O BAIRRO, O CLUBE E SUAS LUTAS SOCIAIS:

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A Verdadeira Elite!   Luiz Eduardo Lages
O Orgulho da Terra! Marcelo Coutinho e Santos
O Novo Grande do Football Carioca Mário Filho
A Lei do Amadorismo de 1916 Noel de Carvalho
Racismo: Importante Nota de Esclarecimento.

lages@algonet.se

A VERDADEIRA ELITE!

Por Luiz Eduardo Lages

Jornalista, cronista, historiador e torcedor Banguense!

O Bangu, clube que outrora era uma grande fábrica de craques (surgido de uma excelente fábrica de tecidos), sempre foi uma agremiação voltada para a verdadeira função socializante do futebol. De fato, o FUTEBOL ASSOCIADO (verdadeiro nome do esporte-rei), é uma prova do sentido de conjunto e do prevalecimento da união sobre o egoísmo e o individualismo. É, ao contrário do tênis, a antítese da filosofia do elitismo, onde o falso poder da auto-suficiência é exercido, manipulando e subjugando as massas.

Com este conceito democrata e neste sentido, tanto o Bangu (e o time de Moça Bonita historicamente é um dos grandes do futebol brasileiro), como o Vasco da Gama, entre os clubes considerados, por tradição esportiva, competitivos da cidade do Rio de Janeiro, sempre colaboraram para a formação de times, onde os membros de todos os segmentos da sociedade estivessem envolvidos e fossem bem-vindos, possibilitando o surgimento de uma verdadeira elite no futebol da cidade, que depois acabou ajudando de uma maneira definitiva a consagrar o Brasil como o melhor do mundo no esporte mais globalizado do planeta.

Quando o futebol engatinhava na nossa cidade, o panorama era esquálido. Pouca gente tinha acesso ao jogo, às regras, e tudo aquilo que poderia custar algum dinheiro, como uniformes, bolas e tudo que se referia ao esporte que nascia, numa cidade ainda bastante provinciana. O quadro era desanimador e a mentalidade, pior ainda. Só os ricos podiam jogar e presenciar aqueles jogos. Quando formaram a primeira liga no Rio de Janeiro (e o Bangu foi um dos fundadores), o povo trabalhador não podia participar dos grandes clubes à época, que eram racistas e elitistas. O mesmo acontecia em São Paulo, assim como em outros estados da nação. Sem dúvida, a história marcou negativamente e por um bom tempo a existência destes clubes.

Apesar deste panorama, nada promissor, os clubes que tinham origem nas classes trabalhadoras, como o Bangu, estavam lá e participavam formando grandes craques que haveriam de brilhar pelos gramados mundo afora. O clube surgido entre os operários da Fábrica Bangu, uma das melhores fábricas de tecidos da América do Sul nesta primeira metade do século, também fabricava jogadores aos montes e não foi à toa que craques que fizeram a história de nosso futebol, como Domingos da Guia, Fausto, Zózimo, Ademir da Guia, Paulo Borges, entre tantos outros (veja a seção "GRANDES BANGUENSES" neste "site"), foram formados na escolinha do Bangu, famosa por sempre ter sido um verdadeiro celeiro de campeões. Outros mestres da bola, mesmo que provenientes de outros clubes, como o fantástico Zizinho ou Parada, para citar apenas dois, deram sua colaboração vestindo a tradicional camisa alvi-rubra. Zizinho foi inclusive considerado o melhor jogador do mundo em 1950, quando foi o craque daquela Copa, já envergando as cores banguenses. É para muitos o maior craque brasileiro, depois de Pelé e seguramente o era, antes da chegada do atleta do século, no mundo do futebol.

Assim como o Bangu, o Vasco da Gama quebrava tabus. Foi expulso da liga em 1924 pelos "elitistas" Fluminense, Botafogo, Flamengo e América, simplesmente por ser democrata e aceitar jogadores de todas as etnias, classes sociais e com todas as correntes ideológicas. Construiu o maior estádio da América do Sul à época, e teve de ser aceito por sua grandeza, inerente e proveniente das camadas populares. Este mesmo estádio, conhecido até hoje como o "Colosso de São Januário", foi, durante muito tempo o maior do Brasil e é até hoje o maior estádio privado do Estado do Rio de Janeiro.

