Essa hist�ria aconteceu sim, de verdade verdadeira. Voc� lembra quando
o Hanson veio pro Brasil pela primeira vez ? N�o, n�o � sobre isso que eu vou
contar... Mas, tem a ver...
Continuando, voc� lembra, n� ? Algumas meninas fizeram loucuras
para v�-los e quebraram a cara, e algumas n�o mexeram a bunda e conseguiram v�-los
em todos os lugares que eles passaram. Por�m, algumas se esfor�aram e gra�as a
esse esfor�o elas viram Tay, Zac e Ike.
As personagens dessa hist�ria est�o inseridas no �ltimo grupo.
Ariella, Sharon, Sabrina e eu (Alynne). A gente realmente quase morreu por
causa daquela primeira visita tumultuada deles aqui no Brasil. Calma menina. Eu
sei que agora voc� deve estar falando "Eu tamb�m quase morri, me matei,
sofri...". Eu te entendo perfeitamente, um monte de f� de Hanson passou
por isso filha, n�o se estressa n�o. Eu resolvi escrever essa hist�ria, porque,
sabe ? Foi comigo e com as minhas melhores amigas, e foi tipo assim... Curtida
at� o �ltimo instante, com todos os detalhes marcados na cabe�a de cada uma de
n�s, detalhes esses que eu vou estar passando para voc�s. Eu acho que � um
conto tipo "As mil e uma noites", sabe ? Mentira, estou exagerando,
mas foram fatos que aconteceram com a gente, e que muita f� imagina toda noite,
quando p�e a cabe�a no travesseiro, que aconte�a com ela. E n�o adianta falar que
voc� n�o imagina nada com nenhum Hanson porque eu sei que � mentira. Eu era
assim, minhas amigas eram assim e com voc� n�o vai ser diferente.
Bom, como j� disse, Lella, Eu, Sharon e Bina somos melhores
amigas. Eu e a Bina somos amigas h� dez anos, e a Sharon e a Lella h� sete anos
se n�o me engano. S� que, as quatro se tornarem melhores amigas de verdade foi
por causa de Hanson. H� tr�s anos atr�s. S� que agora n�o s�o eles que mant�m a
nossa amizade. Somos amigas mesmo, tendo ou n�o Hanson no meio. E eu s� tenho a
agradecer ao Taylor, ao Zac e ao Ike porque foi gra�as a eles que hoje eu
encontrei minhas "Little Hanson Sisters", ou como a Lella diria:
agora s� "Little sisters", ali�s "Big Sisters" mesmo... N�o
tem mais nada a ver com o Hanson hoje sermos melhores amigas. Mas eu n�o vou
contar a bela hist�ria da nossa amizade, porque voc� que est� lendo isso n�o
deve estar nem um pouquinho interessada agora.
O que voc� precisa saber da gente � que temos uma personalidade
parecida, gostos parecidos, jeito parecido, e se tem alguma coisa que nos
diferencia, � um detalhe bem pequeno. No caso da Lella, � que al�m de ela falar
pelos cotovelos, ela fala por todos os outros membros do corpo dela. �
incr�vel, como a garota fala, gente... mas isso � uma caracter�stica muito
legal nela. E ela tamb�m odeia ser contrariada... O-D-E-I-A. E ela consegue
convencer todo mundo a fazer o que ela quer, e se por um mero milagre ela n�o
consegue, ela fica puta. Na Sharon, hmmm... deixa eu pensar... Ela tem um jeito
meio diferente de falar. N�o que ela fale em outra l�ngua desconhecida, ou
tenha l�ngua presa, ou seja gaga, n�o � isso n�o, mas, � que ela usa umas
g�rias s� dela, e que agora tamb�m � nossa, mas � ela quem mais usa mesmo. E
ela esquece quase tudo que ela vai falar. Se ela vai falar alguma coisa e voc�
espirra ela j� esquece. A Bina... Ai credo ! N�o pensei que fosse t�o dif�cil
estabelecer diferen�as entre as pessoas que eu mais falo e convivo todos os
dias. Bom, a Bina ela � meio complicada sabe... As vezes d� uns chiliques nela,
ela passa mal, a press�o cai, ela quase morre, mas � s� de vez em quando. E em
rela��o a menino, gente, ela � a incerteza em formas humanas... E ela n�o para
de estudar um minuto sequer durante o ano letivo (mas ela n�o � dessas nerds
feiosas que usam �culos fundo de garrafa e quase n�o fala. Muito pelo
contr�rio). Ainda mais agora, que ela t� estudando pra passar no vestiba.. Vixe
! E ela tamb�m � muito divertida, fazendo voc� rir s� com as risadas dela, que
s�o super altas e engra�adas. E eu ??? Hmmm... Bom, elas dizem que eu sou super
empolgada (mas elas tamb�m s�o), e que eu n�o paro de rir. Se vem uma formiga
andando eu dou risada.. Delas, eu sou a menos t�mida e... Ah, sei l�, viu ?
