em harmonia com a vida

 

Roda de Improvisos

Quatro músicos à roda. Em torno, os ouvintes, no centro a música. Tudo acústico, violão, bandolim, pandeiro e fagote, ou cavaquinho, saxofone, gaita e berimbau, por exemplo. O repertório é determinado pela seguinte questão: — qual a sua música preferida?

Música é a combinação rítmica e harmônica de sons e silêncios, notas e pausas. O ouvinte, em silêncio, é parceiro dos instrumentistas na criação da música. Na roda, privilégios à música, que seja acessível ou hermética, cantável ou caótica, que chame o público a participar ou exija silêncio e emoção. A música reflete (ecoa) o grupo, os músicos e os ouvintes. O momento é de descoberta da própria identidade musical.

As rodas surgem a partir de técnicas de vivência onde se alternam os solistas improvisando sobre temas de fácil comunicação. Cada roda conta com três ou quatro músicos profissionais especialmente convidados para executar de improviso canções populares inspiradas pelo momento. O repertório fica em aberto mas vamos fazer uma música bem a nossa cara.

A roda de músicos remonta à pré-história da civilização. Antes da roda, com certeza, já havia músicos combinando sons. As rodas que podemos produzir hoje, com nossos excelentes instrumentos e nossos magníficos músicos são de uma qualidade técnica e artística que só a prática pode demonstrar. O espetáculo, ou a experiência, dura cerca de duas horas, no mínimo uma hora de música no ar: a música em estado puro, das mãos dos artistas direto para os ouvidos atentos do público. A vivência, para os quatro músicos e para os ouvintes é indescritível, marcante, inesquecível. A Roda é única, irrepetível, só quem está dentro dela sabe o que existe em seu interior, ela é efêmera e preciosa, cultural tanto como expressão legítima, instantâneo sonoro do povo ou do grupo de onde surge, quanto como informação e lazer, afinal, é boa a música, agradável de se ouvir, beleza mesmo.

Faz de conta que faltou luz. Improvisamos um novo jeito de fazer e ouvir música: um novo modo à moda antiga, sem aparelhagem eletrônica. A novidade está no reencontro com os músicos, sua presença próxima, viva, criando sons vitais, não virtuais, sim atuais, vivenciais. Vamos aproximar as pessoas para inventar novas músicas, emocionar novos ouvintes, humanamente, fazendo e ouvindo música em rodas de improviso. Com música instrumental acústica, local e regional, natural, participativa, ecológica,  plena de respeito e estímulo à biodiversidade cultural, sem custos de luz e som. O simples, o óbvio, o mais fácil, uma forma rara de se promover eventos musicais. 

Cabe ressaltar os aspectos experimentais do projeto, com suas muitas variáveis possíveis de acordo com os músicos de cada roda e os ouvintes de cada local onde a roda põe a música pra girar.

Vamos inventar essa roda?

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