OS BOTELHOS DE PARACATU


Joaquim Pimentel Barbosa [Pais] nasceu em 1786 em Paracatu, Minas Gerais. Ele faleceu em 11/março/1853 em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Joaquim Pimentel Barbosa casou-se com Ana Maria Mello Franco em Paracatu, Minas Gerais.

Outros Casamentos:
, N
Roquete Franco, Francisca Inocência
Soares de Sousa, Josefa Maria Rosa

COMENDADOR JOAQUIM PIMENTEL BARBOSA


Esquecido pelos historiadores oficiais de Paracatu, Olímpio Gonzaga e Oliveira Mello, Joaquim Pimentel Barbosa foi figura de proa na vida político - administrativa e social na então florescente Vila de Paracatu do Príncipe. Já na década de 1820 ele aparece atuando politicamente na vila e em 1827 é agraciado por Alvará assinado pelo Imperador D. Pedro I, com a comenda da Ordem de Cristo (1). Em 1833, ocupando o cargo de Juiz de Paz, tem papel fundamental na repressão ao movimento liberal restaurador em oposição ao poder central, na vigência da Regência Trina, que pode ser evidenciado nas cartas oficiais trocadas entre ele, o comandante da Guarda Nacional da vila, Theodoro Caetano de Moraes e o Ouvidor Quintiliano José da Silva, favoráveis à manutenção da ordem constitucional então vigente (2).
Com a criação das Assembléias Provinciais, ele é eleito, juntamente com seu correligionário Dr. Antônio da Costa Pinto, deputado à primeira legislatura constituinte, em 1837. Ocupou o cargo de deputado em outras duas legislaturas, tendo sido um dos membros da deputação (como se dizia) que representou a assembléia provincial de Minas Gerais nas suntuosas solenidades da coroação de sua Majestade o Imperador D. Pedro II. Retornando à sua terra natal, onde continuou exercendo cargos legislativos como vereador e no executivo na posição de agente (prefeito), tendo Paracatu já sido elevada à categoria de cidade em 1840. Com a eclosão da revolta liberal de 1842 em Minas Gerais, vamos encontrá-lo ocupando o cargo de Coronel da Guarda Nacional em Paracatu, participando ativamente na defesa da causa conservadora e de fidelidade ao grupo que detinha o poder político que governava o Brasil na ocasião, em oposição ferrenha aos seus adversários liberais, comandados pelo vigário Joaquim de Melo Franco, e que culminou com a vitória dos conservadores em toda a província de Minas Gerais.
Estudando sua genealogia, o Comendador Joaquim Pimentel Barbosa nasceu em 1793 e era filho do português Domingos José Pimentel Barbosa, que foi capitão de infantaria do quarto regimento de milícias de Paracatu, com carta patente expedida em 1799, bem como a partir de 1814, Capitão-mor da vila de Paracatu, cargo que exerceu até a extinção do mesmo (3), e de Mariana de Moura, natural de Sabará - Mg. Casou três vezes, deixando numerosa descendência, que formaram ao longo do século XIX as principais famílias de Paracatu, por entrelaçamentos. Dentre seus descendentes podemos destacar como filhos ilustres da terra, em âmbito local, estadual e federal, seus filhos Dr. Joaquim Pedro de Melo (filho natural), médico humanista, chefe do partido conservador em Paracatu e deputado provincial e geral do império, Dr. Nelson Dário Pimentel Barbosa, deputado provincial e estadual, seus netos Eduardo Pimentel Barbosa, também deputado estadual e federal, seus bisnetos Genésio Pimentel Barbosa, Engenheiro e notável indigenista brasileiro, morto pelos índios no Mato Grosso em 1942, Afrânio e Afonso Arinos de Melo Franco, o primeiro na esfera política e o segundo se sobressaindo nas hostes literárias, Argemiro e Emílio Jardim de Rezende Costa também na política e o Dr. Carlos Álvares da Silva Campos que foi notável jurisconsulto, e por fim, seu trineto Afonso Arinos de Melo Franco Sobrinho, intelectual, ensaísta, historiador e figura eminente na política nacional no decorrer do século XX.
Faleceu o Comendador no Rio de Janeiro,em 11 de março de 1853, quando visitava seu grande amigo, o cônego Marinho, que apesar de adversários políticos, mantinham estreitas relações de amizade fraterna, vitimado pela febre amarela, doença que curiosamente acometera o mesmo cônego Marinho, que veio também a falecer poucos dias antes da chegada do Comendador à sua residência.
Foi sepultado no cemitério São Francisco Xavier.

