O Amor Nunca Se Esquece

Hakura Kusanagi
 

Capítulo 06

"Está na hora de nos dar prazer, Kurama!"

"Vamos, brinque com a gente!"

"Senhores, não... chega, por favor..."

"Não, ainda não!"

"Foram apenas poucas horas de divertimento conosco, Kurama... O que é isto? Não gosta mais de nós?"

"Não, não... Claro que sim, mas... meu corpo..."

"Chega de reclamações: um bom banho, que tal?"

"Isso! Aposto que vai lhe animar muito mais, Youko!"

"Sim, Senhores... Vamos... Eu aceito... Façam o que quiserem... Yusuke...e Kuwabara..."

"Ah, assim é melhor!"

"Isso mesmo, ruivo: vamos nos divertir mais, então!"

Sim: Yusuke e Kuwabara estavam lá.

Conforme havia dito, Nazago havia encontrado uma maneira de trazê-los para o Castelo.

Ele os atraíra ao Makai, fazendo-os acreditar que Kurama corria perigo – o que, para eles, nada mais havia sido que uma confirmação das antigas suspeitas, o que os fez ir em defesa do amigo imediatamente – apenas para serem atacados numa emboscada e presos pelos soldados do Kairui. Levados então para o Castelo, como prisioneiros, ambos foram vítimas de um tipo raro de Youkais, os chamados "Intrusos" que, comandados por Nazago, invadiram suas mentes, e em meio a uma torturas mentais, apagaram então suas consciências dos fatos – incluindo o motivo verdadeiro pelo qual estariam ali - deixando apenas fragmentos de lembranças... e sentimentos que viriam a servir perfeitamente aos novos planos do Kairui.

Subjugados, com a mente e todas suas lembranças completamente distorcidas pela técnica de manipulação mental, e sem mais as amarras que o seu sentido de humanidade lhes dava, eles ficaram então subservientes a Nazago, reconhecendo-o como seu único e verdadeiro Mestre, tornando-se, então, para deleite deste, os guardas pessoais de Kurama.

Afinal – como bem planejara o Kairui – quem melhor para... estar ao lado do ningen a qualquer hora do dia ou da noite, ou para protegê-lo de outros perigos, quando ele mesmo, Nazago, não pudesse, que senão seus melhores amigos? Justo aqueles pelos quais o escravo aceitara tornar-se um brinquedo seu, para poder salvar-lhes a vida? Além do mais... ele nunca mais haveria de sofrer por estar longe dos amigos, sozinho, não? A mente sádica de Nazago regojizara-se imensamente ao imaginar os detalhes de mais aquele... digamos... divertimento.

Agora Yusuke e Kuwabara já estavam ali por quase três anos... Koenma nunca havia conseguido encontrar pistas sobre seus paradeiros, pois nada havia sido deixado a respeito de terem ido ao encontro de Nazago, sem falar que o território do Kairui era extremamente protegido por barreiras místicas e magias, principalmente a área do castelo. Seus familiares até hoje se encontravam sem notícias de seu paradeiro, apesar de Koenma saber que ainda estavam vivos... em algum lugar dos três mundos, e incomunicáveis - mas VIVOS...

Tudo que se imaginava em matéria de crueldade e sexualidade, Yusuke e Kuwabara faziam a Kurama, sem nenhuma restrição por parte de seu "Mestre": os "Intrusos" haviam feito um excelente trabalho ao apagar-lhes da mente toda e qualquer noção do que seria certo ou errado – que viesse a lembrar-lhes um mínimo que fosse de sua humanidade, e que se tornassem barreiras que os impedissem de "explorar" o que quer lhes passasse pela mente.

Neste momento, o Youko/Humano estava preso, acorrentado pelos pés e braços, sendo que estes estavam esticados; e já há algumas horas, participava de mais uma sessão de sexo com seus algozes... Resistência?

Não. Fazia anos que Kurama se resignara à sua rotina de escravidão: em sua mente, ao que lhe parecia, sua vida inteira fora assim... Devia o máximo respeito e obediência ao seu Mestre, Nazago-Sama, e fazia o que necessário lhe fosse ordenado para obedecê-lo, e deixá-lo satisfeito – ainda que tivesse que divertir aos seus amigos e convidados, ou ao guardas, que tanto zelavam por sua vida.

