Carvalhos
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História
de Carvalhos - MG
Retirado do livro "Raízes de Carvalhos"
Um breve Histórico de Carvalhos
Carvalhos, era uma fazenda pertencente a
uma senhora de nome Maria Joaquina que a doou ao "Patrimônio de N.
S. da Conceição Aparecida", com a condição de ser construída no
local, uma capela em honra a Nossa Senhora Aparecida.
Veio de Pouso Alto uma família numerosa
denominada Carvalho com membros habilitados em vários ofícios, em busca
de terras para morar e trabalhar.
Os antigos moradores dos arredores,
receberam com simpatia aqueles forasteiros, apoiando-os na construção da
"Capela de N. S. Aparecida". benta em 12/10/1888.
Desta forma, os Carvalhos, foram os
primeiros habitantes do futuro povoado, na qual continuaram residindo
mesmo depois da conclusão da igreja. Pessoas simples, porém habilidosas,
honestas e trabalhadoras, os Carvalhos acabaram por dar seu nome de
família ao solo que os acolheu.
Carvalhos está situada no sul de Minas
Gerais, pertencente ao circuito das água aproximadamente 400 km de nossa
capital, Belo Horizonte.
Com uma altitude de 1093 metros e
superfície de 305 km quadrados.
Fazendo limites ao norte com Seritinga,
Sul: Bocaina de Minas; Leste: Liberdade e Oeste: Aiuruoca. Com uma
população de 4.703 habitantes, sendo 2364 na zona urbana e 2338 na zona
rural.
Fatos pitorescos acontecidos em Carvalhos (pág. 87)
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Nossa primeira estação ferroviária
funcionou em um vagão de trem;
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No começo do século atual (século
XX) era costume cobrar-se para tocar o sino nos enterros. No enterro
da esposa do Zé Pequeno tocou-se o sino sem que ninguém pedisse. Ao
receber a conta do toque do sino, Zé Pequeno recusou-se a pagar pois
nada havia pedido. Na discussão, o tocador do sino perguntou: _
Como fica agora? Zé Pequeno simplesmente respondeu: _ Então destoca
o sino.
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Em 1910 uma moça foi apedrejada aqui
em Carvalhos porque teve a coragem de sair à rua de sandália e sem
meia, mostrando o pé de fora.
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O nosso primeiro açougue expunha sua
carnes dependuradas em cercas de arame.
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Quem deu nome ao nosso Niterói foi
Benedito Lucchesi, simplesmente por brincadeira e gozação.
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A Rua Ulysses Fabiano Alves foi aberta
em uma única noite, a de São João, só para que os devedores do
Capitão Santos tivessem um outro caminho que não fosse a rua onde
estava localizado o seu armazém.
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Os integralistas possuíam grande
força em Carvalhos. Usavam camisa verde, um distintivo na manga
direita com o sigma e cumprimentavam-se entre eles levantando a mão
direita e pronunciavam a palavra Anauê. Um dos seu ardorosos adeptos
era o sacristão e pedreiro Roberto Lucchesi. Quando da construção
da torre da Igreja Matriz, algumas pessoas, por gozação, ao passarem
pela obra cumprimentavam no estilo integralista o Roberto e esse
respondia levantando a mão aberta e lá de cima despencava a sua
colher de pedreiro.
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Em uma de nossas escolas rurais, há
muitos anos atrás havia uma professora que era muito boazinha, muito
atenciosa, mas, coitadinha, era analfabeta.
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Quando da instalação da Coletoria
Estadual, ao seu lado havia um rancho onde dormiam os tropeiros de
outra cidade. Como o barulho dos animais incomodava os
funcionários, o escrivão colocou uma tabuleta dizendo: "Peço
aos senhores tropeiros não deixarem os burros fazerem barulho, pois
incomoda os outros que estão aqui dentro".
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Há muito tempo atrás, um sub-delegado
de polícia que estava apreciando um baile de carnaval quando um dos
foliões pisou em sua enorme botina. Ele mandou parar o baile e
prendeu o folião. Ao perguntarem sobre qual era o crime, seriamente
ele respondeu: "Pisaram no pé da Lei".
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Em uma de nossas repartições
públicas a Bandeira Nacional, durante algum tempo, serviu como pano
de pó.
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Em todas as construções da cidade é
costume o povo opinar sobre a mesma. Irritado com os constantes
palpites, um pedreiro aborreceu-se e escreveu no tapume em letras
garrafais: " Não asseitu parpiti".
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Em 02-08-1924 morre o Presidente do
Estado de Minas Gerais, Raul Soares, em pleno mandato. Houve
consternação geral. Nos Franceses, neste dia realizava-se a festa de
Nossa Senhora dos Anjos. Três rapazes, vindos de Carvalhos, chegaram
em frente a Igreja e soltando foguetes gritavam: "Morra Raul
Soares, que nesta hora deve estar nos quintos dos infernos". No
dia seguinte o fato foi comunicado à temida polícia de Aiuruoca que
imediatamente veio atrás dos rapazes para prende-los e dar-lhes um
corretivo. A polícia e o sub-delegado procuraram nos mais diverso
locais de Carvalhos, não encontrando pois o próprio sub-delegado os
haviam escondidos embaixo de sua cama.
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A Capela Nossa Senhora Aparecida era
assoalhada de tábuas e que, com o passar do tempo, adquiriram imensos
buracos, nos quais se alojavam muitos ratos. Em um determinado dia, na
sacristia desta mesma Capela, pouco antes de ser iniciada uma das
raras missas no arraial dos Carvalhos, encontravam-se ali o Padre
Félix Guida com seu sacristão Roberto Lucchesi, ambos italianos.
Estavam conversando quando passou por eles uma enorme ratazana.
Imediatamente, o Padre Félix todo esparramado, gritou: "_ Mata o
bicho Roberto...". O bom sacristão, que não tinha visto bicho
algum, incontinentemente pegou a garrafa do vinho do Padre e virou
goela abaixo. Aquilo foi uma festa para o Padre Félix. Naquela mesma
missa, depois do Evangelho, o Padre gozador rindo muito contou o fato
para todo o povo. Foi uma verdadeira gozação no bom Roberto.
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Antiga Praça Central de Carvalhos
![](antiga.jpg)
Antiga Fazenda de Carvalhos
![](antiga1.jpg)
Retirado do livro "Raízes de Carvalhos"
do saudoso professor Manoel Lourenço Motta do Amaral
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