontecer.

Agora ali estava ele, deitado como sempre por alguns raros minutos em seu colchão, pensando, meditando para manter sua mente sã, em meio à todo aquele horror em que vivia, e para dar um descanso mínimo ao seu corpo. Ah... seu corpo; coitado, tão machucado de castigos, tão magro e sem beleza, largado ali, vulnerável, sem forças para mais nada. As pernas ainda carregavam o peso eterno de suas correntes, as cicatrizes de chicotadas e queimaduras se espalhavam entre coxas e pernas; o peito e as costas também carregavam marcas quase idênticas; seus braços, sempre carregando suas algemas, numa tortuosa maneira de se ter um Youko aos seus pés, preso eternamente a uma Coleira de Contenção de Ki que o mantinha preso ao corpo humano de Shuuichi Minamino, um ser que já estava cansado de lutar contra seus fantasmas.

Seu rosto era o retrato perfeito disso: com olheiras de sono e exaustão que raramente sumiam; manchas roxas espalhadas em suas faces tão pálidas ressaltavam sua dor. Seus olhos verdes eram apáticos e sem vida, postura de alguém sofredor, humilhado e submisso... O lindo vermelho de seus longos cabelos era agora opaco, sem corte, selvagens. Kurama se sentia acabado, assim como todo o resto dele.

Mantinha já a longos minutos seus olhos voltados para a escuridão, um olhar apático hipnotizado por um filete de luz prateada e cheia de brilho... Aquilo dava paz à seu espírito, enchia-o de calma e beleza; um pouco, até quem sabe, de vida – seus olhos percorreram então a cela, observando alguns pequenos roedores que subitamente se puseram a correr para todos os lados – assustados com o trepidar de passos que se aproximavam da cela, vindos pelo corredor. Instantaneamente, as mãos de Kurama começaram a tremer, tomadas por um temor violento. Já sabia quem se aproximava: Aiko e Naiuki, que vinham para pega-lo.

O ranger da tranca de ferro fez correr todos os animais peçonhentos da cela, deixando à vista somente o Humano – quase cego devido à súbita inundação de luz que irrompera pela porta aberta.

Aiko e Naiuki apareceram, trazendo as longas correntes em suas mãos. Aquele tinir de ferros, gemendo como uivos de lobos, assustavam o Humano, pois ele já sabia o que viria depois daquilo.

Aiko gritou, então, cínico:

"Acorde, Kurama!! Está na hora da Caça, Raposa!!"

"Ande, levante-se escravo medíocre!! Venha colocar as correntes!" – Naiuki aproximou-se.

Kurama levantou os olhos para eles, e tornou a abaixa-los, se negando a mover-se; seu corpo estava paralisado de cansaço, e só conseguia ficar ali, deitado, sem conseguir mexer-se. A demora em obedecer, porém, irritou os Youkais.

"Ande!! Deixe de preguiça e levante-se!!!"

"Levante logo, escravo estúpido... Ou está a fim de apanhar?" – ameaçou Aiko.

"N-Não, Senhores, eu... estou exausto, minhas pernas não se mexem, eu..."

"É problema seu, se não agüenta o esforço dos seus serviços: seja mais ágil nas próximas vezes, oras!! Não é mesmo, Aiko?"

"Isso mesmo, Naiuki! Agora, pare de ser teimoso, e venha: o Mestre está lhe chamando!"

"Mas... Senhores..."

Os dois guardas se aproximaram dele, então, ergueram as correntes e o açoitaram com elas. Bateram com toda a força, enquanto Kurama nada conseguia fazer, a não ser encolher no colchão, deixando suas pernas e costas vulneráveis ao ataque dos dois. Os gritos de Kurama ecoaram pelo corredor afora, até cessarem. Dando-se por satisfeitos, ambos os Youkais pararam com o espancamento e caíram na gargalhada, rindo do corpo machucado e trêmulo da Raposa.

Sim.

Um divertimento macabro de todos os dias: divertirem-se espancando aquele arremedo de Humano, o qual tantos diziam ser a encarnação de um dos maiores Ladrões e Assassinos do Makai. Ora, encarnação... Mas que lhes rendia bons momentos, isso era verdade. Pena que não pudessem mais ir além disso: havia regras à respeito daquele Humano, desde a Festa de Comemoração de seu Casamento com o Mestre Nazago, há quase um ano; existiam limites no que podiam fazer com ele, agora. Regra principal: o escravo era unicamente do Mestre – e ponto final. Apenas o Mestre poderia bater, espancar, surrar, estuprar, enfim, fazer o que quisesse com ele. Apenas o Mestre. Ninguém mais. Quem desobedecesse essa Regra, era morto. Igual à um dos Soldados que fora pego pelo próprio Mestre tentando "se divertir" sexualmente com o escravo... e que, no fim, já não tinha sequer forças para implorar mais pela benção da morte.

Ambos se aproximaram mais do Kitsune, para colocar as correntes.

"E então? Vai querer levantar... Ou não?"

"Sim... meus senhores... sim..." – Kurama gemeu, com as dores dos novos machucados, forçando suas pernas e corpo a se levantarem e a andar.

"Bom rapaz... Nosso Amo está louco para Caçar..."

"Sim, e mostrar seu ‘Bichinho de Caça’ para alguns convidados. Não, Aiko?"

"Sim, a Caçada hoje vai ser divertida... HÁ! HÁ!HÁ! HÁ!"

Os dois o arrastam então pelos corredores e passagens, até saírem em belo jardim, num bosque que rodeava o Castelo, encoberto pela noite de trovões do Makai, e que vivia cheio de Youkais de nível inferior tentando atacar o Castelo, escondidos nele, mas os infelizes sempre acabavam caçados, presos, tendo suas cabeças arrancadas... e colocadas como prêmio, no Salão.

