Conte-nos um pouco sobre o começo de seu envolvimento na Adoração. Como você começou a ministrar louvor?

Eu estava viajando com o grupo Living Sound da Oral Roberts University. Então Larry Dalton me contratou como violinista, trombonista e guitarrista. Isto foi depois do meu ultimo ano na faculdade (Educação Musical / Violinista). Lembro de ter falado para meu pai que eu iria viajar durante três meses com este grupo. Quinze anos depois, eu sai da estrada. Eu tinha morado na África durante três anos e tinha viajado o mundo inteiro.

Foi por um acaso que conheci Mike Coleman e Ed Lindquist, os co-fundadores da Integrity Music.
Eu estava viajando com um evangelista chamado Terry Law. Eu só tocava piano enquanto Terry pregava. Nos fomos para Móbile, Alabama, em outubro de 1983. Então, eu conheci Mike Coleman e voltei novamente em 1985. Naquele momento, Mike me falou que eles estavam pensando em lançar um produto chamado Hosanna Music, e distribuir esses cassetes por correio. Eu já estava fazendo isto com o ministério de Terry Law. Todos os trimestres eu gravava uma fita cassete de Louvor & Adoração ao vivo chamado “Expressions of Praise.” – Expressões de Louvor. Assim, Mike e eu começamos essa relação segura, e em maio de 1986 eu gravei “Give Thanks”, nesta igreja em Móbile. Comecei a receber convites para cantar e fazer um monte de coisas diferentes. Isto era a ultima coisa no mundo que imaginaria fazer. Eu ficava petrificado ao estar na frente de um grupo de pessoas. Estaria normal se estivesse numa orquestra ou banda, mas para cantar em frente de um monte de pessoas??? Não havia outra escolha, eu tinha que fazer isto. Tentei uma vez, e quase me acabei em lágrimas, porque eu estava com vergonha de cantar. Decidi nunca mais cantar novamente.

Então, minha esposa Laura recebeu uma carta de sua irmã, isto 15 anos atrás. Ela estava orando por mim e por Laura, e escreveu: “Don, quando eu estava orando, o Senhor me deu uma visão, que você estava na frente de milhares de pessoas conduzindo-as a presença de Deus e escrevendo canções que acalmarão os corações dos reis”. Eu me lembro de ter lido a carta e falado a minha esposa: “Amor, sua irmã Susan é uma grande garota, mas ela não é profeta. De jeito nenhum eu vou estar na frente de milhares de pessoas e cantar. Isso não vai acontecer”. Alguns anos atrás, Laura achou esta carta em sua Bíblia e quase tudo aconteceu.

Escrevi muitas músicas viajando com o Livin Sound Group, mas por volta de 1980 e 1981, eu não me interessava em escrever mais. Eu escrevi em meu diário de oração: “eu não quero mais escrever nenhuma canção que não seja de poder, louvor, cura e libertação”. Eu queria tocar as pessoas na área espiritual e não no intelecto ou emocional. Assim, eu não escrevi nenhuma música durante anos, então uma noite eu acordei as 3:00 da manhã, como se alguém tivesse me chacoalhado, e tive a forte impressão (eu não ouvi uma voz audível) que Deus estava me dizendo: Abra sua Bíblia em Salmo 40:3. Eu não tinha lido Salmo, e não sabia o que dizia aquele verso, mas abri e li: “Ele colocou uma nova canção em minha boca, uma canção de louvor ao nosso Deus. Muitos verão e temerão, e confiarão no Senhor.”