Kuwabara começara a torturar o ruivo indefeso, molhando-o com jatos de água pelo corpo nú de Kurama, machucando-o mais e mais, fazendo-o arrepiar-se com a água insuportavelmente fria, enquanto Yusuke, colocado um pouco abaixo de Kurama, mordia e lambia cada parte de seu peito e mamilos, unhava suas coxas e pernas, movimentando o corpo em estocadas fortes pelo seu interior, penetrando-o de forma violenta.

"Ande! Quero com mais força, mais força! RÁPIDO!!"

"Pare... Por favor, Yusuke... está me machucando...!"

"Ei, Urameshi! Não pense que só você tem o direito de brincar com Kurama: ele não pertence somente a você!"

"Claro que não, Baka!! Venha! Largue isto... e venha!"

Kuwabara soltou a mangueira no chão e moveu-se até as costas de Kurama, e rápido, libertou seus pulsos das correntes do teto, fazendo-o cair por cima do corpo de Yusuke... imediatamente, utilizou suas mãos fortes para puxar os quadris dele mais para cima, trazendo suas nádegas para o lugar que queria: no meio de suas pernas – encaixou seu pênis no seu ânus... e começou a querer penetrar, como um louco.

Impossibilitado, uma vez que o próprio pênis de Urameshi já se encontrava lá, estocando o ruivo sem piedade, o grandalhão começou a morder o pescoço de Kurama, roçando as coxas contra as pernas dele, forçando-se para dentro dele, enquanto apertava fortemente seu membro vulnerável com as mãos.

Um grito de dor horrível se fez ouvir, quando o humano de cabelos alaranjados conseguiu seu intento.

Kurama arqueou o tórax, os olhos verdes completamente arregalados, querendo inutilmente fugir da dor... gritou novamente, enquanto seu corpo era esmagado entre os dois humanos que se forçavam cada vez mais para dentro dele.

Mordeu os lábios, perdido num mar de dor que quase o enlouquecia – até tirar sangue.

"Pare de ser tão insolente, Kurama... grite!" – ordenou Yusuke.

"Isso mesmo... Grite!! Grite como um animal! Mostre para nós como você é bom no que faz, escravo... Faça sexo conosco!" – incitou Kuwabara.

"AAAAAHHHHHH!!!" – Kurama se sentia sendo rasgado por dentro: -"Não! Párem com isto!! Yusuke... Kuwabara... Eu imploro!!!"

"Enquanto continuar arredio deste jeito não vamos parar. Por isso, faça o melhor que sabe fazer, amigo!" – gritou Kuwabara, forçando-se ainda mais para dentro do jovem ruivo.

"Ande!! Quero com mais vontade e força!"

Yusuke começou a penetrá-lo com mais força e fúria, abrindo caminho no ânus do ruivo, sem querer perder um só centímetro para Kuwabara. A loucura do orgasmo próximo fazendo-o estapear Kurama, dando-lhe um tapa tão forte que fez seus lábios correrem sangue. Kuwabara também entrou na onda, e, alucinado pelo clímax que sentia estar chegando, puxou-o para trás pelos longos cabelos, mordeu-o com mais força nos ombros e no pescoço... A violência aumentando até os dois causarem um orgasmo intenso em Kurama e, conseqüentemente, neles.

Os braços e corpo do Youko/Humano desistiram de lutar, e se renderam a tudo o que Yusuke e Kuwabara quissesem... Ambos prosseguiram por horas, ainda, até se cansarem – completamente exaustos – de tanto prazer com aquele youko disfarçado de humano.

Kurama fechou seus olhos e desmaiou, deixando suas dores e fraqueza abaterem-no – refugiando-se na escuridão que tanto conhecia.

Anos assim tinham acabado com qualquer resistência por parte dele – sentia apenas algum sentimento remotamente parecido com isso em momentos como aquele, em que seus algozes, fossem quem fossem que estivessem a fodê-lo na hora, dessem mostras de terem perdido a noção de limites, e a dor passasse do limite do suportável... mas logo esses rompantes de negação passavam, e ele retornava à resignação de que era seu dever, como escravo sexual, fazer seus "donos" terem o máximo de prazer possível, não importando o grau de violência ou sadismo utilizado pelos mesmos...