(1) - Cópia em nosso arquivo;
(2) - RAPM, CD-ROM nð4;
(3) - Cópias em nosso arquivo.
Texto elaborado por José Aluísio Botelho.

Filho Natural: Dr. Joaquim Pedro de Melo

O Comendador casou três vezes e no intervalo entre o segundo e terceiro casamento, houve esse filho natural, cuja mãe ignoramos, nascido em 01/01/1822. Foi criado e educado pelo Cirurgião-mor Antônio Soares Mascarenhas e espôsa, provavelmente com apoio do pai. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde concluiu o curso em dezembro de 1846. Retornando à terra natal, exerceu a medicina com raro humanismo, e na política, a chefia do Partido Conservador de Paracatu, em substituição ao seu pai biológico, o Comendador. Foi Vereador Municipal, Deputado Provincial e Geral por tres legislaturas.
Foi casado com Josefa Pimentel Roquete Franco, sua sobrinha, mas ignoramos sua sucessão. Médico humanista, filantropo, atendia a todos, transformando sua residência em um verdadeiro hospital, sem exigir honorários. Faleceu pobre em 25 de março de 1891, aos 69 anos de idade.

Ana Maria Mello Franco [Pais] nasceu em Paracatu, Minas Gerais. Ela faleceu em Paracatu, Minas Gerais. Ana Maria Mello Franco casou-se com Joaquim Pimentel Barbosa em Paracatu, Minas Gerais.

Eles tiveram os seguintes filhos

  F i Franklina Laura Pimentel Barbosa nasceu em 1828 e faleceu em 05/outubro/1890.
  F ii Flávia Augusta Pimentel Barbosa.
  F iii Zenóbia Pimentel Barbosa nasceu em 27/janeiro/1835 e faleceu em 30/maio/1923.
  M iv Coronel Nelson Dário Pimentel Barbosa.

Luís Alberto da Fonseca Lima [Pais] nasceu em 1909 em Paracatu, Minas Gerais. Ele faleceu em 1993 em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro e foi enterrado em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Luís Alberto da Fonseca Lima casou-se com Rute Lima Botelho em 1938 em Paracatu, Minas Gerais.

Rute Lima Botelho [Pais] nasceu em 1916 em Paracatu, Minas Gerais. Ela faleceu em 1999 em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Rute Lima Botelho casou-se com Luís Alberto da Fonseca Lima em 1938 em Paracatu, Minas Gerais.

Eles tiveram os seguintes filhos

  F i Marisa Botelho Lima nasceu em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  M ii Marcelo Botelho Lima nasceu em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  M iii Mário Botelho Lima nasceu em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Ele faleceu em 11/novembro/1997 em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  M iv Marcos Botelho Lima nasceu em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  M v Márcio Botelho Lima nasceu em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Tenente Gregório José da Silva [Pais] nasceu em 02/abril/1747 em Prados, Minas Gerais. Ele faleceu em Oliveira, Minas Gerais. Tenente Gregório José da Silva casou-se com Thereza Thomásia de Jesus em 23/julho/1768 em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais.

