Panorama em 1945

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Essa era a descrição da São Paulo a Minas em 1945, de acordo com o suplemento especial da Revista Ferroviária - 1945

O desenvolvimento da cultura do café na rica zona de terras roxas das proximidades da cidade de Ribeirão Preto, no chamado Oeste do Estado de São Paulo, animou a organização de uma empresa particular para construção de uma ferrovia, de bitola de 0,60, ligando Bento Quirino, estação da Cia Mogiana à cidade de São Sebastião do Paraíso, situada já no território de Minas Gerais.

Foi essa a origem da E. F. São Paulo e Minas, que funcionou regularmente até 1925, mas sem ter grande tráfego. Nesse ano, a empresa "Companhia Eletro Metalúrgica Brasileira", que se instalara em Ribeirão Preto, pretendendo fabricar ferro e aço com carvão vegetal, aproveitando para tal as jazidas minerais e matas existentes na região, adquiriu a ferrovia com o propósito de intensificar os transportes das matérias primas necessárias à sua indústria. Assim, efetivamente, ocorreu e durante alguns anos a fabricação do ferro deu tal impulso ao tráfego da estrada que seus proprietários resolveram levar seus trilhos mais além, estendendo-os entre Ribeirão Preto e Serrinha, com o que visavam baratear o transporte do minério que estava sendo extraído do Morro do Ferro.

Em 1930, porém, devido a grande crise verificada, a "Cia. Melalúrgica" faliu, dando-se em consequência a suspensão do tráfego da São Paulo Minas, com grande prejuízo para os muitos proprietários de fazendas, sítios e granjas já estabelecidos ao longo de suas linhas. Até 1934 não houve tráfego na estrada e, nesse decurso, muito se discutiu sobre a conveniência de serem arrancados seus trilhos para aproveitamento em outras ferrovias.

O decorrer do tempo, porém, com as reclamações dos moradores da região, clamando por transportes, conduziram o governo paulista a tomar atitude na questão, redundando daí a encampação do acervo da falência no tocante à ferrovia que passou, assim, a ser administrada pela Secretaria de Viação do Estado.

Data dessa época, talvez, a melhor fase da São Paulo a Minas. Passados os primeiros períodos naturais às dificuldades da adaptação, o governo estadual tomou uma série de medidas tendentes a melhorar os serviços e a estrada entrou em progresso material. o que facilitou melhor exploração do tráfego industrial. Vários créditos foram abertos em favor da estrada que entrou em franca remodelação. Essa remodelação, influiu para que toda a região servida por seus trilhos florescesse, prosperando gradativamente. A bitola de 0,60 m., que fora adotada para a São Paulo e Minas, quando a finalidade da estrada era industrial e de caráter particular, não se justificava mais em 1934, quando as condições econômicas da região estavam completamente mudadas.

Tomando posse da ferrovia, o governo de São Paulo atacou logo a reconstrução da linha abandonada entre Bento Quirino e Altinópolis, reabrindo o tráfego ao público pouco depois; o prolongamento dessa cidade a São Sebastião do Paraíso, também não demorou e uma rica região do Estado de Minas voltou a ter comunicações fáceis com grandes centros consumidores do Oeste Paulista. Na medida em que era regularizado o tráfego, foi se constatando a necessidade de alargar a bitola para 1,00 m., afim de igualar o tipo de material rodante adotado nessa ferrovia com as demais linhas da rede geral do Estado, permitindo o completo intercâmbio de seus vagões com a Cia. Mogiana, livres das penosas baldeações nos entroncamentos. Estabelecido um programa para essa transformação da bitola, os trabalhos foram atacados com energia e continuidade sem interrupções do tráfego, mas a guerra muito prejudicou a sua conclusão.

O ramal de Serrinha foi reconstruído e posto em tráfego, o que permitiu melhorar muito as ligações entre Ribeirão Preto e São Sebastião do Paraiso, que distantes 115 quilômetros, as viagens por via férrea na Mogiana exigiam enorme volta por Casa Branca, Guaxupé e outras cidades, com percurso de 12 horas, enquanto agora o trajeto é feito em menos de 5 horas.

As obras de consolidação de linha, melhoramentos em obras de arte, edifícios, etc., e aquisições de grande quantidade de material rodante e de tração, têm proporcionado desafogo aos transportes canalisados para a via férrea, sendo de notar que o tráfego atual representa fator de equilíbrio industrial para a empresa e satisfação aos interesses gerais do público.

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E lembre-se sempre:

 

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