Aquela era uma "Noite de Caça" – uma noite que todos os Caçadores aliados a Nazago perseguiam estes Youkais. A "Caçada" era bem interessante, pois todos os participantes podiam trazer seus Animais de Caça, e podiam usar quaisquer armas que quisessem, tipo arco e flecha, espadas, lanças... e tudo o mais que um Caçador quisesse usar, para novidade dos integrantes e divertimento dos mesmos. E uma das experiências daquela noite sem lua, em especial, seria a primeira aparição Oficial do novo Animal de Caça de Nazago: a famosa Raposa Demoníaca Youko Kurama, que mostraria sua verdadeira forma para todos os Caçadores – depois de um longo período de "Treinamento".

Naiuki e Aiko carregaram-no para o centro de uma clareira, e o conduziram até onde estava seu Mestre. As vestimentas de Nazago eram as de um real Caçador: as longas botas negras, calça demarcada com proteção de metais, eram as mesmas que se viam no colete em seu peito, e era todo revestido com longos panos de cor roxa transpassados até o lado de fora, caindo como uma espécie de capa até o chão. De sua cintura aparecia a imensa espada trabalhada em ouro e pedras preciosas, as mãos postadas na cintura, enquanto os cabelos azuis, longos e muito bonitos, eram espalhados pelo vento frio da noite. Todos os Youkais estavam com o mesmo estilo de roupas, carregando cada um sua arma, e acompanhados de seus "Animais de Caça". Agora, faltava apenas a Raposa de Nazago para completar o time... e ele acabara de chegar.

Nazago voltou a fala aos dois Guardas:

"Que bom que o trouxeram. Mas porque demoraram tanto?"

"Desculpe-nos, Senhor, mas é que ele se atreveu a nos... digo, a contrariar Vossa ordem." – Corrigiu-se a tempo, Aiko.

"E nos obrigando a surrá-lo para se levantar, Senhor." – Continuou Naiuki.

Nazago apertou os gélidos olhos cinzentos, fixos em ambos os Guardas... Mas acabou respondendo:

"Está certo. Mas que isso não se repita mais. É uma ordem."

"Sim, Amo!" – os dois responderam em uníssono.

"Tragam-no até a mim, agora!"

Eles o puseram bem na frente do Kairui; este o encarou com a face sorridente de superioridade, pegou a cabeça de Kurama e a ergueu, olhando-o bem no fundo dos olhos verdes. Apertando um determinado local na Coleira de Kurama, Nazago fez o Humano voltar à sua antiga forma de Raposa: o famoso Youko Kurama, Ladrão e Assassino implacável, apareceu, assombrando a todos que ali estavam. Os longos cabelos prateados surgiram entre os fios vermelhos, tornando-os mais lisos e compridos; as orelhas pontiagudas apareceram no alto de sua cabeça, trepidando à procura de um som diferente; seus olhos verdes, sérios e tristes, brilhavam agora com o instinto animal refletido nos tons dourados deles; o corpo, maior, mais forte e vestido com uma túnica negra, da qual despontava seu longo rabo prateado, repleto de uma fofura esplendorosa.

As correntes foram puxadas pela de seu pescoço, trazendo-o próximo de Nazago. A corrente atada à Coleira no seu pescoço foi esticada até que ambos estivessem bem próximos, fazendo com que Nazago se deliciasse com a visão esplêndida à sua frente: Kurama Youko, majestoso e imponente, tanto quanto ele mesmo; os olhos dourados e selvagens, totalmente diferentes dos verdes vulneráveis que se acostumara a ver; a sensação de poder olhá-lo de igual para igual, uma vez que ambos agora eram da mesma alta e imponente estatura. Sim, não eram raras as vezes em que se sentia disposto a trocar seu escravo Humano pelo seu aspecto Demoníaco – não que essas vezes não tivessem resultado em longas sessões de "Reeducação" e divertimentos seus... de um jeito... ou de outro. Com certeza, a natureza demoníaca de seu escravo era ainda mais repleta de resistência – a mesma à qual ele adorara manipular, quebrar... e dominar, durante aquele longo ano que se passara, até o ponto em que ele chegara, agora.

Deu um sorriso. Sim, agora, sua Raposa Demoníaca estava "educada". Segurando-o pela corrente bem perto de si, perguntou:

"Minha bela Raposa... E então? Está pronto para Caçar, Youko?"

Apenas uma leve aquiescência, foi sua resposta.

Virando-se então para os demais convidados que haviam observado a transformação completamente pasmos, disse:

"Senhores, hoje vamos ter um divertimento bem mais fatal... Soube que temos muitos ‘visitantes inesperados’ no bosque, hoje à noite; alguns até especiais: Youkais fugitivos de nível "B" ou "A"... Bem melhores de matar, não é mesmo?"

"Sim!!!"

"Isso mesmo, Nazago-Sama!! Vai ser ótimo!"

"Hummm... Youkais nível "B" ou "A"? Será ótima oportunidade para testar meus ‘Cães da Noite’."

"Ora, ora... Onde conseguiu estas ‘preciosidades’, Nazago?"

"Realmente, Nazago: muito bom! Mas... em que este Youko o ajudará?"

Virando-se de lado para observar melhor Kurama, Nazago teve um brilho sádico a envolver-lhe o olhar, este semi-escondido pelos cabelos azuis revoltos pelo vento.

Sorriu.

"Em muitas coisas, não Kurama?"

