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AS AVENTURAS DO TENENTE ITAT�US,
O SUPER – HER�I DA REGI�O CACAUEIRA

 

  1. O TENENTE ITAT�US NA LIGA DOS SUPER-AMIGOS.

Por Hilmar Ilton Santana Ferreira

( O personagem central desta est�ria foi aparecido cerca de 10 ou 15 anos

atr�s deste OUT/1999, num conto que este mesmo autor submeteu a um concurso p�blico em Itabuna, tendo recebido men��o honrosa. O concurso prometia publica��o dos trabalhos, o que n�o aconteceu. Aqui tentou-se reproduzir de mem�ria o conto honrosamente mencionado de ent�o, j� que o original se perdeu.

A forma deve estar e est� mesmo diferente do original, mas o conte�do, a id�ia central foram mantidos).

--- Senhoras e Senhores, Eu, o Super-Homem, como seu Presidente, declaro aberta a D�cima Reuni�o Extraordin�ria da Liga dos Super-Amigos, neste dia magn�fico de 04 de julho de 1977, nesta valorosa cidade de Nova York, com a especial finalidade de considerar, pela primeira vez, a admiss�o de um s�cio proveniente do Terceiro Mundo, O Tenente Itat�us, da Regi�o Cacaueira, Estado da Bahia, Brasil, Am�rica do Sul, aqui presente. Funcionar� como Defensor/Proponente o s�cio Capit�o M�rvel e como Advogado do Diabo, o super - her�i associado Batman. Com a palavra o sr. Defensor/Proponente, para a sua grata tarefa de apresentar � distinta plat�ia dos s�cios o nosso nobre candidato. Fica claro que o sr. Advogado do Diabo pode, a qualquer tempo, pedir apartes. Por favor, nobre associado Capit�o M�rvel, adiante!

--- Obrigado, Sr. Presidente. Esta � uma tarefa que muito agrada a este membro da Fam�lia M�rvel. Sem d�vida este que vos fala tem muito a agradecer por esta oportunidade. Na vida, em geral, a controv�rsia � a regra natural das coisas. Para todo ponto de vista, h� um outro contr�rio e diametralmente oposto. Para cada prov�rbio h� um contra - prov�rbio. Mas eis um caso de unanimidade: a efici�ncia, a efic�cia, o apoio do p�blico ao nosso super - her�i latino-americano, brasileiro, nordestino, baiano, grapi�na, o nosso Tenente Itat�us, aqui presente, para quem pe�o a plena aprova��o desta Assembl�ia, no seu pleito de ingressar na nossa Liga dos Super – Amigos, como, ali�s, o primeiro membro de um pa�s atrasado, subdesenvolvido, endividado, submetido, do hemisf�rio sul.

--- Por obs�quio, nobre Capit�o M�rvel, conceda-me um aparte.

--- Com prazer, nobre colega Batman.

--- Pede V. Sa. que seja aceito o super – her�i brasileiro. Mas como faz�-lo, se se trata de uma pessoa que n�o fala ingl�s, n�o � branco, n�o � anglo-sax�o nem protestante? Como aceitar um aut�ntico n�o WASP entre n�s? N�o h� e nem nunca houve algu�m assim na Liga.