Batismo (TRANSCRIÇÃO)

Igreja católica. Nossa Senhora da Conceição. Prados-Mg.
"Aos dois dias do mez de Abril do anno de mil e Setecentos e quarenta e Sette annos na Capela de Nossa Senhora da Glória da Ressaca filial da Matriz dos Prados baptizou Solennemente e pos os Santos Óleos a Gregório filho legítimo de Antonio da Sylva e de sua mulher Josefa Maria moradores nesta dita freguesia e de minha licença o Reverendo Capelão Antonio Nunes, e forão padrinhos Francisco (...) Manço solteiro desta dita freguesia e Anna Euzebia mulher de Francisco da Sylva da freguesia dos Carijós epara constar fiz este asento que asigno dia mez e anno ut supra. Vigário João Carneiro de Barroa".

Fonte: Familysearch Records

Thereza Thomásia de Jesus [Pais] nasceu aos 16 de janeiro de 1750 em Vila de Santa Cruz, Ilha Graciosa, Açores. Ela faleceu em Araxá, Minas Gerais. Thereza Thomásia de Jesus casou-se com Tenente Gregório José da Silva em 23/julho/1768 em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais.

Eles tiveram os seguintes filhos

  M i Manoel José da Silva nasceu em 1769.
  M ii Padre Francisco José da Silva nasceu em 1770 e faleceu em 08/abril/1845.
  F iii Maria Josefa de Jesus da Silva nasceu em 25/março/1773.
  M iv Capitão José da Silva Botelho nasceu em 1775.
  F v Joaquina Cândida Florinda do Sacramento Silva nasceu em 1777.
  M vi João Antônio da Silva nasceu em 1779.
  M vii Capitão Jerônimo José da Silva nasceu em 1781.
  M viii Dâmaso José da Silva nasceu em 1783.
  M ix Joaquim José da Silva nasceu em 1785 em Oliveira, Minas Gerais. Ele faleceu em Araxá, Minas Gerais.
  M x TenCoronel Carlos José da Silva nasceu em 1787.
  M xi Antônio José da Silva nasceu em 1789 em Oliveira, Minas Gerais. Ele faleceu em Araxá, Minas Gerais.
  M xii Tomé Francisco da Silva Botelho.

Joaquim Ribeiro de Moraes Castro [Pais] nasceu em Congonhas do Campo, Minas Gerais. Ele faleceu em 1797 em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Joaquim Ribeiro de Moraes Castro casou-se com Ana Jacintha de Moraes em Oliveira, Minas Gerais.

Ana Jacintha de Moraes [Pais] nasceu em 1768 em Oliveira, Minas Gerais. Ela faleceu em 01/junho/1791 em Oliveira, Minas Gerais de Complicações do parto e puerpério. Ana Jacintha de Moraes casou-se com Joaquim Ribeiro de Moraes Castro em Oliveira, Minas Gerais.

Batizada em 1772.

Eles tiveram os seguintes filhos

  F i Theodora Jacintha de Moraes e Castro nasceu em maio/1791 e faleceu em 30/junho/1831.

Antonio da Silva nasceu em Freguesia de Nossa Senhora de Campanhas. Ele faleceu em Prados, Minas Gerais. Antonio da Silva casou-se com Josefa Maria Maia em 23/maio/1741 em Prados, Minas Gerais.

Na dúvida: Antonio da Sylva pode ter nascido na freguesia de Campanhâ, cidade do Porto, Portugal; ou na cidade de Campanha do Rio Verde - Mg.

Josefa Maria Maia [Pais] nasceu em 29/setembro/1726 em Freguesia dos Flamengos, Ilha do Faial, Açores, Portugal. Ela faleceu em Prados, Minas Gerais. Josefa Maria Maia casou-se com Antonio da Silva em 23/maio/1741 em Prados, Minas Gerais.

Eles tiveram os seguintes filhos

  M i Manuel José da Silva nasceu em 17/maio/1742 em Prados, Minas Gerais. Ele faleceu em Prados, Minas Gerais.
  M ii Cosme Luiz Vianna nasceu em 23/dezembro/1744.
  M iii Tenente Gregório José da Silva nasceu em 02/abril/1747.
  F iv Ana Silva [imagem] nasceu em 25/junho/1750 em Prados, Minas Gerais. Ela faleceu em Prados, Minas Gerais.