Bom, enfim... Voc� lembra quando o Hanson veio pra c� ? Como j�
disse, a gente se esfor�ou muito, quase levamos nossas fam�lias a fal�ncia
total, nos desidratamos, ficamos com olheiras, pegamos insola��o, morremos
atropeladas, andamos 7 km (isso n�o foi quase, o resto foi), quebramos a perna,
ca�mos de lugares altos, ficamos loucas e etc. � claro que isso n�o aconteceu
com todas juntas, eu coloquei aqui um resumo do que aconteceu com as quatro.
Voc� que teve a sorte de v�-los, provavelmente achou insuficiente,
n� ? Queria que muito mais tivesse acontecido, certo ? Com a gente n�o foi
diferente. A gente ficou se preocupando com o futuro, e n�o com o presente (eu
pelo menos fiz isso). Ficava me preocupando com futilidades e esqueci de curtir
na hora, o instante... Agora j� era e eu n�o posso fazer nada. E, depois que o
Hanson foi embora, que um tempo se passou que eu percebi o quanto eu fui boba e
quantas chances �teis eu desperdicei. Por isso eu queria mais uma chance para
compensar os erros completamente mongos da vez passada. E o que aconteceu
comigo, foi um presente de Allah, literalmente. A turn� americana do Hanson
come�ou. Tanto eu quanto a Lella, a Sharon e a Bina est�vamos preocupadas com
outras coisas, como escola, meninos, namorado (no meu caso, porque eu sou a
�nica que namora s�rio), roupas, gin�stica e outras coisas que rondavam a nossa
cabe�a adolescente. Claro que lembr�vamos de Hanson quase toda hora, mas, n�o
fic�vamos com a cabe�a presa naquilo, e somente naquilo. E n�o aguent�vamos
mais outras meninas contando pra gente as hist�rias delas com o Hanson aqui no
Brasil, de como elas tinham abra�ado o Zac ou beijado o Taylor, de como a m�o
do Ike era macia, de como eles tinham olhado para elas de um jeito especial. A
gente sabia que pelo menos 75% da hist�ria era mentira. Ningu�m contou a
verdade verdadeira pra ningu�m... Todo mundo sempre colocou detalhes a mais em
suas hist�rias.
E, como sonhadoras que somos, est�vamos planejando uma viagem
b�sica pros States, para ter outra chance, num show deles.
Sharon > "Ent�o, minha m�e disse que d� pra eu trabalhar
na ag�ncia com ela."
Lynne > "D� pra gente trabalhar tamb�m ?"
Sharon > "Nem... Tipo que foi dif�cil ela conseguir pra
mim..."
Bina > " N�o vai dar pra eu trabalhar."
Lella > ��Porque ?"
Bina > "Eu tenho que estudar... N�o vou poder ficar numa
loja um dia todo."