Não podia deixar de registrar aqui que os clubes chamados "pequenos", que sempre lutaram contra todo o tipo de armação dos homens que dirigem (sic!) o nosso combalido futebol, também colaboraram e colaboram até hoje com a revelação de grandes jogadores. A análise objetiva dos fatos não deixa a mínima dúvida. Não é por acaso que Romário veio do Olaria e Ronaldinho do São Cristóvão. Os dois foram os craques dos dois últimos Campeonatos do Mundo, a maior competição esportiva do planeta. Romário foi o craque absoluto da Copa de 94, quando o Brasil conquistou o tetracampeonato e Ronaldinho foi, também eleito, o craque da última Copa, quando o Brasil conquistou, pela segunda vez, o vice-campeonato. Como se vê, nem seria preciso ir ao início da história, nem mesmo ao começo do profissionalismo, para valorizarmos os clubes de menor porte.

Ainda assim, não custa lembrarmos que Leônidas da Silva, que começou no Sírio e Libanês e se revelou no Bonsucesso e Didi, que veio do Americano de Campos, tendo aparecido no Madureira, foram dois cracaços consagrados, em meio à uma constelação, vinda dos menores clubes. Alguma objeção quanto ao valor dos clubes de pequeno investimento? Não! Nenhuma pessoa de bom senso poderia contestar a evidência dos fatos. Isto sem levar em conta que estes clubes jogam quase sempre contra juízes, público, a estrutura muito maior dos clubes de grandes investimentos e, o que é pior, contra os grandes interesses financeiros que injustamente regem nosso esporte mais popular nos dias de hoje. E que num país com grande injustiça social, como desde sua origem é o caso do Brasil, os problemas refletem ainda mais nas classes produtivas, que são as classes trabalhadoras, de onde vêm estes mesmos atletas dos clubes considerados "pequenos".

Finalizando, acho por tudo que foi dito explicitamente acima, o que acontece constantemente com alguns dos "grandes" clubes do nosso futebol, formados de uma pseudo-aristocracia, de uma falsa elite, é lógico e justo, não merecendo estes clubes exigirem privilégios para permanecerem em divisões quando não conquistadas no campo, num futuro democrático e organizado (como todos esperam), por serem produtos e terem coexistido num passado segregacionista e consequentemente repugnante. A verdadeira elite não é, nem nunca foi, formada por eles.

FIM

Copyright © 1998 Luiz Eduardo Lages

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mcsantos@hispavista.com

O ORGULHO DA TERRA!

Por Marcelo Coutinho e Santos

Petroleiro, webmaster, botonista e criado em Bangu!

A origem do nome perde-se no tempo, mas há quem diga que Bangu é na verdade uma corruptela de banguê que significaria, em alguns dialetos africanos, a palavra com a qual os escravos conheciam os engenhos de açúcar, para onde eram levados para trabalhar à força. É bem provável, pois a capital da República Centro-Africana chama-se Bangui, uma palavra coincidentemente bastante parecida. Confirmada esta versão, o Bangu torna-se o único clube, em todo o futebol brasileiro, a ostentar, com orgulho, um nome africano.

Não poderia ser diferente, pois o Bangu desde o seu nascimento, sempre caracterizou-se como um dos clubes mais democráticos, sem preconceitos e conscientes do Brasil. Foi fundado por operários, dentro de uma fábrica. Nunca discriminou ninguém, seja por cor, credo ou ideologia. Consciente da função social do futebol, foi um dos primeiros a adotar o profissionalismo, tornando-se o primeiro campeão do novo sistema. E, um dos orgulhos máximos, homenageou o Partido Comunista batizando o seu estádio de "Proletário", nome este que nunca cogitou em mudar, nem mesmo sob a pressão dos anos de chumbo da ditadura militar no Brasil.

