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 CESOL HP HIDROGEOLOGIA

Mantida por Carlos Eduardo Sobreira Leite - Geólogo / Hidrogeólogo (M.Sc.)

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GALERIA DE NOTÍCIAS DA CESOL HP







"Modelos indicam um Ártico praticamente sem gelo dentro de 32 anos"


Fonte da Notícia http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=44732


A camada glacial do Ártico poderá sofrer uma redução de até 80% nos próximos 30 anos, adverte um estudo publicado na última quinta-feira (2) nos Estados Unidos sobre os efeitos do aquecimento global no planeta.

"A superfície do mar Ártico coberta de gelo no final do verão poderá não passar de um milhão de km2 em 2040, contra 4,6 milhões de km2 hoje", estimam os autores do estudo realizado pela Universidade do Estado de Washington e pela administração americana para a atmosfera e os oceanos (NOAA).

Os pesquisadores aplicaram modelos de previsão nos quais levam em conta as últimas evoluções da camada glacial no Ártico, que sofreu uma 'redução espetacular' no final dos verões de 2007 e de 2008, quando a superfície de gelo se viu limitada a 4,3 e 4,7 milhões de km2, respectivamente.

A média destes seis modelos permite prever um Ártico praticamente sem gelo dentro de 32 anos, revelam Muyin Wang, climatologista da Universidade de Washington, em Seattle, e o oceanógrafo do NOAA James Overland.

Segundo Wang e Overland, os modelos precedentes, elaborados em 2007, previam esta redução apenas para o final do século XXI, por volta de 2100.

"Tanta água livre poderá ser benéfica para a circulação marítima e para a extração de minerais e petróleo, mas também será um problema de adaptação do ecossistema", adverte o estudo. (Fonte: JB Online)


Fonte da Notícia  http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=44732

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A hora do planeta - 28 de março de 2009


Por Carlos Eduardo S. Liete / CESOL HP

Fonte da Notícia  CESOL HP



"A Hora do Planeta é um ato simbólico no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a demonstrar sua preocupação com o aquecimento global e as mudanças climáticas. O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem o significado de chamar para uma reflexão sobre o tema ambiental". Clique aqui para conhecer a página do evento.

Hora do Planeta 2009.


Fonte da Notícia  CESOL HP

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Informe sobre o desenvolvimento dos recursos hídricos no mundo: "Water in a Changing World"

Por Carlos Eduardo S. Liete / CESOL HP
(20/03/2009)
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Fonte da Notícia  CESOL HP


A água em um mundo em mudança


O Programa Mundial de Avaliação dos Recursos Hídricos (WWAP) lançou no dia 16 de março de 2009, no quinto Fórum Mundial da Água, em Istambul /Turquia, como parte das atividades do dia Mundial da Água (22 de março), o informe sobre o desenvolvimento dos recursos hídricos no mundo: "Water in a Changing World".

A terceira edição do informe, segundo a WWAP, apresenta várias mudanças em relação às edições anteriores contando com um enfoque integral, tratando das questões que incluem a mudança climática, as águas subterrâneas, a biodiversidade, água e migração, água e infraestrutura, biocombustíveis dentre outras.

O informe está disponível em PDF e embora um pouco "pesado" (30 Mb), com 349 páginas e 16 capítulos e em inglês, vale a pena conferir. O informe apresenta dados e questionamentos relativos à: política de decisões e o desenvolvimento sustentável; aspectos demográficos, sociais e econômicos; inovações tecnológicas; políticas, leis e finanças; mudanças climáticas e possibilidades futuras; principais benefícios da água; evolução do uso da água; impactos do uso da água nos ecossistemas; gerenciamento da água e as pressões sobre os ecossistemas; o ciclo natural da água no planeta. e a  mudança global no ciclo da água, dentre outros.

O texto também contempla casos reais como o do relacionamento de empresas e comunidades no gerenciamento e uso adequado dos recursos hídricos subterrâneos a exemplo da Coca-Cola na Índia, relatado na página 275 do documento em PDF, traduzido e sumarizado a seguir:

Em 2000 a Companhia Coca-Cola iniciou as operações de engarrafamento em Kala Dera, uma grande aldeia fora de Jaipur, Rajasthan, Índia, onde a agricultura irrigada é a principal fonte de sustentação da população. Dentro de um ano, a comunidade notou um forte declínio do nível da água subterrânea comprometendo a utilização futura daquela água para a agricultura.