Nazago afagou com uma das mãos as suaves orelhas do Youko, este agora ajoelhado no chão; o gesto do Kairui fez com que os caninos do Youko se sobressaíssem dos lábios, num rosnado; a face alva, pálida sob a luz da Lua que agora saía de dentro das nuvens, foi erguida sutilmente com uma das mãos do Kairui em seu queixo, fazendo as orelhas trepidarem docilmente. Seus olhos dourados tornaram-se macabros, suas sobrancelhas arquearam-se em ódio, surgiu um sorriso demoníaco em seus lábios, e suas garras saltaram de seus longos dedos. Vendo o instinto assassino de Youko ressurgindo, o Kairui fez apenas uma pergunta:

"O que você fará quando achar um Youkai, meu escravo?"

"MATAR, Senhor." – A voz profunda e rouca de Youko Kurama ressoou, na pequena clareira.

"Hum... Isto é interessante, Nazago..." – comentou outro dos seus convidados: - "Ele é treinado para Caçar?"

"Você o treinou para assassinar, Nazago?"

"Sim... Ele pode arrancar pedaços?"

Nazago deu um sorrisinho de superioridade fatal:

"Claro que não: ele é um Youko, Senhores... Ele já nascePRONTO para matar. Eu apenas... o orientei um pouco; nada mais."

"Eu trarei o prêmio."

"Que prêmio, Youko?" – Nazago perguntou-lhe, continuando o jogo.

"As partes mais obscuras: uma cabeça... um coração... um cérebro."

"Isto é excelente!!" – gritou um.

"Estou louco para vê-lo em ação, Nazago; será divertido!"

"Será que ganha de nós, na Caçada?"

"Meus animais talvez sejam inferiores... afinal, não sabíamos que teríamos um Youko participando da Caçada, não, amigos?"

"Sim! Chega até a ser desleal, não acha, Nazago?"

"Pode ser. Mas... me diga, meu querido Kitsune, o que fará com os inferiores que colocarem a vida de seu amo em risco?"

"MATAREI E ESTRAÇALHAREI." – respondeu friamente o Youko.

"Vai ser uma Caçada maravilhosa... HÁ! HÁ! HÁ! HÁ!!!!!!!!!! Eu vou lhe soltar, meu animal... e você poderá ir Caçar à vontade."

O Kairui ordenou um comando, e as correntes caíram todas no chão, com exceção da Coleira... e o Youko saltou rapidamente pelas árvores, desaparecendo em segundos das vistas de todos os Youkais reunidos na clareira. Sorrindo, Nazago observava seu caçador ganhar a noite, enquanto seus convidados soltavam também seus animais, na tentativa de conseguirem competir com ele.

**********

O Youko saltou pelas árvores, farejando e procurando por sons específicos com suas orelhas. O primeiro movimento, um bater de asas rápido de um Youkai, foi o sinal de que estava no rumo certo. O Youkai era, segundo seu faro, um nível "C", um tipo de Youkai mais evoluído que os outros, sem o fedor horrível dos de nível "D"...

O Youko aguardou, escondido nos galhos de uma árvore, imóvel; sentindo a proximidade de mais três, sorriu.

Seus lábios se separaram, deixando aparecer novamente os caninos; as garras saltaram novamente de seus dedos, e, num salto repentino, irrompeu no meio da escuridão, caindo bem no meio do grupo de Youkais que ali estava acampado, agarrando violentamente as asas do Youkai alado, e as mordeu, fazendo sua vítima soltar um urro de dor, em meio à uma onda de sangue.

Após um instante de pânico, causado pela sua aparição repentina, os outros Youkais reagiram contra o inimigo que lhes levava a mensagem da morte: partiram para cima dele, atacando-o juntos, mas o Youko os deteve com diversas esquivas e saltos que os deixaram tontos para atacar.

Isto foi o que precisava para estraçalha-los com suas garras e dentes, arrancando com suas próprias mãos o coração de um deles, enquanto que, dos demais, suas cabeças iam sendo arrancadas... e atiradas ao chão.

Seus ataques rápidos e mortais; fulminantes, deram cabo de mais de vinte Youkais dentro de poucos minutos.
 
 

***************

Algumas horas se passaram até todos os convidados de Nazago retornarem, com diversos "prêmios" de suas Caçadas. Um deles se voltou à Nazago, perguntando:

"Foi uma noite excelente, nos divertimos muito, Nazago. Mas... onde está seu escravo?"

"Sim, onde ele está? Será que fugiu?" – perguntou outro.

"Provavelmente não conseguiu nada..." – começou um.

"...Ou, então, foi morto." – terminou outro.

"Desculpem-me contrariá-los... Mas um Youko nunca perde uma caça." – interrompe-os Nazago, com um tom de superioridade e arrogância: -"Olhem."

"Ah?"

"O quê?"

"Mas..."

"Vejam: ele voltou!!"

O susto dos Youkais foi automático: seus olhos arregalaram-se, quando viram pilhas de corpos de Youkais de diversos níveis e espécies, aos pedaços, na frente da clareira: pernas, braços, cabeças, corações... Completavam o requinte de crueldade e selvageria daquele Youko.

E ele?

Onde ele estava?

Ah...

Youko Kurama estava chegando com seu prêmio... o maior da Noite: entre as mãos, a cabeça de um Demônio nível "A"

De sua boca escorria sangue, manchando seus caninos com o vermelho escarlate, que descia lentamente para o pescoço. Sua roupa estava toda manchada e coberta do sangue dos Youkais que matara, da mesma maneira que seus braços e pernas; respingava sangue até mesmo dos longos cabelos prateados. Seus olhos dourados, então, estavam encobertos por uma névoa de maldade e selvageria. Ele deu um pequeno sorriso, lambendo, com a ponta da língua, os lábios ensangüentados, e apreciando aquele delicioso sabor com requintes de crueldade.

