A historia da
Independência e a nova dependência
Infelizmente a
versão da história que nos interessa não é apresentada
de forma sempre verdadeira. Pressões em cima do historiador fazem com que
se omita ou se distorça os fatos. A história sempre é
contada pelo vencedor ou pelo detentor do poder econômico
em função de seus interesses. Assim só se sabe uma
versão dos fatos que normalmente prejudica um dos lados, se
ela é tendenciosa.
Essa desinformação
tem importante impacto na formação do gestor internacional
como veremos abaixo.
Os fatos mais
importantes envolvem os acordos financeiros para reconhecer
a independência do Brasil.
Poucos entendem o que
estava atrás dos bastidores por ocasião da Abertura dos Portos
para as Nações Amigas e seu verdadeiro
significado. A Inglaterra não só financiou a fuga da família real de Portugal,
com medo da invasão napoleônica, como exigiu a abertura
das importações, onde se dava preferência a compra de
produtos ingleses ao invés dos produtos portugueses. Isto
pode ser compreendido melhor no livro Visconde de Mauá.
Por ocasião do
reconhecimento da Independência da República este acordo
teve de ser ratificado.
Por sua vez o reconhecimento da
independência do Brasil por Portugal, custou-nos £$
2.000.000. Quanto significa este valor hoje em dia,
corrigidos 180 anos, sem considerar toda a riqueza extraída
do país, durante todo o regime da monarquia ?
Na Guerra
do Paraguai.a Inglaterra teve outra fundamental
importância. Tinha-se como objetivo aniquilar a
nascente indústria têxtil
paraguaia, que ameaçava o interesse da indústria inglesa.
Num interessante livro, chamado Genocídio na América,
aprende-se como os brasileiros foram instigados a dizimar
famílias inteiras. Claro que o financiamento das despesas militares deste
empreendimento bélico também foi lançado na nossa divida
externa.
O Brasil antes sob o
regime de um colonialismo predador sob a tutela do Império,
passou para um regime republicano, com um colonialismo
econômico e financeiro de total dependência de outros
países. De Portugal para Inglaterra e depois para os EUA.
Basta ver o fabuloso consumo de ferro inglês em todas ferrovias
brasileiras, em energia elétrica e telefonia. A atual
participação americana em informática,
telecomunicações, na industria automobilística,
alimentícia, do petróleo e química, confirmam este
neo-colonialismo.
É importante
observar que muitos destes investimentos
estrangeiros foram feitos com equipamentos já depreciados
em suas matrizes.
A falta desta visão
histórica,
ainda que justificada para não imprimir em alunos do ensino
fundamental uma atitude hostil contra outros países é omitida na
formação do estudante de comércio exterior e tem um impacto
nefasto.
Sem estes fatos da
forma como aqui estão, o gestor de negócios
internacionais, sempre terá atitude profissional, fraca sem
a firmeza necessária e sem
estar alerta para o que acontece nos bastidores políticos e
como se geram as
entrelinhas dos contratos. Em qualquer mesa de negociação ou mesmo fazendo
planos de importar ou exportar para determinado país, deve
conhecer os acontecimentos pregressos ficando mais preparado para
as negociações necessárias.
Atualmente o
guardião de
nossa tutela mudou de nome. É de certa forma mais leve,
não feita por um país, mas pelos seus importantes países
fundadores. É porém muito mais firme, de mais imposição,
de regras econômicas ortodoxas. Chama-se Fundo Monetário
Internacional - FMI. Este funciona como uma fonte de recursos para
não só socorrer países em dificuldade, mas também como um
fiscal permanente para
os governos e bancos internacionais, no sentido de se fixar
metas de pagamento de juros, retorno de empréstimos, etc,
pois a ajuda só vem se estiver dentro de um plano de cartas
de intenção, que são exigidas para liberação dos
créditos.