Lella > "Pra variar s� um pouco."
Est�vamos na casa da Lella, era sexta e estava um frio do KCT.
Como fazemos quase sempre, ir�amos dormir todas l�, j� que na casa dela, tem
cama pra todo mundo ( � que a Lella tem mais duas irm�s. Uma t� na Austr�lia e
a outra dificilmente t� em casa na sexta e no s�bado).
Lynne > "Povo, sem dinheiro n�o d� pra viajar n�o, t�
?"
Bina > "Eu n�o vou mais viajar porra nenhuma. Nem se eu
tiver dinheiro nem nada. N�o vai dar certo mesmo."
A gente se olhou. Ai, como dava raiva quando a Bina fazia isso.
Mas como a gente j� se acostumou, respiramos fundo e continuamos a conversar.
Sharon > "Ai, catzo... T� muito frio, meu saco..."
Lynne > "Mas eu vi na TV que semana que vem j�
esquenta."
Lella > "Puta merda !!! Olha do que voc�s t�o falando !!! A gente tratando um neg�cio m�
s�rio aqui e voc�s falando de previs�o do tempo. Eu n�o acredito nisso. Nossa,
meu !!! Quem liga se vai esfriar ou nevar ? Que se dane... Meu, voc�s s�o muito
bobas... E se esquentar tamb�m... E da� ? Tipo que..."
Sharon > "Chega, filha, j� se empolgou muito."
Lella > "Coitada de voc�."
Lynne > "Quando a gente diz que voc� fala como uma
condenada voc� duvida... Voc� quase falou a b�blia inteira s� pra expressar sua
indigna��o sobre a nossa conversa."
Ela fez um biquinho e olhou pra baixo.
Lella > "Hmmm..." - esse barulhinho a gente faz
direto. Esse tipo de di�logo agressivo era normal, e pra gente, era s�
brincadeira.
T�....a gente dormiu l�, e arranjar um jeito de ter dinheiro nada.
A outra semana passou, e a outra, e a gente com a mesma d�vida. Falamos com
nossos pais e eles disseram que era muito caro, que era melhor esperar eles
voltarem pro Brasil. E mesmo dando todos os nossos argumentos, foi imposs�vel
de fazer a viagem pros States. Ficamos muito desanimadas. J� t�nhamos feito mil
e um planos, os lugares que a gente ia visitar e tudo por �gua abaixo. Revolta
geral, nem se fala. Ficou aquele clima horr�vel de mau humor durante uns tr�s
dias. (Pra gente tr�s dias de mau humor � muito.)
Certo dia a� eu tava em casa e a Sharon me liga desesperada.
Sharon > "Meu, meu, meu, meu, meu!!!!!!!"
Lynne > "Qu� isso filha?"
Sharon > "N����������!!!!!!!!!"
Lynne > "Que foi Sharon?"
Sharon > "Eu vi... Eu vi... Eles que falaram, foi eles que falaram!!!! N���!"
Lynne > "Calma flor, respira... Calminha... Agora
CONTA" - pra Sharon t� assim ou � Hanson, ou � Red Hot Chilli Peppers ou �
Blink 182. Mas eu fiquei com a primeira alternativa na cabe�a.
Sharon > "Blah, eu vi e blah, porque me contaram e blah
!!!!! Ai, buc�falo !"
Lynne > "Por favor flor, para com isso que voc� t� me
deixando beem nervosa."
Sharon > "N��� ! �C� lembra da menina que foi comigo no J�
?"- disse que sim - "Ent�o, ela me falou que viu num chat que eles
falaram que eles iam fazer turn� por aqui quando acabasse a turn� americana,
tr�s dias depois do anivers�rio do Zac acho, da� eu duvidei e fui l� ver e blah
!"
Lynne > "Nossa, �c� foi muito Ariella agora. Calma
Sharon... Voc� parou na melhor parte da hist�ria, e se voc� n�o se acalmar
agora, eu vou a� te bater."- detalhe que a gente mora em extremos
diferentes de S�o Paulo.
