Francisco Antônio de Medeiros

        

Filho de João Damasceno de Medeiros Rocha e Maria Joaquina dos Prazeres, ambos naturais da Freguesia de Patos, o Tenente-Coronel da Guarda Nacional Francisco Antônio de Medeiros nasceu também naquela Freguesia, a 14 de agosto de 1822, e casou em Caicó, então Vila do Príncipe, a 8 de novembro de 1842, com Ana Vieira Mimosa, nascida a 22 de abril de 1831 (ela estava com 12 anos incompletos), filha de Cosme Pereira da Costa e sua segunda esposa, Maria Teresa de Jesus.

O casal era possuidor da Fazenda Umari, vivendo toda a sua vida ali ou na sua casa da cidade de Caicó, onde, segundo Olavo de Medeiros Filho, Francisco Antônio foi Vereador (1873), Delegado de Polícia (1878), Tenente-Coronel Comandante do 5º Batalhão da Reserva da Guarda Nacional da Comarca do Seridó (Carta-Patente de 3 de maio de 1884) Presidente da Intendência (1889/1890/1891), e Tesoureiro da Irmandade das Almas (1891).

Pelo lado paterno, Chico Antônio do Umari, como ele era chamado, era neto de Sebastião de Medeiros Rocha e Maria Leocádia da Conceição Araújo - ele, filho de Sebastião de Medeiros Matos, também Sebastião Afonso de Medeiros, e Antônia de Morais Valcácer, e ela, filha de Antônio Paes de Bulhões e Ana de Araújo Pereira.

Dona Ana Mimosa era neta, pelo lado paterno, de Antônio Paes de Bulhões e Ana de Araújo Pereira, e, pelo lado materno, de João de Morais e Antônia de Medeiros, esta, filha de Sebastião de Medeiros Matos, também Sebastião Afonso de Medeiros, e Antônia de Morais Valcácer, já citados logo acima.

Como se depreende, Francisco Antônio e Ana Mimosa tinham um parentesco muito estreito: os bisavós dele eram avós dela, do que resulta terem sido primos em 3º e 2º graus canônicos.

Tanto Francisco Antônio como Ana Mimosa faleceram em 1896 - ele, com 74 anos de idade, a 15 de março (tendo sido sepultado no dia seguinte), ela, com 65 anos de idade, a 15 de outubro. 

Abaixo, a transcrição do termo de sepultamento dele, publicada por Olavo de Medeiros Filho, nos seus valiosos livros "Velhas Famílias do Seridó" e "Velhos Inventários do Seridó" (vide Bibliografia):

"Aos dezeseis de Março de mil oitocentos e noventa e seis, no Cemiterio desta Cidade, foi sepultado o cadaver do adulto Francisco Antonio de Medeiros, fallecido hontem de hydropezia na idade de setenta e dous annos de idade (sic), casado que era com D. Anna Vieira Mimosa, moradores e naturaes desta Freguesia; do que mandei fazêr este termo, que assigno.

Vigario Emygdio Cardôzo" 

Os filhos do casal:

1 - N ...

uma menina, nascida a 10 de junho de 1844, falecida no dia 19 seguinte, batizada, "in articulo mortis", pelo avô materno, Cosme Pereira da Costa;

2 - Maria Teodora de Medeiros

nascida a 11 de setembro de 1845; casada com Manuel Inácio de Medeiros;

3 - Padre Sebastião Constantino de Medeiros

nascido a 20 de janeiro de 1847, estudou no Seminário de Olinda, ordenando-se sacerdote com 23 anos, a 30 de novembro de 1870. Homem de profunda piedade e agudíssima inteligência, iniciou sua curta carreira eclesiástica como Vigário de Serra Negra, passando logo a servir na sede diocesana, em Olinda. Quando, em 1875, aconteceu a célebre Questão Religiosa, de que resultou a prisão de Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, Bispo de Olinda, e de Dom Antônio de Macedo Costa, Bispo da Diocese de Belém do Pará, foi constituída uma comissão integrada por três sacerdotes para o exercício do governo da Diocese de Olinda, e o Padre Sebastião Constantino foi um dos sus membros. Estava com apenas 28 anos de idade e cinco de sacerdócio. Logo depois, foi transferido para Roma, onde faleceu a 24 de abril de 1886, aos 39 anos de idade. Segundo tradição transmitida na família e registrada pelo Coronel Kyval da Cunha Medeiros em seu excelente "Cinco Gerações - O Coronel Ambrósio de Medeiros e sua Descendência" (vide Bibliografia), o Padre Sebastião, ao falecer, havia ingressado e professado seus votos na Companhia de Jesus (Ordem dos Jesuítas) e servia no Colégio Pio Latino-Americano;

4 - João Eutrópio de Medeiros

nascido a 27 de maio de 1848, falecido, ainda solteiro, a 16 de fevereiro de 1879; foi combatente na Guerra do Paraguai;