--- Obrigado pela colabora��o, nobre Batman. Parab�ns pelo desempenho como Advogado do Diabo. Sua pergunta serve para antecipar parte da apresenta��o a ser feita. A morenidade do nosso Super – Her�i apenas serve para mais uma vez derrotar o preconceito racial, de tantos males na hist�ria da humanidade. N�o h� essa de ra�as inferiores e superiores. O Tenente Itat�us � um exemplo disso. Sendo mesti�o, �, sem d�vida, o maior dos Super – Her�is, como se espera demonstrar at� o fim desta apresenta��o. Tem ele todos os super – poderes comum a n�s e mais super qualidades para-normais que nenhum de n�s tem. Premoni��o, telecinese, telepatia etc. Mas ele fala ingl�s, sim. N�o s� a nossa l�ngua mais tamb�m conhece e domina as cerca de dez mil l�nguas �tnicas existentes no mundo, sem falar nas centenas de projetos de l�nguas neutras, auxiliares, elaboradas, planejadas, idealizadas e algumas realizadas para servir � comunica��o internacional justa e igualit�ria entre indiv�duos de l�nguas n�o inter-compreens�veis . N�o ser anglo-sax�o, germ�nico, � uma qualidade dele. Sua latinidade. E por que n�o quebrar este tabu na liga? Est� na hora de termos algu�m assim aqui. Protestante? O Tenente Itat�us n�o � adepto de uma religi�o em particular. Mas ele vem de um pa�s onde apareceu uma das igrejas protestantes que mais cresce no mundo e investe aceleradamente em meios de comunica��o de massa. Mas, voltando ao come�o, o nosso candidato atua na Regi�o Cacaueira, Bahia, Brasil. O cacau � uma das mais importantes commodities internacionais, produzida em pa�ses tropicais pobres e que fornece mat�ria prima para o chocolate, de consumo concentrado no hemisf�rio norte rico. H� um marcante com�rcio entre as na��es baseado neste produto agr�cola e seus derivados. H� organiza��es internacionais, nacionais, locais que cuidam das v�rias abordagens do cacau: da economia, da ci�ncia e tecnologia, da produ��o, da comercializa��o etc. � uma dessas organiza��es, a Alian�a Internacional dos Produtores de Cacau, que patrocina financeiramente a candidatura do Tte Itat�us. O cacau produz a teobromina, um desses alcal�ides que tem movido a hist�ria, como cafe�na, te�na, nicotina, coca�na, codoe�na. Pois como parece �bvio, a regi�o onde mora o Tte.Itat�us � especializada na produ��o desta planta, na cacauicultura, uma das mais importantes daquele Estado brasileiro. Importante em todos os aspectos, diga-se. Importante econ�mica, cultural, socialmente. A Regi�o depende demais dessa lavoura, uma monocultura. Hoje os pre�os do cacau no mercado mundial est�o altos. H� uma euforia para plantar novas �reas de cacau em muitas partes do mundo tropical. O Tenente Itat�us, apesar da sua ubiq�idade, atua apenas no Sul da Bahia, zona de influ�ncia do cacau. Centra-se a sua a��o no eixo Itabuna-Ilh�us, as duas maiores cidades da regi�o. Ali ele tem feito tudo para o bem das pessoas. � muito conhecido e amado pela popula��o local

Combate o crime, defende o povo das cat�strofes naturais – das pol�ticas nem tanto, nem ele tem for�a para isso. Cuida tamb�m dos interesses b�sicos da regi�o, a exemplo da barreira constante que faz contra a "Vassoura-de-Bruxa" uma terr�vel doen�a da lavoura cacaueira que existe na Amaz�nia e que n�o deve entrar na Bahia, sob pena de grande preju�zo coletivo.

Seu nome foi escolhido em plebiscito. Itat�us � uma composi��o com os nomes das duas cidades, com um "t" euf�nico. � verdade que o pessoal de Ilh�us preferia que fosse "Tenente Ilhuna". Mas, senhoras e senhores, este homem � um fen�meno. Tem todos os poderes deste apresentador e do Super – Homem: Voa, tem vis�o de raio-x, � imune a qualquer tipo proj�teis e, como dito, tem adicionalmente poderes para-normais, que n�o temos. Com tal poderio, com um vasto curr�culum e vindo da Am�rica Latina, tal super – her�i poderia se chamar n�o de "Capit�o" como este Defensor e o Capit�o Am�rica, mas sim "Marechal". No entanto, que acontece? Tem apenas a patente de "Tenente"! A mod�stia � outra grande qualidade dele, amigos!!!

Agora, a revela��o da identidade secreta do super – her�i. Deve ser ressaltada que esta inconfid�ncia � feita aqui por absoluta aus�ncia de pessoas estranhas. S� os nossos super – her�is est�o presentes, de modo que este segredo ser� preservado. No dia a dia o Tenente Itat�us � o trabalhador rural Jos� Bento de Jesus, filho e neto de trabalhadores rurais do cacau. O Z� Bento � trabalhador treinado, zeloso, de iniciativa. Conhece todas as pr�ticas agr�colas da atividade e as faz com muito gosto.

Sabe produzir mudas, plantar, adubar, combater pragas e controlar doen�as, colher, beneficiar o produto com fermenta��o e secagem natural ou artificial, ensacar e armazenar o precioso produto. Ao ingerir a exsuda��o da polpa do fruto, o popularmente conhecido "mel do cacau", por um mecanismo ainda desconhecido, o jovem trabalhador incorpora toda a energia que gera��es e mais gera��es de trabalhadores rurais do cacau introjetaram no produto. E fica super – poderoso.

--- Lamento, senhoras e senhores, diz o Presidente Super - Homem, tenho que interromper a reuni�o e suspender "sine die" o projeto de admiss�o do novo s�cio. Foi rompido o Acordo Internacional do Cacau e a Alian�a Internacional dos Produtores retirou seu apoio financeiro a este empreendimento. Fica suspensa a Sess�o!

 

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