Ele caminhou até seu Amo, e, ajoelhando-se defronte a ele, ofereceu:

"Aqui está, Amo... Seu prêmio: um Youkai nível "A" ."

"Bom serviço, meu servo. Venha cá... Quero dar seu prêmio."

"Sim, Senhor."

Nazago levou uma das mãos ao topo da cabeça do Youko, acariciando suas orelhas de Raposa, fazendo o demônio prateado aproximar-se mais de si, com um olhar sem expressão nas íris douradas. Logo em seguida, o Kairui baixou seus dedos até a face do Kitsune e a contornou, suspendendo-a, aproximando-a da sua o suficiente para que sua própria língua tocasse a boca do Youko, lambendo então cada centímetro de seus lábios, recolhendo sensualmente o sangue que deles escorria... Continuou, passando-a pelo seu pescoço, contornando sua garganta de cima a baixo, até se concentrar na suave depressão entre o pescoço e o ombro.

O Youko rangeu os dentes, quando sentiu suas mãos percorrendo as faixas que prendiam sua túnica, tirando-a fora, os panos negros tombando no chão, expondo-o aos olhares de todos os que ali estavam; e os dedos ágeis tateando sua barriga, cintura, apertando fortemente os músculos tensos e rígidos; de repente, sentiu a calça que estava usando sendo forçadamente retirada por outras duas mãos estranhas que repentinamente cruzaram-se à sua frente, vindas de suas costas, deslizando até sua virilha: pertenciam à um Youkai convidado de Kairui, que não conseguira resistir à excitante visão do corpo daquele Youko quase selvagem, rendendo-se aos festejos de Nazago... Assim, mais um Youkai entrava na brincadeira.

As mãos do Kitsune paralisaram, de choque, nos ombros do Kairui, e sua cabeça pendeu para trás, ao sentir um apertão forte e rude em seu membro, feito pelo Youkai que chegara, o qual deslizou os dedos, contornando rapidamente seu pênis até a cabeça, flexionando-o sucessivamente, ao mesmo tempo em que Nazago penetrava seu ânus, invadindo-o violentamente com os dedos, sem preparo algum, causando uma onda de choque e prazer em seu corpo, dando-lhe arrepios.

Quem se encantava mais e mais eram os demais convidados de Nazago, e o próprio – o qual, com um olhar, deixou claro que poderiam participar da brincadeira, também. Rápidos, eles tiraram suas roupas, e pareciam loucos e sedentos por prazer: seus olhos brilhavam mais e mais, com os gemidos de Nazago, que movimentava rapidamente os dedos dentro do Youko, e deste, por sentir novamente seu Mestre e Senhor, a prepará-lo para a posse total.

O Kairui trocou de lugar com o outro Youkai, indo para trás de Kurama, e continuou com seus gestos: sua língua tocava agora cada detalhe das costas musculosas e iluminadas pela luz da Lua, do Youko, lambendo cada centímetro da pele macia e perfumada da Raposa, enlouquecendo-o; Nazago começou então a acompanhar com a língua a linha da sua coluna vertebral, descendo por ela até ir se aproximando das nádegas claras e redondas, ao mesmo tempo em que o outro Youkai ia deslizando as mãos pela cintura do Youko, puxando-o para baixo, fazendo com que Kurama se inclinasse por cima dele, deixando o caminho livre para Nazago.

Nazago continuou, impiedosamente, a descer com sua língua pela coluna de Kurama, acompanhando com a mesma o formato das nádegas da Raposa, lambendo-as, mordendo-as, encharcando-as de saliva, até enroscar-se no ânus do Youko, penetrando-o com a ponta da língua, fazendo uma terrível pressão, o que fez o Youko contrair as nádegas, e arquear-se de maneira selvagem, libertando-se do abraço prisioneiro do outro Youkai.

Virando-se rapidamente para Nazago, Kurama descansou a cabeça nos ombros do Kairui, enquanto suas mãos retiravam a capa que ele usava, infiltrando as garras por sob a proteção de seu tórax, até arranca-la, aproveitando então para cravá-las diretamente na pele do Youkai, riscando-a de cima a baixo com fios de sangue, tentadores aos olhos dos Kairui, e aos próprios caninos do Youko, que mordeu seu pescoço, fazendo-o gritar, e desceu, lambendo seu tórax por toda a extensão da musculatura rígida.

"AAAAAAHHHHHH!!!!!! Você é delicioso... Prossiga, escravo!... continue a me dar prazer, Youko... Vamos!!"

"Sim, meu Amo."

Completamente esquecido do outro Youkai, Kurama contornava com as mãos e a boca agora, os mamilos de seu Senhor, utilizando a língua morna para massageá-los em leves lambidas, que os fizeram ficar eretos, dentro de sua boca. Foi quando Nazago inverteu as posições, subitamente, voltando a ficar nas costas do Youko, e tratou de continuar masturbando-o rapidamente, sem parar, flexionando seu pênis com uma das mãos, enquanto a outra se encarregava em carícias por seu pescoço e cabelos, afastando-os, para facilitar a chegada de seus lábios nos fios prateados de sua nuca, arrepiando-o completamente, enquanto não dava tréguas ao membro inchado e intumescido do Youko.

Um grito saiu dos lábios do Kitsune: um forte, alto, e seguido de um gozo profundo, que fez todos os Youkais presentes se deliciarem com a cena, e se aproximarem dos três.

