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UMA PORTUGUESA DE ALMA E CORAÇÃO,
  Expresso, 29/1/00

 

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Uma portuguesa de alma e coração
in Expresso, 29/1/00

GABRIELA César, a presidente do conselho de administração da Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau, corre seriamente o risco de ser transformada no «bode expiatório» do «caso Jorge Álvares». Prudente, apressou-se a enviar um relatório a Edmond Ho. Cautelosa, recusa-se a prestar declarações, pelo menos enquanto correrem os 45 dias fixados para a Comissão de Inquérito concluir a sua investigação.

Nascida em Macau em Fevereiro de 1954, Maria Gabriela dos Remédios César é o produto típico da mestiçagem, com sangue algarvio, pelo lado paterno, e de Xangai, por via materna. Licenciada em Organização e Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Economia de Lisboa, à data do 25 de Abril era recepcionista do Ministério do Ultramar. Pouco tempo depois da revolução transitou para o gabinete do ministro da Administração Interterritorial, Almeida Santos. Regressou a Macau no princípio dos anos 80, para trabalhar nos Serviços de Economia. Directora destes serviços durante nove anos, foi substituída por Florinda Chan, que faz parte do actual conselho executivo da RAM, com a pasta da Justiça. Gabriela recusou a integração nos quadros da administração de Macau e mantém o vínculo à função pública portuguesa, a cujo quadro de excedentes pertence.

Considerada unanimemente um dos melhores quadros técnicos macaenses, foi nomeada presidente do Conselho de Administração da FCDM. Trata-se de uma fundação criada em 1997 destinada a por ponto final no conflito gerado em torno da Fundação Oriente. Com um capital inicial de mil milhões de patacas (24 milhões de contos), herdou ainda a percentagem de 1,6% das receitas brutas do jogo, com que a STDM financiava contratualmente a Fundação presidida por Carlos Monjardino. Instituto de direito público, com sede em Macau, tem como principal objectivo apoiar actividades que intensifiquem os laços entre Macau, Portugal e a República Popular da China.

Em matéria de nacionalidade, a posição de Gabriela César é bem conhecida: recusa-se a abdicar da nacionalidade portuguesa. Antes de ter estalado a polémica sobre a Fundação Jorge Álvares - que deve o seu nome ao primeiro navegador português a chegar a terras da China - os projectos pessoais de Gabriela César passavam por Macau e pela fundação que dirige, com quem tem contrato até 2001. Cargo muito apetecido, há quem admita que os sectores chineses mais hostis a Portugal e sobretudo aos macaenses aproveitem a oportunidade para passarem a controlar a Fundação. Mas quem conhece Gabriela César garante que ela não se prestará a isso.

O Conselho de Administração da FDCM integra ainda Farinha Soares (um quadro considerado da confiança pessoal de Rocha Vieira), e Peter Lam (um empresário de Macau, director do World Trade Center e muito próximo de Edmond Ho).

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  Forum Macau - Lisboa, Macau - Maio 2000

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