Fermento
Nidia Santana Caldas e Dirceu Walter Ramos
Quando brota em mim a poesia
logo ao romper do dia
palavras me rasgam feito a noite
são versos feitos sob açoite
Impossível controlar
esta frenética inspiração
métricas começam a pulsar
nas tintas do meu refrão
Volto os olhos pra dentro
vejo sílabas se misturando
re-parindo, crescente fermento
sou eu mesmo, me copulando.
Abro os olhos e já não me pertenço
pulso pra fora deste estado mágico
e observo de longe meu vento
quase sou belo, quase sou trágico.
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