O BAIRRO, O CLUBE E CASTOR DE ANDRADE:

Castor durante um desfile da Mocidade Independente Antenor Vicente Corrêa Filho e Castor de Andrade no Estádio Proletário, no início dos anos 80.
Castor durante um desfile da Mocidade Independente e Antenor Vicente Corrêa Filho e Castor de Andrade no Estádio Proletário, no início dos anos 80.

Quem é Castor de Andrade? Apenas o dirigente do Bangu? Apenas o advogado que está sempre pronto a atender aos necessitados? Apenas o negociante de pescados no sul da minha Bahia? Apenas o filho de um dos mitos de Bangu, "seu" Zizinho? Apenas o homem que resolveu dar tudo de si para a Mocidade Independente ser campeã do carnaval carioca e conseguiu o seu intento? Apenas o esportista que vai aos treinos, que reclama de tudo em benefício do clube? Apenas isto?

Castor de Andrade é o próprio Bangu. Quem diz isto é o presidente do clube, seu amigo de infância, Antenor Vicente Corrêa Filho. É o Bangu e é Bangu.

Sua vida gira em torno de Bangu, só para Bangu. De lá tira o seu sustento e deste sustento mantém o próprio clube. Não sabe medir valores quando o beneficiado é o Bangu. Foi assim com seu pai, "seu" Zizinho. É assim até hoje. No Bangu ele quer saber de tudo e quer tudo. Não causa inveja e nem semeia discórdia. Anternorzinho, presidente do clube, é quem garante isto. Diz sempre quando alguém quer insinuar que Castor faz as coisas e depois é que comunica à diretoria do clube.

- O Bangu é Castor, meu filho. Castor é o próprio Bangu. Não há como se distinguir a criatura do criador. Tudo de Castor é para o Bangu e tudo do Bangu é com Castor. Seria um estúpido se quisesse colocar vaidades acima de uma realidade palpável. O Bangu é Castor. Quem primeiro sabe dessa situação sou eu, o presidente. Depois de mim, os meus diretores. Antes de nós, um povo inteiro. O Bangu é "o Bangu do Doutor Castor". Eu também sei disso e tenho muita honra em dizê-lo porque eu também sou um banguense nato, sincero, completo, total, imutável. Quem é assim como eu, como Vivi, como Toninho, como muitos que existem aqui, sabe que o Bangu é Castor. Nós somos Castor, somos Bangu. É o que nos basta: somos duplamente orgulhosos.

E, no canto da sala de troféus, o velho Vivi, a maior memória de esportes que já conheci, sorrí sozinho e olha a cara do jornalista. Vem em minha direção e diz com sua voz calma e segura: - É como você um dia escreveu no Jornal dos Sports, parodiando o Salmo 23, versículo I: "No Bangu, o senhor é o meu Castor e nada nos faltará..."

Texto de Carlos Lima, extraído da revista "O Bangu Atlético Clube e suas glórias" (novembro de 1981) retratando um pouco do saudoso Castor de Andrade, talvez o mais apaixonado banguense que já tenha nascido e uma das mais importantes figuras do bairro em todos os tempos.

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