"Vamos... aproximem-se de nossa ‘Caça’... Participem!!" – convidou Nazago, rouco.

"Claro!!" – foi o coro.

"Não!!" – gritou o Youko, que, subitamente, virou-se contra Nazago, empurrando-o para o chão, e, arquejante e com a mente ainda enevoada pelo gozo que acabara de ter, Kurama deitou-se por cima do Kairui, disposto a faze-lo pagar por aquilo, ao mesmo tempo em que seu corpo foi repentinamente atacado pelos Youkais.

Os gemidos do Youko aumentaram seqüencialmente, com todas aquelas mãos e línguas tocando seu corpo; mas ele também continuava com Nazago: sua língua agora estava enroscada em seu umbigo, penetrando-o de forma excitante; suas mãos agarraram sua calça que ele vestia e a arrancaram com um só puxão; as palmas começaram então a percorrer suas nádegas, apalpando-as com as garras, pressionando-as da mesma forma que seus beijos pipocavam na barriga lisa e no abdômen trabalhado e cheio de músculos do Kairui, descendo para a virilha e fixando seus beijos quentes e molhados de prazer por toda a área que envolvia seu sexo.

Nazago sentia seu corpo queimar, arder, quase descontrolado; cada vez mais seu cérebro explodia de excitação intensa e louca, pois os Youkais que compunham o grupo dos Caçadores convidados por ele haviam começado com carícias em seu corpo, tocando, roçando, apertando, enquanto outros divertiam-se com a Raposa ajoelhada, enchendo-o com toques, carícias e chupadas contínuas.

O Youko abaixou ainda mais sua cabeça, e levou então, sua língua ao pênis ereto de Nazago, fazendo-o gritar, e começou a lambê-lo, desde seu tronco intumescido até a glande, vermelha e inchada. Os gritos de Nazago aumentam, seguidos de verdadeiros uivos de prazer que se espalhavam pela fria madrugada afora.

Numa tentativa de retardar o orgasmo, Nazago começou então a morder os próprios lábios, sentindo aquele fogo subir pelo seu corpo inteiro, até atingir seu cérebro e explodir em chamas de pura excitação, de maneira quase incontrolável, vítima do Youko, que chupava e sugava cada vez mais seu sexo, lambendo por toda a glande, bem na ponta; lá chegando, ele parava sua língua e cessava um pouco a tortura, deixando-o em estado quase de agonia, para logo em seguida, chupa-lo novamente por inteiro, subindo e descendo, distribuindo algumas mordidas com os caninos afiados, que fizeram o corpo de Nazago estremecer em êxtase como um louco... e um grito bem mais forte ecoar em meio à floresta, quando este atingiu o orgasmo completo, gozando desesperadamente na boca do Youko.

O Youko sentiu o gosto salgado descer por sua garganta abaixo, e recuou um pouco sua boca dele, como se, de repente, voltasse à sua consciência – mas era tarde, as sensações de gozo sentidas por causa dos outros Youkais também lhe invadiram o corpo, fazendo-no gritar, perder o equilíbrio, e ir ao chão, sem fôlego.

Os Youkais, então, alucinados pelo espetáculo, pegaram suas armas e começaram a passá-las em sua pele, cortando-a em pequenos ferimentos, deixando filetes de sangue a escorrerem por sua pele pálida e molhada de suor, de maneira que pudessem lamber-lhe o sangue e beber-lhe a fonte de vida, tais como verdadeiros vampiros.

O mesmo fizeram também com Nazago, só que, para ele, aquele era um prazer a mais, um prazer extremo sentir os fios das lâminas cortarem sua pele; o sangue escorrer então de suas pernas, braços e peito, misturando-se à dor... Ah, delícia!

Kurama Youko gritava em pânico, com os cortes que se aprofundavam em sua pele: o prazer dos Youkais era infinito... lambiam-lhe o sangue que escorria-lhe dos ferimentos e manchava-lhe a pele alva; bocas estranhas sugavam seus mamilos; mãos rudes massageavam-lhe o corpo inteiro, e suas áreas erógenas sem piedade.

Repentinamente, Nazago, ainda arfante do gozo anterior, apareceu, e, empurrando um Youkai estranho que estava a sugar o pênis de seu escravo, abaixa-se, abrindo rudemente suas pernas, separando-as, reclamando o lugar onde se alojaria, o pênis grosso e inchado tentando penetrar o lugar das profundezas do interior do corpo da Raposa.

Kurama, sentindo-se levado repentinamente de volta às brumas de sua consciência, tenta desesperadamente livrar-se dos braços dos demônios que o prendiam, tocavam, e do ataque daquele louco, oferecendo uma súbita resistência, ante o ataque fulminante do Kairui.

"Vamos, não se defenda, servo!! Você é meu, unicamente MEU, sua Raposa Vagabunda!! Seu corpo me pertence: vou controlar sua selvageria!!"

Um grito absoluto de dor explodiu dos lábios do Youko.

"AAAAAAAAAHHHHHHH!!!!!!!"

O kitsune grita, quando Nazago consegue o que queria: penetrá-lo.

A dor de seu corpo, reunida às das estocadas estavam quase fazendo-o desmaiar... Nazago fincara as mãos em garras na sua cintura, suas pernas sendo cada vez mais separadas, empurradas para os lados. Kurama movia as mãos, louco para se soltar de todas as outras que o prendiam, forçando seu corpo a permanecer no chão, tremendo e lutando contra aquela curra.