A sua subserviência era tanta, sua submissão tão profunda, que não conseguia mais olhar na cara dos que o dominavam: sua postura era sempre submissa, pronto para fazer qualquer coisa que desse prazer, e sua face, ausente, sem reação alguma, a não ser a única permitida – a de um prazer profano. Em resumo: o escravo sexual perfeito, sempre pronto para tudo – o brinquedo preferido de seu Mestre, Nazago. Aquele antigo Youko Kurama – e seu espírito, que vivia no corpo de Shuichi, morrera: a figura arredia de olhos reluzentes e arrogantes, de face bela e enganadoramente angelical, com cabelos vermelhos brilhantes, em cujo corpo humano um espírito demoníaco queimava e pulsava como um filho das Trevas, desaparecera...

Não restara nada: além de um servo obediente e restrito a alguns dias de bondade de seu Senhor. Dias estes que sua escuridão diminuía... e seu corpo agradecia por poder descansar – ao menos por uma noite.

Sim, seu Senhor o educara bem... perfeitamente bem: nada de agressividade ou tentativas de reação; submissão aos guardas pessoais; aceitar tudo que lhe fosse dado como serviço; nada de conversas com outros escravos ou serviçais – e, acima de tudo, obediência cega ao seu Senhor, Nazago.

Kurama não desobedecia nenhuma dessas regras, principalmente a de ser seu escravo sexual eterno. Seu estoicismo e completa falta de reação frente às loucuras já imaginadas por seu Mestre haviam virado fama, e esta, de acordo com o passar dos últimos anos, fora espalhada por todos os cantos do Makai.

Diversos amigos e aliados de Nazago eram muitas vezes, convidados pelo poderoso Kairui para virem ao Castelo para transarem com ele, e satisfazer suas taras sexuais das formas mais loucas e insanas.

Como o jovem Humano/Youko reagia a isto?

Aceitava.

Era a única maneira de continuar vivo que conhecia.

E só.

Aceitava.

Tudo que seu Mestre mandava era como uma verdadeira Ordem – Total, Completa e Inviolável. Kurama tinha que satisfazê-lo de qualquer maneira ou jeito.

Era para isto que vivia: para serví-lo.

E mais nada.

Às vezes ganhava alguns presentes... Como lhe ser permitido ver suas rosas preferidas através da imensa sacada do quarto especial, da qual podia ver os imensos jardins ao redor do castelo; passar uma noite maravilhosa – completamente sozinho neste mesmo quarto; ter seu corpo acariciado por mãos cuidadosas e diligentes... ou, até mesmo, receber carinho e delicadeza de seu Amo.

Qualquer coisa era recompensadora para aquele kitsune: ele não sabia mais o que era uma fora daquele castelo, ou sem as constantes torturas e violações de seu próprio corpo – sem recordações nenhuma de suas vidas anteriores, ou de pessoas que lhe fossem ou que lhe tivessem sido importantes, Kurama ia vivendo da única maneira que conhecia, e da qual achava que nunca vivera de forma diferente.

O youko já não tinha mais memórias, lembranças...

Passado e presente eram uma coisa só.

Suas recordações e lembranças se perderam no tempo, na tortura de uma subvida.

Destruindo tudo à sua volta, o trator da solidão passava, esmagando todos os seus sonhos e esperanças...

A existência de uma vida fora dali era uma pálida ilusão: uma miragem desfragmentada que invadia seus sonos quando menos esperava, porém, que nunca eram identificadas, pois haviam banidas por ele mesmo de sua mente, em um dia em que seu coração, completamente arrasado e desprovido de qualquer esperança de salvação, apagara todo e qualquer recordação de uma outra vida....

Não existia amor... carinho ou paixão, no castelo de Nazago-Sama.

Por isto, Kurama aprendera a viver sem eles.
 
 

Fim capítulo 6
By Hakura Kusanagi

Continua...


Capítulo 7
O Amor Nunca se Esquece
Fics de Yuyu
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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