A comunidade exigiu o fechamento da fábrica da Coca-Cola e a causa recebeu, inclusive, um pouco de apoio internacional, principalmente de estudantes universitários do Canadá, do Reino Unido e dos Estados Unidos (alguns dos maiores mercados da Coca-Cola).

Em 2004, a companhia aceitou uma "auditoria" independente na sua utilização e administração da água por uma organização internacional sem fins lucrativos sediada em Nova Delhi.

Liberado em janeiro de 2008, o relatório foi considerado satisfatório por ambos os lados, cada um recebendo um pouco de apoio pelas suas posições.

Pelo lado dos ativistas opostos ao processo de engarrafamento da Coca-Cola, o relatório confirmou que a fábrica estava super-explotando o aqüífero e que as suas operações poderiam vir a agravar a situação da comunidade.

O relatório fez quatro recomendações: a fábrica poderia transportar água de um outro aqüífero próximo menos comprometido, armazenar água a partir de uma área de baixo comprometimento, transportar a fábrica para uma área com excedente hídrico ou simplesmente fechar.

Pelo lado da Coca-Cola, o relatório concluiu que a companhia era uma usuária muito pequena, utilizando apenas 1% da água disponível.

A empresa, então, em comum acordo com a comunidade e o governo, trabalhou em uma proposta de um uso mais racional da água subterrânea incluindo ações para o uso sustentável daqueles recursos, investindo também em uma política de irrigação mais eficiente através de financiamentos de projetos de irrigação com tecnologia mais apropriada.


Abaixo é apresentado o índice original completo da publicação em PDF.

Foreword by Ban Ki-moon, Secretary‑G eneral, United Nations v
Foreword by Koïchiro Matsuura, Director‑G eneral, United Nations
Economic, Scientific and Cultural Organization vii
Preface ix
Acknowledgements xiii
Overview of key messages xix
Water in a changing world 1
Chapter 1 Getting out of the box – linking water to decisions
for sustainable development 3
Opening the water box 4
Sustainable development as the framework for water management 6
Investing in water 9
Global crises and water 14
The need for action – now 20
Structure of the Report 21
Part 1 Understanding what drives the pressures on water 25
Chapter 2 Demographic, economic and social drivers 29
Demographic drivers 29
Economic drivers 32
Social drivers 36
Chapter 3 Technological innovation 41
Recent trends and advances in science and technology 42
The technology dissemination challenge 45
Chapter 4 Policies, laws and finance 49
Policies and laws 49
Financing – the missing link 56
Chapter 5 Climate change and possible futures 68
The influence of climate change on the other drivers of change 69
Identifying possible futures: the need for scenarios 74
Challenges for summarizing the pressures of external drivers on water resources 75
Part 2 Using water 77
Chapter 6 Water’s many benefits 80
Water for economic development 81
Water and poverty reduction 83
Water and health 88
Maintaining ecosystem services 91
Chapter 7 Evolution of water use 96
Water use in the world 97
Domestic water supply and sanitation 102
Water use in agriculture 106
Water for industry and energy 115
In-stream water uses 120
Chapter 8 Impacts of water use on water systems and the environment 127
How water use affects water resources 128
Seeking sustainable management of groundwater 131
Growing risks: pollution and degradation of water quality 136
Progress in mitigating pollution 139
Progress in achieving environmental sustainability 145
Chapter 9 Managing competition for water and the pressure on ecosystems 150
Type, extent and effect of competition for water 150
Managing competition through supply and demand management and reallocation 154
Part 3 State of the resource 160
Chapter 10 The Earth’s natural water cycles 166
Overview of the global hydrologic cycle 166
Relationship of water to global biogeochemical cycles 172
Chapter 11 Changes in the global water cycle 181
Changes in the water cycle 181
Links between the terrestrial carbon and water cycles 196
Is the hydrologic cycle accelerating? 200
Assessing future impacts of climate change 201
Summary 202
Chapter 12 Evolving hazards – and emerging opportunities 211
Hazards vary with climate regions 211
Changes in average streamflow 212
Changes in extreme events 213
Changes in groundwater 217
Changes in erosion, landslides, river morphology and sedimentation patterns 217
Challenges: hazards and opportunities 222
Chapter 13 Bridging the observational gap 226
The importance of hydrologic observations 226
Recent developments in observation methods, networks and monitoring 227
Changing status of operational data over the recent past 228
Opportunities and challenges 234
Some suggestions for bridging the observational gap 235
Part 4 Responses and choices 237
Chapter 14 Options inside the water box 241
Water governance reform: strengthening policy, planning and institutions 242
Consulting with stakeholders and avoiding corruption: accountability in planning,
implementation and management 251
Capacity development for more effective action 254
Developing appropriate solutions through innovation and research 258
Data and information needs 260
Financing 261
Chapter 15 Options from beyond the water box 269
Promoting win-win scenarios by creating space for change 270
Clearing pathways towards win-win situations: avoiding negative impacts 273
Promoting win-win scenarios through cooperation and knowledge 275
Sustaining change: changing habits through awareness 285
Ensuring sustainable financing 286
Chapter 16 The way forward 291
Making water an integral part of all planning and management decisions 292
Working towards better development outcomes 295
Deciding – and acting! 296
Appendix 1 World Water Development Report indicators 298
Appendix 2 Water-related goals and objectives of major
conferences and forums, 1972-present 302
Abbreviations, data notes and units of measure 306
List of boxes, figures, maps and tables 308
Index 313