Sharon > "Ai, sapato, t�... Da� eu fui l� e entrei e vi.
Eles mesmos falaram que vem pra c� depois da turn� americana, tr�s dias depois
de 22 de outubro. Dia 25 eles t�o aqui..."
Lynne > "Voc� tem certeza absoluta que eles est�o aqui.
Quais foram as palavras exatas ?"- disse j� me empolgando.
Sharon > " Ah, sei l�... Eles disseram que logo depois que
acabar a turn� americana eles v�o vir fazer uma turn� na Am�rica latina, inclusive
Brasil."
Lynne > "Mas eles vem logo no dia 25 pra c� ?"
Sharon > "Num sei..."
Lynne > " �C� avisou a Lella e a Bina ?"
Sharon > "Ainda n�o. A Ariella t� dormindo e a Bina t� no
ingl�s."
A Sharon ficou a empolga��o em pessoa depois que ela viu aquele
chat do Hanson, que seria verdade , que saiu da pr�pria boca deles que eles
viriam ao Brasil. A Lella, depois que ficou sabendo da hist�ria se empolgou
demais tamb�m, e come�ou a fazer mil planos para que tudo desse certo quando o
Hanson retornasse ao Brasil. Estudou todos os nossos movimentos, nossas
inspira��es e expira��es, para que aproveit�ssemos ao m�ximo tudo. A Bina ficou
muito feliz tamb�m, s� que ela n�o demonstrou nenhuma pr�via empolga��o. E eu
n�o me senti a vontade... N�o sei com o que... Na verdade, sei sim. Eu estava
achando errado elas ficarem estudando tudo que a gente ia fazer quando eles
estivessem aqui. Se a gente desse um peido fora do hor�rio j� desmontava o
esquema. Eu n�o estava achando legal elas ficarem fazendo mil e um planos... Eu
estava achando aquela hist�ria muito absurda. N�o estava duvidando da Sharon
nem da Lella, mas do Hanson. Como de repente, assim do nada, eles resolvem:
"Ah, a gente vai a� pra Am�rica Latina daqui alguns meses, t� ?". N�o
estava confiando muito.
E n�o queria que elas quebrassem a cara quando descobrissem que
todo o esquema que elas haviam montado se desfaria, caso a agenda do Hanson
fosse diferente do que elas imaginavam. E imagina se o Hanson n�o viesse pra
Am�rica Latina, se nem viesse ao Brasil... Nossa, elas iam ficar muito bravas,
e eu tamb�m �bvio, mas al�m de tudo elas iam ficar desacreditadas, e eu n�o
queria que isso acontecesse.
E a gente ficou desde o meio de agosto at� o dia 9 de setembro sem
saber nada. S� que a turn�zinha deles estava marcada, e s� isso.
Bom, 7 de setembro era feriado. E como eu e a Sharon j� hav�amos
dito, esquentou e n�o esfriou mais. Meus pais resolveram ir pra praia, e como
meu namorado n�o quis ir comigo, chamei as meninas. A gente foi pra Praia
Grande, litoral sul de S�o Paulo, onde eu tenho um apartamento. A gente ficou
l� desde o dia 7 de setembro, que era uma quinta, at� o domingo. A gente
aproveitou ao m�ximo. Fomos pra Santos, ver o menino que a Lella gosta, a Bina
ficou com um menino muito fofo, eu tomei muito sol e a Sharon se divertiu
bastante tamb�m, s� que da forma dela. Ela n�o era dessas pessoas que amavam
ficar na praia tomando sol, com um monte de areia grudando. Na verdade ela nem
curtia muito. J� eu, a Lella e a Bina voltamos com uma corzinha bem mais bronzeada.