Capitão João Lobão Botelho [Pais] nasceu em 1685 em Vila de Santa Cruz, Ilha Graciosa, Açores. Ele faleceu em no Brasil. Capitão João Lobão Botelho casou-se com Francisca Rosa de Bettencourt em 24/setembro/1740 em Vila de Santa Cruz, Ilha da Graciosa, Açores.

Outros Casamentos:
Bettencourt, Izabel de


O capitão João Lobão Botelho, viúvo, casou em segundas núpcias já em idade avançada, cerca de 55 anos, sendo sua esposa bem mais jovem, com cerca de 22 anos à época do casamento, ocorrido em 1740, na Vila de Santa Cruz da Graciosa, Ilha Graciosa, Açôres
Esse casal fez parte da leva de povoadores açorianos que vieram para o sul do Brasil, ocorrida a partir de 1747, quando o governo português temeroso de uma invasão e domínio espanhol na região, até então pouco povoada., promoveu incentivos para que esses casais açorianos emigrassem para lá, como doação de terras, suprimentos e quantias em dinheiro para o início de suas atividades colonizadoras e de fixação na terra. Pois bem, com eles veio também sua filha Tereza Tomázia de Jesus, nascida na Graciosa. Ao chegar a região se estabeleceram na Vila de São Pedro do Rio Grande, hoje Rio Grande(RS), onde tiveram dois filhos lá batizados: José em 1758 e Ana Joaquina em 1761. Por algum motivo, talvez pelo não cumprimento das promessas do governo português, a família passou à Minas Gerais entre 1763 e 1768, se fixando na Freguesia de Nossa Senhora de Oliveira, termo da Vila de São José (hoje Tiradentes), Comarca do Rio das Mortes - região hoje conhecida como Campo das Vertentes. Aí casaram os filhos a partir de 1768, cuja descendência numerosa se espalhou por toda a capitania de Minas Gerais á época, dentre eles, o neto Capitão José da Silva Botelho em Araxá.

Francisca Rosa de Bettencourt [Pais] nasceu aos 04 de novembro de 1720 em Vila de Santa Cruz, Ilha Graciosa, Açôres. Ela faleceu em Oliveira, Minas Gerais. Francisca Rosa de Bettencourt casou-se com Capitão João Lobão Botelho em 24/setembro/1740 em Vila de Santa Cruz, Ilha da Graciosa, Açores.

Ainda vivia em 1787, quando batiza seu neto João na capela da vila de Oliveira, filial da Matriz da Vila de São José Del Rei., filho de Ana Joaquina de Jesus.

Eles tiveram os seguintes filhos

  M i Jerônimo Lobão Botelho nasceu setembro de 1741 em Vila de Santa Cruz, Ilha Graciosa, Açôres. Ele faleceu Aos 9 de julho de 1743 em Vila de Santa Cruz, Ilha Graciosa, Açôres.
  M ii Gerônimo Lobão Botelho nasceu aos 4 de março de 1744 em Vila de Santa Cruz, Ilha Graciosa, Açôres. Ele faleceu em Vila de Santa Cruz, Ilha Graciosa, Açôres.
  F iii Jerônima Lobão Botelho nasceu aos 12 de abril de 1747 em Vila de Santa Cruz, Ilha Graciosa, Açôres.
  F iv Thereza Thomásia de Jesus nasceu aos 16 de janeiro de 1750.
  M v José Antônio de Souza Bettencourt nasceu em 02/março/1758.
  F vi Ana Joaquina de Jesus nasceu em 24/novembro/1761.

Tenente Coronel Sancho Lopes de Ulhoa [Pais] nasceu em 1758 em Ouro Preto, Minas Gerais. Ele faleceu junho de 1827 em Paracatu, Minas Gerais. Tenente Coronel Sancho Lopes de Ulhoa casou-se com Mariana Vicencia de Brito.