Nazago levava sua língua ao peito do Youko, lambendo, por sua vez, os filetes de sangue que escorriam dos cortes feitos em sua pele pelos demais Youkais, conforme aumentava a velocidade, roçando suas coxas, penetrando-o com mais força, machucando-o, agarrando suas nádegas e pernas com selvageria, até o Kairui sentir mais uma onda avassaladora de prazer dominá-lo... e mais uma, e outra, e outra... duas, três, quatro vezes seguidas. Ainda assim, não saía de dentro do Youko, não parava de penetrá-lo, perseguindo desvairadamente infindáveis orgasmos... Tantos quantos mais pudesse agüentar.

Foram ao todo vinte vezes, saindo e entrando no Youko, penetrando-o, fodendo-o, currando-o, sua mente completamente enlouquecida e fora de controle... Ao todo, vinte orgasmos maravilhosos, completos, fantásticos.

Nazago cansou-se, finalmente... e saiu, deixando o caminho livre para seus convidados.

Os Youkais trocaram de lugar diversas vezes, então, abusando do corpo daquele Kitsune quantas vezes fosse necessário, até o próprio Youko perder as contas de quantos Youkais haviam gozado e tido orgasmos dentro dele.

No final, Kurama Youko não se mexia mais; o sangue praticamente escorrera por todo seu corpo; seus braços e pernas, abertos, eram como se pertencessem à alguma marionete que, quebrada, fora jogada fora; os olhos vidrados, sem vida, sequer piscavam... ou tinham alguma reação; sua respiração, mínima, só era distinguida, pelo fraco movimento de seu tórax - sinal de que ainda vivia...

O som de vozes retumbantes e gargalhadas satisfeitas com seu prazer noturno, ecoavam pelo bosque adentro, levadas pelo vento.

A Caçada daquela noite fora maravilhosa para todos.

Principalmente para Nazago-Sama.

*******************

Horas depois a tropa de Nazago acordou, querendo continuar aquela brincadeira em outro lugar, pouco se importando se Kurama tinha condições ou forças para mais alguma coisa.

O Kairui se vestiu, e voltou o olhar para o Youko totalmente adormecido – completamente esgotado e exausto – largado no gramado, entre os corpos de alguns Youkais esgotados. Apesar de seu estado, o Youko era, para todos os que ali estavam, uma visão belíssima. Para Nazago, então, era um prêmio ver semelhante criatura – tão forte, musculosa e imponente – jogada aos seus pés, levada ao esgotamento mais profundo que se pudesse imaginar... Por sua causa. Sim; afinal, há apenas alguns minutos atrás era ele próprio quem se sentia assim... e o responsável era, obviamente, o Youko Prateado que ali estava, tão... vulnerável a ele, novamente.

Um sorriso maligno aflorou-lhe os lábios.

"Ah... Então o meu belo Youko está cansado? Que pena... Ainda não está na hora de descansar... Não, Senhores?"

"Claro, Nazago-Sama!!"

"Isso mesmo: queremos prosseguir com nossa ‘Caçada...’ em outro lugar!"

"Naturalmente...Vamos brincar de outra coisa então, Senhores...Com certeza. Este meu escravo tem pique para muito mais!"

Nazago então se virou para alguns soldados que vinham se aproximando, trazendo as correntes para prender o servo novamente.

"Aqui está, Amo."

"Como estão os preparativos no Castelo, Aiko?" – perguntou.

"Tudo pronto, Senhor: A Sala de Torturas está esperando pelo Senhor e seus convidados... a mesa de iguarias já foi posta, também: hoje teremos belos exemplares de Youkais inferiores."

"Perfeito. Agora, vamos acordar minha Raposa preguiçosa..."

Falou, e andou aproximou-se mais do lugar que o Kitsune dormia, no chão. Abaixando-se, puxou rapidamente a Coleira da Raposa, fazendo-o gemer de dor. Rápido, colocou nela uma das correntes, e, esticando-a, gritou:

"Acorde, Youko!!" – Notando que Kurama voltava lentamente à consciência, gritou outra vez: -" Eu falei para acordar!!!" – dessa vez, o puxão fez com que o corpo do Youko tremesse completamente e finalmente acordasse, gemendo de dor. – "Isso mesmo, agora vamos andar, escravo: sua folga ainda não começou!"

O Youko pôs-se de pé, levantando o corpo moído de cansaço e machucado pelos excessos de seu Amo e companheiros. A cabeça de Kurama zunia de tal maneira, e sua mente estava tão entorpecida, perdida em meio à névoa de exaustão que se encontrava – na qual mal conseguia lembrar-se direito do que lhe tinham feito na véspera - que resistir a mais uma nova "brincadeira" de Nazago sequer lhe passou pelo espírito, e o seguiu, mecanicamente, então.

Alguns minutos mais tarde todo o grupo do Kairui se divertia em uma festa insana e sádica em um outro Salão particular do Castelo; alguns já se encontravam completamente bêbados, após toda a comida e bebida cedida conforme eles se divertiam com outros escravos do Senhor daquele local.

O divertimento maior era ver como aquele Youko suportava tanto sadismo vindo deles; o quanto agüentava os espancamentos e horas de sexo macabro naquele corpo demoníaco, cuja natureza Youkai parecia ser realmente, viver se prazeres sensuais, segundo as Lendas que corriam a seu respeito por todo o Makai...

Só que agora o que Nazago queria era o Humano; ele era mais "divertido" para brincar.

"Vamos, retirem-no da jaula!"

"Sim, Senhor!"

Um dos soldados arrastou o Youko para fora dali pelas correntes, jogando-o aos pés de seu Senhor. Com um bom animal de estimação, ele engatinhou o corpo trêmulo e exausto até os pés de Nazago e os lambeu, curvando depois a cabeça para o chão.