Na quinta, no dia que a gente chegou, n�o fizemos nada muito "�hhhh, que
divertido !". Nem na praia a gente foi, porque a gente chegou a noitinha.
Resolvemos passear por l�, ir na feirinha e tal. Dia seguinte praia, s� que em
Santos e no s�bado, dia nove, praia em Praia Grande. E era l� que est�vamos, do
lado da barraquinha do Pedr�o, tomando um suquinho refrescante, quando o
celular da Lella toca. Bom, como qualquer pessoa normal ela foi atender. S�,
que o que acontece � que quem ligou pra Lella n�o era t�o normal assim. Era a
Gaby, uma amiga nossa de Curitiba. Essa sim era a empolga��o descrita e
montada.
Lella > "Al� ?"
Gaby > "Flor !!!!! Onde �c� t� Lella ????"
Lella > "Na praia com a Lynne, a Sharon e a Bina, porque
?"
Sharon > "Quem � ?"
A Lella sussurrou: "A Gaby."
Lynne > "Nossa, pra ela t� ligando de Curitiba pro celular
deve ser grave mesmo." - arrisquei.
Gaby > "Ent�o �c� nem deve saber, n� amiga ?"
Lella > "O que Gaby ? Fala logo."
Gaby > "Bom, eu tava aqui no aconchego do meu lar, esperando
umas amigas minhas terminarem de se arrumar pra gente sair. E como elas tava
demorando demais eu liguei o computador e resolvi entrar na hanson.net..."
Lella > "E ...?" - perguntou a Lella anciosa.
Gaby > "E... eu tava s� dando uma fu�ada por l� sabe...
Eles atualizaram tudo ontem, ent�o as info tava tudo nova l�, e eu resoolvi ver
a turn� como ia. Eu fui vendo, e chegou em outubro. Eu lembrei do que �c� tinha
me dito. E eu fui direto pro dia 25 de outubro e n�o tinha nada."
Lella > "Por isso voc� t� desesperada desse jeito, �miga
?" - eu olhava pra Sharon e pra Bina sem entender absolutamente nada, e
elas idem.
Gaby > "Claro que n�o, n� flor. Acontece que eu continuei
olhando os dias que vinham antes de 25 de outubro, e bom... voc� tem alguma
coisa muito imortante pra fazer no dia 16 ?"
Lella > "Ai, Gaby, n�o sei, porque ?"- disse
preocuoada.
Gaby > "Voc� tem permiss�o para ir pra Argentina ?"
Lella > "N�o t� te entendendo..." - eu, a Sharon e a
Bina olh�vamos a Lella com cara de c�.
Sharon > "Ai Ariella, a gente adora ficar boiando, sabe ?
Que coc�..."- disse a Sharon irritada.
A Lella olhou pra ela feio, fazendo um sinal com a m�o pra que ela
parassse de falar.
Sharon > "Se achou, n� filha ?" - eu dei risada. A
Bina ficava olhando a Lella com ang�stia nos olhos. Que ser� que tava
acontecendo ? A Lella tava com uma cara estranha, indescrit�vel.
Gaby > "O necess�rio �: O Hanson vai pra Argentina dia 16
de outubro !"
Lella > "Como assim pra Argentina ? E pro Brasil ?"
Gaby > "Bom, pro Brasil n�o tinha nada."
Lella > "Como n�o ?"- disse indignada - "Como
eles v�o pra Argentina e n�o vem pro Brasil ?"
Eu olhei pra Sharon e pra Bina. A Sharon j� tinha entendido do que
se tratava, eu tamb�m. S� a Bina ficou l� boiando.
Sharon > "Ai bucefal�ia !!!!!!! N�o acredito !!!! Que
merda, meu !!!!"
Lynne > "Putz... ai cara, brasileiro � muito azarado
mesmo."
Bina > "Porque ? O que aconteceu ?"
Eu olhei pra Sharon. Nossa, como irritava quando a Bina dava umas
decoladas dessa.