Batizado a 23 de Abril de 1758.
Aos 66 anos de idade, participou do auto de juramento da 1® Constituição do Império do Brasil, em Paracatu, realizado em 23 de maio se 1824. Em 1825, ele é confirmado no posto de Tenente Coronel do Regimento de Infantaria do 30ð Batalhão de Caçadores de Paracatu, por ocasião das festividades da Proclamação do Imperador Dom Pedro I.

Mariana Vicencia de Brito nasceu em Paracatu, Minas Gerais. Ela faleceu em 1843 em Paracatu, Minas Gerais. Mariana Vicencia de Brito casou-se com Tenente Coronel Sancho Lopes de Ulhoa.

Já era falecida em 1856.

Eles tiveram os seguintes filhos

  M i Antônio Constantino Lopes de Ulhoa nasceu 1790? e faleceu em 22/abril/1871.
  F ii Joaquina Romana Lopes de Ulhoa.
  F iii Mariana Constantina Lopes de Ulhoa.
  F iv Maria Bárbara Lopes de Ulhoa nasceu em Paracatu, Minas Gerais. Ela faleceu em Paracatu, Minas Gerais.

Capitão - Mor Domingos José Pimentel Barbosa nasceu em 1765 em São Miguel do Prado, Vila Verde, Braga, Portugal. Ele faleceu em 1844 em Paracatu, Minas Gerais. Capitão - Mor Domingos José Pimentel Barbosa casou-se com Mariana Bárbara de Almeida e Moura em Paracatu, Minas Gerais.