5 - Ana Leocádia de Medeiros

nascida a 23 de janeiro de 1850; casou com José Sátiro da Nóbrega, filho de Pedro Alves de Oliveira Nóbrega e Maria de Morais Severa;

6 - Miguel Avelino Pereira de Medeiros

nascido a 5 de julho de 1851; Capitão da Guarda Nacional; casou com Mariana de Araújo Medeiros;

7 - Ambrósio Florentino de Medeiros

de cuja descendência trata este esboço genealógico - avô paterno do autor deste trabalho;

8 - Manuel Augusto de Medeiros

nascido a 30 de março de 1854, seguiu para a Bahia, onde se formou em Medicina, a 13 de dezembro de 1884. Para conquistar o título de Doutor, ele apresentou, conforme pesquisou e registrou Olavo de Medeiros Filho ("Caicó Cem Anos Atrás", vide Bibliografia), tese composta de dissertação sobre "Hérnias Inguinais" (Cadeira de Patologia Clínica) e três Proposições: "Ar Atmosférico" (Cadeira de Química Médica), "Considerações acerca do Abortamento" (Cadeira de Obstetrícia) e "Hemato-Quilúria dos Países Quentes" (Cadeira de Patologia Médica). Foi o primeiro seridoense a formar-se em Medicina. Casou três vezes, em virtude de viuvez: a primeira, com Basília da Mota Medeiros (falecida a 29 de novembro de 1890, com 25 anos de idade, em Salvador, vítima de septicemia consecutiva a um parto), a segunda, com Francisca Dionísia Pereira da Mota (que passou a assinar-se Francisca Mota de Medeiros, irmã da precedente, ambas naturais da Bahia e filhas de Belmiro Pereira da Mota e Carolina Ramalho da Luz Mota); a terceira vez, casou com Maria Raquel de Medeiros, de Jardim do Seridó. Membro do Partido Republicano, foi Deputado à Constituinte do Estado do Rio Grande do Norte, sobressaindo na tribuna por sua eloqüência. Ele faleceu com 68 anos de idade, a 21 de novembro de 1922 (havia enviuvado, pela terceira vez, em agosto daquele ano). Deixou filhos havidos em todos os seus três casamentos;

9 - Modesta

nascida a 12 de fevereiro de 1856; faleceu na infância;

10 - Antônio

nascido a 5 de setembro de 1857; faleceu na infância;

11 - Antônio Cesino de Medeiros

nascido a 1º de novembro de 1858. Coronel da Guarda Nacional. Foi casado três vezes:a primeira, com Ana Filgueira de Araújo, a segunda, com Ana Amélia de Medeiros, e a terceira, com Otávia Benigna de Medeiros; deixou descendentes;

12 - Natália  

nascida a a27 de julho de 1860, falecida na infância;

13 - Modesta Natália de Medeirosa

nascida a 2 de fevereiro de 1862, foi casada com Francisco Justino de Medeiros;

14 - Marcelino 

nascido a 18 de junho de 1864; faleceu na infância; 

15 - Narcisa Florentina da Nóbrega 

nascida a 18 de março de 1866. Casada com o Coronel Remígio Ávares da Nóbrega, nascido em 1852, líder político de grande prestígio no Seridó. Ele ra filho de Gorgônio Pais de Bulhões e Umbelina Mariana da Nóbrega. O casal deixou extensa descendência, a partir dos seus filhos:

15.1 - Inácio Solano da Nóbrega

casado com Porfíria de Souto Nóbrega, filha de Guilherme Clementino de Souto e Jacinta Marques da Nóbrega, esta, filha de Manuel Marques de Macedo e Isabel Honorata de Medeiros, esta, filha de Jerônimo José da Nóbrega e Apolônia Mariana de Medeiros - ele, filho de Manuel Alves da Nóbrega e Maria José de Medeiros, e ela, do Capitão-mor Manuel de Medeiros Rocha e de Ana Pereira de Araújo; o casal deixou descendência;

15.2 - Remígio da Nóbrega Filho  2 - Remígio da Nóbrega Filho 

casado com Elza Nóbrega, filha de Joaquim Gorgônio da Nóbrega; o casal deixou descendência;

15.3 - João Damasceno Nóbrega  3 - João Damasceno Nóbrega 

Farmacêutico, casado com Anália Cavalcante Nóbrega. Foram residentes em Campina Grande. Deixaram descendentes;

15.4 - Mariana de Medeiros Nóbrega

nascida a 2 de dezembro de 1896. Casou com seu primo legítimo Godofredo da Cunha Medeiros, filho do Coronel Ambrósio Florentino de Medeiros e de Laura Elísia da Cunha Medeiros. Seus descendentes estão sob seu marido.

 

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