Fonte da Notícia  CESOL HP

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Acquario: Edital sairá dia 1º de abril

(11/03/2009)
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Fonte da Notícia : http://www.ceara.gov.br/noticias/acquario-edital-saira-dia-1o-de-abril 

A abertura das propostas será no dia 5 de maio e a ordem de serviço deverá ser em agosto.

Acquario: Edital sairá dia 1º de abril

Imagem do Projeto

O Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria do Turismo, realizou na tarde desta terça-feira (10) audiência pública para discutir a construção do Acquario Ceará. Durante a reunião o secretário do Turismo, Bismarck Maia, apresentou o projeto e a repercussão da obra no incremento do turismo no Estado. Em seguida, o secretário da Infraestrutura, Adail Fontenele, mostrou os pontos mais importantes do edital para a construção da estrutura de concreto da edificação principal do Acquario Ceará – Centro Oceânico e Praça das Águas. Essa etapa da obra está estimada em R$ 22.628.148,72 (recursos do Tesouro do Estado e recursos de compensação ambiental). Segundo ele, o edital sairá no dia 1º de abril e a abertura de propostas será no dia 5 de maio. A previsão é que a ordem de serviço seja assinada em agosto e a empresa vencedora terá o prazo de conclusão de 180 dias.

O primeiro aquário internacional da América será construído na Praia de Iracema, no prédio onde era instalado o Dnocs. A previsão é que equipamento receba 1,2 milhão de visitantes por ano, gerando uma rentabilidade de R$ 21,5 milhões/ano. No total, serão 15 milhões de litros de água, com 21.500 metros quadrados de área, gerando 150 empregos diretos, 1.600 indiretos e 18 mil empregos da cadeia produtiva. Vários representantes da sociedade civil que compareceram à audiência pública elogiaram a iniciativa do Governo de construir o Acquario.

Segundo Bismarck Maia, o diferencial do aquário de Fortaleza é que ele será um equipamento científico-educacional de apoio ao meio-ambiente que se tornará um importante atrativo de visitação fortalecendo também o turismo no Ceará. Além da localização e do espaço contemplativo, o Acquario Ceará terá em seus quatro pavimentos áreas de lazer, dois cinemas 4D, simuladores de submarino, dentre outras atrações. “Ele terá uma grande interação, o que não existe nos maiores aquários do mundo”, acrescentou o secretário.

A audiência pública contou com ainda com as presenças do secretário das Cidades, Joaquim Cartaxo; do procurador geral do Estado, Fernando Oliveira; e do secretário do Turismo de Fortaleza, Henrique Sérgio Abreu.

Fonte da Notícia : http://www.ceara.gov.br/noticias/acquario-edital-saira-dia-1o-de-abril 

Assessoria de Imprensa da Setur

Casa Civil ([email protected]/ 3101.6247)

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CONERH : Bahia tem nova divisão hidrográfica


Foi publicada no Diário Oficial do Estado de ontem (03), a resolução nº 43 do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH), que institui a nova divisão hidrográfica  da Bahia em Região de Planejamento e Gestão das Águas (RPGA). A atualização do mapa hidrográfico do Estado foi proposta pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) e aprovada pelo CONERH em dezembro último, com base nas leis Estadual nº 10.432/06 e Federal 9.433/97.

O documento, com base na “Proposta de revisão da regionalização para a gestão de recursos hídricos no Estado da Bahia”, elaborada pelo INGÁ, traz como novidades o aumento de 17 para 26 RPGA dos recursos hídricos e o fomento à gestão compartilhada dos rios estaduais, que ligam territórios baianos a outros Estados.