! BIOGRAFIA


Deixemos Gastão Salazar falar: "Naqueles dias, procedente de São João Del Rei, onde tinha parentes, arribou ao Arraial de São Luiz e Santa Ana das Minas do Paracatu, lá vivendo por dilatados anos, o lusíada Domingos José Pimentel Barbosa". (1)
"Exercendo ali decisiva influência, prestou ele relevantes serviços à comunidade social, no desempenho dos ofícios da república."
"Com destaque, seu nome sempre figurou em todos os atos públicos, antes e depois da instalação da Vila de Paracatu do Príncipe".
A verdade é que não sabemos a data exata em que ele "arribou" em Paracatu, vindo de Vila Verde, termo da cidade de Braga, norte de Portugal. Amealhou grande fortuna já no século XVIII, como podemos constatar através de um recibo de resgate de uma barra de ouro quintado, emitido pela Intendência do ouro de Sabará em 23 de março de 1791, assim descrito: "Apresentou nesta Intendência, Domingos José Pimentel uma guia passada na Intendência Comissária de Paracatu aos nove dias do mês de fevereiro do presente ano. Setecentos e trinta e oito oitavas de ouro". Barra de ouro que equivalia aproximadamente a duas mil e seiscentos gramas de ouro puro, uma pequena fortuna para a época.
Em 1798, solicitou Carta-patente de Capitão de Infantaria do 4ð Regimento de Milícias do Continente de Paracatu, que lhe foi concedido em 03 de janeiro de 1799, pelo Governador Bernardo José de Lorena, tomando posse em 28 de janeiro do mesmo ano. Essa patente foi confirmada em 19 de novembro de 1799 pelo Conselho Ultramarino.Quando da instalação da Vila de Paracatu do Príncipe, o encontraremos participando dos atos políticos e dos festejos relativos aos acontecimentos históricos para a comunidade local. Durante a administração do Juiz de Fora José Gregório de Moraes Navarro, que perdurou até 1812, ele parece não participar na política da vila. Entretanto, segundo Olímpio Gonzaga, foi o cabeça do motim que derrubou Moraes Navarro do poder. O Dr. José Gregório de Moraes Navarro foi então nomeado Ouvidor da comarca de Rio das Mortes, e veio a falecer em outubro do mesmo ano, em São João Del Rei. Em 13 de novembro de 1813, foi-lhe concedida pelo conde de Palma, Carta-patente de Capitão-mor de Ordenanças da Vila de Paracatu, o que foi confirmado por alvará de 18 de fevereiro de 1814, assinado por Dom João VI.NOTA: "O Capitão-mor de Ordenanças tinha como funções principais, cuidar da economia dos Distritos a ele subordinados e só tinha jurisdição sobre os civis. Era auxiliar da justiça e a ela subordinado. Também era o encarregado de organizar as solenidades oficiais e festas públicas, uma espécie de "mestre de cerimônias" do lugar em que vivia". O Capitão-mor Domingos Pimentel Barbosa foi um homem respeitado e hospitaleiro, como podemos deduzir do relato do naturalista austríaco Joham Emmanuel Pohl, em seu livro Viagem no interior do Brasil, quando de sua passagem pela Vila de Paracatu em 1819: "Pela tarde regressou o Capitão-mor de suas plantações, e deu-me cordiais boas vindas, e disse que considerasse como sendo minha a sua casa". "A nossa estada em Paracatu dilatou-se por nove dias e depois de despedir-me cordialmente e gratamente do honrado Capitão-mor, pus-me a caminho no dia 10 de dezembro. Aquele distinto homem deu-nos ainda farinha, pão e doces de frutas para o caminho, e apresentou-nos os melhores votos de felicidade."" Muito louvo a cortesia dos habitantes de Paracatu. Vai ao ponto de que, por exemplo, não passam diante da casa do Capitão-mor sem logo de longe tirarem o chapéu, como na Europa se costuma fazer diante das igrejas". Além do posto de capitão-mor, ele desempenhou as funções de juiz ordinário, juiz de paz e já muito idoso em 1843, desempenhava as funções de juiz municipal e de órfãos. Foi também Ouvidor interino da comarca, e em 1824, ocupando esse cargo, presidiu as solenidades de juramento à primeira Constituição do Império do Brasil. Era Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Segundo Gastão Salazar, ele residia na antiga Rua das Flores, próximo à igreja do Amparo, em bela casa de sobrado, "a mais bonita de Paracatu", segundo Afonso Arinos, construções hoje infelizmente demolidas.
Em tempos do Arraial de São Luiz e Santana de Paracatu, quatro famílias se uniram por casamentos, e tiveram papel preponderante na vida política, social e econômica do lugar até meados do século XIX. Foram elas: Pimentel Barbosa, Soares de Souza, Moura Portela e Roquete Franco. A família Pimentel Barbosa já é sobejamente conhecida. Os Soares de Souza, pelo Guarda-mor Francisco Manuel S. de Souza, atravessaram as fronteiras de Paracatu, por seus filhos, o médico José Antônio S. de Souza, estabelecido no Maranhão e Bernardo Belisário Soares de Souza, Desembargador e deputado geral pela Província de Rj entre 1830 e 1860 e o neto Paulino José Soares de Souza, o Visconde do Uruguai, e em Paracatu, o polêmico juiz Dr. Teodósio Manoel Soares de Sousa. Dos Moura Portela, podemos citar o famoso latinista padre Moura. Quanto aos Roquetes Francos, que perduram em Paracatu até os dias atuais, podemos citar o notável brasileiro, Dr. Edgar Roquete Pinto, médico, antropólogo e introdutor do rádio no Brasil.
O Capitão-mor Domingos Pimentel Barbosa, é tronco das principais famílias de Paracatu, tais como Pimentel Barbosa, Pimentel de Ulhôa, Melo Franco, Roquete, Botelho, Loureiro, só para citar apenas algumas. Com Mariana de Moura Portela teve os filhos: Joaquim Pimentel Barbosa que casou três vezes; Maria Pimentel Barbosa que casou com João Batista Roquete Franco; Margarida Pimentel Barbosa que se casou com Francisco Manoel Soares de Sousa; Ana Pimentel Barbosa casada com Antônio Constantino Lopes de Ulhôa e o padre Domingos José Pimentel Barbosa Júnior.
Permaneceu no posto de capitão-mor, que era vitalício, até sua morte em idade provecta em 1844.