Lembro-me de ter sentado, um pouco atordoado, em meu escritório e dito a minha esposa logo de manhã: “Aconteceu algo ontem à noite comigo. Eu não sei o que foi. Acho que era uma ordem para alguma coisa. Foi como se o próprio Deus colocou suas mãos em mim e disse: “Eu coloquei uma nova canção em sua boca...” Ele ouviu minha oração; eu queria que algo novo musicalmente acontecesse em minha vida. E ele disse: “ Eu coloquei uma nova canção em sua boca, uma canção de louvor para seu Deus”. E eu não sabia o que isso significava, até dois ou três anos depois que ministrei adoração pela primeira vez, na frente de uma multidão enorme com cerca de 25 pessoas em Woodward, Oklahoma. Terry Law tinha perdido sua esposa num acidente de carro, e tinha sido realmente curado emocionalmente e espiritualmente oferecendo sacrifícios de louvor, louvando a Deus em meio à tragédia. Ele me disse: “Don, eu quero que toda nossa música seja Louvor & Adoração. Eu quero música que seja verticalmente dirigida para Deus”. Então, eu tive que realmente estudar isto e entender o que poderia estar fazendo. A primeira coisa que pensei era que precisaria reunir um grande grupo vocal e uma grande banda. E acredite nisso ou não, o garoto que tocava guitarra na banda pra mim era Peter York. Assim, Peter veio e tocou; ao término daquela noite, eu sentia que algo mais ainda precisava acontecer. Eu tinha dado um passo de fé, coloquei um pedestal com microfone no piano. Eu dei um passo enorme, corajoso e disse: “Vamos todos cantar mais uma vez o coro”, com uma voz tremida de nervoso. Foi a primeira vez que fiz aquilo, eu penso que as pessoas perceberam depressa: Este pobre sujeito não canta nem toca muito bem, mas ele tem um grande coração, vamos segui-lo. Assim as pessoas me seguiram...

Até que chegou um momento que não podíamos viajar mais com aquela grande banda, assim a próxima coisa que eu soube foi que éramos só Terry Law e eu. Devo muito a Terry por tudo o que estou fazendo hoje, porque ele me forçou a sair da minha zona de conforto. Todos os fins-de-semana ele pregava para duas à cinco mil pessoas, e antes de pregar – embora a igreja já tivesse passado por um grande momento de Louvor & Adoração – ele falava: “Eu quero que Don venha e conduza-nos a alguns coros de adoração.” E eu fazia. Eu não era muito bom nisso. Foi assim que comecei. E muitas vezes eu disse a Terry: “Eu não quero mais fazer isso. Estou sendo humilhado todos os fins-de-semana”. E eu me sentia humilhado por não tocar bem, e estava assustado para cantar. Eu não entendi, mas Terry continuou me chutando pra lá. Deus tem que nos tirar da nossa zona de conforto algumas vezes, e isso foi o que aconteceu comigo. Isso me fez gravar “Give Thanks” – Agradeça, e a próxima coisa que eu soube, eu estava ministrando louvor na frente de milhares de pessoas. Aconteceu igualzinho a profecia. Eu acho que a única aula que eu faltei no colégio foi de comunicação, porque eu ficava aterrorizado na frente de pessoas. (Risos) É tão engraçado não é, quem Deus usa? Deus às vezes escolhe as pessoas mais estranhas para fazer as coisas. Eu tinha um desejo em meu coração e aquela impressão forte de ler Salmo 40:3, assim eu soube que havia alguma coisa que Deus tinha posto em meu coração para fazer isto. Mas no natural, eu estava correndo tão rápido quanto eu podia em outra direção.

Como foi sua transição para a Integrity Music?

Eu comecei produzindo e fazendo alguns arranjos para a Integrity Music em 1986 e 1987, e finalmente em 1988 eu mudei para Móbile, Alabama, como diretor criativo da empresa.
Diretor Criativo é realmente um termo de agência de publicidade. Eu tinha trabalhado em uma agência de publicidade em Ft. Lauderdale, e também quando estava com o Living Sound, fazendo jingles independentes. (Eu escrevi vários jingles de sindicato nacionais para rádios, e ainda hoje ouço em alguns lugares do pais). Meu problema para participar da Integrity Music era mudar para Móbile, Alabama, onde está a sede da empresa. Isso me assustou porque a Integrity está no Sul do pais, e eu sou de Minessota. Assim eu resisti isso por muito tempo. Mas eu pensei, se eu quisesse ir para Móbile, qual seria meu cargo? Eu escrevi abaixo o nome “Diretor Criativo”, o qual você não vê em qualquer gravadora; isso é coisa de agencia de publicidade.O diretor criativo é o sujeito que vigia a produção, a arte, que guia o time pela campanha inteira e trabalha com o cliente. Assim, é uma combinação de A&R, marketing e vendas, e produção musical. Que sempre me intrigou. Eu escrevi todas estas coisas, esperando fazer um trabalho internacional. Mike Coleman me chamou e disse: “Como eu estava orando pela possibilidade de você trabalhar para Integrity.” E você nunca acreditará nisso. Ele abriu seu livro e no topo da página estava escrito “Diretor Criativo” e quase linha por linha nossas páginas combinavam. Realmente estava pasmo. Logo após isso, eu mudei para Móbile, Deus tirou meu medo. Móbile é uma grande cidade e nós estamos felizes lá.

