No salão da poesia
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Nenhum segredo é sagrado. Nenhuma guerra é santa.

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Bailam rimas bailarinas
meninos e meninas
no salão da poesia
pela noite e pelo dia

o sol, o tempo
solfejo, vento
de Deus o mesmo beijo
de antes do silencio

do silencio o mesmo sopro
de Deus antes do beijo
o mesmo Deus no mesmo punho
que escreveu antes de tudo

tudo que escrevemos do futuro
a giz, no muro
o que inventamos, mesmo escuro
já existe, só não juro

é Deus de punho
resumindo o que há de mundo
num papel, num guardanapo
o que há de certo e de errado

nem inocente, nem culpado
à Deus nos resta transmiti-lo
à nós nos resta o Deus sagrado
seja infinito ou seja estilo

estamos limpos, somos falhos
filhos do mesmo esparadrapo
remendando o incurável
crendo no imponderável

com esta arma é que lutamos
por nossos sonhos que esquecemos
porque esquecemos que sonhamos
ao lembrarmos de acordar.

Dirceu Walter Ramos

[email protected]

 

 
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