Nenhum segredo é sagrado. Nenhuma guerra é santa.

Sou deste povo brasileiro
empunhando meus coqueiros
pelos mangues e bueiros
misturando nossas raças
na geral, na arquibancada
com seus gritos, margens plácidas
bananeiras e cascatas.
Nossa alma brasileira
desprende das cachoeiras
ganha os rios e as feiras
mostra ao mundo nossa cara
nossos ossos, nossa garra
gente, pátria sertaneja
ponto com, ponto cerveja
via internet a rima
sou Dom Pedro, Leopoldina
Tom Jobim, Elis Regina.
Filho do milho e da cana
da favela e do bacana
da cadência infinita do samba.
Sou o silêncio e o carnaval
meio mar, meio Portugal
tenho um sonho tropical
descobrir Igarapés, vitória-régias, Pelés.
Sou de mim mesmo meu algoz
quando sou cheia ou quando foz
Deus abençoe nossa gente
que ginga, que corre
que sonha e segue em frente.

Dirceu Walter Ramos

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