Sharon > "Ai filha ! �C� n�o ouviu n�o ? O Hanson n�o vem pro Brasil, s� pra Argentina
!!!!!"- disse a Sharon irritada. A Sharon e a Lella se irritavam muito
f�cil.
Bina > "Como �c� sabe ?"
Lynne > "Puta Bina ! Onde �c� tava ?"
Sharon > " �C� n�o viu ali a Lella falando com a Gaby n�o
? Do que mais elas podem falar pra Ariella t� com essa cara bonita a� ?"
S� a� que a ficha da Sabrina caiu. E junto com a ficha, caiu a
raiva.
Bina > "Puta merda !!!! N�o acredito ! Que merda viu, meu
!!!!"
Lynne > "O problema � que eles n�o gostam das f�s
brasileiras. S� pode ser isso cara. Lembra do dia do aeroporto ?"- se voc�
foi no aeroporto e passou l� a noite do dia 27 pro dia 28 de abril, sabe do que
eu estou falando.
Enquanto eu, a Sharon e a Bina lament�vamos de como a vida era
ruim, a Lella falava aos montes com a Gaby, que n�o estava entendo mais uma
palavra da Lella, de t�o r�pido que ela falava.
Lella > "Bl�, bl�, bl�, bl�,
bl�..."
Gaby > "Ai Lella, pelo amor de Deus, fala mais devagar
flor, que eu n�o t� entendendo nada..."
Lella > "Bla, bla, bla, bla... Eles n�o podem fazer isso com a gente Gaby !"
Gaby > "Eu sei, mas o que que a gente vai faz� ?"
A Sharon tomou o celular da m�o de Lella. Eu at� estranhei, porque
a Lella n�o fez nada. Acho que foi o choque, porque em circunst�ncias normais,
ela ia estar at� agora xingando a Sharon.
Sharon > "Gaby, qui qui aconteceu ?"
A Gaby explicou tudo para a Sharon.
Sharon > "Ai, buc�falo !!! Que merda de vida !!!!"
Gaby > "Calma povo, deixa eu terminar de falar..."
Sharon > "Ha, tem mais ? T� Lynne, eu n�o quero ouvir n�o
!" - eu peguei o celular meio confusa. Meu, que que tava acontecendo ?
Todas n�s est�vamos nervosas, a Bina tava chorando, a Lella sentou na areia de
cabe�a abaixada e xingando tudo que Deus fez no mundo e a Sharon n�o parava de
andar de um lado pro outro xingando bem baixinho.
Lynne > "Oi Gaby, � a Lynne, fala...."
Gaby > "Oi Lynne. Explica pra elas que tinha mais coisa escrita."
Lynne > "Gente, calma, tinha mais coisa escrita. Ainda h�
esperan�a."
Bina > "Foda-se !!!!! Eu n�o quero mais saber de porra
nenhuma !!!!!!!"
Gaby > "Nossa, quem gritou assim ?"
Lynne > "A Bina, n�o repara n�o, mas quando ela se
estressa j� viu, n� ?"
Sharon > "Fala logo o que aconteceu que tinha mais coisa
l�..."- disse a Sharon com os olhos j� cheios de l�grimas.
Gaby > "Bom, tinha escrito l� que a turn� da am�rica
latina ainda n�o tinha datas definidas, nem pa�ses definidos. Que o calend�rio
deles estava sendo todo montado, e que eles ainda tinham que passar pela
Austr�lia pra depois vir pra c�, entende ?"
Lynne > "Ah, claro, como eles s�o fofos, n� ? Ao inv�s de
cortarem caminho e sa�rem da Argentina para vir direto pra c�... N�o, os tontos
v�o at� a Austr�lia pra depois lembrar do Brasil !!!!"- disse meio brava.
Sharon > "Como � ? Eles v�o primeiro pra Austr�lia pra
depis vir pra c� ? Puta merda ! Que coc� de vida que eu tenho !!!!"
