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Vacinas
contra a difteria
Guilherme
Côrtes Fernandes, Katia de Carvalho Affonso & Terezinha Marta
P.P. Castiñeiras
A
difteria ("crupe") é uma doença imunoprevenível,
grave e potencialmente fatal, causada pela toxina produzida pela bactéria
denominada Corynebacterium diphtheriae, que pode acometer pessoas susceptíveis
(não adequadamente vacinadas) de qualquer idade e não
apenas as crianças (como era mais comum no passado, antes da
utilização sistemática da vacina). A transmissão
se faz de pessoa a pessoa, através de gotículas de secreção
respiratória contendo a bactéria (e eventualmente secreção
de lesões cutâneas).
1.
Por que ser vacinado contra a difteria?
A
difteria pode ter sérias conseqüências, inclusive
levar ao óbito. Logo nos primeiros dias, a formação
de uma extensa pseudomembrana na garganta (sobre as amígdalas,
palato, faringe e laringe) poderá resultar em sufocação
(insuficiência respiratória alta). Adicionalmente, a liberação
de toxinas, poderá induzir manifestações sistêmicas,
resultando não raras vezes em compromentimento cardíaco(alterações
de ritmo e função), neurológico (paralisias de
nervos) e renal.
2. Quem precisa ser vacinado contra a difteria?
Todos. A bactéria causadora da difteria, pode ser encontrada
na garganta (orofaringe) e também na pele de pessoas contaminadas
(doentes ou não). De fato, a maioria das pessoas contaminadas
não apresentam qualquer manifestação da doença
(portadores sãos). Como não é possível detectar
todos os portadores sãos, para controlar a disseminação
da doença, é essencial que toda a população
seja adequadamente vacinada, independente da idade. Cabe ressaltar que
como a difteria não confere imunidade, os doentes também
precisarão ser vacinados para a proteção futura.
3. Que vacinas existem contra a difteria?
As mais comumente utilizadas, geralmente combinadas ao toxóide
tetânico, são:
Em crianças
. DPT e DPaT (proteção contra difteria, coqueluche e tétano)
.DT (proteção contra difteria e tétano)
Em adultos
. dT (proteção contra difteria e tétano).
3. Qual a composição das vacinas contra a difteria?
Todas as vacinas antidiftéricas, além dos componentes
contra as outras doenças, são produzidas a partir da toxina
diftérica inativada que atua como antígeno que estimula
a produção de anticorpos. Além disso contém
timerosal (Mertiolate®) como estabilizador, hidróxido de
alumínio como adjuvante vacinal
4. A vacina contra tétano e difteria (dT) pode causar reações?
Pode, como qualquer outra vacina, mas as reações são
habitualmente brandas, quando ocorrem. As mais comuns (dor, vermelhidão
e induração) são relacionadas ao local de aplicação
da vacina, que é intramuscular. Eventualmente, pode ocorrer febre
nas primeiras 72 horas após vacinação. Reações
alérgicas graves (anafilaxia) são raras.
É importante ressaltar que existem preparações
diferentes da vacina dupla para a crianças (DT) e adultos (dT),
que diferem na quantidade de toxóide diftérico. A dT contém
relativamente menos toxóide diftérico o que reduz significativamente
as reações a este componente nos adultos (na verdade indicada
para os maiores que sete anos).
5. A vacinação contra tétano e difteria é
igual para crianças e adultos?
Não. O esquema básico de vacinação na infância
começa no primeiro ano de vida. É feito com três
doses de DPT (vacina contra tétano, difteria e coqueluche, adequada
para crianças), aos dois, quatro e seis meses, seguindo-se de
um reforço aos 15 meses e outro aos dez anos de idade. A partir
daí, a cada dez anos, deve ser feito um reforço com dT
(vacina contra tétano e difteria, adequada para adultos), para
assegurar proteção adequada.
Os adultos que nunca foram vacinados contra tétano (grande parte
da população adulta nunca foi, ou desconhece que tenha
sido vacinada) deve receber três doses da vacina dupla de adulto
(dT) para proteção contra o tétano e a difteria.
O esquema padrão de vacinação (indicado para os
maiores de sete anos) preconiza um intervalo de um a dois meses entre
a primeira e a segunda dose e de seis a doze meses entre a segunda e
a terceira dose, no intuito de assegurar elevados títulos de
anticorpos protetores por tempo mais prolongado.Admite-se, entretanto,
que a vacinação possa ser feita com intervalo mínimo
de 30 dias entre as doses. Depois de completada a série de três
doses, é necessario apenas uma dose de reforço a cada
dez anos, para manter a proteção adequada.
Crianças ou adultos que iniciaram a vacinação,
e interromperam em qualquer época, devem completar as doses até
a terceira, independente do tempo decorrido. A partir daí, o
reforço deve ser feito a cada dez anos.
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