Nunca se rendeu às armações de bastidores, sendo relegado por isso pelos demais "grandes" clubes do Rio de Janeiro. Grande em sua história e em sua estrutura, por não se render jamais foi atirado por uma "canetada" à Terceira Divisão Nacional, a qual enquanto não foi moralizada e profissionalizada, recusou-se a participar.

Berço de craques e descanso de guerreiros, jamais foi cogitado para integrar "clubes" que pretensamente reunam os maiores. Mas que "clube dos maiores" é esse que não cerra em suas fileiras o Bangu, um dos maiores em todos os tempos, em futebol, tradição, glórias, tamanho e dignidade?

O que se sabe é que é muito bom ser banguense. Sentir a integração total entre o bairro e o clube, a terra e o filho da terra, que se confundem e, unos, cresceram, crescem e crescerão sempre juntos. Torcer pelo Bangu é torcer por sua gente. Gente que trabalha honestamente e, com seu suor, ajudou a erguer esta Cidade e este Estado. É deitar para descansar após um dia de trabalho, ou após uma jornada esportiva, e sentir aquela sensação do dever cumprido e da consciência tranqüila, independente de qual tenha sido o resultado da partida.

Torcer pelo Bangu é saber que se está torcendo para um clube realmente, consciente do seu papel e de sua história. E, no Rio de Janeiro, somente o Vasco da Gama possui uma história tão bonita quanto a sua. Por tudo isto, torcer pelo Bangu é saber-se, antes de tudo, uma pessoa íntegra.

E integridade, caros amigos, não se compra na esquina.

FIM

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Jornalista Mário Filho.

O NOVO GRANDE DO FOOTBALL CARIOCA (*)

Por Mário Filho

Jornalista

Há quem não queira ver o Bangu grande. Sabendo, inclusive, que não adianta, que o Bangu já é grande.

No fundo é aquela velha resistência à nobreza nova. Os condes e barões mais antigos achando que devem ser os únicos condes e barões. E mesmo os plebeus torcendo o nariz. Por tradição aceitamos os antigos condes e barões que sempre conheceram como condes e barões, mas não aceitando os novos, resistindo a ter neles nobres. Sobretudo porque esses novos nobres foram como eles. Plebeus como eles. O Bangu, embora sempre clube de fábrica, tem um direito, que por assim dizer nasceu com ele, de um título de nobreza do football carioca. O football carioca não tem quatrocentos anos, como certos troncos de nobreza brasileira. Não se pode usar em football carioca ou brasileiro a expressão que enche a boca de muito portador de nome de aristocracia bandeirante: paulista de quatrocentos anos. O Fluminense que foi a origem do football carioca vai agora completar o cinqüentenário. O Fluminense nasceu com o football carioca e não de maior título de nobreza no football carioca. Mas dos que ficaram o Bangu é o segundo. Tem alguns meses mais do que o Botafogo. É verdade que outros, a partir do patriarca do football carioca, cresceram mais. São grandes há mais tempo. Em football porém, a grandeza nada tem que ver com idade.

A grandeza do Vasco em football data de 23. E em 23 ninguém acreditava que pudesse aparecer mais nenhum grande. Tanto que o Bangu repete o Vasco. É negado e combatido como foi o Vasco. Fala-se do dinheiro do Bangu como se falou no dinheiro do Vasco. No dinheiro dos Silveirinhas - o Guilherme e o Joaquim - como se falou no dinheiro do português. E a conseqüência vem sendo a mesma. O Vasco tornou-se maior por necessidade. Foi de um certo modo obrigado a ser orgulhoso. A ostentar grandeza. Quando se ridicularizava o Vasco, "entra Basco que o meu marido é sócio", o que se queira era assustar o português. Para que o português desistisse de fazer o Vasco. O português tomou o pião na unha, tratou de empurrar mais o Vasco para frente. Hoje o Vasco não é conde nem barão: é duque do football carioca.

