Quico esteve acá
O
astro mexicano espera ficar bastante tempo no
Brasil, mas fala pouco sobre sua vida
Um show de 20
minutos como atração do circo Real, no inicio
do mês (maio de 1996), marcou a passagem por São
Leopoldo (RS) de um rosto conhecido das telas:
Carlos Villagran Eslava, 48 anos - o Quico, do
programa Chaves, exibido pelo SBT - que está há
2 meses em excursão pelo Brasil.
O objetivo
é percorrer a maioria dos estados do país.
Casado com
a argentina Nora Tomazzotti, produtora e
coordenadora dos seus espetáculos, Quico é pai
de seis filhos. "Cinco deles, o casamento me
tirou; apenas um está aqui no circo",
comentou o mexicano. Durante 2 anos, ele ficou
radicalizado na Argentina, atuando não só no
picadeiro, mas também no teatro.
Assim é a
vida do artista, viajando por países da América
Latina e Central: permaneceu outros sete anos,
por exemplo, trabalhando na Venezuela. "Pretendemos
ficar muito tempo aqui no Brasil", avisou.
Sobre o México,
Carlos disse que o país alterna períodos de
melhoria econômica com quedas no nível de vida
da população. Seu personagem, Quico, é
conhecido em muitos países do mundo, pois o
programa Chaves, no qual ele contracena com
Madruga e Dona Florinda, já foi dublado para línguas
como o italiano, alemão, árabe e coreano. Simpático,
mas falando pouco; ele se deixa fotografar e
concede entrevista; mas somente como aquele que
lhe deu fama.
No seu
camarim, instalado no ginásio municipal, Carlos
explicou que, quando termina as viagens com o
circo, parte então para as gravações para a
televisão. A maiorias delas ocorre nos EUA, onde
é contratado por um canal latino, que têm a sua
programação voltada para o público da língua
espanhola. "Tenho proposta também para
gravar um programa na televisão argentina",
conta. "No Brasil ainda não fizemos nenhum
contato do gênero, mas espero que isso aconteça."
Natural da
cidade mexicana de Queretaro, Quico diz que
adotou o país vizinho como uma espécie de sede.
"Minha esposa é castelhana; nem tudo e
perfeito."
O espetáculo
de que participa no circo Real tem como principal
atracão a sua presença. Vez por outra, ele
pensa em se aproximar do publico para buscar a
colaboração de voluntários que queiram
integrar as suas brincadeiras, mas, geralmente
acaba sendo atacado pelos fãs, na maioria crianças,
o que faz com que volte rapidamente para o palco.
O ginásio
municipal, por ocasião, transpirou com a magia
circense: cerca de duas mil pessoas se
emocionaram com acrobatas e riram com anões dançando
a Macarena. Graças à produção, as crianças
usavam um chapéu em forma de antena, que ficava
piscando, o que possibilitou uma linda imagem
quando as luzes se apagaram: Um apresentador
vestido com um poncho mexicano anunciou o espetáculo:
mas a acústica do local impossibilitou que se
ouvisse perfeitamente o que dizia, embora isso não
tenha atrapalhado a festa da criançada. A
passagem do circo e também de Quico foi um
acontecimento único na cidade.
João
Roberto Silvestre
Revista Rua Grande, 31 de Maio de 1996
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