A descrição das regiões, segundo a nova Resolução do CONERH, “baseia-se nos principais corpos d'água encontrados em seus territórios”. Os limites oficiais de cada RPGA serão disponibilizados pelo INGÁ, em arquivo digital georreferenciado.

Em relação à integração com a Política Nacional de Recursos Hídricos,            conforme a divisão hidrográfica nacional, o parágrafo 3º, do artigo 1º, da resolução 43 do CONERH diz que “a gestão dos recursos hídricos estaduais considerará que o território baiano se encontra totalmente inserido em duas Regiões Hidrográficas Nacionais: a do Atlântico Leste e a do Rio São Francisco. 

A última divisão hidrográfica baiana foi instaurada em 2004 e as divisões anteriores aconteceram em 1990, com 12 RPGAs, e em 1995, com 10 RPGAs. A nova divisão hidrográfica acompanha a evolução da gestão de águas nos territórios e deve-se adequar à implementação dos instrumentos de gestão e à formação dos comitês de bacias.

Para o diretor-geral do INGÁ e secretário executivo do CONERH, Julio Rocha, a atualização do mapa hidrográfico é fundamental para a elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos, que ficará pronto neste ano. “Para fazer a revisão do plano estadual, temos que ter uma base territorial e fazer a gestão compartilhada das bacias que ficam divididas entre Estados”.

Bacias compartilhadas

No novo panorama hidrográfico baiano, constam 26 RPGAs, sendo que, para nove delas, foram negociadas propostas de compartilhadas com outros Estados. Na região do Rio São Francisco, duas serão geridas em parceria com o Estado de Minas Gerais (Rios Carinhanha e Verde Grande) e uma com Sergipe (Rio do Tará). Já na Região Atlântico Leste, serão compartilhadas as bacias do Rio Real e Vaza Barris (com Sergipe), dos Rios Jequitinhonha e Pardo (com Minas Gerais), e do Riacho Doce (com o Espírito Santo).

“A proposta do Governo do Estado da Bahia de compartilhamento da gestão de bacias hidrográficas de rios estaduais é um passo muito importante e inédito no país”, assegura Julio Rocha. De acordo com o diretor de Planejamento de Recursos Hídricos do INGÁ, George Silva, a Agência Nacional da Água (ANA) tem estimulado ações dessa natureza com os órgãos gestores das águas, “porque a instituição (que gerencia os rios federais) não tem estrutura para gerir a grande quantidade de bacias interestaduais de pequeno porte, existentes no país”.

O Estado da Bahia possui uma rede hidrográfica complexa e uma extensão territorial de aproximadamente 570 mil quilômetros quadrados, que corresponde a 24 Estados de Sergipe. Só a Bacia do Rio São Francisco corresponde a mais da metade do território estadual.

“Para a elaboração da proposta, foram observados aspectos relevantes ao andamento da gestão das águas, a exemplo da socioeconomia e usos da água mais homogêneos; a distância de deslocamento dos membros dos Comitês; a capacidade de mobilização em uma região; os aspectos relevantes ao andamento da gestão das águas no Estado e o número de municípios envolvidos”, explica George Silva.

Clique aqui e veja como ficou a divisão hidrográfica.

Clique aqui e veja o mapa hidrográfico atualizado.

ASCOM / INGÁ





Moradores de comunidade baiana se dividem sobre suspeita de contaminação da água

(17/11/2008)
Marco Antônio Soalheiro
Enviado Especial


 

Caetité (BA) - A dúvida em torno da contaminação da água de poços artesianos por urânio inquieta os moradores da comunidade de Juazeiro, a 40 quilômetros do município de Caetité, no sudoeste da Bahia. O Ministério Público Federal investiga denúncia feita pela organização não-governamental Greenpeace, de que amostras de água indicam nível de urânio acima do permitido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Um mina das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) está localizada a cerca de 10 quilômetros da vila de aproximadamente 300 habitantes.

Um pouco acima da pracinha moram as famílias que consumiram a água supostamente contaminada nos poços artesianos. Entre elas, está o casal Nedino Fernandes, 95 anos, e Antônia de Jesus, que não se lembra ao certo da idade. Lúcido e com aparência bastante saudável para a idade avançada, o morador disse não temer qualquer problema clínico em decorrência do consumo. “Não tenho medo não. Já tomei [a água] e tô perto de morrer mesmo” .

