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Informativo Frateschi nrº 7

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No nrº 07da Revista Brasileira de Ferreomodelismo, a FRATESCHI, única fabricante industrial de ferreomodelos no Brasil, publicou uma extensa reportagem sobre a Estrada de Ferro São Paulo Minas, a qual reproduzimos a seguir na íntegra, (apenas com pequenas inclusões para adequar o texto ao formato da WEB), por entender que a qualidade e quantidade de informações é superior à obtida nas publicações oficiais. De acordo com a Revista, esse levantamento, do qual foram extraídas ainda as informações sobre estações, fotos e mapas para essa página , foi compilado por Alberto Henrique del Bianco, importante pesquisador da história ferroviária Paulista e Celso Frateschi, proprietário da Indústrias Reunidas Frateschi.

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Alberto H. Del Bianco/Celso Frateschi

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"Fizemos o possivel para apresentar uma reportagem inédita. E conseguimos dados e fotos que até hoje não haviam sido publicados. Infelizmente, nada restou da SPM, e a relação das locomotivas de 60cm nos foi impossível de conseguir. Se alguém tiver quaisquer dados sobre elas, favor nos encaminhar.

Nas palavras de Fausto Pires, ex-funcionário da ferrovia em seu livro "Elementos para a História de São Simão",...A estrada de ferro era no passado, mais do que hoje, sinônimo de progresso. A cidade que não era servida por uma estrada de ferro tinha o seu desenvolvimento diminuído ou retardado..."

Poucas pessoas sabem, mas a São Paulo e Minas teve a sua origem na cidade de São Simão, município que no século passado chegou a ter quatro ferrovias e uma linha de navegação fluvial efetuada pela Cia. Paulista de E. F. e Vias Fluviais, em seu território.

As ferrovias eram:

  1. Cia. Mogiana de Estradas de Ferro em 1882 e posteriormente mais um ramal, o de Jatahy (atual Luis Antonio);

  2. Cia. Melhoramentos de São Simão em 1893, "célula mater" da São Paulo e Minas;

  3. Estrada de Ferro São Clemente, posteriormente E. F. São Paulo Coffee, que ligava a Fazenda Canaã (Jatahy), até a estação Serra Azul, depois Canaã, da Cia. Mogiana, em bitola de 0,60m., em1896;

  4. Estrada de Ferro Santos Dumont (Ramal Dumont) em 1898, que ligava a estação Glória (depois S. Dumont) da Cia. Mogiana à fazenda London (atualmente Amália) da família Dumont.

A CIA. E. F. SÃO PAULO E MINAS

Apesar do seu pequeno traçado, a S.P.M. teve uma vida muito tumultuada. Essa "vida" pode ser dividida em 4 fases principais

1ª Fase: Cia. Melhoramentos de São Simão

Fundada em 29/11/1890, teve como objetivo o atendimento das fazendas localizadas na região. A concessão de uma ferrovia de bitola de 0, 60m., foi outorgada ao médico Dr. Jorge Cesimbra Fairbanks. O primeiro trecho de 13 km. Foi inaugurado em 1893. Ao mesmo tempo, ficava pronta a estação, onde atualmente é a Santa Casa, e um pequeno ramal entre as estações da S.P.M. e da C.M. em São Simão. Em 1894 na época em que se inaugurava o trecho entre Santa Clara e Santa Maria, era decretada a liquidação da Cia. motivada por uma ação de um empreiteiro-sócio, que teve o seu contrato anulado por maus serviços.

2ª Fase: Cia. Viação Férrea São Simão

Foi criada em 30/10/1897, possuia 47 km., mas já em 17/06/1901, desaparecia por motivos financeiros.

3ª fase: Estrada de Ferro São Simão

Em 1901, o Dr. Jorge Fairbanks adquiriu todo o patrimônio da Viação Férrea São Simão e também resolveu modificar o traçado, para evitar a Serra de São Simão. Os trilhos foram arrancados entre São Simão e Santa Maria e contornando a Serra, foi encontrar a linha da Cia. Mogiana no quilometro 264, local que em 1902, seria inaugurada a estação de Bento Quirino. Com isso a estrada avançou suas linhas até as proximidades de Minas Gerais (Lei 1316 de 13/09/1905). Com este desenvolvimento a "estradinha do Dr. Jorge" desaparecia e surgia a Cia. E. F. São Paulo e Minas.

4ª Fase: Cia. Estrada de Ferro São Paulo e Minas

Para obter mais recursos, grupos ingleses se associaram à "Ferrovia do Dr. Jorge". Com isso os serviços de assentamento de trilhos chegaram ate São Sebastião do Paraíso em Minas Gerais. Com a chegada da Cia. Mogiana a São Sebastião do Paraíso, via Ramal de Guaxupé, toda a carga foi desviada para ela, pois possuía um trajeto menor ao porto de Santos e o material rodante tinha capacidade maior. Logo, a S.P.M. tornou-se deficitária.

Em 14/09/1922 a Cia. Eletro-Metalúrgica Brasileira, de Ribeirão Preto, adquiriu a "The São Paulo and Minas Railway". Foi uma época de desenvolvimento, mas sem dinheiro para lastrear. Em 1926 foram compradas locomotivas, material rodante e se inicia a construção do Ramal de Ribeirão Preto a Serrinha, km. 34 da linha-tronco (bitola de 0,60 m.).

Em 09/12/1929 era decretada a falência da Cia. Eletro-Metalúrgica e junto com ela a S.P.M.. Em 10/05/1931 era reaberto o tráfego entre Bento Quirino e Serra Azul. Agora, a S.P.M. pertencia ao Estado de São Paulo. Em 1933 os trens chegaram até Minas Gerais novamente. O alargamento para a bitola métrica ocorreu em 1940 na linha tronco e em 1942 no ramal de Ribeirão Preto.

Daí para frente a S.P.M. teve uma vida mais tranquila, até que em 29/05/1967, pelo Dec. 48029 ela seria administrada pela C.M.. Em 03/07/1969, o Dec. 52128 suprimia o trecho Bento Quirino a Ipaúna (ex-Serrinha), numa extensão de 34 km. Com a criação da FEPASA em 28/10/1971, finalmente foi extinta a S.P.M., passando a incorporar a grande ferrovia estadual paulista"...

Como não poderia ser diferente, a relação de locomotivas também é bem tumultuada e por isso pedimos as nossas desculpas. Caso alguém tenha mais informações sobre a S.P.M., escreva-nos, por favor.

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