"Meu... Amo..."

"Bom menino... Está preparado para o que nosso grupo quer fazer com você?"

"Hai, meu... Amo... tudo... o que quiser..."

"Mesmo? Isso é bom, muito bom... HÁ! HÁ! HÁ! HÁ! HÁ! HÁ! HÁ!" – gargalhou Nazago, fazendo uma sensação arrepiante de frio atravessar o corpo da Raposa.

Nazago puxou as correntes de seu pescoço e o fez se levantar, levando-o para um tipo de cavalo-de-pau, onde o Youko foi amarrado, dócil, pelas pernas e braços pelos outros Youkais, ficando então, com as mãos e as pernas presas, puxadas para baixo, enquanto suas costas e nádegas, ficavam completamente entregues àqueles dementes, que estavam loucos para uma nova experiência.

Foi quando um deles trouxe uma vela ardendo em chamas, juntamente com outro que trazia um bastão em fogo e se aproximavam da Raposa, totalmente imobilizada.

"Vamos começar a brincar, Kurama? HÁ! HÁ! HÁ! HÁ! HÁ! HÁ! HÁ!HÁ!"

Nazago gargalhou, enquanto apertava um local na Coleira, fazendo com que o corpo forte e musculoso do Youko transformar-se, subitamente, fazendo o corpo Humano de Shuuichi Minamino regressar no exato momento em que um dos Youkais derramava cera quente em suas costas, queimando sua pele, o que o fez retorcer o corpo esguio, em dores alucinantes.

"NÃOOO!!! AAAAAAHHHHH!!!!"

Kurama gritou, sacudindo todo o corpo preso naquela máquina, mas o máximo que conseguiu foi aumentar os ferimentos nos punhos e tornozelos. Então o fogo das chamas tocou a pele sensível de suas coxas, espalhando calor até aproximar-se, perigosamente, de seu ânus; aquilo tornou seus gritos ainda mais altos e desesperados, mas nada os impedia de continuar, gargalhando tenebrosamente.

"Eu tenho certeza que ele quer!"

"Claro que quer!! Ele nasceu para isso, como todo Youko!! Verá: logo, logo, o prazer vai domina-lo como a nós, como um bom escravo, HÁ!HÁ! HÁ! HÁ! HÁ!"

"Não... Não...!! NÃÃÃOOO!!!"

"Claro que quer, sua Raposa teimosa!"

Então Nazago deu-lhe uma chicotada nas costas nuas, fazendo uma linha riscada de vermelho-escarlate aparecer, apenas para que o primeiro Youkai tornasse a derramar mais cera quente em seus ferimentos. O pânico invadiu Kurama, ao sentir uma coisa dura, firme e extremamente quente querendo penetrar seu ânus: o Youkai com o bastão!! Por Inari: aquele louco queria penetrá-lo com o bastão em brasa!!!

"NÃÃÃÕOOOOOOOO!!!!!" – gritou, desesperado para se livrar daquela demência.

"META!!" – incitou Nazago.

O ferro quente foi enfiado, então, com uma selvageria ímpar dentro do jovem Humano, queimando-o de uma maneira horrível; a dor explodiu dentro de Kurama de tal maneira, que quase o fez enlouquecer com a dor e gritar alto, mas tão alto, que era como se quisesse que os Deuses o ouvissem, naquele desespero.

"AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRRRRRRGGGGGHHH!!!"

"PÁÁÁREEEEEEEEEEE!!!!!!" – os olhos de esmeralda estavam arregalados tamanha a agonia que estava sentindo, e as lágrimas desciam-lhe pelo rosto, agoniadas.

Tamanha dor tocou alguma coisa dentro de Nazago – o qual estava exatamente em frente ao seu rosto, e o fez dizer:

"TIRE!" – sua voz trovejante ressoou, assustando o Youkai que estava a torturar o ningen daquela maneira.

"TIRE!, JÁ DISSE!!!" – ordenou. Imediatamente o Youkai retirou o ferro em brasa, temeroso com sua própria vida.

O rosto de Kurama caiu para frente, encharcado de lágrimas, e quase sem voz.

"Eu.APENAS EU posso torturá-lo assim!!ENTENDERAM?"– gritou. Inesperadamente, levantou o rosto abaixado de Shuuichi, e beijou-o, sofregamente, encobrindo-o com os longos cabelos azuis, como se a afirmar o direito de posse, em cima de seu escravo. Logo depois, quase sem ar, diz: - "Podem continuar." – o Kairui consentiu, então, para alegria de todos.

"Não... por favor..."

"Sim, meu pequeno Humano! HÁ! HÁ! HÁ!! HÁ!! HÁ!! VAMOS!!’- reafirmou o Kairui, com o brilho de maldade e sadismo novamente nos olhos cinzentos.

Imediatamente, o Kairui deu-lhe mais uma chicotada nas costas, enquanto outro Youkai aprisionava seu pênis com algum objeto estimulante, que não conseguia ver... O ruivo fechou os olhos, sem conseguir mais encarar a realidade; mas logo os abriu, novamente, quando outro Youkai o penetrou por trás num único golpe, arrancando-lhe o fôlego, ao sentir o ânus machucado ser invadido novamente por um membro que era quase da grossura de um punho.

"NÃ..." – Kurama foi impedido de gritar por Nazago, que soltara o chicote e lhe colocava, à força, o membro intumescido na sua boca, obrigando-o a chupá-lo.

"Ande, engula e me dê prazer, escravo!!"

