SEBASTIÃO DE MEDEIROS MATOS

                    

Natural da Ilha de São Miguel, nos Açores, Sebastião de Medeiros Matos (também Sebastião Afonso de Medeiros, conforme alguns genealogistas) migrou para o Brasil na primeira metade do século XVIII, estabelecendo-se, inicialmente, em Santa Luzia, na Ribeira do Sabugi, na Paraíba, juntamente com seu irmão e companheiro de migração Rodrigo de Medeiros Rocha (nascido a 21 de janeiro de 1709, batizado no dia 26 seguinte, na igreja de São Pedro da Ribeira Seca, na mencionada Ilha de São Miguel).

Eles eram filhos de Manuel Afonso de Matos, Alferes, e Maria de Medeiros Pimentel, os quais haviam casado nos Açores, a 17 de junho de 1693, e, conforme o grande e seguro historiador e genealogista Olavo de Medeiros Filho (vide Bibliografia), faleceram a 7 de novembro de 1729 e 27 de novembro de 1734, respectivamente, no lugar chamado Lomba de Santa Bárbara.

Pelo lado paterno, foram seus avós Rodrigo de Matos e Catarina de Fontes, e, pelo materno, Bartolomeu de Frias Camelo e Maria de Medeiros Rocha (casaram 31 de março de 1674), esta, filha de Francisco Lopes da Costa e Maria de Medeiros (casaram a 15 de outubro de 1650) - para seguir a sua linha de ascendência, veja a Árvore de Costado, neste trabalho.

Em Santa Luzia, casaram-se ambos os irmãos com duas irmãs - Sebastião de Medeiros Matos, com Antônia de Morais Valcácer, e Rodrigo de Medeiros Rocha, com Apolônia Barbosa de Araújo. Eram elas filhas de Manuel Fernandes Freire, natural de Olinda, e de Antônia de Morais Valcácer, também Antônia de Morais, a qual era filha de Pedro Ferreira das Neves, conhecido como Pedro Velho, e sua mulher Custódia de Amorim Valcácer - ele, natural de Mamanguape, transladou-se para a Ribeira do Sabugi, onde viveu na Fazenda Cacimba da Velha e se tornou um patriarca e proprietário de muitas terras. 

Aliás, juntamente com o cunhado Sebastião de Medeiros Matos, um filho homônimo do patriarca requereu a sesmaria transcrita abaixo, publicada por João de Lyra Tavares (vide Bibliografia): 

"Nº 497 em 24 de Março de 1759

Tenente Vicente Ferreira Neves e Tenente Sebastião de Medeiros, moradores nesta capitania, dizem que a custa de sua fazenda e risco de suas vidas, tinham descoberto sobre a serra da Borburema, sertões deste governo, terras devolutas e desaproveitadas, com sufficiencia de crear gados e como careciam de terras para os crear pretendiam que se lhes concedesse por sesmaria em nome de S.M. tres leguas de comprido e uma de largo, para ambos, na dita serra, logar chamado Albino riacho chamado Olho d'Agua Grande que nascia da pedra chamada o Fundamento cujas terras confrontam em muita distância pela parte do nascente com R.R.P.P. da companhia do sitio do Poço, pela parte do poente com terras do defunto Izidoro Hortins, pela do norte com as de Antonio de Araujo Frazão e Cosme Dias de Araujo e pela do sul com José da Costa Romeo ou com quem verdadeiramente pertencesse, podendo fazer do comprimento largura ou da  largura comprimento, pedindo em conclusão se lhe concedesse as ditas terras por sesmaria com as confrontações declaradas para fazer a sua situação e peão no dito logar chamado Albino e Riacho chamado Olho d'Agua Grande. Foi feita a concessão, no governo de José Henrique de Carvalho."

Posteriormente, o Alferes, depois Tenente e, finalmente, Capitão Sebastião de Medeiros Matos e sua mulher ,Antônia de Morais Valcácer, passaram para o Seridó, região vizinha do Sabugi, onde até hoje proliferam seus descendentes.

Todos os estudiosos da história e da genealogia do Sabugi e do Seridó são unânimes em afirmar que daqueles dois casais - Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer, Rodrigo de Medeiros Rocha e Apolônia Barbosa de Araújo - descendem todos os que portam o sobrenome Medeiros, originados do sertão do Rio Grande do Norte e do da Paraíba. 

Aqui se deve registrar, ainda, que um sobrinho dos dois irmãos, de nome José Inácio de Matos, igualmente açoriano, também esteve muito ligado a eles, havendo migrado junto ou chegado logo pouco tempo depois; ele casou com uma filha de Sebastião de Medeiros Matos, Quitéria Maria da Conceição, como se indicará abaixo, no número 5.

Não se sabe exatamente quando aqueles irmãos chegaram ao Brasil, mas é razoável acreditar que aportaram aqui no final da terceira década do século XVIII. 

Sabe-se que Rodrigo teve seu inventário iniciado em 1757, ficando seu irmão como tutor dos órfãos; sua viúva, Apolônia, faleceu e foi sepultada a 28 de novembro de 1802, estando com 88 anos de idade, conforme o registro do seu sepultamento. De Sebastião e de sua mulher, Antônia, não tenho as datas de falecimento, mas ele estava ainda vivo em 1793, com uma avançadíssima idade.

