UM BOCHECHUDO
QUICO EM PORTÃO
Mexicano de 57
anos leva a vida encarnado num dos personagens do
seriado Chaves, exibido diariamente pelo SBT
Portão - Numa casa
simples e sem luxo da rua São Pedro, em Portão
- RS, entre alguns cães e gatos de estimação,
vive o bochechudo personagem Quico, do seriado
Chaves, da emissora de tevê SBT. Roberto Vasquez,
de 57 anos, é um Quico, mas não o titular,
representado pelo ator Carlos Vilagrán. Vasquez
se apresenta como o criador do personagem, embora
seja Vilagrán o intérprete. O criador de
um personagem é como o compositor de uma música.
Posso interpretar o Quico onde eu quiser.
Vasquez
faz isso há pelo menos três décadas. O seriado
começou em 1965 e as gravações se encerraram
entre 1970 e 1972. Foram mais ou menos 1900
programas, contabiliza. Destas gravações,
o ator conta algumas participações, quando
substituía o ator titular Carlos Vilagrán. Hoje,
Vasquez diverte crianças em eventos, festas,
inaugurações e em escolas. A fonte principal de
renda, porém, vem de um cachê fixo da Indústria
de Alimentos CBS, que patrocina os shows.
FAMÍLIA
- Mexicano de nascimento, portonense por opção,
Vasquez perambulou pelo mundo, morou nos Estados
Unidos, mas, há dois anos, quando chegou com o
Circo Real de México,
escolheu o Brasil para morar. Não é por menos.
A atual esposa, Maria Nelci, que conheceu através
da irmã em Pelotas, é natural de Portão. Ela
tem sete filhos, dos quais duas meninas, Marieli,
12, e Angela, 15, moram com o casal. Vasquez, por
sua vez, teve nove filhos com a ex-esposa, e
todos estão morando nos Estados Unidos.
Do outro
lado do palco, Vasquez faz uma queixa sobre a
mudança do nome do personagem Chaves, que também
caracteriza todo seriado. No México, o nome artístico
de Chaves é Chespirito. O nome dele foi
modificado injustamente, diz. O ator nega a
morte de todos os personagens do seriado. Somente
três personagens, os mais velhos, já faleceram.
Mas nem só de Quico se construiu a vida artística
de Vasquez. Sua versatilidade está registrada
também no cinema e no circo. Atuou em filmes
como Silêncio Mortal, Muerte en Tijuana e Cocaína
Mortal; trabalhou em circo e fez teatro.
Hoje,
dedica-se exclusivamente aos shows, nos quais
envolve a família. Gosto de todo tipo de
atuação, diz. Sem perder o fluente
sotaque espanhol, mantém um sonho bem das suas
raízes: montar um restaurante tipicamente
mexicano aqui no Brasil. Oferecer comida e música
que resgatem as tradições mexicanas são seus
objetivos.
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