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em harmonia com a vida

Música e Transdisciplinaridade

“Uma educação autêntica não pode privilegiar a abstração no conhecimento. Ela deve ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar. A educação transdisciplinar reavalia o papel da intuição, do imaginário, da sensibilidade e do corpo na transmissão dos conhecimentos.” (Artigo 11 do Manifesto da Transdisciplinaridade, Convento da Arrábida, 6 de novembro de 1994. Comitê de Redação: Lima de Freitas, Edgar Morin e Basarab Nicolescu.)

A Música é uma disciplina transdisciplinar. Nada pode ser mais humano. A música é o terceiro dinamismo, uma energia que permeia e faz vibrar o mundo das esferas quânticas numa dimensão que pulsa no sentido dentro ÛÜ fora e fora ÛÜ dentro de nosso ser integral. A Música é a teoria na prática, na música a disciplina é implícita e a transcendência é explícita. A música inclui e opera múltiplas freqüências: acústicas, mentais, emocionais, psicossociais, neurológicas, cardíacas, existenciais, profundas e de altíssimo nível vibracional. A música trabalha, transforma e transmuta emoções e sentimentos, conceitos e sensações físicas, move ossos, músculos, nervos, paixões, até a alma vibra quando participamos da criação de um momento musical.

Sempre que participamos da criação de música integral algo em nós se modifica. A música viva harmoniza, sensibiliza, cria ressonâncias interiores e exteriores, constrói pontes entre o campo manifesto e o campo existencial.

A música filtrada por equipamentos eletro-eletrônicos é uma música in vitro: diz respeito a, no máximo, um nível de realidade. A música viva é in vivo: interessa-se pela dinâmica gerada através da interação de vários níveis de realidade ao mesmo tempo. É preciso estar presente ao fato para percebê-lo e compreender que as alterações produzidas pela música só acontecem dentro do universo de cada um e são incomparáveis entre si.

O grupo presente à criação musical interage nas freqüências vibracionais deste momento, seja músico, seja ouvinte, todos estão em contato vibracional, visual, olfativo, acústico, tátil e mesmo palatal, pois enquanto cantamos o equilíbrio químico de nossa boca também se altera. A música é uma ferramenta harmonizadora e isto não é uma metáfora, é um efeito físico determinado pelo compartilhamento de vibrações rítmicas, melódicas, harmônicas e ressonantes.

A música viva harmoniza o espaço exterior da efetividade e o espaço interior da afetividade, é o exercício da nova inteligência, que privilegia o equilíbrio entre mente, sentimentos e corpo. Esta música está orientada para a perplexidade e o compartilhamento. Ela é sempre nova e só pode surgir de um momento de integração das consciências dos diversos indivíduos num único fazer musical.

“A abordagem in vivo nos traz uma nova atitude transdisciplinar. É a atitude que substitui o poder e a posse do conhecimento pelos eternos espanto, questionamento e compartilhamento ante a aprendizagem da Realidade... Há um retorno a uma atitude jovem, cheia de frescor e encantamento, onde somos consciência, capaz de aprender e aprender sempre mais, sobre tudo e sobre nós mesmos, sem nunca esgotarmos a fonte. Questões instigantes é o que produzimos, em vez de respostas fechadas. Curiosidade agilizadora é o que sentimos, em vez de certezas cristalizadoras. E o conhecimento passa a servir ao movimento e à evolução, em vez de ao enrijecimento e à reação.” (Basarab Nicolescu)

A música viva ensina a conhecer, a construir pontes entre o conhecimento e o Ser e conduz ao autoconhecimento. A música viva ensina a fazer, treina nossa psicomotricidade, nossas habilidades manuais e corporais, nossa performance pessoal diante dos desafios do mundo exterior, nela aprendemos ritmo, jogo de cintura, adaptabilidade e afinação. A música viva ensina a conviver, desenvolve a tolerância e a aceitação do outro, harmoniza situações de stress emocional, reflete a sonoridade de cada um no grupo e a devolve em forma de arte coletiva: ouvimos nossa voz na voz do outro. A música viva ensina a ser, harmoniza nossas experiências comprometendo o corpo, a razão e a emoção na realização de momentos de superação pessoal e coletiva para o compartilhamento da expressão artística coletiva e individual.

Transdisciplinaridade é música. A música explica o que é transdisciplinaridade, demonstra sua capacidade inclusiva, articula nossa intuição, torna perceptível o sentimento coletivo, revela o indivíduo dinâmico criado pelo grupo, permeia o conhecimento, conduz e eleva o Ser interior. A partir da afirmação da transdisciplinaridade, agora os artistas também poderão ser consultados quando se tratar de assuntos referentes ao conhecimento humano. A interpretação dos poetas deverá ser investigada com rigor científico, artistas plásticos intuitivos, mesmo analfabetos, poderão dar aulas de Engenharia e Arquitetura, os músicos deverão ser chamados para dentro das empresas, das salas de aula, do berçário até os cursos de pós-graduação, dos laboratórios, das oficinas, dos escritórios e demais ambientes de trabalho. Música e expressão artística serão matérias decisivas no vestibular da nova universidade.

Em nome da excelência humana, que a música seja novamente ouvida como disciplina e prática indispensável na formação do caráter dos indivíduos e dos grupos, a fim de incluir o desenvolvimento de aspectos éticos e estéticos em nossa percepção holística do universo. A música transforma em vivência a interatividade teórica dos diversos ramos do saber. É uma energia que produz trabalho, não faz milagres, apenas evidencia o lado mágico da Realidade. E o melhor é que todos gostam de música, todos gostam de fazer música, cantar, dançar, isto alegra o coração e só faz bem à saúde física, mental, espiritual e social.

A Arte, então, pode agora libertar-se do papel secundário a que tem sido submetida pela cultura eletrônica, manipulada para simples diversão e lazer, e voltar à condição de suprema realização humana. A Arte, finalmente, surge entre a ciência e a religião para criar um portal para o Conhecimento dentro de uma compreensão mais viva, ampla, criativa, harmônica, inclusiva, intuitiva e holográfica do Universo.

Cao Guimarães

 

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