Quando se fala no dinheiro dos Silveirinhas - do Guilherme e do Joaquim - o que se quer é assustá-los. Fazê-los arrepiar carreira. Mas o ideal é de tornar o Bangu grande não por um capricho de moços ricos. O Bangu que não tem os cinqüenta anos do Fluminense, tem quarenta e oito, que nasceu logo depois de nascer o football carioca, merecia ser grande. Nobre já era. Só que era do subúrbio, um clube de fábrica, como se dizia. Vários clubes foram de fábrica mas só o Bangu continuou para poder ser grande agora. Para ser grande agora. Com um pouco mais ninguém estranhará mais em ver o Bangu grande, por mais que o Bangu cresça. Os pequenos deixarão de olhar o Bangu como um trânsfuga e os grandes deixarão de olhar o Bangu como um arrivista. O Bangu nunca foi uma coisa nem outra. Clube algum se tornou grande sem um Silveirinha, com mais ou menos dinheiro. Clubes houve que tiveram vários Silveirinhas. Só que não precisaram dar tanto, já que os Silveirinhas se sucediam, um passando o bastão a outro. A diferença está apenas em que os Silveirinhas do Bangu chegaram depois. E são dois somente. Mas são Bangu. Dizem - e esta a maior acusação que lhes fazem - que dão demais. Como se alguém pudesse dar demais pelo esporte. Pelo esporte dá-se o que se pode. E se os Silveirinhas podem dar ao Bangu o que dão, mais do que o Bangu, quem lucra com isso é o esporte.

FIM

Copyright © 1952 Mário Filho

(*) Crônica publicada no Boletim Comemorativo do 48º aniversário do Bangu, em 1952.

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Noel de Carvalho (Presidente, 1915 - 1917).

A LEI DO AMADORISMO E A OPINIÃO DO PRESIDENTE DO BANGU A.C. (*)

Por Noel de Carvalho

Presidente do Bangu Atlético Clube (1915 - 1917)

"A sã política é filha da moral e da razão".
(José Bonifácio)