Com isto evita-se
inadimplências e moratórias o que colocaria em risco os
bancos e investidores internacionais, dos próprios países
controladores do FMI. Logo o sistema de crédito
internacional, leia-se bancos americanos e europeus
permanecem sadios.
As cartas de
intenções brasileiras, podem ser obtidas no site do Fundo
Monetário Internacional. Lá tem-se a informação do que o
governo pretende, sempre no interesse da comunidade
internacional.
Quando é o caso de
serem feitos cortes em orçamentos, para atender as
exigências do FMI, muitas vezes cortam-se principalmente
os gastos sociais, com profundo impacto nos benefícios que
devem ser transferidos a população.
Finalmente outro
importante fato que acontecerá daqui para a frente, além
do efeito MERCOSUL, é a pressão americana para o Brasil
ingressar na ALCA, Associação do Livre Comércio das
Américas. Face as já comentadas barreiras alfandegárias
impostas pelos EUA, ficamos sempre na posição mais fraca.
É como se os EUA aumentasse seu mercado consumidor, aonde
interessa a sua poderosa indústria quase sem atender as
necessidades brasileiras.
Argumentos
importantes são e serão usados, como por exemplo o
ingresso do México no Nafta, que representou um enorme
crescimento de exportações. Os economistas precisam
enxergar também que a importação mexicana cresceu em
iguais proporções e que aparentemente o desemprego e os problemas
sociais também aumentaram.
O efeito da
globalização e da nova logística no fluxo de produtos,
migra como o dinheiro. Dizem os
banqueiros, que o dinheiro, não tem cor nem pátria. Migra, com a
tecnologia hoje disponível, em questão de horas de um
país para outro. As multinacionais fabricam seus produtos
desde automóveis, peças e equipamentos onde conseguirem um
maior lucro e encerram ou abrem indústrias com a mesma
facilidade, muitas vezes com financiamento de governos.
No Paraná o exemplo
mais interessante é a fábrica da Chrysler em Campo Largo,
financiada com recursos paranaenses e logo desativada.
Outro financiamento
interessante foi o de uma operação liderada pelo Bank
Boston e Citibank no valor de US$ 150,000,000.00 para a
COPEL, noticia em dezembro de 2.002, em tombstone na Gazeta
Mercantil, considerada uma das maiores operações da
América Latina.
Assim como sugerimos
na página anterior, habitue-se a entender da leitura dos
jornais o efeito das políticas econômicas abaixo indicadas:
Reflexões
Críticas
1- Em que termos a implantação
do MERCOSUL foi benéfica para o Brasil e para a Argentina ?
2- O que representa o NAFTA para o
México ? Como é o seu índice de desemprego ?
3- Qual seria na sua visão o
impacto da ALCA para o Brasil ?
4- O que sua empresa ganharia ou
perderia com a implantação da ALCA no país ?
5- Quais são as barreiras
tarifárias impostas pelos EUA para exportação dos
produtos fabricados pela sua empresa e quais são as
barreiras praticadas no Brasil para estes produtos ?
6- Quais os preços de venda ao
mercado consumidor aqui no Brasil e lá ? Para pesquisa use
as vitrines virtuais do site www.yahoo.com.
7- Qual seria o preço de atacado
(para o lojista / distribuidor / revendedor) praticado lá e
aqui. Qual são as margens e volumes de venda, dos produtos
de sua empresa ?
8- Incluindo-se os custos de
transferência, ou seja frete marítimo, seguro e frete
rodoviário até o mercado consumidor onde você tem
clientes, etc de lotes econômicos (containers fechados),
como ficariam os preços de uma forma
comparativa?
9- Como as flutuações da taxa de
cambio
influenciam sua empresa ?
10- O que sua empresa usa como
matéria prima básica que é importada ?
11- Pesquise sobre a maior
operação de financiamento feito na America Latina, no
valor de US$ 150,000,000.00 feita para a COPEL, seu
endividamento em moeda estrangeira e o impacto da taxa de
cambio em seus resultados.
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