Filhos do casal Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer (conforme Olavo de Medeiros Filho e Kyval da Cunha Medeiros - vide Bibliografia):

1 - Sebastião de Medeiros Rocha

casado, a primeira vez, com Maria Leocádia da Conceição (falecida em 1880), filha de Antônio Pais de Bulhões e Ana de Araújo Pereira. Pela segunda vez, casou com sua prima Vitorina Maria da Conceição, também Vitorina Maria de Araújo, filha de Cosme Fernandes Freire e Sebastiana Dias de Araújo - ele, filho de Manuel Fernandes Freire e Antônia de Morais Valcácer, também Antônia de Morais, sogros do seu pai. Houve descendência:

1.1 - Martinho de Medeiros Rocha

casado com Ana Joaquina do Sacramento, filha de Alexandre Manuel de Medeiros e Antônia Maria da Conceição;

1.2 - Manuel Antônio de Medeiros

casado, a primeira vez, com Córdula, a segunda, com Inácia Maria, filhas ambas de João de Morais Camelo e Antônia de Medeiros;

1.3 - João Damasceno de Medeiros Rocha

nascido em 1791, falecido em 26 de janeiro de 1856, casara em 1811, com a parenta Maria Joaquina dos Prazeres, nascida em 1793, falecida a 3 de abril de 1862, filha de José Simões dos Santos e Joana Batista de Araújo, de apelido Joana Cotó - ele, português, nascido em 1760, falecido em 1831, sepultado a 8 de janeiro desse ano; ela, filha de Cosme Fernandes Freire e Sebastiana Dias de Araújo, e neta paterna de Manuel Fernandes Freire e Antônia de Morais Valcácer, também Antônia de Morais, por esta, bisneta de Pedro Ferreira das Neves e Custódia de Amorim Valcácer. Eles foram pais de, entre outros filhos:

1.3.1 - Francisco Antônio de Medeiros

bisavô paterno do autor deste trabalho. Francisco Antônio nasceu a 14 de agosto de 1822 e casou, a 8 de novembro de 1842, com Ana Vieira Mimosa, nascida a 22 de abril de 1831, filha de Cosme Pereira da Costa e Maria Teresa de Jesus, indicada abaixo, nesta página, como 6.3. Seus descendentes, inclusive o autor estão na sua correspondente página;

1.4 - José de Medeiros Rocha

casado duas vezes: a primeira, com Maria do Sacramento de Medeiros, filha de Alexandre Manuel de Medeiros e Antônia Maria da Conceição; a segunda, com Luzia ...  filha João de Morais Camelo e Antônia de Medeiros; houve descendência; 

1.5 - Sebastião de Medeiros Rocha (Júnior)

casado com Ana ...; 

1.6 - Maria Leocádia da Conceição

casada com Manuel Alves da Nóbrega (falecido a 7 de janeiro de 1830), filho de Manuel Álvares da Nóbrega e Maria José de Medeiros

1.7 - Ana de Medeiros

casada com João de Morais Camelo (Júnior), 6.1, abaixo, filho de João de Morais Camelo e Antônia de Medeiros;

1.8 - Teresa Maria de Jesus

nascida em 1787, foi casada com João Garcia de Araújo, filho de Martinho Garcia de Araújo Pereira e Vicência Ferreira de Medeiros;

1.9 - Isabel Maria da Conceição

casada com Manuel Garcia de Medeiros, filho de Martinho Garcia de Araújo Pereira e Vicência Ferreira de Medeiros;

1.10 - Luzia Maria de Jesus

casada com Sebastião Garcia de Medeiros, filho de Martinho Garcia de Araújo Pereira e Vicência Ferreira de Medeiros;

2 - Alexandre Manuel de Medeiros

casado com Antônia Maria da Conceição, filha de Cosme Gomes de Alarcón e Maria da Conceição Freire. Houve descendência;

3 - João Crisóstomo de Medeiros

casado com Francisca Xavier Dantas, filha de Caetano Dantas Correia e Josefa de Araújo Pereira;

4 - Maria José de Medeiros

casada com Manuel Álvares da Nóbrega, filho de José Alves da Nóbrega e Isabel Ferreira da Silva;

5 - Quitéria Maria da Conceição

nascida em 1749, falecida, já viúva, na Fazenda Carrapateira, a 22 de novembro de 1814, estando com idade de sessenta, e tantos annos, de molestia de tosse, como registrou em seu termo de sepultamento o Vigário, Padre Francisco de Brito Guerra; houve descendência;

6 - Antônia de Medeiros

casada com João de Morais Camelo; deixaram descendentes, entre os quais os filhos:

6.1 - João de Morais Camelo (Júnior)

casado com a prima legítima Ana de Medeiros, vista acima (1.7), filha de Sebastião de Medeiros Rocha e Maria Leocádia da Conceição; houve descendência

6.2 - Maria Teresa de Jesus

casada com Cosme Pereira da Costa, filho de Antônio Pais de Bulhões e Ana de Araújo Pereira. São trisavós do autor deste trabalho;

7 - Luzia Maria do Espírito Santo

nascida em 1759; casada com Caetano Dantas Correia (Júnior), filho de Caetano Dantas Correia e Josefa de Araújo Pereira; houve descendência;

8 - Vicência Ferreira de Medeiros

nascida em 1760, falecida a 19 de setembro de 1826; foi casada com Martinho Garcia de Araújo Pereira, falecido a 3 de outubro de 1814, filho de João Garcia de Sá Barreto e Helena de Araújo Pereira.

 

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