         É ainda sob a impressão acabrunhadora que me deixa n'alma o ato injusto que nos visa e nos fere, que pego da pena para aduzir mais algumas considerações às muitas que apresentei à assembléia da Liga Metropolitana, por ocasião da discussão da chamada "Lei do amadorismo", lei essa que, mentindo ao seu próprio qualificativo, estigmatiza muitas classes respeitáveis de que se compõe a sociedade. Ela mente ao seu qualificativo porque nega a uma determinada camada social aptidões morais para praticar o esporte por amor. Estabelecer essa distinção é ir de encontro a princípios rudimentares de bom senso, é pretender adivinhar o que vai no íntimo da alma humana; é legislar para o sentimento que não admite leis. Este qualificativo está desvirtuado pelos fins colimados por essa lei cujo intuito é estabelecer a gradação social baseada na profissão que se exerce, o que não existe nem nas leis políticas, que nos regem, nem na moral religiosa, seja qual fôr a religião. Ora, o nível social do homem só pode e deve ser aferido pela sua ação na sociedade e nunca pela sua profissão ou posição, como já demonstrou Dante, colocando no inferno ou elevando ao céu e o próprio catolicismo, canonizando indistintamente reis, papas e simples guardadores de cabras. Sendo a sociedade um corpo, cuja sub-divisão é a família, o nível social desta, isto é, da família, está na razão direta da sua boa ou má organização. Demais é uma pretensão estulta querer-se fazer um anti-nivelamento social, mesmo porque ninguém será capaz de determinar precisamente onde termina o operário e começa... o que? digamos o artista, tomando-se a palavra operário no sentido figurado e pejorativo, que lhe pretendem dar os membros da Metropolitana. Mas, não é uma pretensão abaixo de qualquer crítica o fato de qualificar a Metropolitana de mal o elemento operário a ponto de negar-lhe co-participação nas suas lides esportivas? Será possível que os membros da Metropolitana estejam convencidos de que a moralidade aumentará no seu seio com a exclusão do operário, quando não há um fato sequer, por menos grave que seja, que se tenha passado na sua vida esportiva, que provenha dos clubes ora atingidos por essa lei? Será possível que um homem honesto e justo, seja, qual for a sua posição na sociedade, sinta-se vexado e desonrado em ombrear com outro homem de qualidades idênticas, só pelo fato de ser este operário? O que a Liga fez, votando a chamada "lei do amadorismo", foi legislar sobre um assumto transcedente, como seja a sociologia. A "lei do amadorismo" é uma lei oportunista que vem favorecer alguns clubes em detrimento de outros, sem que o esporte em geral lucre com isto, porque, por mais lógica que se empregue ninguém nos convencem de que o esporte lucre em ser praticado por pessoas desta ou daquela profissão, por não ser a educação e a moral privilégio de ninguém. O que aconteceu na Metropolitana foi uma parte arrogar a si o privilégio de gozar das suas vantagens. Encarada a questão pelo lado jurídico, pode-se mesmo afirmar que essa lei vai contra preceitos de direito, porque, tendo já a Metropolitana um patrimônio, para cuja formação concorreram todos os clubes e que a eles pertence por força dos estatutos, não pode ser criada lei alguma que, sem fundamento jurídico (a "lei do amadorismo" funda-se em preconceitos sociais) e sem motivo estatucional impeça um clube de continuar no seu seio e que os elementos desse clube aufiram as vantagens esportivas, para cujo fim foi criada a Metropolitana e para cujo fim os clubes a mantém, concorrendo monetariamente. Por outro lado, doe-me confessar que a Liga agiu ainda de encontro a moral e à razão, porque, por um princípio de equidade e de justiça, ela não deveria adotar leis, que ferem de morte e que vilipendiam inúmeros dos elementos que a compõem, que a sustentam desde a sua fundação e com cujo concurso, embora mínimo, ela tem prosperado. Isto chama-se, em moral, a negação do seu passado, o rompimento dos mais sagrados laços de solidariedade humana, o esquecimento de tradições por mais de um título respeitáveis. O ato da Metropolitana é ainda agravado por um cunho de deslealdade, porque, estando nós em vésperas do campeonato, os clubes por ele atingidos não tem o tempo necessário para remodelar as suas equipes adaptando-os a essa lei vexatória, pelo que me faz lembrar o caso do lutador que mandou amarrar de pés e mãos o seu adversário e depois lhe disse: "Bem, agora vamos lutar". Devemos concitar os ilustres membros do conselho da Metropolitana a reparar o seu erro, que vem ferir um classe digna e útil, apelar para as diretorias dos clubes co-irmãos, em nome da justiça, porque das almas grandes a nobreza é essa. Antes, porém, de terminar, não posso deixar de dirigir ao Sr. Oldemar Murtinho, representante do Sport Club Brasil, em nome dos nossos sentimentos republicanos e como um desagravo à classe operária, com cuja causa sinto-me perfeitamente identificado, um enérgico e vibrante protesto contra a sua frase proferida com ênfase, no conselho da Liga: "É preciso que a Metropolitana expurgue do seu seio todos os elementos maus". O mais insignificante sentimento de delicadeza e cortesia impediria que se proferisse tal frase. Agora a Metropolitana fica na estrita obrigação de provar, expurgada como está dos chamados elementos maus, que não ocorrerão jamais no seio da sua administração e nas suas lides esportivas, fatos que atentem contra a ordem, a disciplina e a moral esportivas.

Copyright © 1916 Noel de Carvalho

(*) Carta  publicada na Gazeta de Notícias, em 30 de abril de 1916.

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Apesar do efetivo e comprovado pioneirismo do Bangu, somente a partir de 1923, graças à histórica luta do Vasco da Gama, o racismo pôde ser finalmente banido do futebol brasileiro. Para saber mais sobre este episódio, após terminar de conhecer o site do Bangu Atlético Clube, visite também a excelente página de Mauro Prais sobre o vitorioso e popular clube Cruzmaltino.

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