Você tem uma perspectiva sem igual. Você esteve ao redor da adoração desde os primeiros dias, e agora você viu a popularidade e o swing do Louvor & Adoração. Hoje há dois lados nisto: o lado pessoal do que está entrando nas vidas das pessoas, e também o lado comercial, com a explosão dos produtos de música na categoria de adoração. Qual é o seu ponto de vista, você que tem estado lá desde o começo?

Bom, nosso nincho está claro que é Louvor & Adoração. Eu não acho que a Integrity Music sempre levou a sério os rótulos como um jogador. Quando nós começamos e tentamos distribuir, alguns especialistas nos falaram que o L & A já tinha acabado, era coisa do passado. Tinha sido popular com a Maranatha Music. Por que nós quereríamos fazer isto novamente? Nós pensamos, isso é engraçado, nós tínhamos acabado de vender um milhão de dólares para as pessoas que encomendaram nossos produtos em livrarias. Nós dissemos aos distribuidores principais: “Porque vocês não queriam distribuir estes materiais?” Finalmente, nos fechamos contrato com Alexandria House e Sparrow que começaram a distribuir nossos produtos. No auge da Hosanna Music, quase 200.000 cassetes foram vendidas em 8 semanas. “Give Thanks” – Agradeça, vendeu quase um milhão de cópias. Nós fomos desde o princípio envolvidos nisso, e eu estou emocionado em ver o foco que a indústria deu para o L & A (Louvor & Adoração).

Os álbuns de L & A de Michael W. Smith foram as maiores gravações que ele já fez. Era uma emoção que viajava com ele na turnê de Song 4 Worship. Eu acho que a turnê de Song 4 Worship foi uma das mais poderosas que eu já estive envolvido. Nós fizemos 11 dias em 11 cidades, um ano atrás. Era Darlene Zschech, Eu, Michael W. Smith, Nicole C. Mullen, Watermark, Caedmon’s Call, Lenny LeBlanc e Paul Baloche. Está noite acabou sendo uma noite gloriosa de adoração, onde nenhum artista foi apresentado. Isto fluiu normalmente de um para outro.

Hoje, há uma importância sendo colocada na adoração, através de diferentes rótulos. Eu acho que Twila (Paris) tem um novo stilo de adoração, e também Third Day. Eu acho incrível o que está acontecendo, toneladas de grandes canções sendo escritas. É emocionante estar envolvido na indústria da música Cristã. Eu amo ver o que Deus está fazendo. Ele está balançando tudo, virando tudo de cabeça para baixo. Deus tem seus propósitos e planos. Isaias 61:11 diz que Ele fará brotar a justiça e o louvor para todas as nações. Ele prometeu e ele fará, e já está fazendo.

Mas este não é o único enredo. Só porque não é um coral de L & A que isso desqualifica isto como um Louvor; o que é realmente importante é a atitude do coração. Eu penso que Deus está trabalhando através de diferentes estilos de Louvor & Adoração. Meu pensamento é muito mais amplo do que era. Eu costumava definir L & A como: uma canção simples, que promove uma resposta das pessoas. Mas até mesmo no Song 4 Worship, há um equilíbrio. Há um momento para se levantar e adorar e um momento para sentar-se e ouvir uma canção mais voltada para comunicação, mas no entanto, dirige as pessoas a uma relação mais intima com Deus. Eu mudei muito meu ponto de vista. Eu descobri, estando ao lado de muitos artistas que tem um coração voltado para adorar a Deus. As músicas deles podem comunicar um pouco mais horizontal, mas eu acho que Deus está trabalhando de vários modos que nós pensamos. Ele está.

Sendo um diretor criativo de uma empresa de L & A, eu tenho a larga visão real do que Louvor & Adoração é. O momento que você tenta pôr Deus em uma caixa, Ele assolará tudo. Você não pode pôr Deus em uma caixa e dizer: “Assim, Deus, é como você pode se mover”. Eu amo a passagem de Salmo 115:3. É muito bom aprender sobre Louvor & Adoração, mas Salmo 115:3 diz: “Nosso Deus está nos céus, Ele faz tudo que Lhe agrada.”