Lella > "Super b�sico, n� ? E minha irm�o querida l� na Austr�lia ! Lindo isso !" - a
irm� mais velha da Lella tinha ido pra Austr�lia estudar e ia voltar no fim de
setembro. Provavelmente quando o Hanson j� estivesse l�, a Dani (irm� de Lella)
j� fossse estar na Disney, que era pra onde ela iria passar 6 dias, e s� depois
voltaria pro Brasil. Tadinha, n� ?
Gaby > "Ao que tudo indica � isso mesmo Lynne..."
Lynne > "Puta que o pariu, que esperteza, cara ! Ser� que
eles n�o tem ningu�m inteligente que saiba montar um calend�rio e uma rota
compat�veis pra turn� na produ��o, n�o ? Depois brasileiro que � burro."
Gaby > "Hehe... Pois �, n� flor. Mas deixa eu desligar
porque minha m�e aqui j� t� me xingando."
Lynne > "T�, t�, meu !!! Chega j�, n� ?"- disse
gritando.
Gaby > "Nossa Lynne desculpa. Eu n�o sabia que voc� me
odiava tanto assim..."
Lynne > "N�o, n�o Gaby, n�o foi com voc�. � que o clima
aqui t� meio tenso sabe, e a Bina precisa de uns corretivos de vez em sempre
quando ela fica nervosa."
Gaby > "Nossa, eu n�o sabia que a not�cia seria t�o grave
assim."
Lynne > "Nah... relaxa, � tudo passageiro."
Gaby > "Bom, t�... Ent�o tchau Lynne. E d� um beij�o a� na
Lellica e na Shash� por mim. E um calmante pra Sabrina, t� ?"
Lynne > " �P� dex� ! Tchau..."- disse fechando o celular.
Lella > "Ela desligou ?"
Lynne > "Ahan."
Lella > "Puta merda Alynne, eu queria falar com ela ainda
!!!"- disse aos berros pra mim. Eu odiava, ali�s odeio, quando ela faz
isso. Ela grita muito alto, e a Lella estressada � um saco.
Lynne > "Calma Ariella. Precisa gritar assim ?"- disse tamb�m me alterando.
Lella > "Claro, porra ! Voc� nem pergunta se a gente queria falar mais com ela !"
Lynne > "A minina tinha que deslig� aqui, �."
Lella > "Foda-se !"
Lynne > "Ai Ariella, qu� sab� de uma coisa ? T� cansada do
seus ataques sabe ? Voc� quer tudo na hora e t� pouco ligando se a pessoa pode
ou n�o fazer o que a senhora quer. Quer tanto falar com a Gaby ? Liga voc�
ent�o !" - e joguei o celular com tudo no colo dela.
Lella > "Grossa !!!! Est�pida !!!"
Lynne > "T�, t�... Eu, n� ?"- disse me virando e sa�
andando em dire��o ao mar. Eu e a Lella brigar desse jeito j� tinha se tornado
uma coisa meio que normal. Daqui uns cinco minutos ou eu ou ela se arrependia,
nos abra��vamos e tudo voltava a ser como antes. A Sharon e a Bina j� tinham
brigado tamb�m. O pessimismo extremo da Sabrina irritava muito a gente. E a
gente sempre discutia. Mas a que mais se irritava com as crises de estresse da
Bina era a Sharon. A Sharon ficou sentada na canga que estava estendida no ch�o
e a Bina foi pro mar tamb�m. E eu fiquei pensando comigo: "Porra, que que
t� acontecendo com a gente ? N�s a tr�s semanas atr�s n�o brig�vamos desse
jeito, e com tanta frequ�ncia. Meu, e tudo isso por causa de uma not�cia bosta
dessas. Esses Hanson s�o uns escrotos mesmo. Como s�o burros..." e eu
tinha certeza que a Lella, a Sharon e a Bina pensavam a mesma coisa.