"Ele é realmente demais, Nazago!!"- falou o Youkai que o estava fodendo por trás: - "Ele... ele... ele é maravilhoso!! AAHHH!!! "- mal conseguia falar, sem fôlego.

"Sim: nunca vi alguém suportar tanto as nossas brincadeirinhas, hahaha." – concordou o que o estava torturando com a cera.

"Eu sei do que é capaz esse meu servo... Isso, servo... Assim... É bom demais!! HÁ! HÁ! HÁ! HÁ! HÁ! HÁ!" – Nazago se perdia em meio ao prazer proporcionado pela boca de Kurama.

Um terceiro Youkai tomou o chicote, e assim, novas chicotadas cortaram-lhe as costas, nas quais rapidamente era derramada a cera derretida, juntando-se, às dores provocadas por elas, as chamas, as fortes estocadas em seu interior, e o membro enorme de Nazago em sua garganta, quase sufocando-o ... e à uma boca voraz que agora fazia com seu pênis, o mesmo que ele fazia em Nazago, e sugava-o vorazmente, como se quisesse beber seu sêmen até a última gota.

Nazago gargalhou, ao ver mais um Youkai participando da festinha; a agonia de Kurama estava estampada em sua face agonizante, em cada parte de seu corpo, que tremia completamente fora de controle, sendo forçado a ter orgasmos de uma forma que ele nem mais suportava.

A dor das queimaduras, adicionadas às das chicotadas e às pressões, tanto do membro que o invadia, quanto da boca que o sugava, o faziam chorar... e arrancar mais sangue dos punhos aprisionados, de tanta força que fazia para libertá-los, pingando no chão.

Então, o Humano foi perdendo rapidamente a consciência, sendo tragado para um mundo em que somente seu corpo agia sozinho, cada vez mais forçado a orgasmos e prazeres que seu Senhor e seus convidados queriam vê-lo realizando, enquanto ele mesmo nem sabia mais o que era, nem quem era.

Sua última visão, antes de desmaiar e cair no abençoado poço da escuridão e do esquecimento, foi a de Nazago finalmente gozando, derramando seu sêmen em sua garganta... os gritos e gemidos de prazer de todos que ali estavam.... e depois, nada mais.

*************************

"... como sempre, minha Raposa foi magnífica."

A voz forte e profunda arrancou Kurama de seu sono, acordando-o ... Quando seus olhos desorientados do mais puro cansaço e exaustão conseguiram focalizar alguma coisa, viram, à sua frente, a face sorridente de seu Amo e Senhor. Sua mente embaralhada tentava lembrar do que tinha acontecido para que ele se sentisse daquela maneira, mas uma enxurrada de imagens sem nexo e sensações quase enlouquecedoras de medo e dor, tornavam impossível qualquer tentativa nesse sentido.

Mas pelo menos... mas pelo menos, seu corpo – alguma coisa lhe dizia isso – estava longe daquelas torturas... longe daqueles sádicos...

Ao notar seu escravo finalmente acordando, Nazago escondeu a sensação de alívio que o percorreu: era certo que, a cada vez que cedia a seus instintos sádicos com seu escravo, em suas festinhas, Kurama sempre precisava passar algumas horas - ou até mesmo alguns dias - dormindo, sendo "tratado" por seu próprio Ki negro, uma vez que o Ki dele era drenado, infinitamente, pela Coleira de Contenção.

Sim –isso já virara, praticamente, um ritual...Até mesmo por que ele –Nazago- se recusava a deixar de obter o máximo de prazer sexual que pudesse extrair com seu escravo, assim sendo, acabava, sempre, se excedendo com ele... e no final, para impedir que morresse, usava seu Ki para recuperá-lo dos ferimentos... e, de quebra, salvar-lhe a vida.

Como mesmo já dissera, um ritual que durava de algumas horas a alguns dias.

Acontece que, dessa vez, não fora assim: Kurama passara quase duas semanas desacordado.

Duas semanas.

Mesmo a despeito de Nazago ter aumentado – depois de alguns dias – a carga energética de seu Ki, para acelerar a recuperação de Kurama, o jovem Humano continuara, dia após dia, desacordado. Aquele tempo fora o suficiente para que Nazago parasse... e refletisse sobre algumas coisas. Ah, sim: andara pensando bastante, isso não poderia negar.

Disse:

"Não se preocupe, meu lindo escravo: seu corpo já está curado... Afinal eu não posso deixar meu melhor escravo sexual morrer, concorda? ... Demorou um tempo, mas agora está tudo bem..."

"Onde... estou... Senhor?"

Ele murmurou, tentando se mexer na cama, mas sem conseguir: seus músculos, seu corpo... estavam fracos demais para isso; sua cabeça doía, sua mente não conseguia lembrar-se direito de nada... então, deixou Nazago continuar a afagar seus cabelos.

"No seu ‘quarto especial’, meu escravo... Você mereceu: fez uma ótima apresentação na ‘Caçada...’, e com meus convidados. E isso é bom; me agrada muito, sabia? Continue assim... e nada acontecerá a você..."- Nazago se inclina em seu ouvido e sussurra: - "... nem a eles."

"Hai... sim, Senhor..."

"Agora, volte a dormir... merece descansar após tudo aquilo... Vamos, feche os olhos, escravo... logo, logo, sua disposição irá voltar ao normal, e terá que trabalhar de novo."

"Hai... Senhor..."

Kurama fechou os olhos suavemente, e se rendeu ao sono reparador, tentando ao menos no mundo vazio do esquecimento, ter momentos de paz... e solidão.
 
 

*****************************************

Continua...

;__;


Capítulo 4

"O Amor Nunca se Esquece"

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