Antônia é mais comedida. Relata ter sentido nos últimos meses fadigas e disenteria, mas não sabe se é por causa da água. Ela conta que, certa vez, ao lavar roupa perto do poço, “veio uma catinga [mau cheiro] forte e fiquei muitos dias com o coração batendo acelerado.”  A dona de casa recordou que “o aviso de que o poço estava cheio de veneno” por parte do Greenpeace veio acompanhado de uma recomendação para não se comer frutas nem ovos de galinha dali, porque já estariam contaminados por radiação.

O vizinho do casal, Sinval Neves Dias, 42 anos, suspeita de que a leucemia de sua mulher tenha relação com o uso da água. Enquanto espera um resposta conclusiva das autoridades, reclama, porém, que comercializar a produção local ficou praticamente impossível. “O pessoal de fora não quer mais comprar produtos da região. Se levar na feira e falar que é daqui, não vende”.

Dias classifica as atividades da INB, apesar dos empregos gerados, de nociva para a região. “Eles tiram muita água do lençol freático”, assinalou. “Até hoje a a gente não sabe se essa radiação vai provocar contaminação nas crianças e se vamos ter algum auxílio para tratar”, acrescentou.

Outro que se incomoda com a incerteza e confessa temor é Sinvaldo dos Santos, 37 anos. “ Tem que ficar com medo. Ninguém sabe se [a radiação] é da terra ou da INB”.

Já Zelito Pereira, 63 anos, acha que o assunto teve repercussão exagerada sem uma certeza da real situação. “Por enquanto é só converseira e a firma [INB] fala que não tem contaminação”.

A Defesa Civil do estado da Bahia lacrou os poços suspeitos de contaminação e encaminhou caixas com 8 mil litros d'água para as famílias.

No centro da polêmica está o agricultor Valdemar Batista, conhecido como “Lourinho”, dono do maior poço lacrado, do qual a água era redistribuída aos demais. Ao receber a visita da Agência Brasil, ele inicialmente aceitou conversar desde que fosse “sem anotar nada” ou fazer imagem. Depois de alguns minutos, menos desconfiado, concordou em conceder entrevista e desabafou.

Lourinho se considera o maior prejudicado pela ação do Greenpeace e, enquanto não há um diagnóstico absoluto de contaminação, reluta em acreditar que a água usada há tanto tempo possa ser responsável por problemas de saúde.

“Meu problema são os prejuízos. Não consigo vender mais os produtos da roça, que cuidamos com todo capricho, e a empresa de latícinios parou de pegar meu leite”, reclamou. Marcelo Cardoso, gerente da cooperativa sediada no município de Lagoa Real, confirmou o veto temporário ao leite de Lourinho. “Temos que esperar as análises técnicas e a decisão da Justiça”.

Alguns moradores dizem que Lourinho protege a INB. Ele, por sua vez, demonstra estar magoado com o que considera uma ingratidão dos vizinhos, uma vez que aceitou que técnicos da INB puxassem água de seu poço para beneficiar outras casas.

“São pessoas que não têm coragem de trabalhar e ficam esperando indenização”, criticou o agricultor, ao citar o caso de moradores que têm dado entrevistas em tom dramático para emissoras de TV. Ele atacou também o Greenpeace. “É um povo sem respeito. Entraram na minha propriedade sem autorização e falaram que estavam fazendo trabalho de escola.”

Depois de o agricultor permitir fotos de suas plantações de abóbora, tomate e melancia, o filho de Lourinho, Edmílson, reclamou do constrangimento de levar produtos para a feira e “ ainda ter que ouvir piadinhas” sobre a qualidade dos mesmos. O plano de investir na expansão de hortaliças ficou em compasso de espera, mas a família garante que continuará consumindo sua água e a produção própria sem nenhum temor.

A reportagem foi até a entrada das instalações da INB tentar falar com algum gerente. Apesar de ser domingo, havia turno de trabalho, mas os seguranças informaram que uma entrevista teria de ser agendada no dia seguinte e disseram não ter condições de passar um telefone de contato de algum responsável.

Enquanto não houver um pronunciamento técnico definitivo sobre a polêmica, a suspeita de água contaminada permanecerá como único fato a perturbar a pacata cidade.




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Página de Referência : http://www.geocities.com/cesol999/Manchetes_Noticias.html

Autor: Carlos Eduardo Sobreira Leite

Citação do autor em bibliografia : LEITE, C.E.S.


 

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