Ultima pergunta: Qual é o desejo de seu coração para os líderes de louvor e músicos sobre entenderem a Adoração?

Se você esquecer tudo o que eu lhe contei, lembre-se disto: seja você. É tão fácil alguém vir a um seminário ou ver um programa de televisão ou pegar um CD de L & A e dizer, este é exatamente o que estamos fazendo em nossa igreja. Eles vêem Darlene Zschech, e de repente, todas as meninas querem ser Darlene Zschech. Eles vêem Michael W. Smith ou Martin Smith ou Ron Kenoly ou Don Moen, e eles querem tentar ser aquela pessoa. Eu só digo uma coisa para estas pessoas: “Seja você”. Eu amo a excelência no que nós fazemos, mas as pessoas têm que sentir seu coração. Não pode sentir falsidade. Se você é líder de louvor, e está tentando ser alguém que você não é, você não vai conseguir tocar as pessoas que entrarem em sua igreja. Vinte anos atrás eu poderia ter trabalhado, mas os consumidores estão muito seletivos, e acho que eles estão procurando pela real coisa em nossas igrejas: real, sincera adoração. Se você se levanta na frente de uma audiência para falar ou cantar, ou seja, o que você faça, faça com personalidade que Deus lhe deu. Ressonará muito mais verdadeiro que se você tentasse ser alguém que você não é.

Eu estou sempre preocupado com os pregadores que se levantam e de repente tornam-se uma pessoa diferente. Eles falam de um modo diferente. Eu estou em uma cruzada pessoal para estampar a sobrenaturalidade no reino de Deus. Se você olhar para a vida de Jesus, Ele diz em João 4 à mulher de bem: “A hora está chegando, e é agora em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade”. Eu penso que Ele falou para ela: “Olhe para mim, eu sou um verdadeiro adorador”. E se você olhar para a vida Jesus, Ele não disse muito sobre os coros de Louvor & Adoração. Ele era o Filho de Deus, mas também o Filho do Homem. Ele era acessível, normal. Pecadores amavam estar ao redor Dele. Ele investiu a vida sua vida em 12 pessoas. Ele era um líder. Eu penso que nos como líderes de louvor e músicos temos que observar isto. Nós precisamos espelhar nossas vidas em Jesus. Eu acho que se nós começarmos a ser, enquanto líderes investidores de relacionamento, esses são os tipos de coisas que vão traduzir para as pessoas dizer: “pode não ser musicalmente excelente as coisas que algumas vezes ouvi, mas aquele garoto, ou aquela garota é real, é sincera. Isto é o que eu conto” É o que as crianças estão procurando hoje.

Na medida que vou ficando mais velho, estar na mesma plataforma com bandas mais jovens, não pense que não me preocupo em que tenho a oferecer – Don Moen que canta algumas baladas puxando para o Country Music. - Pensamentos vem de vez enquando em minha cabeça que eu preciso ser outra pessoa; eu preciso ser alguém mais legal. Mas se eu fosse entrar nessa direção eu cairia, porque as pessoas diriam que eu estava sendo uma fraude, uma imitação. Mas se eu fizer o que Don Moen faz, tocará de verdade as pessoas jovens e velhas, porque é sincero, é verdadeiro. Todos fazem uma parte do reino de Deus. Eu não posso ser Martin Smith, Ron Kenoly, Alvin Slaughter, Matt Redman ou Chris Tomlin. Eu não posso ser nenhum deles, mas eu posso ser Don Moen, e eles não podem ser eu. Todas as moças que estão cantando não podem ser a Darlene Zschech, mas eles podem ser o que Deus quer que eles sejam. Assim, há uma coisa que sempre digo: “Seja você”. Eu penso se você fizer isto, Deus colocará um manto de autoridade ao seu redor e dirá: “Bom, você tem isto agora. Isso é o que eu preparei para você. Agora assista o que farei em seu ministério. Você aceitou isso: “Certo, Deus foi que me criou, eu vou me preparar para isto. Claro que nós sempre podemos nos esforçar para ser melhores. Eu me esforço para ser o melhor no que eu faço, mas tem que começar sendo você mesmo.

Bruce Adolph
Traduzido por Eder Lara.
Fotos: Site Oficial - www.donmoen.com

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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