(1) - Decada de 1770 (sic).

Mariana Bárbara de Almeida e Moura [Pais] nasceu em Paracatu, Minas Gerais. Ela faleceu em Paracatu, Minas Gerais. Mariana Bárbara de Almeida e Moura casou-se com Capitão - Mor Domingos José Pimentel Barbosa em Paracatu, Minas Gerais.

Eles tiveram os seguintes filhos

  M i Joaquim Pimentel Barbosa nasceu em 1786 e faleceu em 11/março/1853.
  F ii Anna Pimentel Barbosa nasceu em 1795 e faleceu em 27/agôsto/1887.
  F iii Maria Pimentel Barbosa.
  F iv Margarida Pimentel Barbosa.
  M v Padre Domingos José Pimentel Barbosa Júnior nasceu em Paracatu, Minas Gerais. Ele faleceu em 1880 em Paracatu, Minas Gerais.

Padre Joaquim de Mello Franco [Pais] nasceu em 1780 em Paracatu, Minas Gerais. Ele faleceu em 1842 em Paracatu, Minas Gerais. Padre Joaquim de Mello Franco casou-se com Maria da Cunha Branco.

BIOGRAFIA: O Padre Joaquim de Mello Franco, foi um dos mais importantes filhos de Paracatu, no século XIX. Ordenou - se Padre em 06 de Fevereiro de 1806, sendo sacramentado pelo então Bispo de Mariana - Mg, Dom Frei Cipriano de São José, mesmo sendo Paracatu, prelazia de Olinda e Recife. Chefiou seu grupo político liberal com mão de ferro até sua morte, foi ouvidor interino da comarca, chefe executivo municipal e Juiz de orfãos da localidade. Mesmo sendo padre, constituiu família , deixando vasta descendência, e alguns notáveis paracatuenses, como Manoel de Mello Franco, Virgílio de Mello Franco, Afrânio e Afonso Arinos de Mello Franco, tio e sobrinho.

Fonte: Arquidiocese de Mariana: Subsídios para a sua história, Raimundo Trindade, 1953.

Maria da Cunha Branco nasceu em Paracatu, Minas Gerais. Ela faleceu em Paracatu, Minas Gerais. Maria da Cunha Branco casou-se com Padre Joaquim de Mello Franco.

Eles tiveram os seguintes filhos

  F i Antônia Maria de Melo Franco nasceu em 1814 e faleceu em 24/setembro/1879.
  M ii Dr. Manoel de Mello Franco , médido nasceu em 1812 em Paracatu, Minas Gerais. Ele faleceu em 1871 em Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
  M iii Coronel Francisco de Melo Franco faleceu em 1858.
  M iv Dr. Bernardo de Mello Franco , médico nasceu em 26/maio/1821 em Paracatu, Minas Gerais. Ele faleceu em 04/agôsto/1880 em Paracatu, Minas Gerais.
  M v Dr. José de Mello Franco , médico nasceu em Paracatu, Minas Gerais. Ele faleceu em Paracatu, Minas Gerais.

Sebastião Lobão nasceu em Santa Cruz, Ilha da Graciosa, Açores, Portugal. Ele faleceu em Santa Cruz, Ilha da Graciosa, Açores, Portugal. Sebastião Lobão casou-se com Inês Gonçalves de Ávila em Ilha Graciosa, Açôres.

Inês Gonçalves de Ávila nasceu em Santa Cruz, Ilha da Graciosa, Açores, Portugal. Ela faleceu em Santa Cruz, Ilha da Graciosa, Açores, Portugal. Inês Gonçalves de Ávila casou-se com Sebastião Lobão em Ilha Graciosa, Açôres.

Eles tiveram os seguintes filhos

  F i Maria Álvares da Cunha ou Lobão.

Residência Primeiro Anterior Próximo Último

Lista de Sobrenomes | Índice de Nomes